Você está na página 1de 9

1

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS


INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS
DEPARTAMENTO DE FÍSICA

RELATÓRIO 5:
COLISÃO INELÁSTICA

Belo Horizonte - MG
3 de fevereiro de 2021
2

RELATÓRIO 5:
COLISÃO INELÁSTICA

Relatório apresentado ao curso de Engenharia


Civil da Universidade Federal de Minas Gerais,
como requisito parcial para obtenção de
pontuação na disciplina de Introdução à Física
Experimental – Mecânica.

Professor: Klaus Wilhelm Heinrich Krambrock

Belo Horizonte - MG
3 de fevereiro de 2021
3

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 4
1.1 Colisão 4
1.2 Coeficiente de restituição 4
1.3 Tipos de colisão 4
1.4 Colisão de uma bola de borracha com o chão 4
1.5 Demonstração da fórmula hn = h0 . r2n 5
1.6 Linearização da curva de hn = h0 . r2n 5
2 PARTE EXPERIMENTAL 6
2.1 Objetivo 6
2.2 Materiais 6
2.3 Procedimentos e resultados 6
3 CONCLUSÕES 8
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 9
4

1 INTRODUÇÃO

1.1 Colisão
Colisão consiste no fenômeno físico no qual dois ou mais corpos exercem forças
um sobre o outro por um tempo relativamente curto.
1.2 Coeficiente de restituição
Considerando-se que há conservação de energia mecânica nos intervalos antes e
após cada colisão, então,
Na colisão, a perda de energia cinética, ∆ E , é dada por:
1 1
∆ E= m ( V 2i −V 2f ) = mV 2f (1−r 2) Equação 1
2 2
em que m é a massa do objeto, V i escalar do objeto antes do impacto, V f é a
Vi
velocidade escalar do objeto após o impacto, e r = é chamado de coeficiente de
Vj
restituição ou CR.
Portanto, o coeficiente de restituição é um valor fracionário que representa a razão
das velocidades anteriormente e após o impacto.
1.3 Tipos de colisão
A colisão pode ser classificada como: colisão elástica, colisão parcialmente
inelástica e colisão inelástica. O quadro abaixo resume as características de cada tipo:
Quadro 1: Tipos de colisão
Tipo de Quantidade Coeficiente de
Energia Cinética
Colisão de Movimento restituição (r )
Completamente 1
Elástica Conservada
Conservada
Parcialmente Parcialmente 0< r< 1
Conservada
Inelástica Conservada
Inelástica Dissipação máxima Conservada 0

1.4 Colisão de uma bola de borracha com o chão


No caso da bola de borracha que cai no chão e retorna para o alto, a colisão é
inelástica, pois a bola é solta de uma altura h e chega ao chão com a hi , sendo que no
chão a bola se deforma, perdendo a energia, e volta ao estado normal impulsionando-se
para cima normalmente (como uma mola), uma vez que sobe com a velocidade inicial
V f e alcança altura h f .
5

Em cada colisão com o chão, a bola perde parte de sua energia cinética e atinge,
sucessivamente, alturas cada vez menores. É possível determinar-se o coeficiente de
restituição medindo-se as alturas hi e hf .
Admitindo-se a conservação de energia mecânica antes e após cada colisão, então:
1 2
mV i =mg hi Equação 2
2
E
1 2
mV f =mg hf Equação 3
2

Portanto o coeficiente de restituição é dado por


Vf
r= =√❑ Equação 4
Vi
ou
2 hf
r= Equação 5
hi
Logo, é possível estabelecer uma fração parcial fixa entre a altura inicial e a altura
que a bola atinge após a colisão.

1.5 Demonstração da fórmula hn = h0 . r2n


Sabe-se que:
h 1 h2 h 3 h Equação 6
r 2= = = =… n
h 0 h1 h 2 hn−1

2 h1 2
r= →h 1=h0 . r
h0
h2
r 2= → h2 =h1 .r 2 → h2=h0 . r 2 .r 2 →→ h2=h0 .(r ¿¿ 2)² ¿
h1

2 h3 2
r= →h3 =h2 .r → h3=h 0 .( r ¿¿ 2) ². r 2 → h3=h0 .( r ¿¿ 2)³ ¿ ¿
h2

2 h4 2
r= → h4 =h3 . r → h4 =h0 .(r ¿¿ 2) ³.r 2 → h4=h0 .(r ¿¿ 2)4 ¿¿
h3
Portanto, a partir da análise da recorrência, conclui-se que:
2n
h n=h0 . r Equação 7
6

1.6 Linearização da curva de hn = h0 . r2n


Linearizar uma curva significa convertê-la em uma reta. Esse processo é útil pois
a análise de uma reta é mais simples que a de uma curva não-linear, de modo a facilitar
a determinação das leis físicas que governam o experimento. Isso é possível mediante a
realização das seguintes operações, a partir da Equação 7:

h n=h0 . r 2n →(h n)=ln (h¿ ¿ 0) . ln ln ( r 2n ) =ln(h¿ ¿ 0). ( r ) ¿ ¿ Equação 8

Portanto, comparando-se a Equação 8 com a Equação 9, que corresponde a uma


forma linear:
Y = B + A.x Equação 9
Conclui-se que: Y= ln (hn) , B = ln (h0) , x = 2n e A = ln (r).

2 PARTE EXPERIMENTAL
2.1 Objetivo

● Determinar o coeficiente de restituição na colisão de uma bola de borracha com o


chão;
● Calcular a fração percentual da energia cinética dissipada em cada colisão da bola
com o chão.

2.2 Materiais

− Fita métrica (fixada na parede);


− Bola de borracha (com alto coeficiente de restituição, a ser determinado).
2.3 Procedimentos e resultados

1. Soltou-se a bola de uma altura inicial de dois metros. Anotou-se a altura, h1, que
ela atingiu após a colisão com o chão.
2. Realizou-se o passo anterior mais cinco vezes, para a mesma altura h1, e
determinou-se o valor médio dessa medida e o desvio, Δh1.
3. Repetiu-se o procedimento anterior soltando-se a bola da altura h1, e
determinou-se a altura h2, e assim sucessivamente, até a altura h6. Anotaram-se
os resultados na seguinte tabela.

Tabela 1: Valores de hn e Δhn


7

4. Plotou-se o gráfico de ln(hn) em função de 2n, por meio do software SciDavis. A


partir dos logaritmos naturais, foi possível linearizar a curva. Além disso,
realizou-se a regressão linear do gráfico, também por intermédio do software
SciDavis,

Gráfico 1:

Linearização:
hn = h0× r2n → multiplicando os dois lados por ln
ln(hn ) = ln (h0 r2n) → aplicando a propriedade de log
ln(hn ) = ln (h0) + 2n×ln (r) → definir outras grandezas que sejam funções das
originais
Portanto, Y = B + Ax ; onde Y= ln(hn) , B = ln(h0) , x = 2n e A = ln(r)
A(slope) = -0,142 Δ A = 0,002

ln (r) = -0,142 Δ r = eA × Δ A
8

r = e-0,142 → r = 0,86762 Δ r = e-0,142 × 0,002 → Δr = 0,002

r = (0,868 ± 0,002)
B = 0,40 Δ B = 0,02

ln(h0) = 0,40 Δ h0 = eB × ΔB

h0 = e0,40 → 1,491824 Δ h0 = e0,40 × 0,02 → Δ h0 = 0,03

h0 = (1,49 ±0,03) m
Comparando-se o valor de h0 encontrado a partir do gráfico, (1,49 ±0,03) m, com
o valor medido inicialmente, (1,50 ±0,01) m, percebeu-se que são aproximados,
apesar de o primeiro apresentar um erro relativo percentual um relativamente
maior (0,03/1,49 = 2,01%) que o do segundo (0,01/1,50 = 0,66%). Em teoria, uma
das justificativas possíveis para essa diferença é a possibilidade de ocorrência de
erros de paralaxe durante a leitura, a olho nu, da altura da bola. Contudo,
absolutamente, o erro obtido pode ser considerado baixo, de modo que o valor
calculado é confiável.

5. Determinou-se a fração percentual da energia cinética dissipada em cada colisão da


bola com o chão, por meio do coeficiente de restituição encontrado.
●Cálculo da fração percentual da energia cinética dissipada em cada colisão da
bola com o chão:

1 1
Δ Ec = mvi2(1 - r2) Eci = mvi2
2 2

●A fração percentual é dada pela razão da variação da energia cinética sobre a


energia cinética inicial:

1 1
Δ Ec / Eci = mvi2 (1-r2) / mvi2 = 1 - r2
2 2

FP = 1 - 0,8682 = 0,25 = 25%

3 CONCLUSÕES
A partir da realização dos experimentos, foi possível determinar o coeficiente de
restituição na colisão de uma bola de borracha com o chão. O valor obtido foi próximo
do inicialmente medido, apesar de uma diferença centesimal. Sugere-se que isso ocorreu
devido a erro humano durante a leitura da altura da bola.
9

Além disso, calculou-se a fração percentual da energia cinética dissipada em cada


colisão da bola com o chão, equivalente a 25%. Tal perda de energia cinética já era
esperada, já que o processo foi inelástico. Atrito, som e calor são algumas das maneiras
pelas quais a energia cinética pode ser perdida por meio de colisões inelásticas.

4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Roteiro “Colisão inelástica”. Departamento de Física – UFMG. Disponível em:


<https://www.fisica.ufmg.br/ciclo-basico/disciplinas/feb-mecanica/>. Acesso em: 03
fev. 2021.
Vídeo “Densidade de um líquido”. Laboratório de Física Experimental Básica –
UFMG. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?
time_continue=1&v=EViIuikeJ7c&feature=emb_logo>. Acesso em: 6 jan. 2021.
Khan Academy. O que é força de empuxo?. Disponível em:
<https://pt.khanacademy.org/science/physics/fluids/buoyant-force-and-
archimedesprinciple/a/buoyant-force-and-archimedes-principle-article>. Acesso em: 6
jan. 2021.
MOSCA, G.; Tipler, P. A. Física para cientistas e engenheiros: mecânica,
oscilações, ondas e termodinâmica. 6 ed. Editora LTC, 2012.
YOUNG, H. D. Física II: Termodinâmica e Ondas. 12 ed. São Paulo, Addison
Wesley.

Você também pode gostar