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Medição em Ciências e Representação Gráfica

Prof. Gilberto Murakami

Turma: EEL1AN-MCB3

Nome: Otávio Cecon Comelli (RA: 822164213)

Lei de Hooke
Objetivos:

● Compreender a relação entre a força elástica e a deformação de molas expressa na Lei de


Hooke;
● Calcular a constante elástica de molas a partir de massas conhecidas;
● Construir o gráfico x(t);
● Entender a relação entre o período de oscilações e os parâmetros de um sistema massa-mola;
● Depois de tudo preenchido, salve em .pdf e renomeie o arquivo e envie para o Google
Classroom.

primeironome.ultimonome.turma.pdf
exemplo:
aluno: Heitor Villa Lobos
Turma: ECA1AM-MCA1
heitor.lobos.eca1am.mca1.pdf
INTRODUÇÃO TEÓRICA

Na natureza há centenas de fenômenos periódicos, tais como a rotação da Terra em torno de


seu eixo ou a sua translação em torno do Sol. Estes são fenômenos simples de serem explicados, que
têm certa regularidade simples também, como, por exemplo, de tempos em tempos a Terra ocupa o
mesmo lugar no espaço (se considerarmos o Sol como referência), com o mesmo valor da velocidade
e com o mesmo valor da aceleração (centrípeta).

Outros fenômenos periódicos apresentam uma certa complexidade adicional, já que, apesar
das mesmas posições serem atingidas também de tempos em tempos, os valores das velocidades e
das acelerações não permanecem constantes. Nem mesmo o sentido dessas grandezas. Exemplos
desses movimentos são os de oscilações de um certo corpo em torno de uma determinada posição
de equilíbrio: o vai-e-vem de um balanço de criança, de um pêndulo de relógio, de um automóvel
para cima e para baixo quando passa por uma lombada, de uma ponte ou da extremidade de um
edifício oscilando quando o vento bate, das moléculas de água contidas nos alimentos colocados nos
fornos de microondas, dos cabos de alta tensão pendurados entre dois postes, dos cristais de quartzo
utilizados nos relógios, das cargas elétricas num capacitor quando alimentado por tensões
alternadas, enfim, todos os movimentos de vai-e-vem em torno de algum ponto central de equilíbrio,
isto é, o ponto de equilíbrio estático do qual o sistema foi retirado por aplicação de alguma força
externa. O próprio sistema tenta retornar àquele ponto de equilíbrio aplicando uma força
restauradora. Esses movimentos são denominados Movimentos Harmônicos Simples (MHS).

2.1 A linguagem de representação dos movimentos harmônicos


Através da observação empírica dos movimentos constata-se que as leis da mecânica clássica
podem ser aplicadas (Leis de Newton). As Leis de Newton são aplicáveis na sua forma diferencial, na
forma de equações diferenciais lineares homogêneas (ou não) de segunda ordem (segunda Lei de
Newton). Através de nossos conhecimentos de cálculo, algumas funções matemáticas podem ser
associadas àqueles fenômenos, pelo fato de que algumas dessas funções também são periódicas
(seno ou cosseno, por exemplo). As soluções das equações diferenciais podem ser representadas,
assim, através de uma função cosseno, por exemplo.

2.2 Por que estudar o Movimento Harmônico Simples?


Como vimos acima, há centenas de fenômenos que se comportam de formas similares:
oscilam em torno de um ponto de equilíbrio. E para a maioria deles, há uma única forma de
representar as características dos movimentos envolvidos nesses fenômenos: a linguagem das
equações diferenciais.
Em resumo, ao estudarmos o MHS não estamos apenas estudando um determinado tipo de
movimento, mas sim uma determinada forma de solução de equações diferenciais. Como há
centenas de fenômenos que se comportam de maneira semelhante (MHS), e há apenas uma forma
de representação matemática do comportamento desses sistemas, estudaremos então a técnica de
resolução das equações diferenciais envolvidas. Apenas isso. Estamos estudando a maneira de
resolver uma determinada equação diferencial. Este é o ponto importante de todo o nosso trabalho.

2.3 O sistema massa-mola


Estudaremos o mais simples dos sistemas oscilantes, o movimento harmônico simples de um
corpo preso a uma mola, oscilando na direção vertical. Veremos este caso por etapas.

A (Figura 1) representa uma mola em repouso na posição x0.

Figura 1. Mola em repouso na posição x0

Se fixarmos à mola um corpo de massa m, a extremidade da mola ficará em repouso numa


nova posição x1 (Figura 2).

Figura 2. Sistema massa-mola em equilíbrio na posição x1.


Na nova posição de equilíbrio x1 a força resultante é nula, isto é, a força restauradora que a
mola exerce sobre a massa, para cima, é igual, em valor, à força que a Terra exerce sobre a massa,
para baixo, isto é, o peso, P = mg (Figura 3).

Figura 3. Na posição x1 a força da mola sobre a massa, Fmola, é igual ao peso, P.

Podemos escrever essas forças da seguinte forma:

O sinal negativo da força restauradora da mola sobre o corpo indica que essa força está
orientada no sentido oposto ao da força peso.

Na posição x1 (Figura 4) o sistema está em equilíbrio estático e as forças envolvidas se


relacionam da seguinte forma:

Figura 4. Na situação de equilíbrio em x1 a força restauradora da mola tem o mesmo valor que o peso do corpo.
Como as grandezas vetoriais envolvidas estão na mesma direção (vertical), podemos utilizar
as grandezas em sua forma escalar,

Isto nos permite calcular a assim chamada constante elástica da mola,

2.4 O oscilador harmônico


Se a mola for distendida além de sua posição de equilíbrio estático por uma força externa
adicional ao peso, mantendo-se a mesma massa m, a mola, assim distendida, aplicará sobre a massa
uma força restauradora maior do que na situação estática anterior (quando a extremidade da mola
estava em x1) (Figura 5).

Figura 5. Aplicação de uma força externa à mola.

O novo valor da força restauradora da mola será:

Nesta nova posição, x2, o sistema estará novamente em equilíbrio estático, já que

. O que acontecerá, porém, se subitamente retirarmos a força externa Fext?

Naturalmente, a força resultante não será mais nula (Figura 6).


Figura 6. Força resultante não nula.

Note que x1 é um valor que depende da massa m do corpo preso à mola, mas que, após ter
sido escolhido um certo valor para a massa, x1 é fixo, isto é, constante. A fim de simplificar os cálculos
que faremos a seguir, adotaremos como referência x1 = 0.

No entanto, x2 é variável. O valor de x2 depende apenas do valor da força externa adicional


que se aplica ao corpo de massa m. Representaremos por x os valores das diversas posições da
extremidade da mola, e reescreveremos, então, a força resultante em função da única variável x:

Como a força resultante não é nula, o corpo de massa m será acelerado. Aplicando-se a
segunda Lei de Newton, teremos,

Já que as equações e representam a mesma força resultante, podemos igualar seus


segundos membros,
o que, escrito de outro modo, resulta na seguinte expressão:

Na forma , a expressão é denominada de equação diferencial linear

homogênea de segunda ordem.

Estamos buscando uma solução para a equação diferencial . O que essa equação nos diz é que
a segunda derivada da variável x, em relação ao tempo t, isto é, a aceleração do corpo de massa m, é
proporcional à própria variável x, com o sinal trocado. Note que, se a aceleração depende da posição
x, essa aceleração não é constante. Mas então, como se comporta essa aceleração? É isto também
que estamos procurando.

A fim de encontrarmos uma possível solução para a equação , faremos uso das características
do movimento que resulta quando abandonamos (força adicional externa nula) o corpo de massa m,
depois de levá-lo até a posição x2. Nestas condições, a força restauradora da mola, de valor maior do
que o peso, tende a fazer o corpo voltar à sua posição de equilíbrio, x1 = 0. No entanto o corpo, que
estava em repouso na posição x2, passa a adquirir velocidades cada vez maiores ao se aproximar da
posição x1 (que era sua posição de repouso original) e acaba passando por esse ponto com
velocidade elevada (observe atentamente esse fato, ao efetuar o experimento), atingindo outra
posição extrema, acima de x1 = 0, parando momentaneamente, para, em seguida, fazer o percurso
inverso. Ida e volta. Volta e ida. Ida e volta etc. Movimento Harmônico Simples. MHS.

Este é um tipo de movimento que se repete a intervalos iguais de tempo. Isto é, é um


movimento periódico 1. Estamos, então, com as seguintes informações:

● temos uma equação diferencial linear homogênea de segunda ordem, eq. ;

● sabemos (por observação) que o movimento é periódico;

1
Estamos desprezando as forças de atrito que, neste caso, são pequenas em comparação com as outras forças (força
restauradora da mola e peso do corpo).
● estamos procurando uma função x(t) que seja, portanto, também periódica, para servir de
solução à equação diferencial, eq. .

Da matemática, sabemos que existem funções periódicas. Escolheremos uma dessas funções
e verificaremos se poderá ser usada como solução da equação .

2.5 Proposta de solução da equação diferencial


Utilizaremos, como tentativa de solução, a seguinte função periódica:

onde x e t são variáveis e A, ω0 e θ0 são constantes que podem ser determinadas a partir das
condições iniciais e dos parâmetros característicos do sistema.

Derivamos x em relação a t,

e derivamos mais uma vez,

resultando, por fim,

Comparando-se a eq. com a eq. obtém-se:

isto é, se , então a eq. pode ser considerada uma solução da equação diferencial .

2.6 O parâmetro ω0
A constante
é chamada de frequência angular natural do sistema massa-mola, e depende dos parâmetros
característicos desse sistema: k (constante elástica da mola) e m (massa do corpo que está
oscilando).

2.7 Os parâmetros A e θ0
Por outro lado, os parâmetros A e θ0 da equação dependem das condições iniciais do
movimento do sistema massa-mola.

O parâmetro A representa a amplitude da oscilação, isto é, o afastamento máximo de seu


ponto de equilíbrio (seja para cima ou para baixo desse ponto). O parâmetro θ0, denominado fase
inicial, é função do instante que foi adotado para o início da contagem dos tempos, ou instante inicial
t0 = 0.

As duas constantes A e θ0 só poderão ser determinadas se soubermos os valores de duas


grandezas (posição, x, e velocidade, v, por exemplo) no mesmo instante t, ou então os valores de
duas posições (ou de duas velocidades) em dois instantes diferentes. De qualquer modo, devemos
determinar as duas constantes, porque estamos resolvendo uma equação diferencial linear de
segunda ordem.

2.8 O parâmetro ω0 e o período T0

A função é periódica e pode ser representada graficamente desta

maneira (Figura 7)2:

Figura 7. A função periódica cosseno.

2
É costume representar as funções periódicas com uma extensão horizontal de dois períodos, conforme se vê nesta
ilustração.
Como pode ser visto na (Figura 7), x(t) = x(t+T0), isto é, o valor de x se repete a cada intervalo
de tempo T0, denominado período.

Sabemos, por outro lado, que a função cosseno se repete a cada 2π radianos, como pode ser
visto na (Figura 8):

Figura 8. Circulo trigonométrico.

Como , podemos escrever

e já que , tem-se que (vide (Figura 8)),

isto é,

Pode-se calcular o período natural, T0, da oscilação do sistema massa-mola, a partir dos
parâmetros característicos do sistema:

,
ou

.
ATIVIDADE PRÁTICA:

1. Determinação da Constante elástica da mola.

a. Método estático
i. Pendure a mola no suporte e anote a posição x0 de equilíbrio
estático, sem nenhum corpo preso a ela.

ii. Vá acrescentando corpos de massas diferentes a intervalos


regulares de massa até o máximo de 200 g (peça orientação ao seu
professor), sucessivamente, e anote os valores das diversas
posições de equilíbrio estático x1, x2, ... etc.

iii. Complete a Tabela 1.

Tabela 1. Posições x da extremidade da mola em função da massa m.


mi (kg) 0 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 -

F (m x g) 0 0,49 0,98 1,47 1,96 2,45 -

0 0,02 0,05 0,09 0,12 0,15 -


Δxi (m)

- - - - - - - -

iv. Calcule graficamente a constante elástica estática da mola, kEST.


K=> tg = CO/CA
K= 0.12/0.20
K= 0,6N/m

b. Método dinâmico

1. Pendure a mola no suporte.

2. Coloque um corpo de 50 g no suporte e aguarde até que o sistema chegue


ao repouso.

3. Afaste o corpo de sua posição de equilíbrio de uma amplitude A da ordem


de 2,50 cm (anote o valor de A), mantendo a massa nessa posição.

4. Solte agora o corpo e deixe-o oscilar verticalmente. Não deixe que o corpo
faça movimentos circulares ou elípticos.

5. Meça o tempo (t0) de cinco oscilações completas. Calcule o período natural


(T0) dessas oscilações e complete a Tabela
0
2.
5

Tabela 2. Períodos T0, massas m e constante elástica da mola, k.


m (kg) 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25

t0 (s) 1,66 2,54 2,79 3,27 4,29

T0 (s) 0,33 0,50 0,558 0,654 0,858

2 2
T0 (s ) 0,108 0,258 0,311 0,427 0,736

6. Construa o gráfico do período natural, T0, em função da massa, m.


7. Construa o gráfico do quadrado do período natural, (T0)2, em função da
massa, m.

8. Calcule graficamente a constante elástica dinâmica da mola, kDIN. Escreva


explicitamente os cálculos e o resultado na própria folha de papel
milimetrado.

Resposta: K = tg => k = CO/CA


K = 0,3/0,10
K = 3 N/m

2. Resultados.
K= 0,6 N/m e K = 3 N/m
3. Vamos agora anotar os períodos de oscilações para a mesma massa com amplitudes
diferentes.

Tabela 3. Períodos de oscilações para a mesma massa com amplitudes diferentes.


t10 (s) 2,51 2,57 2,62 2,79 2,86 2,92
T (s) 0,50 0,51 0,52 0,55 0,57 0,58
A (m) 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06

Agora, escreva a equação horária que descreve o movimento.


S = S0 + v.t v = s/t => v = 0,01/0,5 => v = 0,2 m/s
S = 0 + 0,2 . 0,5
S = 0,1 m
4. Questionário

a. Compare o valor da constante elástica, k, obtida pelo método estático, com o valor
obtido pelo método dinâmico.

Resposta: A constante elástica K calculada pelo método estático foi bem menor que
quando calculado o movimento pelo método dinâmico.

b. Calcule e discuta a discrepância (absoluta e relativa) se houver.

Resposta: A diferença entre K estático e K dinâmico foi de 2,4 N/m, acredito que essa
diferença seja causada pelos diversos momentos em que a mola foi submetida durante o
experimento dinâmico, pois essa força foi realizada diversas vezes durante o experimento.
c. Construa o gráfico de x(t).
Conclusões

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