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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS


DEPARTAMENTO DE FÍSICA
FIS120 – LABORATÓRIO DE FÍSICA

EXPERIMENTO 08: RESISTÊNCIA ELÉTRICA E CIRCUITO

SIMPLES

Professor: Rober Velásquez


Integrantes: Bruna Pancieri Barbosa – 89685
Izabela Maria dos Santos Silva – 99559
Vitória Delveaux Oliveira Araújo – 99579

MARÇO /2022
VIÇOSA – MINAS GERAIS
SUMÁRIO

1. OBJETIVO

2. METODOLOGIA

2.1. Material utilizado

2.2. Procedimentos

2.2.1. Experimentos: Resistência Elétrica

2.2.2. Experimentos: Circuito Simples

3. RESULTADOS

3.1. Resistência Elétrica

3.2. Circuito Simples

4. ANÁLISE DOS DADOS

4.1. Resistência Elétrica

4.1.1. Primeira Parte: Dependência da Resistência Com o Comprimento do Fio

4.1.2. Segunda Parte: Dependência da resistência com a Área de Seção Reta do Fio

13

4.2. Circuito Simples 19

4.2.1. Primeira Parte: Resistor Ôhmico com código de cores 19

4.2.2. Segunda Parte: Resistor não-Ôhmico (Lâmpada) 23

5. CONCLUSÃO 26

6. REFERÊNCIAS 26
1. OBJETIVO

Medir a resistência elétrica aplicando uma diferença de potencial (V) entre os


dois pontos de um condutor e medindo a corrente (i) resultante, utilizando um código de
cores de forma a obter experimentalmente a dependência da resistência elétrica com as
dimensões de um fio.

2. INTRODUÇÃO

Ao aplicarmos uma dada diferença de potencial V nas extremidades de dois materiais


diferentes, as correntes elétricas I que percorrem eles serão diferentes ao aplicarmos uma
mesma diferença de potencial V às extremidades desses dois materiais. Isso se dá de acordo
com a resistência elétrica (R) específica, encontrado em cada material (resistor), no qual
apresenta uma certa oposição a passagem da corrente elétrica. A resistência elétrica pode ser
representada pela letra R e tem a unidade de medida ohm.

Outra relação que podemos retirar da resistência é a resistividades, que compreende a


especificidade da qual a substância é feita, dessa forma cada material apresenta um valor de
resistividade (ρ). De tal maneira que quanto maior for a resistividade do material, maior será
a oposição e também maior será a resistência elétrica do condutor e adotamos da mesma
forma para resistividade menor. Outra característica da resistividade é a sua variação em
comparação com a temperatura de referência denominada ρ。.

ρ = ρ。( 1 + αΔT) (1)

α = coeficiente de temperatura de resistividade

Para a compreensão da resistência elétrica de uma certa substância é imprescindível


compreender que depende também das suas dimensões. Como mostrado na equação abaixo.

l
R= ρ (2)
a

L= Comprimento

A = Área da seção da reta

Como será mostrado nas experiências à frente, a resistência elétrica do resistor será
proporcional ao seu comprimento e inversamente proporcional a área da sua seção reta, mas
isso só ocorre se não houver uma variação da substância e da temperatura no momento que o
experimento estiver sendo realizado.
A associação dos resistores utilizada nas experiências podem ser em série (resistores são
percorridos pela mesma corrente) ou paralelo (resistores percorridos por correntes elétricas
não necessariamente iguais.). As resistências de cada uma podem ser obtidas a partir de tais
equações.

Em série

Rsérie = R1 + R2 + R3 (3)

Sendo que R1, R2 e R3 são resistências elétricas dos resistores associados, que são n
resistores iguais referente a uma resistência elétrica R, equivalente a:

Rsérie = nR (4)

Em paralelo

1 1 1 1
= + +
R paralelo R 1 R 2 R 3
(5)

Saindo do mesmo pressuposto de que são n resistores iguais, com uma resistência
elétrica R.
2
1 R 2∗R 3+ R 1∗R 3+ R 1∗R 2 3 R 3
= = 3 =
R paralelo R 1∗R 2∗R 3 R R

R R
R paralelo = → Rparalelo = (6)
3 n

Para saber a resistência de um resistor podemos utilizar um multímetro digital ou


decifrando o código de cores, o primeiro é responsável por medir a corrente elétrica, a
diferença de potencial e resistência elétrica, enquanto pela cores é feito decifrando o código
de cada uma presente nos resistores, e utilizando uma tabela com os valores de referência de
cada cor.

3. METODOLOGIA

3.1. Material utilizado

● Resistores variados em códigos de cores

● Multimetro

● Fios de ligação

● Painel de madeira com fio de nicromio

● Trena milimetrada
3.2. Procedimentos

2.2.1. Experimentos: Resistência Elétrica

(i) Medida da resistência

Para a realização do ensaio utilizou-se três resistores diferentes de forma que


havia um trio com faixa de cores iguais e outros dois diferentes em cores.

Na experiência serão utilizados resistores com código de cores


(vermelho/violeta/preto/dourado) e multímetro.

As cores: preto (P), marrom (M), vermelho (V), laranja (L), verde (VD) violeta
(VI), cinza (C), branco (B), ouro (O) e prata (PA), amarelo (AM), azul (AZ) nessa
ordem, através da tabela de código de cores, medimos a resistência elétrica de cada um
pelas cores e em seguida pelo multímetro. Isso pode ser observado na tabela 1.

CORES CÓDIGO DE CORES MULTÍMETRO

R1: Marrom/ Preto/ Marrom R1 = (100 ± 5) Ω R1 = 102,2 Ω


Ouro

R2: Amarelo/ azul/ vermelho / R2 = (46 ± 5) 1 02 Ω R2 = 4,65 K Ω


ouro

R3: Vermelho/ Vermelho/ R3 = (22 ± 5) 1 01 Ω R3 = 0,215 K Ω


Marrom/ Ouro

Tabela 1: Medida de resistência elétrica


Para a conferência do código de cores é utilizada a tabela abaixo.

Imagem 1: Tabela de códigos de cores


Para cada caso foi feito da seguinte forma:

Resistor 1
R1: (1 ) / Preto (0) / Marrom (1 01)❑/ Ouro ( 5 %)
R1: 10 . 1 01❑ (± 5 %) = (100 ± 5) Ω

Resistor 2
R2: Amarelo (4)/ azul (6)/ vermelho (1 02❑ ) / ouro (5%)
R2: 46 . 1 02❑ ( ± 5 % ) = (4600 ± 5 ) Ω
R2: ( 46 ± 5 ) x 1 02 Ω

Resistor 3
R3: Vermelho (2) / Vermelho (2) / Marrom (1 01❑ ) / Ouro (5%)
R3: 22.1 01❑ ( ± 5% )
R3: ( 220 ± 5 ) Ω
R3: ( 22 ± 5 ) 1 01❑ Ω

(ii) Associação de resistores: associação simples

Figura 1: resistores ligados em série.

Nesta experiência foi utilizado os mesmos materiais da primeira, de tal forma


que dessa vez foram feitas ligações entre as resistências para que houvesse associação
em série. Foram associados três resistores iguais em série, para prever a resistência
equivalente da associação de acordo com as suas respectivas cores. A associação em
série ocorre quando os resistores são percorridos pela mesma corrente elétrica
denominada de i e submetidos a diferença de potencial V que não precisam ser
necessariamente iguais. Na tabela 2 é possível ver os resultados encontrados.
ASSOCIAÇÃO EM SÉRIE

CÓDIGO DE CORES MULTIMETRO


Rₑ= 300Ω Rₑ= 310 Ω

Tabela 2: Associação em
série

De acordo com o código de cores Req = nR = 3*100 = 300 Ω


(iii) Associação de resistores: associação em paralelo e mista

Colocar os resistores em paralelo

Figura 2: resistores ligados em paralelo

Observe que os resistores R1, R2 e R3 são alimentados pela mesma fonte de tensão ɛ.
Isso faz com que eles fiquem sujeitos à mesma diferença de potencial (V), mas que
podem ser percorridos por correntes elétricas diferentes proporcionais ao valor de cada
um. Já a associação mista é a que compreende a junção da série e paralelo. É possível
observar a medida na tabela abaixo

ASSOCIAÇÃO EM PARALELO

CÓDIGO DE CORES MULTÍMETRO

Re= 33,3 Ω Re= 33,5 Ω

ASSOCIAÇÃO MISTA

CÓDIGO DE CORES MULTÍMETRO

Re= 150 Ω Re= 150,3 Ω

Tabela 3: tabela com valores da associação em paralelo e mista

Para o primeiro código de cores na associação em paralelo é utilizada a seguinte equação:

R R 100
Rparalelo = → Rparalelo = em que R = 100 e n= 3 então, Rparalelo =
3 n 3

Para associação mista é feito da seguinte forma:


1 em série com o valor de 100 e 2 em paralelo com o valor de 100.

R
Utilizando Rsérie = nR e Rparalelo =
n

100
Rsérie = 1*100 = 100 e Rparalelo = =50
2

Associação mista = Rsérie + Rparalelo = 150 Ω


(iv)Dependência da resistência com o comprimento do fio

Nesse experimento é utilizado um painel de madeira com um fio de nicrômio, fios de


ligação e um multímetro, no qual é feito a conexão dos fios de ligação e é realizado a
medição com o multímetro, sabendo que a ligação possui uma resistência pequena.

Figura 3: Ilustração da experiência com painel de madeira com fio de nicrômio

Utilizando a trena milimetrada é medido a distância entre os dois primeiros contatos


sucessivos do fio de nicrômio e a resistência elétrica.

L = 60,00 ±0,05 x 10−2 m


R = 9,4 Ω

Agora é feita a medição com diferentes comprimentos de fio, alterando apenas a ligação do fio
móvel.

L(m) 0,60 1,20 1,80 2,40 3,00 3,60

R (Ω) 10,10 19,40 28,50 39,40 47,40 61,50


Tabela 4: Valores medidos nos fios da placa de madeira

2.2.2. Gráfico de R versus L.

(i) Escala vertical e horizontal

l máx
 Cálculo dos fatores de escala: m= (Fator de escala)
x max−x 0
l mas
Considerando x0 = 0 m=
x max
120 mm mm 100 mm mm
mL = =33,3333=33 , mR = =1,6260=1
3,60 m m 61,50 Ω Ω
 Marcar os intervalos: l=m( x−x 0 )
Para x0 = 0 l=mx

(
l L = 33
mm
m )
( 0,60 m) =19,6 mm e (
lR = 1
mm
Ω )
( 10,0 Ω )=10,0 mm

 Lançar os dados da tabela de dados: l=m(x−x 0 )


Para x0 = 0 l=mx

(ii) Relacionamento analitico entre R e L


l
 Análise gráfica: pelo método da “melhor reta”: l=mx → x=
m
10,0 mm 5 mm
L1 = =0,30 m R1= =5,00 Ω
mm , mm
33 1
m Ω
120,0 mm 65 mm
L 2= =3,64 m R2= =65,00 Ω
mm , mm
33 1
m Ω
ΔR ( 65,0−5,0 )Ω Ω
a= = =17,96
ΔL ( 3,64−0,30 ) m m

(iii) Resistividade do nicromo à temperatura ambiente


Diâmetro do fio = 0,3 mm = 3 x 10−4 m
π D2
A = π R2 e A =
4
−4 2
π (3 x 10 m)
A=
4
A = 7,07 x 10−8 m2
ρ
a= ⟶ ρ=a∗A
A

Ω
a = 17,96
m

Ω −8 2
ρ = 17,96 ∗7,07 x 10 m
m
−6
ρ=12,7 x 10 Ωm

(iv) Erro relativo percentual

Sabendo-se que a resistividade elétrica é 116 x 10−8 Ωm


( valor medido−valor esperado )
E %= ∗100 %
valor esperado
−6 −8
(12,7 x 10 −116 x 10 ) Ωm
E %= −8
∗100 %
116 x 10 Ω m

E %=9,46 %
(v) Relação analítica encontrada entre R e L

A relação analítica encontrada entre R e L é consistente com o fato de que aumentar L


é acrescentar resistores em série?
Sim, pois a resistência em série pode ser escrita como a soma das resistência, ou seja,
aumenta linearmente como encontrado na relação analítica.

2.2.3. Dependência da resistência com área de seção reta do fio


Utilizando um papelão com fios dispostos de um lado para o outro contendo cada
um uma espessura, é medido um comprimento fixo do fio e variação da área da seção reta
e em cada caso medi a resistência elétrica de cada um.

L = (61,30 ± 0,05) x 10−2 m

A(m 2) 1A 2A 3A 4A 5A 6A

1/A ( 14,14 7,09 4,72 3,53 2,82 2,36


6 −2
x 10 m )

R (Ω) 8,7 4,6 3,2 2,9 2,3 1,9

Tabela 5: medida da área e resistência elétrica de cada fio

Como o fio que está sendo utilizado é de 0,3 mm, para cálculo da área A podemos
π D2
utilizar as seguintes relações A = π R2 e A =
4
Dessa forma temos que a área é dada
π (3 x 10−4 m)2
A=
4
A = 7,07 x 10−8 m2
Para cada área temos:
1A = 7,07 x 10−8 m2
2A = 1,41 x 10−7 m2
3A = 2,12x 10−7 m 2
4A = 2,83 x 10−7 m 2
5A = 3,54 x 10−7 m 2
6A = 4,24 x 10−7 m 2

2.2.3.1. Gráfico de R versus 1/A.


(i) Escala vertical e horizontal
l máx
 Cálculo dos fatores de escala: m= (Fator de escala)
x max−x 0
l
Considerando x0 = 0 m= mas
x max
120 mm 6 mm 100 mm mm
m1/ A = 6 −2
=8 x 10 −2 , mR = =11
14,14 x 10 m m 8,7 Ω Ω

 Marcar os intervalos: l=m( x−x 0 )


Para x0 = 0 l=mx

(
l 1/ A = 8 x 106
mm
m
−2 )
( 1,0 m−2 )=8 x 10 6 mm e (
l R = 11
mm
Ω )
( 1,0 Ω )=11,0 mm

 Lançar os dados da tabela de dados: l=m(x−x 0 )


Para x0 = 0 l=mx

(ii)Relacionamento analitico entre R e 1/A


l
 Análise gráfica: pelo método da “melhor reta”: l=mx → x=
m
8 mm −6 −2 7,0 mm
1/ A1= =1 x 10 m R1= =0,64 Ω
6 mm , mm
8 x 10 −2 11,0
m Ω
105,0mm
=1 3 ,1 x 10 m R2= 93,0 mm =8,45 Ω
−6 −2
1/ A2=
6 mm , mm
8 x 10 −2 11,0
m Ω
ΔR ( 8,45−0,64 ) Ω −7 2
a= = =0,64 x 10 Ω m
Δ 1/ A ( 13 , 1 x 10 −1 x 10 ) m
−6 −6 −2

1 −7 2 1
R=a =0,64 x 10 Ωm
A A
L
R=ρ
A
(iv) Resistividade elétrica do nicromo a temperatura ambinete
Igualando R=R
L −7 2 1
R=ρ e R=0,64 x 10 Ωm
A A
L −7 2 1
ρ =0,64 x 10 Ωm
A A
0,64 x 10−7 Ω m2 0,64 x 10−7 Ω m2 −8
ρ= = =104 x 10 Ω m
L −2
61,30 x 10 m
(v) Erro relativo percentual

Sabendo-se que a resistividade elétrica é 116 x 10−8 Ωm


( valor medido−valor esperado )
E %= ∗100 %
valor esperado
¿ 104 x 10−8 −116 x 10−8 ∨Ω m
E %= ∗100 %
116 x 10−8 Ωm

E %=10,34 %

(v) A relação analítica encontrada entre R e L é consistente com o fato de que aumentar L é
acrescentar resistores em série?

Sim, pois a resistência em série pode ser escrita como a soma das resistencias, ou seja, aumento
linearmente igual a relações análiticas encontradas.
𝜌
)𝐿
∴𝑅=(

𝐿
𝑅=𝜌
𝐴 𝐴

Assim, comparando os modelos teórico e experimental, temos:


𝜌
𝑅=( ) 𝐿 (𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜)

𝑅 = (0,0497 𝛺/𝑐𝑚)𝐿 + (3,6 × 10−4𝛺) (𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙)

Portanto, a constante a representa 𝜌 e a constante b não possui significado físico,


𝐴

sendo seu valor muito próximo de zero, podendo estar relacionada a erros
experimentais.

1) Determine graficamente a resistividade elétrica do fio usado na simulação. O


resultado está de acordo com o valor fornecido pela simulação? Quais seriam as
possíveis fontes de erros no caso desse experimento?

Isolando a resistividade elétrica do fio (ρ) da equação, temos:

𝐿 �
𝑅∴=𝜌 𝜌= �
𝐴




𝜌 = 0,51 𝛺𝑐𝑚

Sendo ρ obtido pelo simulador 0,50 Ωcm, o resultado encontrado graficamente


está de acordo com o valor fornecido.

2) Determine o erro relativo percentual da medida obtida experimentalmente.

|𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜 − 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜|


𝐸% = × 100

𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜

|0,51 𝛺𝑐𝑚 − 0,50 𝛺𝑐𝑚| 0,50 𝛺𝑐𝑚


𝐸% = × 100

𝐸% = 2%

3) A relação analítica encontrada entre R e L é consistente com o fato de que


aumentar L é equivalente a acrescentar resistores em série?

Quando se acrescenta um resistor em série, o valor de R aumenta. Assim, como


caso se aumente o comprimento L também se aumenta o valor de R, temos que essas
alterações são equivalentes.

4.1.1. Segunda Parte: Dependência da resistência com a Área de Seção Reta

do Fio

1) Construa, em uma folha de papel milimetrado, o gráfico linearizado da relação


de R versus A.
Pela equação R = ρ L/A, a resistência é proporcional ao comprimento da haste e
inversamente proporcional à área de seção reta. Para linearizar a curva temos que:
R = ρ . L . A -1

De posse da equação apresentada, temos:


Tabela 07: Resistência do fio (R) e área (A-1).

R (Ω) A-1 (cm-2)


5,450 1,82
1,500 0,50
0,750 0,25
0,500 0,17
0,375 0,13
0,300 0,10
0,250 0,08
0,214 0,07
0,200 0,07
De posse dos dados apresentados na tabela acima, efetuamos a determinação da
escala. Assim:
Tomando como A -1min = 0,05 cm-2 e A -1max = 1,85 cm-2, temos:

[(1,85 − 0,05)]
𝑒ℎ = 𝑐𝑚−2 × 1 𝑚𝑚)

180,00 𝑚𝑚

𝑒ℎ = 0,01𝑐𝑚−2/𝑚𝑚

Analogamente, para Rmin = 0 Ω e Rmax = 5,700 Ω, temos:

[( 5,7 − 0,1 )𝛺
𝑒𝑣 =
× 1 𝑚𝑚]

280,00 𝑚𝑚

𝑒𝑣 = 0,02 𝛺/𝑚𝑚

A partir dos fatores de escala determinados anteriormente podemos calcular os


valores dos pontos a serem plotados no gráfico.

Demonstração:

(1,82 𝑐𝑚−2 ×
𝐴1 = 1 𝑚𝑚)

0,01
𝑐𝑚−2/𝑚𝑚

𝐴1 = 182 𝑚𝑚

(5,450 𝛺 ×
𝑅1 =
1 𝑚𝑚)
0,02𝛺/
𝑚𝑚

𝑅1 = 272,50 𝑚𝑚
Tabela 08: Valores das coordenadas (R, A-1) em milímetros.

Pontos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Mín Máx


R (mm) 272,50 75,00 37,50 25,00 18,75 15,00 12,50 10,70 10,00 5,00 285,00
A-1(mm) 182,00 50,00 25,00 17,00 13,00 10,00 8,00 7,00 7,00 5,00 185,00
A seguir encontra-se o gráfico R (Ω) x A -1 (cm-2) em papel milimetrado. Os
pontos plotados são encontrados na Tabela 05, sendo também informados: escala
vertical, escala horizontal, melhor reta visual, P1 e P2.
2) Através da melhor reta visual, encontre os coeficientes angular e linear da reta e
escreva o relacionamento analítico entre R e A-1.

Utilizando o método da melhor reta visual encontramos os coeficientes angular e


linear da reta e o relacionamento analítico entre as grandezas R e A -1. Foi escolhido no
gráfico anterior os pontos P1 e P2 para o cálculo dos coeficientes angular e linear da
melhor reta visual, tendo como base a equação seguinte:

𝑎
𝐹 = 𝑎𝑥 + 𝑏 ∴ 𝑅 = +𝑏
𝐴

● Escrevendo P1 e P2 de acordo com as unidades de resistência (Ω) e área (cm-

2)

P1: (R1, A1-1) e P2: (R2, A2-1) → P1: (105 mm, 70 mm) e P2: (195 mm, 130 mm)

Horizontal:

(70 𝑚𝑚 × 0,01 𝑐𝑚−2)


1 ∴ 𝐴−1 = 0,70 𝑐𝑚−2
𝐴−1 =
1 𝑚𝑚 1

Vertical:
(105 𝑚𝑚 × 0,02𝛺 )
𝑅1 =
1 𝑚𝑚 ∴ 𝑅1 = 2,10 𝛺

Para P2, temos:

Horizontal:

𝐴2−1 = (130 𝑚𝑚 × 0,01 𝑐𝑚−2)


∴ 𝐴−1 = 1,30 𝑐𝑚−2

1 𝑚𝑚
2

Vertical:
(195 𝑚𝑚 × 0,02𝛺 )
𝑅2 =
1 𝑚𝑚 ∴ 𝑅2 = 3,90 𝛺

Portanto, P1: (0,70cm-2; 2,10 Ω) e P2: (1,30 cm-2; 3,90 Ω).


● Coeficiente angular (a)

∆𝑅 (3,90 − 2,10) 𝛺
∴ 𝑎 = 3,00 𝛺. 𝑐𝑚2
𝑎 = ∆𝐴−1 = (1,30 − 0,70) 𝑐𝑚−2

● Coeficiente linear (b)

𝑏 = 𝑅 − 𝑎 𝐴−1

Utilizando o ponto P1: (0,70cm-2; 2,10 Ω), temos:

𝑏 = 2,10𝛺 − (3,00 𝛺. 𝑐𝑚2) × (0,70 𝑐𝑚−2) ∴ 𝑏 = 0 𝛺

● Relacionamento analítico

Com base nos resultados anteriores temos a = 3,00 𝛺𝑐𝑚2 e b = 0 𝛺. Assim,

𝑅 = (3,0258 𝛺𝑐𝑚2)/𝐴

3) Através da regressão linear, encontre os coeficientes angular e linear da reta e


escreva o relacionamento analítico entre R e A. Pode-se utilizar as funcionalidades
da calculadora científica ou um software como o Excel.

Utilizando uma calculadora científica realizou-se a regressão linear para os


valores apresentados na Tabela 07, foi determinado os coeficientes angular e linear da
reta e o relacionamento analítico entre R e A. Na tabela a seguir consta o
relacionamento analítico tanto através da regressão linear quanto pela melhor reta
visual, calculado anteriormente, para meio de comparação.

Tabela 09: Relacionamento analítico entre R e A, pelo método da melhor reta


visual e regressão linear.

Método a (Ωcm2) b (Ω) Relacionamento analítico entre R e A

MRV 3
3,00 0,00 𝑅=
, � �
0 � � 2 �
0 � � �

Regressão 2,9959 𝛺𝑐𝑚2


𝑅= − 0,002 𝛺
linear
2,9959 𝐴
-0,002
4) Determine graficamente o comprimento L do fio usado na simulação. O
resultado está de acordo com o valor fornecido pela simulação? Quais seriam as
possíveis fontes de erros no caso desse experimento?

Isolando o comprimento do fio (L) da equação, temos:

𝐿 �
𝑅∴=𝐿 𝜌= �
𝐴



Considerando o ponto P1: (0,70 cm-2; 2,10 Ω), e 𝜌 = 0,30 𝛺𝑐𝑚, substituindo os
valores na equação anterior, temos:
( 2,10 𝛺) × (1/0,70 𝑐𝑚−2)
𝐿=

( 0,30 𝛺𝑐𝑚)

𝐿 = 10,00 𝑐𝑚

Sendo L utilizado pelo simulador 10,00 cm, o resultado encontrado graficamente


está de acordo com o valor fornecido. Aparentemente, não houve erros que impactaram
nos cálculos.

5) Determine o erro relativo percentual da medida obtida experimentalmente.

|𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜 − 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜|


𝐸% = × 100

𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜

|10,00 𝑐𝑚 − 10,00 𝑐𝑚| 10,00 𝑐𝑚


𝐸% = × 100
𝐸% = 0%

6) A relação analítica encontrada entre R e (1/A) é consistente com o fato de que


aumentar A é equivalente a acrescentar resistores em paralelo?

Quando se acrescenta um resistor em paralelo há uma redução na resistência

seguind
=(1 )+(1 )+⋯+(1 ). E, no caso da
oa
𝑅1 𝑅2 𝑅𝑛equação R=ρ
equação
1

𝑅𝑝𝑎𝑟𝑎𝑙𝑒𝑙𝑜

L/A, se a grandeza 1/A aumenta, R também aumenta, ou seja, R e A são inversamente


proporcionais. Deste modo, ao aumentar a área A estamos fazendo uma operação
equivalente a acrescentar resistores em paralelo.
4.2. Circuito Simples

4.2.1. Primeira Parte: Resistor Ôhmico com código de cores

1) Avalie os valores de resistência calculados para cada par de corrente e


voltagem coletados. O valor da resistência de referência alterou durante as
medidas? Isso nos fornece algum indicativo se o resistor é ôhmico ou não-ôhmico?

Um resistor é dito ôhmico quando a sua resistência não depende do valor


absoluto nem da polaridade da diferença de potencial aplicada. Sendo assim as
alterações de tensão e corrente, não altera o valor da resistência.

Avaliando os valores de resistência calculados apresentados na Tabela 03,


notamos que a resistência não alterou com valores significativos, sendo esse um
indicativo que é um resistor ôhmico.

2) Construa, em uma folha de papel milimetrado, o gráfico V versus i. Qual


a relação analítica observada entre essas grandezas? O resistor é ôhmico?
Justifique sua resposta.

Com base nos dados da Tabela 03, foram determinadas as escalas horizontal (e h)
e vertical (ev).

Tomando como imin = 0 A e imáx = 1,78 A, temos:

= (1,78 𝐴 × 1 𝑚𝑚) = 9,88 × 10−3


𝑒ℎ
180 𝑚𝑚

𝑒ℎ = 0,01 𝐴/𝑚𝑚

Analogamente, para Vmin = 9,60 V e Vmáx = 48,00 V,, temos:

(38,4 𝑉 × 1 𝑚𝑚)
𝑒𝑣 = = 0,1371
280 𝑚𝑚

𝑒𝑣 = 0,14 𝑉/𝑚𝑚

Ao construir o gráfico V versus i, notamos um gráfico linear crescente, onde o


aumento de V é proporcional ou aumento de i, tendo assim um resistor ôhmico.
3) Utilizando o método da melhor reta visual, encontre os coeficientes
angular e linear da reta e escreva o relacionamento analítico entre as grandezas 𝑉 e
𝑖.

Utilizando o método da melhor reta visual encontramos os coeficientes angular e


linear da reta e o relacionamento analítico entre as grandezas V e i. Foi escolhido no
gráfico anterior os pontos P1 e P2 para o cálculo dos coeficientes angular e linear da
melhor reta visual, tendo como base a equação seguinte:

𝐹 = 𝑎𝑥 + 𝑏 ∴ 𝑉 = 𝑎 𝑖 + 𝑏

Primeiramente escrevemos P1 e P2 de acordo com tensão e corrente.


Para o ponto P1, temos:
Vertical:
(10 𝑚𝑚 × 0,14 𝑉)
𝑉1 =
1 𝑚𝑚 + 9,6 ∴ 𝑉1 = 11,00 𝑉

Horizontal:
(46 𝑚𝑚 × 0,01 𝐴)
𝑖1 =
1 𝑚𝑚 ∴ 𝑖1 = 0,46 𝐴

Para P2, temos:

Vertical:
(240 𝑚𝑚 × 0,14 𝑉)
𝑉2 =
1 𝑚𝑚 + 9,6 ∴ 𝑉2 = 43,20 𝑉

Horizontal:
(160 𝑚𝑚 × 0,01 𝐴)
𝑖2 =
1 𝑚𝑚 ∴ 𝑖2 = 1,60 𝐴

Portanto, P1: (0,46A , 11,00V) e P2: (1,60A , 43,20V).

● Coeficiente angular (a)


∆𝑉 (43,2 − 11,0)𝑉
𝑎=
=
(1,6 − 0,46) 𝐴 ∴ 𝑎 = 28,20 𝑉/𝐴
∆𝑖
● Coeficiente linear (b)

Utilizando o ponto P1: (0,46 A, 11,0V), temos:

𝑏 = 11, 0 𝑉 − (28,2 𝑉/𝐴) × (0,46 𝐴) ∴ 𝑏 = −1,97 𝑉

● Relacionamento analítico

Com base nos resultados anteriores temos a =28,20 V/A e b = -1,97 V. Assim,

𝑉 = (28,20 V/A)𝑖 − 1,97 V

4) Qual é o significado físico dos coeficientes encontrados?

Os significados físicos dos coeficientes encontrados através da análise gráfica


podem ser explicados pelo estudo do resistor Ôhmico e seus códigos de cores. Sendo
caracterizado pela primeira lei de Ohm:

𝑉
𝑉 = 𝑅. 𝑖 ∴ 𝑅 =
𝑖

Assim, comparando os modelos teórico e experimental, temos:

𝑉 = 𝑅. 𝑖 (𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜)

𝑉 = (28,20 V/A)𝑖 − 1,97 V (𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙)

Portanto, o coeficiente angular apresenta o significado físico da resistência, e o


coeficiente linear não apresenta significado físico e pode estar relacionado a erros
experimentais.

5) Determine graficamente o valor de RRef.. O valor obtido está de acordo


com o valor fornecido pelo software?

Pela análise gráfica encontramos a relação V = (28,20 V/A) i – 1,97 V. Desse


modo, como demonstrado anteriormente, temos que a = R ∴ a = 28,20 V/A ∴ a = 28,20
Ω. Assim, como Rref fornecido pelo software é (27 ± 1) Ω, o valor encontrado
graficamente para R está de acordo com o valor fornecido.
6) Determine o erro relativo percentual da medida obtida
experimentalmente. Quais seriam as possíveis fontes de erros no caso desse
experimento?

28 − 27

𝐸% = | 27 | × 100% → 𝐸% = 3,7%

O erro encontrado pode ser decorrente a problemas de cálculos das escalas do


gráfico, o gráfico pode apresentar também os pontos fora dos locais onde exatamente
deviam seja por erro de aproximação ou até mesmo por marcação errônea de quem
montou o gráfico.

4.2.2. Segunda Parte: Resistor não-Ôhmico (Lâmpada)

1) Existe alguma diferença entre adicionar resistores em série ao circuito,


como feito na primeira parte, ou em variar a tensão na bateria, como feito na
segunda parte, quando se deseja variar a diferença de potencial sobre o resistor de
referência (nesse caso a referência é a lâmpada)? Explique com suas palavras.

Na primeira parte, o circuito permaneceu apenas com uma bateria, de modo que
o resistor de referência continuou com a tensão aplicada no início. Porém, à medida que
era adicionado um resistor em série, foi notório a diminuição da tensão do circuito. Em
contrapartida, na segunda parte, a diferença de potencial não variou ao adicionar a
lâmpada, e sim devido ao aumento manual na fonte de tensão. Ao aumentar a corrente,
a tensão também aumentou.

2) Avalie os valores de resistência calculados para cada par de corrente e


voltagem coletados. O valor da resistência de referência alterou durante as
medidas? Isso nos fornece algum indicativo se o resistor é ôhmico ou não-ôhmico?

Ao variar a corrente elétrica e a tensão, a resistência também alterou. Esse tipo


de comportamento é observado em resistores não-Ôhmicos, em que a razão entre a
tensão e a corrente não permanece constante.

3) Construa, em uma folha de papel milimetrado, o gráfico V versus i. Qual


a relação analítica observada entre essas grandezas? O resistor é ôhmico?
Justifique sua resposta.

Tomando como imin = 0 A e imáx = 1,62 A, temos:


𝑒ℎ
= (1,62 𝐴 × 1 𝑚𝑚) = 9 × 10−3

180 𝑚𝑚

𝑒ℎ = 0,009 𝐴/𝑚𝑚

Analogamente, para Vmin = 1,5 V e Vmáx = 11,5 V, temos:

(10 𝑉 × 1 𝑚𝑚)
𝑒𝑣 = = 0,03571
280 𝑚𝑚

𝑒𝑣 = 0,04 𝑉/𝑚𝑚
Ao construir o gráfico V versus i, analisamos as duas grandezas aumentam
simultaneamente, porém não mantendo a mesma proporção. Sabemos assim que a
resistência não tem valor constante, caracterizando um resistor não ôhmico.
4. CONCLUSÃO

A partir do código de cores determinamos Rref = (27 ± 1) Ω como valor da


resistência elétrica. Para o estudo da relação das dimensões do fio com a resistência
elétrica, por meio do método da MRV, encontramos R = (0,0497 Ω/cm)L + (3,6 × 10 -4
Ω) para a dependência com o comprimento do fio e R = (3,0258 Ωcm²) A para a
dependência com a área da seção reta do fio. As relações encontradas através da
regressão linear se mostraram semelhantes à encontrada com a MRV. Por meio do
ensaio para circuito simples encontramos a relação entre corrente elétrica e tensão como
sendo V = (28,20 V/A) i – 1,97 V, e a partir disto chegamos a um valor de Rref igual a
28,20 Ω sendo este próximo ao determinado com base no código de cores.

5. REFERÊNCIAS

Roteiro do experimento de “Resistência elétrica e circuito simples” da disciplina FIS


120 da Universidade Federal de Viçosa – 2021/II.

Simulador “Resistência em um fio” PhET da Universidade do Colorado. Disponível


em:<https://phet.colorado.edu/sims/html/resistance-in-a-wire/latest/resistance-in-a-
wire_pt_BR.html >.

Simulador “Kit para montar circuito DC” PhET da Universidade do Colorado.


Disponível em: <https://phet.colorado.edu/sims/html/circuit-construction-kit-dc-virtual-
lab/latest/circuit-construction-kit-dc-virtual-lab_pt_BR.html>.

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