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Roteiro: Experimento #2
Objetivos:
1- Fundamentação Teórica
Força é uma grandeza vetorial cuja definição clássica vem da Segunda Lei de Newton,
ou seja [1,2]:
F = m.a (1)
No sistema internacional, SI, a unidade da força é o newton (N). Outras unidades são
utilizadas para a força, como o dina ou o kgf. Neste experimento será sempre utilizado o N.
Note que a força expressa nesta relação e que está relacionada diretamente com a
aceleração do corpo é a força resultante (vetorialmente) e não uma única força que age sobre
o corpo. Por este motivo, nem sempre observamos a ação de uma única força sobre um
corpo. Por exemplo, quando estamos parados, a força da gravidade atua sobre nós sem que,
necessariamente, estejamos em movimento no sentido desta força, porque a força de reação da
superfície da Terra (a força normal neste caso) é igual em módulo, mas em sentido contrário à
força de gravidade sobre nosso corpo e o resultado é uma força resultante nula e por isto a
aceleração do corpo é zero. Quando você empurra um grande bloco de pedra, está aplicando
uma força sobre o mesmo sem conseguir movê-lo porque a força de atrito entre o bloco de
pedra e o chão é igual em módulo, mas em sentido contrário à força que você produz; mais
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uma vez a força resultante sobre a pedra é zero e por isto não há aceleração da pedra. Não se
esqueça, para aplicar a segunda lei de Newton corretamente, é necessário conhecer todas as
forças que atuam sobre o corpo.
Além da aceleração, outra consequência possível da aplicação de uma força é a
deformação de um corpo. Um dos exemplos mais fáceis de visualizar é a deformação elástica
de uma mola (Figura 1). Em molas, pode-se relacionar a deformação ou deslocamento da
mola com a força de restauração, pela seguinte relação (lei de Hooke) [3]:
F = − k .x (2)
onde: k = constante elástica da mola, que depende do material e da geometria com que é
construída a mola; x = deslocamento.
Na Figura 1, a condição de equilíbrio ocorre quando o peso da massa é igual à força de
restauração, em x = X0.
Figura 1- Sistema massa-mola
k
m X0 - Xmax
Fpeso
X0 Fpeso = m g = - k X0
(em equilíbrio)
X0 +Xmax
Note-se que quanto maior a constante elástica da mola, k, maior é a resistência com
que a mola se opõe ao deslocamento da massa.
Deve-se notar também, conforme ilustrado na animação em [3], que a Lei de Hooke é
válida em uma região limitada em que a mola não se encontra nem muito comprimida e nem
muito distendida. Ou seja, a proporcionalidade entre a força de restauração da mola e o seu
deslocamento vale para condições limitadas da posição da mola.
(11)
Sabendo disso, podemos encontrar a frequência angular do movimento,
(12)
Por fim, através das equações 12 e 7 encontramos o período de oscilação do sistema:
(13)
Isolando a constante elástica k encontramos:
3
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(14)
Se for medido um intervalo de tempo tn contendo N oscilações do movimento do
sistema, teremos, tn = N.T, e portanto:
Quando duas molas são combinadas em série ou em paralelo, suas constantes elásticas
são associadas conforme indicado na Figura 2 [5]. As expressões de keq podem ser obtidas
partindo-se do princípio de que as molas em série estão sujeitas à mesma força e as molas em
paralelo sofrem o mesmo deslocamento.
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1.4- Dinamômetros
Neste experimento será utilizado um dinamômetro, equipamento projetado para
realizar medidas de força. Os primeiros dinamômetros operavam utilizando o princípio de
deformação de uma mola, obedecendo a equação (2). Um exemplo de dinamômetro analógico
é mostrado na Figura 3a.
Atualmente, devido à facilidade de uso e precisão, os dinamômetros digitais são os
mais utilizados (Figura 3b). O princípio de funcionamento destes aparelhos normalmente
baseia-se em um sensor piezelétrico, que é um material capaz de gerar uma diferença de
potencial elétrico quando deformado [6]. Há também os que funcionam utilizando um "strain
gage" (extensômetro elétrico– sensor cuja resistência elétrica varia de acordo com sua
deformação), sendo montado como elemento de uma ponte de Wheatstone. Este conjunto é
denominado “célula de força ou célula de carga” [7].
Figura 3 - Dinamômetros analógico e digital
(a) (b)
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2- Procedimento Experimental
1
As molas do laboratório estão pré-tensionadas. Assim, não é possível comprimi-las. Cuidado ao usar a lei de
Hooke! F=k.x
6
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2
F, pois é a diferença entre a nova massa aplicada e a que foi usada para colocar a mola na
região da lei de Hooke.
7
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8) Construa gráficos (FxX) (força versus comprimento da mola) e (FxX) (força versus
deslocamento da mola).
9) Através da equação (2), adaptada ao experimento: F=-k.x, calcule o “k” da mola a
partir dos deslocamentos (variação do comprimento) da mola e das forças correspondentes
medidas.
Figura 5 - Sistema para determinação da constante elástica em tração, com célula de força
(sensor do dinamômetro)
Resultados:
1- Quais são as grandezas de influência que mais influenciam na incerteza na estimativa
da constante elástica nesse procedimento? Faça o cálculo da incerteza associada ao
valor obtido experimentalmente (Ver ANEXO).
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Procedimento:
1) Monte o sistema semelhante ao da figura 5, utilizando uma das molas de tração e dois
paralelepípedos de cobre (massa), prendendo a mola junto da bancada com o auxílio do
sargento e da célula de força.
2) Inicie um movimento vertical do sistema, de forma que a massa não encoste no solo, e o
movimento oscilatório mantenha uma direção o mais vertical possível.
3) Deixe o sistema oscilando (movimento harmônico simples - MHS). Conte N (entre 30 e
50) oscilações e cronometre o tempo decorrido (tn).
Tabela 4 – Medidas coletadas realizando os procedimentos descritos nos itens de 2) a 4).
Medida Massa (Kg) Incerteza Oscilações Incerteza Tempo Incerteza
da massa N de N decorrido de tn
(s)
#1 2,15027 40 24,38
#2 2,15027 40 25,06
#3 2,15027 40 25,06
#4 2,15027 40 25,00
Nota: A resolução do cronômetro é de 0,01 s.
Resultados:
2- Quais são as grandezas de influência que mais influenciam na incerteza da estimativa
da constante elástica nesse procedimento? Avalie a incerteza na determinação de k
(ver ANEXO).
3- As incertezas nas medições justificam as diferenças entre os valores de k obtidos nas
Partes 1 e 2 desta experiência para uma única mola? Explique.
Sugestão: Use o conceito de z’score e compatibilidade entre medidas.
4- Considerando as dificuldades dos dois métodos (instrumentação, tempo de realização,
incertezas) qual você usaria para um ensaio de controle de qualidade de uma linha de
produção de molas?
3- Bibliografia
[1] SERWAY, R. A.; JEWETT Jr., J. W. Princípios de Física, Volume 1; Thomson, 3ª Ed.;
2002.
[2] HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J.; Fundamentos de Física; LTC, 7a Ed.;
2006.
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[8] VUOLO, J.H. Fundamentos da Teoria dos Erros, 2a ed. São Paulo: Edgard Blücher,
1996.
[9] Expressão de valores experimentais, disponível em:
https://sites.google.com/site/esto01717/material-didatico
[11] Apostila “Ajuste de Curvas pelo Método dos Mínimos Quadrados (MMQ)”, disponível
em https://sites.google.com/site/esto01717/material-didatico
4- Autores
Apostila elaborada pelos professores C.H. Scuracchio e H. Tanaka e revisada pelos Profs. J.C.
Teixeira e D. Consonni.
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● Ajuste de reta
Uma reta que passa pela origem (0,0) é descrita com uma expressão do tipo: y=ax
O processo de se ajustar uma função como esta a um conjunto de n dados experimentais é
denominado de regressão linear [11].
O coeficiente angular da reta, ou seja, o parâmetro a, e sua respectiva incerteza, ua , podem
ser obtidos a partir dos coeficientes angulares de cada ponto : ai = yi/xi e das incertezas
associadas, isto é, uai , através das seguintes expressões [8]:
e
Verificar no Tutorial sobre ajuste de curva [12] o uso de aplicativo para este procedimento,
com respectivo cálculo das incertezas associadas.
Parte 1
● Equação básica
k = F/x
da mesma forma que na parte 1, pode-se calcular:
uk2 =uk(F)2 + uk(x)2
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com
uk(F) =CF.uF
uk(x) =Cx.ux,
e
CF = k/F = 1/x=k/F
Cx = k/x = -F/x2= -k/x
Assim:
uk2 = (k.uF/F)2 + (-k.ux/x)2
de onde se chega a:
Parte 2
● Equação básica
k = 4.2.m.N2/tn2
Naturalmente, existem incertezas na medição das grandezas de influência m, N e tn,
respectivamente um, uN e utn. Outras podem estar presentes, mas não serão tratadas aqui.
Assim:
uk2 =uk(m)2 + uk(N)2 + uk(tn)2
Cada uma destas incertezas padrão contribui para a incerteza, uk, na determinação de
k. Supondo que a contribuição das incertezas de m, N e tn em k possam ser estimadas por:
uk(m) =Cm.um (lê-se: a contribuição da incerteza de m em k, ±uk(m), é dada pelo produto do
coeficiente de sensibilidade de m (Cm) pela incerteza de m (um).
uk(N) =CN.uN
uk(tn) =Ctn.utn
Lembrando que os coeficientes de sensibilidade podem ser aproximados pelas
derivadas parciais de k em relação a cada grandeza de influência:
Cm = k/m = 4.2.N2/tn2=k/m
CN = k/N = 8.2.m.N/tn2 = 2.k/N
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