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DEPARTAMENTO DE FÍSICA

Física Experimental I

Lei da Indução Eletromagnética

Gabriela Amorim de Araújo

Iago Manancezzi Silva

Jéssica Fernandes Teixeira

Marcos Domingos

Relatório Experimental apresentado ao curso de


Engenharia de Transportes, do CEFET-MG, na disciplina
Física Experimental I.

Belo Horizonte
Julho 2022
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO................................................................................................3

1.1. Fundamentação Teórica..............................................................................3

1.2. Objetivos.....................................................................................................4

2. DESENVOLVIMENTO...................................................................................4

1.3. Material.......................................................................................................4

1.4. Conduta Experimental................................................................................5

3. RESULTADOS.................................................................................................8

4. CONCLUSÃO................................................................................................11

5. REFERÊNCIAS..............................................................................................12

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1. INTRODUÇÃO
1.1. Fundamentação Teórica

Força eletromotriz é a propriedade de que dispõe um dispositivo qualquer a qual


tende a ocasionar produção de corrente elétrica num circuito, em outras palavras é uma ação
elétrica produzida por uma fonte não elétrica, ou seja, não é uma força, é o trabalho por carga
de unidade que a fonte realiza para transferir carga do terminal de baixo potencial para o de
alto potencial.

A lei da indução eletromagnética de Faraday é uma das equações básicas do


eletromagnetismo. Ela define que uma força eletromotriz e uma corrente podem ser induzidas
em uma espira, fazendo variar a quantidade de campo magnético que atravessa a espira. No
caso de uma bobina ligada a um voltímetro, mesmo que não esteja ligado a uma fonte no
circuito, mas passando um imã pela bobina, o voltímetro apresentará medidas que indicam
que há corrente na bobina, se for o ímã que está se movendo na direção da bobina, ou a
bobina na direção do ímã, não faz qualquer diferença.

A corrente que se observa é chamada de corrente induzida, e sua presença é


devida à existência de uma força eletromotriz induzida, não existem quaisquer baterias no
circuito.

−d Φ B
A fórmula que define a lei de Faraday é: ε = o sinal negativo na equação
dt
determina a polaridade da força eletromotriz induzida e tem uma interpretação física simples,
conhecida como Lei de Lenz: a polaridade da força eletromotriz induzida é tal que a corrente
produzida cria um fluxo magnético que se opõe à variação do fluxo que a gerou. No caso de
uma bobina de N espiras, aparecerá uma fem em cada uma das espiras, as quais devem ser
somadas, ao se considerar todo o circuito. Se as espiras forem enroladas tão próximas umas
das outras que se possa dizer que todas elas ocupam praticamente a mesma posição do espaço,
o fluxo será o mesmo para todas as espiras. O fluxo através de cada espira também é o mesmo
para o campo produzido pelos solenóides e toróides ideais. Para esses aparelhos, podemos
escrever a fem induzida como sendo igual.

A Lei de Lenz refere-se às correntes induzidas, o que significa que ela se aplica
apenas a circuitos fechados. Entretanto, se os circuitos estiverem abertos, podemos pensar em
termos do que aconteceria se eles estivessem fechados e, dessa maneira, descobrir o sentido

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da fem induzida. Essa lei não possui uma relação quantitativa e define que “A corrente
induzida em uma espira tem um sentido tal que o campo magnético produzido pela corrente se
opõe ao campo magnético que induz corrente.”, ela é responsável para determinar o sentido
da corrente induzida em uma espira, tendo assim, sua ideia principal de oposição.

O fluxo magnético (Φ) é uma grandeza escalar que mede a quantidade de linhas
de campo magnético (B) que atravessam uma área fechada (A). Além disso, o fluxo
magnético depende do ângulo que é formado entre o campo magnético e a reta normal (N) na
área A, conforme a figura abaixo que ilustra o fluxo magnético através de uma figura de área
A:

Uma bobina de Helmholtz são duas bobinas maiores, idênticas e separadas por
uma distância igual ao raio que formam um arranjo, que quando percorrido por uma corrente
produz um campo magnético uniforme. O campo magnético variável pode ser descrito por:
B(t)=B 0 cosωt , onde B0 é a amplitude do campo, o Φ B (t)=N B0 cosθcosωt .

1.2. Objetivos

Observar qualitativamente a produção de uma corrente elétrica em uma bobina


que não esteja ligada à fonte e determinar o módulo do campo magnético no centro de uma
bobina de Helmholtz, a partir da análise da fem induzida por esse dispositivo.

2. DESENVOLVIMENTO
1.3. Material

 Micro Amperímetro analógico de zero central;


 Diodo emissor de luz (LED);

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 ímã;
 Bobina de 20.000 espiras (número aproximado);
 Multímetro digital;
 Fonte de corrente alternada, Bobina de Helmholtz com 200 espiras
(número aproximado) e diâmetro aproximado de 20 cm;
 Suporte giratório para bobina; 
 Cabos para conexão elétrica.

1.4. Conduta Experimental

No experimento foram realizados três processos distintos com objetivo de


comprovar a lei de indução eletromagnética. No primeiro momento foi realizado o seguinte
experimento, tendo em mãos uma bobina de 20000 espiras conforme a figura que segue
abaixo, um imã e uma pequena lâmpada de Led.

Figura 1: Bobina 20000 espiras, lâmpada led e imã similar ao usado na experiência

O processo realizado se deu da seguinte forma: após conectar a lâmpada Led à


bobina, com o imã em mãos foram realizados movimentos de forma rápida introduzindo o no
centro da bobina, ou seja, na horizontal, sendo estes movimentos rápidos e depois lentos e
foram anotadas as observações que serão denotadas na parte de resultados, para tanto segue
imagem da realização do experimento:

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Figura 4: parte 1 experimento

No segundo momento esta mesma bobina de 20000 espiras foi ligada a um


voltímetro e realizando o mesmo experimento, porém sem a lâmpada de Led, foi observado o
que ocorreu ao realizar o processo com o imã, primeiro com o polo norte do imã e depois com
o polo sul, houve necessidade de o uso de uma bússola para identificar qual era o norte e qual
era o sul do imã, visto que o mesmo estava apagado, segue imagem demonstrativa desta parte
do experimento.

Figura 5: parte 2 experimento

Foi necessário ficar com um dedo em um dos botões do voltímetro, pois o mesmo
por ser antigo não ficava ligado sem este botão pressionado.

Após este procedimento, foi montado um circuito conforme demonstrado na


figura abaixo com os seguintes equipamentos que segue com as devidas imagens.

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Figura 6: Circuito

Figura 6: Aparelhos utilizados

A figura abaixo demonstra a parte 3 do experimento com os equipamentos


ligados:

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Figura 11: parte 3 experimento

Nesta etapa do procedimento foi realizado o seguinte: com a bobina de 20000


espiras no centro da bobina de Helmhotz, importante salientar que os cabos conectados ao
circuito tiveram que ser trançados, isso será explicado na parte de resultados e com auxílio de
uma régua a bobina era movida de forma que o ângulo formado em função dos eixos era
alterado e esta mudança variando a cada 10 graus, e em cada variação era anotado o valor da
corrente gerada, logo após a anotação os dados foram tabelados e foi necessária sua conversão
de graus para radiando a fim de calcular o cosseno dos ângulos, pois a planilha eletrônica
usada não calculava se não fosse em radianos, e com estes dados usando o software
(SciDavis) foram gerados gráficos e verificado os resultados obtido.

3. RESULTADOS
Como foi citado na conduta experimental, inicialmente conectou-se a bobina de
20.000 espiras no galvanômetro e foi realizado um movimento de afastar e aproximar um imã
da bobina. Com isso, observou-se que só existe corrente induzida enquanto há movimento,
que a corrente aumenta à medida que o movimento é mais rápido e que quando é colocado o
polo sul primeiro a corrente se inicia indo no sentido negativo e quando é colocado o polo
norte primeiro ela vai no sentido positivo do galvanômetro. Se a velocidade do movimento for
a mesma, o indicador do galvanômetro varia nos dois sentidos com a mesma amplitude.

Esta corrente observada é induzida e pode ser explicada pela lei de Faraday, que
diz:

“O módulo da força eletromotriz induzida em uma espira condutora é igual à taxa


de variação, com o tempo, do fluxo magnético ΦB que atravessa a espira.” (HALLIDAY,
RESNICK e WALKER, 2016)
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Portanto, justifica-se o fato de a corrente só existir enquanto há movimento, pois
este movimento causa uma variação do campo magnético ao longo do tempo. Já o sentido da
corrente elétrica está associado a lei de Lenz, onde é descrito que o sentido da corrente
induzida é tal que o campo magnético dela deve se opor ao campo magnético que a induziu.

Assim, quando o polo norte do imã se aproxima da bobina o fluxo magnético


atravessando as espiras irá aumentar e induzir a corrente. A partir do momento que as espiras
possuem corrente, elas se comportam como um dipolo magnético. De acordo com a lei de
Lenz, o polo norte da espira deverá se voltar para o norte do imã, assim eles irão de repelir e o
campo magnético induzido irá se se opor ao gerado pelo imã.

Como os polos norte e sul geram correntes em sentidos opostos, o campo


magnético induzido também seguirá essa lógica, o que justifica o sentido da corrente mudar
quando o movimento se inicia a partir do polo norte e quando começa pelo polo sul.

Em seguida, a bobina foi conectada ao LED e foi realizado o mesmo movimento


com o imã, fazendo com que a luz do LED ficasse piscando enquanto havia movimento. Este
tipo de diodo possui como característica transformar energia elétrica em luz.

As leis de Faraday e Lenz se aplicam da mesma forma para este experimento,


agora a diferença será que o galvanômetro, média a corrente em ambos os sentidos e as
espiras conduzem corrente elétrica nos dois sentidos. Já o diodo conduz corrente elétrica
apenas em um sentido, assim, como neste experimento está sendo produzida corrente
alternada, o LED irá conduzir corrente e transformá-la em energia elétrica em um sentido e no
outro não, fazendo com que a luz pisque. Caso a corrente fosse contínua, o LED iria estar
transformando a energia enquanto estivesse sendo fornecida corrente e a luz ficaria acessa
durante todo o processo.

Na última parte do experimento, foi montado o circuito, dando atenção aos cabos
de ligação que foram trançados aos pares, com o objetivo de evitar campos magnéticos que
interfiram no circuito, pois, caso contrário, o campo magnético na região central não seria
homogêneo e o experimento perderia seu nível de precisão.

Assim como um campo elétrico pode gerar um campo magnético, um campo


magnético também pode gerar um campo elétrico. Com isso, as bobinas maiores receberam
uma corrente elétrica, gerando um campo magnético, ao colocar a bobina menor neste campo,
foi gerada uma corrente elétrica. A força eletromotriz obtida através desta montagem foi

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medida pelo voltímetro, como este circuito possui corrente alternada, o valor medido é o
quadrático médio da força eletromotriz, calculado da seguinte forma:

εm
ε eficaz =
√2
Cabe ressaltar que a frequência de oscilação da corrente é de 60Hz, a tensão
alternada da fonte foi de 14,14 ± 0,01V e a tensão medida nas bobinas maiores foi de 7,11 ±
0,01V. A εeficaz induzida na bobina em função do ângulo entre os eixos pode ser observada
na tabela a seguir, assim como o cosseno dos ângulos:

Tabela 1: Medidas obtidas no experimento


Ângulo Incerteza do Incerteza da εeficaz
Cosseno εeficaz (v)
(Graus) ângulo (Graus) (v)
0 ± 0,05 1,00 7,89 ± 0,01
10 ± 0,05 0,98 7,47 ± 0,01
20 ± 0,05 0,94 7,13 ± 0,01
30 ± 0,05 0,87 6,81 ± 0,01
40 ± 0,05 0,77 6,03 ± 0,01
50 ± 0,05 0,64 5,06 ± 0,01
60 ± 0,05 0,50 3,54 ± 0,01
70 ± 0,05 0,34 2,69 ± 0,01
80 ± 0,05 0,17 1,32 ± 0,01
90 ± 0,05 0,00 0,05 ± 0,01
A partir dos dados obtidos experimentalmente, utilizando o software SciDAVis,
foi plotado o gráfico da εeficaz em função do cos θ, para avaliar se o comportamento do
gráfico corresponde ao esperado pela teoria.

Com o intuito de obter uma análise mais precisa, os estudantes tentaram fazer um
ajuste personalizado da εeficaz em função do ângulo θ, contudo, por dificuldades na
utilização dessa função do software não foi possível plotar esse gráfico. A princípio,
considerando a equação já demonstrada, os dados foram manipulados de forma que todos os
valores já conhecidos seriam uma única constante:

ε m=NA B o ωcosθ

ε m=K B o cos θ

Considerando o ajuste linear, no gráfico da εeficaz em função do cos θ, percebe-se a


coerência com a teoria, uma vez que à medida que o ângulo aumenta (cosseno diminui) a
força eletromotriz diminui. Quando o ângulo aumenta a área de contato da bobina com o

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campo magnético diminui, como cos 90º = 0, então εm também tende a zero, então o
comportamento do gráfico é o esperado.

Com isso, foi possível obter o valor de B o com sua respectiva incerteza, uma vez
que este valor é o a dado pelo SciDAVis. Lembrando que no ajuste linear a função é do tipo
y=ax+b, logo não foi necessário nenhum cálculo para obter este valor, que é Bo=
7,74544920483945 +/- 0,151017178306868 mT.

Gráfico 3: Ajuste linear força eletromotriz x Cosseno

4. CONCLUSÃO
Através desse experimento foi possível verificara indução de uma força
eletromotriz em uma bobina devido à variação de fluxo magnético. Formalmente, a lei da
indução eletromagnética é conhecida como lei de Faraday-Neumann-Lenz, no entanto, é
frequentemente referida apenas como lei de Faraday. Isso acontece porque o fenômeno da
indução foi descoberto por Michael Faraday, mas sua formulação matemática foi feita por
Franz Ernst Neumann. Além disso, Heinrich Lenz propôs a necessidade de usar o sinal
negativo da fórmula, que diz respeito ao sentido da corrente elétrica induzida.

A lei de Faraday foi de suma importância para o desenvolvimento do


eletromagnetismo, uma vez que ela revela a existência de uma relação direta entre fenômenos
elétricos e magnéticos, esses que foram tratados como fenômenos de natureza distinta durante
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muitos anos. Essa explica que o valor da tensão induzida depende do número de condutores
ou espiras de uma bobina e da velocidade com que estes condutores interceptam as linhas de
força ou o fluxo magnético.

Analisando o voltímetro, foi possível ver que há variação de ddp, portanto, o


sentido do campo magnético induzido, assim como da corrente induzida, depende do fluxo e
do sentido do campo indutor, e respeitam a Lei de Lenz. Também se verificou que o imã
induz uma força de atração ou repulsão, que será posteriormente convertida em energia
elétrica. Com isso podemos ver que a prática experimental respeita as leis físicas envolvidas,
podemos ver que nas pesquisas existiria a possibilidade aprofundar as análises, porém há falta
de dados que poderiam complementar esse estudo, como a velocidade de aproximação ou
afastamento do imã ou indicador de tempo e espaço percorrido, o fluxo do campo magnético,
o ângulo formado entre o campo e o núcleo da bobina.

5. REFERÊNCIAS
HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de
física volume 3. 10. ed. Rio de Janeiro: Ltc, 2016. 812 p. Tradução de: Ronaldo Sérgio de
Biasi.

RAMALHO, J. e Org. Os Fundamentos da Física: Vol 3 – Eletricidade – 3°


Ano. São Paulo, Moderna – 9ª ed – 2007

CAMPOS, A. A. et al. Física experimental Básica na Universidade. Belo


Horizonte: UFMG, 2018. 2

APOSTILA DE FISICA EXPERIMENTAL. Disponível em:


<https://www1.univap.br/irapuan/files/Apostila_Fisica_Experimental.pdf>. Acesso em: 25
abril de 2022.

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