Electrotecnia & Instrumentação e Medidas

1. RESISTORES

1.1. DEFINIÇÃO

Resistores são dispositivos elétricos cuja principal função é limitar ou criar

uma oposição ao fluxo de cargas eléctricas por meio da conversão da energia
elétrica em energia térmica. Essa oposição ao fluxo de carga através de um
circuito elétrico é chamada de resistência, cuja unidade é dada em ohms, e usa
a letra grega ómega (Ω).

Os resistores são componentes que formam a maioria dos circuito

eletrônicos. Eles são fabricados com materiais de alta resistividade com a
finalidade de oferecer maior resistência à passagem da corrente elétrica.

1.2. ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES

Existem diferentes maneiras de conectar os resistores em um circuito de

modo a se obter diferentes valores de resistências eléctricas. Num circuito
eléctrico, os resistores podem estar ligados em série, em paralelo ou ainda de
uma forma mista (série/paralelo), em função das características dos dispositivos
envolvidos no circuito, da necessidade de dividir uma tensão ou uma corrente,
ou obter uma resistência com valor diferente dos valores encontrados
comercialmente.

1.2.1. RESISTORES EM SÉRIE

Na associação série, os resistores estão ligados de forma que a corrente

(I) que circula por eles seja a mesma, e a tensão total (E) aplicada aos resistores
é subdividida entre eles proporcionalmente aos seus valores.

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A maneira pela qual a fonte é conectada determina a direção da corrente

convencional resultante. Para circuitos de corrente contínua em série: a direção
da corrente convencional em um circuito de corrente contínua em série é tal que
ela deixa o terminal positivo da fonte e retorna para o terminal negativo, tal como
mostra a figura acima.

Em suma dois ou mais elementos estão em série se:

 Possuem somente um terminal em comum, isto é, um terminal de um está

conectado somente a um terminal do outro;
 A resistência total é a soma de cada resistências que compõe o circuito;
𝑅𝑇 = 𝑅1 + 𝑅2 + ⋯ + 𝑅𝑁

 A corrente total é a mesma que circula em cada componente do circuito,

𝐼𝑇 = 𝐼1 = 𝐼2 = ⋯ = 𝐼𝑁

Uma vez conhecida a resistência total a corrente drenada pela fonte pode
ser determinada aplicando a Lei de Ohm da seguinte forma:

𝐸
𝐼𝑇 =
𝑅𝑇

 A tensão total é o somatório da queda de tensão que cada resistência

possue:
𝐸 = 𝑉1 + 𝑉2 + ⋯ + 𝑉𝑁

Como a tensão E é fixa, a intensidade da corrente da fonte depende

somente do valor de RT. Uma resistência RT elevada resultará em um valor
relativamente pequeno da corrente (IS), enquanto valores pequenos de RT
resultarão em grandes valores da corrente (IS). O fato de a corrente ser a mesma
em todos os elementos em um circuito em série, a queda de tensão para cada
resistor é calculada utilizando directamente a Lei de OHM, da seguinte forma:

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𝑉1 = 𝐼 ∗ 𝑅1 ; 𝑉2 = 𝐼 ∗ 𝑅2 ; … ; 𝑉𝑁 = 𝐼 ∗ 𝑅𝑁

 A potência fornecida a cada resistor pode então ser determinada

utilizando qualquer uma das três equações, conforme ilustradas a
seguir:

𝑉12
𝑃1 = 𝑉1 𝐼1 𝒐𝒖 𝑃1 = 𝐼12 𝑅1 𝒐𝒖 𝑃𝟏 =
𝑅1

A fórmula acima descrita servirá para calcular a potência para cada

resistor existente em um circuito eléctrico, trocando apenas o número
ilustrando assim qual resistor está a ser calculado.

 A potência fornecida pela fonte é dada por:

𝑃𝑇 = 𝐸𝐼 𝒐𝒖 𝑃𝑇 = 𝑃1 + 𝑃2 + ⋯ + 𝑃𝑁

 FONTES DE TENSÃO EM SÉRIE

As fontes de tensão podem ser conectadas em série, como mostram

abaixo as figuras (a) e (b), para aumentar ou diminuir a tensão total aplicada a
um sistema. A tensão líquida é determinada somando as fontes com a mesma
polaridade e subtraindo o total das fontes com a polaridade oposta. A polaridade
líquida é a polaridade da soma maior.

Na figura (a), por exemplo, as fontes estão todas ‘pressionando’ a corrente

para que ela siga um curso no sentido horário, lembrando que de forma ideal em
uma fonte de tensão a corrente entra no polo negativo e sai no polo positivo,
sendo assim, a tensão líquida é:

𝐸 = 𝐸1 + 𝐸2 + 𝐸3 = 10𝑉 + 6𝑉 + 2𝑉 = 18𝑉

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Na figura (b), entretanto, a fonte de 4 V está ‘pressionando’ a corrente no

sentido horário, enquanto as outras duas estão tentando estabelecer uma
corrente no sentido anti-horário. Nesse caso, a tensão aplicada em um sentido
anti-horário é maior do que aquela em sentido horário. O resultado é o sentido
anti-horário para a corrente. O efeito líquido pode ser determinado descobrindo
a diferença de tensão aplicada entre aquelas fontes que ‘pressionam’ a corrente
em uma direção e o total em outra direção. Nesse caso, teremos:

𝐸 = 𝐸1 + 𝐸2 + 𝐸3 = 9𝑉 + 3𝑉 − 4𝑉 = 8𝑉

Conexão em série de fontes de corrente contínua: quatro baterias 1,5 V

em série para estabelecer uma tensão terminal de 6 V

 DIVISOR DE TENSÃO EM UM CIRCUITO EM SÉRIE

A regra de divisor de tensão permite a determinação da tensão através

de um resistor em série sem que se tenha de determinar primeiro a corrente do
circuito. A regra em si pode ser deduzida ao se analisar qualquer circuito em
série simples aplicando a seguinte fórmula:

𝐸
𝑉𝑥 = 𝑅𝑥 ∗
𝑅𝑡

A tensão através de elementos resistivos em série vai se dividir

proporcionalmente ao valor de cada resistência em relação ao valor total da
série. Em outras palavras, em um circuito resistivo em série, quanto maior a
resistência, maior será a tensão capturada.

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1.2.2. RESISTORES EM PARALELO

Em geral, dois ou mais resistores estão em paralelo se tiverem dois pontos

em comum. Por exemplo, na figura abaixo (a), os dois resistores estão em
paralelo porque estão conectados nos pontos a e b. Se ambas as extremidades
não estivessem conectados como mostra a figura, os resistores não estariam em
paralelo.

Na figura (b), os resistores R1 e R2 estão em paralelo porque novamente

têm os pontos a e b em comum. O resistor R1 não está em paralelo com R3
porque eles estão conectados somente no ponto b. Ademais, R1 e R3 não estão
em série porque uma terceira conexão aparece no ponto b. O mesmo pode ser
dito dos resistores R2 e R3. Na figura (c), os resistores R1 e R2 estão em série
porque eles têm apenas um ponto em comum que não está conectado em outro
lugar no circuito. Os resistores R1 e R3 não estão em paralelo porque eles têm
apenas o ponto a em comum. Além disso, eles não estão em série devido à
terceira conexão ao ponto a. O mesmo pode ser dito dos resistores R2 e R3. Em
um contexto mais amplo, pode-se dizer que a combinação em série dos
resistores R1 e R2 está em paralelo com o resistor R3 (essa opção será
aprofundada no capítulo seguinte). Apesar dessa discussão ter sido apenas
sobre resistores, ela pode ser aplicada a quaisquer elementos de dois terminais,
como fontes de tensão e medidores.

 Para resistores em paralelo a resistência total é dada por:

1 1 1 1
= + +⋯+
𝑅𝑇 𝑅1 𝑅2 𝑅𝑁

A resistência total de resistores em paralelo é sempre menor que o valor

do menor resistor.

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A resistência total de N resistores em paralelo de valor igual é a resistência

de um resistor dividida pelo número (N) de resistores em paralelo.

𝑅
𝑅𝑇 =
𝑁

Resistores em paralelo podem ser intercambiados sem afetar a

resistência total.

 A tensão é sempre a mesma através de elementos em paralelo;

𝐸 = 𝑉1 = 𝑉2 = ⋯ = 𝑉𝑁

 Para circuitos em paralelo de fonte única, a corrente fornecida pela fonte

(I) é sempre igual à soma das correntes de ramos individuais;

𝐼𝑇 = 𝐼1 + 𝐼2 + ⋯ + 𝐼𝑁

Para resistores em paralelo, a maior corrente vai existir no ramo com a

menor resistência.

 FONTES DE TENSÃO EM PARALELO

Devido ao fato de a tensão ser a mesma através de elementos em

paralelo, fontes de tensão podem ser colocadas em paralelo somente se elas
tiverem a mesma tensão. A razão fundamental para se colocar duas ou mais
baterias ou fontes em paralelo é aumentar a especificação de corrente acima
daquela de uma única fonte.

Por exemplo, na figura a seguir, duas baterias ideais de 12V foram

colocadas em paralelo. A corrente total fornecida pela fonte que usa a lei de
Kirchhoff para corrente é agora a soma das correntes nominais de cada fonte. A
potência resultante disponível será duas vezes aquela de uma única.

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 REGRA DE DIVISOR DE CORRENTE

Para os circuitos em série, temos a poderosa regra do divisor de tensão

para descobrir a tensão através de um resistor em um circuito em série.
Introduzimos agora igualmente a poderosa regra do divisor de corrente, usada
para descobrir a corrente através de um resistor em um circuito em paralelo. E a
mesma é calculada pela seguinte fórmula:

𝑅𝑇
𝐼𝑥 = ∗𝐼
𝑅𝑥 𝑇

Tabela Resumo:

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EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

 RESISTORES EM SÉRIE
1. Calcular a resistência total dos circuitos abaixo e para o circuito da alínea
c calcular o valor de R1:

2. Para os circuitos abaixos calcular as seguintes grandezas: a tensão

fornecida, a tensão em cada resistor, a corrente total, a potência em cada
resistor, a potência fornecida pela fonte e a resistência total.

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3. Para os circuitos abaixos calcular as seguintes grandezas: a tensão

fornecida pela fonte, a tensão em cada resistor, a corrente total, a potência
em cada resistor, a potência fornecida pela fonte e a resistência total.

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4. Usando a regra dos divisores de tensão, descubra as tensões indicadas

nos circuitos abaixo

5. Calcular as grandezas que estão em falta nos aparelhos de medida dos

circuitos abaixo

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 RESISTORES EM PARALELO

1. Calcular a resistência total dos circuitos abaixo

2. Calcular o valor da resistência marcada para cada circuito:

3. Para os circuitos abaixos calcular as seguintes grandezas: a tensão

fornecida pela fonte, a corrente em cada resistor, a corrente total, a
potência em cada resistor, a potência fornecida pela fonte e a resistência
total.

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4. Usando a regra dos divisores de corrente, descubra as correntes

indicadas nos circuitos abaixo

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