Experimento Colisão Inelástica

Arthur Vieira Castro; Lucas

Samuel Marques.
Docente: Luisa Ramirez
PT7A - Física Experimental Básica - Mecânica
Departamento de Física, Universidade Federal de Minas
Gerais, Belo Horizonte, Brasil

23 de setembro de 2020.

Resumo: Este relatório foi desenvolvido a fim de sintetizar os conhecimentos e

procedimentos evolvidos na prática denominada “Colisão Inelástica”. O exercício
partirá dos conceitos de colisão – Elástica, inelástica e dentre outras -, abordando a
dinâmica vertical de uma bola cuja é solta de uma determinada altura, alterando sua
velocidade e altura final após a colisão com o chão. Tal mudança demonstra a perda
de energia cinética, que pode ser representada em valores com o auxílio do
coeficiente de restituição. Após o experimento e os cálculos, encontrou-se o
coeficiente supracitado (0,9±1,0), sendo possível ainda obter a fração percentual da
energia cinética dissipada, de cerca de 10%.

1. Introdução
Dois objetos, ao entrarem em
colisão, podem se enquadrar em
três principais categorias: Mesmo
com o choque, não há dissipação
de sua energia cinética (colisão do
tipo elástica), a energia cinética não
se conserva (colisão do tipo
inelástica) e ambos os corpos
permanecem unidos após o contato
(colisão do tipo perfeitamente
inelástica). Além dessa, pode-se
citar a colisão do tipo parcialmente
elástica, na qual os corpos, após
colidirem, se separam, ocorrendo
perda parcial de sua energia
cinética.
Para analisar de maneira numérica
essa dinâmica, deve-se destacar o
conceito de Coeficiente de
Restituição, que é a grandeza
advinda da razão entre as
velocidades imediatamente antes e após
uma colisão, que resulta em uma
fórmula, a qual será apresentada ao
longo deste documento. (MUNDO
EDUCAÇÃO, 2020).
Sendo assim, tendo os conceitos
elucidados, a prática presente nesse
relatório se dará pela soltura de uma bola
de borracha de uma altura “hi”,
analisando os resultados após a colisão:
Alteração da velocidade após o choque e
a consequente altura menor atingida.
Não obstante, deve-se frisar a aplicação
da segunda e terceira lei de Newton
envolvidas no processo. Ao ser solta de
uma altura determinada e, sob ação da
“força peso”, a bola cai em movimento
acelerado, o que pode ser interpretado

com base na segunda lei. (BRASIL
ESCOLA, 2020).
P=m∗g
Força peso “P” (Newton); Massa do objeto
“m ” (kg); Aceleração gravitacional “g”
(m/s2).
Ao chocar contra a superfície, a
bola sofre uma reação advinda do
chão, o que promove o seu ganho
de velocidade no sentido para cima
e, por consequência, ganho de
altura. Tal fato se associa ao
enunciado da terceira lei, a qual
afirma que toda ação corresponde a
2 2 2 2
m(vi −vj ) m vi (1−r )
Ec= = (II)
2 2
Velocidade ao chegar no solo “ vi” (m/s);
Velocidade após o choque “vj” (m/s); Coeficiente
de restituição “r” (adimensional).
Considerando o conceito de coeficiente
de restituição (r), e sua outra
vj
representação (r = ¿, obtém-se a
vi
relação de II.
A partir das alturas experimentadas antes
e após as colisões, é possível
estabelecer uma relação entre elas de
modo associado ao coeficiente de
restituição.

√
uma reação de mesma intensidade, hj hj
porém atuante em sentido oposto. r= ou r 2= (III )
hi hi
(INFOESCOLA, 2020). Altura atingida após a colisão “hj ” (m); Altura de
lançamento da bola hi ” (m);
Pautando em todos esses aspectos,
a imagem a seguir exibe bem a Tendo em vista que o procedimento se
dinâmica do experimento: repetirá (a fim de obtermos resultados
mais precisos) e considerando a fração
entre “hj” e “hi”, obtém-se a seguinte a
relação recursiva:

2 h1 h2 h3 hn
r= = = …= (IV )
h0 h1 h2 h ( n−1 )

Por fim, pautando na associação

supracitada, alcançaremos a equação
(V), que será melhor retratado na seção
“Resultados” deste relatório.
n
Figura 1: Síntese da lógica do experimento hn=h 0∗r (V )
Fonte: Retirada no roteiro. Altura do enésimo lançamento “hn” (m); Altura
lançamento incial (h0); Coeficiente de restituição
Desse modo, a perda parcial de “r” (adimensional); Enésimo lançamento “n”
energia cinética da bola pode ser (adimensional).
equacionada e estudada:
mv
2 Reitera-se que as fórmulas físicas e
Ec= (I ) matemáticas desse trecho foram
2
Energia cinética “ Ec ” (Joules); Massa “m” retiradas do roteiro disponibilizado.
(kg) e velocidade “ v (m/s).
2. Metodologia
Com o intuito de resguardar a boa
prática científica, uma metodologia
específica foi utilizada para a
realização do experimento.
2.1 Materiais
Para a realização do experimento
presencial, seria necessário:
 Fita métrica;
 Bola de borracha com alto
coeficiente de restituição;
 Câmera (opcional).
Todavia, por conta da adequação
do Curso ao Ensino Remoto
Emergencial (ERE), contemplamos
o experimento por meio de vídeo,
utilizamos tabelas de dados e um
roteiro, ambos disponibilizados pela
equipe docente.
Tabela 1: Dados das alturas e dos erros plotados em Excel.
Obtenção da equação V a partir da
relação IV:
Acho que ficaria melhor aqui (antes de
abordarmos a linearização).
Posteriormente, denotou-se que seria
necessário manipular os dados para
estudar a dinâmica da bola por meio
da equação matemática (V). Para isso,
2.2 Procedimento Experimental
O procedimento experimental consiste
em soltar a bola de uma altura definida e
observar a altura atingida após a colisão
com o solo. Tal operação, será repetida
no mínimo cinco vezes, a fim de verificar
o valor médio de altura “hn” atingido e o
erro “Δhn”.
3. Resultados
Para conduzirmos o experimento,
utilizamos os dados pré-estabelecidos
pela professora, que é a altura de
lançamento inicial (h0) e as alturas após a
colisão (h1, h2, h3, h4, h5 e h6). Partindo
disso, encontramos as médias dos
valores de altura e os respectivos desvios
padrão, que correspondem ao erro de
cada observação, como pode ser
observado na tabela abaixo:
fizemos uso do logaritmo na base
dez dos dados da Tabela 1 e dessa
equação para encontrar uma função
linear capaz de ser
interpretada graficamente. Assim,
gerou-se a tabela abaixo e as
seguintes relações foram encontradas:
log hn=log h 0+2 n log r (VI)
Y =mx+c (VII)
 Tabela 2: Dados da tabela 1 em escala logarítmica, feita em Excel.

Relacionando as expressões acima, dados da Tabela 2. A partir disso, foi

(VI) e (VII), foi possível perceber que, possível gerar o gráfico, em Excel, e
graficamente, 2log(r) corresponde ao encontrar o erro do coeficiente
coeficiente angular da equação angular, por meio do Software
resultante da interpolação linear dos MyCurveFit.

Gráfico 1: Interpolação gráfica dos dados da Tabela 2, feita em Excel.

Após fazermos a regressão linear (ax r =0 , 8772

+ b), obtivemos os valores do
coeficiente angular (a) e linear (b), Assim, propagando o erro, obtém-se:
sendo eles -0,1138±0,0020 e 0,3039 ± 2 log ( ∆ r ) =0,0020
0,0073, respectivamente. 0 , 0020
log ( ∆ r )=
2
0,0020
3.1 Cálculos ∆ r =10 2
Partindo da equação linearizada (VI) e ∆ r =1 , 0023
sabendo que o termo independente do
gráfico corresponde a “n”, vê-se que Dessa maneira, concluímos que o
“2log(r)”, cujo acompanha “n” equivale coeficiente de restituição, com
ao coeficiente angular encontrado. incerteza, equivale a: r = 0,9 ±1,0
Desse moto, tem-se: (adimensional).

2 log ( r )=−0,1138 4. Discussão de resultados

−0,1138 A partir dos resultados encontrados,
log ( r ) =
2 foi observado que ocorre perda de
−0,1138
2
energia cinética durante o
r =10
experimento, pois, caso não ocorresse <https://brasilescola.uol.com.br/fisica/f
essa dissipação de energia, o orca-peso.htm>. Acesso em: 23 de
coeficiente de restituição deveria ser setembro de 2020.
igual a 1. Como esse valor não foi
encontrado e o resultado não é nulo, INFOESCOLA. Terceira Lei de
pode-se concluir que ocorreu uma Newton. Disponível em:
colisão parcialmente elástica, na <https://www.infoescola.com/fisica/terc
qual houve a perda de, eira-lei-de-newton-principio-da-acao-e-
aproximadamente, 10% da energia reacao/>. Acesso em: 23 de setembro
cinética. Este valor foi encontrado ao de 2020.
subtrair de 1 o valor do coeficiente de
restituição, visto que o mesmo MUNDO EDUCAÇÃO. Colisões
coeficiente demonstra o quanto de elásticas e inelásticas. Disponível
energia cinética é conservada no em:<https://mundoeducacao.uol.com.b
experimento. Ademais, o valor do erro r/fisica/colisoes-elasticas-
foi considerado razoavelmente grande, inelasticas.htm>. Acesso em: 22 de
contudo, dentro do esperado. setembro de 2020.

5. Conclusão MYCURVEFIT. Online Curve Fitting.

A partir de todos os processos que Disponível em:
foram incumbidos aos alunos, espera- <https://mycurvefit.com/>. Acesso em:
se que esse relatório esteja claro, 24 de setembro de 2020.
conciso e que esses discentes tenham
concluído com responsabilidade o
experimento. Tendo em vista os
objetivos e pautando nas fórmulas
físicas apresentadas ao longo deste
documento, calculou-se o coeficiente
de restituição e a perda de energia
cinética da bola utilizada.

Observando a dinâmica das colisões

da bola com o solo e os resultados
obtidos, podemos enquadrá-las como
sendo do tipo parcialmente elástica.
Com isso, conclui-se o relatório, de
maneira que o coeficiente de
restituição encontrado foi de (0,9±1,0)
com uma perda de energia cinética de
10%.

6. Referencias
BRASIL ESCOLA. Força peso.
Disponível em: