Disciplina 4300255

Mecânica dos Corpos Rígidos e dos Fluidos

Aula 18 14/06/2021

Equilíbrio Estático e Elasticidade

Profa. Nora Lia Maidana Prof. José Luiz Lopes

nmaidana@if.usp.br zeluiz@if.usp.br
Revisão

 
L 𝜏Ԧ𝑟𝑒𝑠 = 𝑟Ԧ × 𝑀𝑔Ԧ
F 


Mg dL = dt = Mgd dt

dL Mgd dt
𝜙 d = =
L L

d Mgd
 precessão = =
dt L
 Equilíbrio estático e elasticidade
Quando analisado desde um sistema de referência, se diz em equilíbrio estático um corpo que está estacionário
(sem movimento) ou que permanece estacionário no tempo.
A determinação das forças que atuam sobre um corpo em equilíbrio estático tem muitas aplicações.

Cabos de uma ponte suspensa...

Para um guindaste não tombar durante o movimento de uma carga ...

Para uma escada não escorregar, ou um cartaz não cair...

 https://www.youtube.com/watch?v=lyQ1Kir5B5E

As forças dos cabos e das vigas de uma estrutura são forças chamadas elásticas.

São fruto de pequenas deformações - alongamento ou compressão de corpos sólidos sob tensões
ocasionadas pelas cargas.

Esta disciplina foi pensada para abordar em primeiro momento os corpos rígidos em movimento, seguindo pelo
equilíbrio de corpos rígidos, corpos ideais cujas deformações são desprezíveis, seguidos pelas deformações e as
forças elásticas que se observam nos corpos reais sujeitos a esforços, para finalmente abordar os fluídos.
CONDIÇÕES DE EQUILÍBRIO
𝐹1

Uma condição necessária para que uma partícula

permaneça em repouso é que a resultante das 𝐹2
𝐹3
forças que atuam sobre ela seja nula.

𝐹1 𝐹2
Da mesma maneira, o centro de massa de um
corpo rígido permanece em repouso se a
resultante das forças que agem sobre ele for nula.

Mas, o CM do corpo rígido pode permanecer em repouso e girar em torno de um eixo que passe pelo seu centro.
Se houver rotação não há equilíbrio estático
Para que haja equilíbrio estático, é preciso também que a resultante dos torques que atuam sobre o corpo, em
relação a qualquer ponto, também seja nula.
Esta condição nos oferece a possibilidade de escolher qualquer ponto para o cálculo dos torques.
O que é de muita utilidade na maioria das situações.
 Condições para que haja equilíbrio estático:

1. A resultante das forças externas que agem sobre um corpo deve ser nula: σ 𝐹Ԧ = 0.
2. A resultante dos torques em relação a qualquer ponto deve ser nula: σ 𝜏Ԧ = 0.
Não podemos esquecer a natureza vetorial da rotação em torno de um eixo fixo, isto é devemos considerar se
os torques são positivos ou negativos, anti-horários ou horários, respectivamente.
Seja o caso de uma régua de massa m com um objeto de massa M sobre ela, apoiada nos extremos. Supondo
que o sistema está em equilíbrio, podemos determinar cada força aplicada nos apoios se soubermos a posição
do objeto respeito dos apoios.
Há um número definido de passos a seguir na resolução deste tipo de problemas, ao determinar as forças que
atuam em um sistema em equilíbrio.

a – o objeto a analisar deve ser isolado e identificadas as forças que atuam no objeto;
b – devem ser obtidas as equações de equilíbrio para o objeto, considerado um corpo rígido;
c – só nesse ponto devem ser calculadas as grandezas desconhecidas e interpretados os resultados.
Condições De Equilíbrio:

1. σ 𝐹Ԧ = 0→ 𝐹1 + 𝐹2 − 𝑚𝑔 − 𝑀𝑔 = 0

2. σ 𝜏Ԧ = 0

Escolhendo como origem de coordenadas o ponto de apoio à direita, podem ser analisados os torques
𝐿 𝑀𝑔 𝑚𝑔
−𝐹1 𝐿 + 𝑀𝑔𝑥1 + 𝑚𝑔 − 𝐹2 . 0 = 0 ⇒ 𝐹1 = 𝑥 + . Substituindo F1 na primeira expressão:
2 𝐿 1 2
𝑀𝑔 𝑚𝑔 𝑀𝑔 𝑚𝑔
𝑥 + + 𝐹2 − 𝑚𝑔 − 𝑀𝑔 = 0 ⇒ 𝐹2 = 𝑚𝑔 + 𝑀𝑔 − 𝑥 − .
𝐿 1 2 𝐿 1 2

Uma vez determinado F2. É possível obter o valor de F1.

 Momento de um binário
Um binário de forças é um sistema de duas forças, simétricas e com linhas de ação paralelas, que produzem efeito rotativo.

O momento de um binário, em relação a um ponto fixo 0,

origem de um referencial inercial é dado por:

Direção: perpendicular ao plano do binário

Sentido: dado pelas regras da mão direita ou do saca – rolhas
Norma (ou módulo): dos vectores posição pontos de aplicação das forças, em relação ao ponto fixo 0, são
iguais e as normas das forças aplicadas também o são.

Um binário de forças não altera o movimento de translação do corpo em que atua e produz efeito de rotação
sobre o corpo em que é aplicado.
PROBL. 1 L 5. Uma gangorra é constituída por uma prancha de 4 m apoiada no centro. Uma criança de 28 kg
está sentada numa extremidade da gangorra. Onde deve se sentar outra criança, de 40 kg, para equilibrar a
prancha?

1. σ 𝐹Ԧ = 0→ 𝐹റ1 + 𝐹Ԧ2 + 𝑃𝑔 + 𝑁 = 0.

O problema não fornece a massa da tabua, assim, mg = 0.

A intensidade da normal dependerá da massa das duas crianças.
Dependendo da escolha da origem do referencial para o cálculo dos torques, conhecer ou não a intensidade de
N não é necessária.

2. σ 𝜏Ԧ = 0. Escolhendo como origem de coordenadas o ponto de apoio da gangorra,

𝐿 𝐹1 𝐿 28
𝐹1 𝐿Τ2 − 𝐹2 . 𝑥 = 0 ⇒ 𝐹1 = 𝐹2 𝑥 ⇒ 𝑥 = = ⋅ 2 = 1,4 m
2 𝐹2 2 40
CENTRO DE GRAVIDADE

Todo corpo pode ser imaginado como composto por uma soma de partículas de peso wi.

Assim, a soma de todas elas fornece o peso do corpo todo: σ 𝑤𝑖 = 𝑃.

Se o peso todo estiver concentrado num único ponto, e se apoiarmos o corpo nesse ponto, o corpo permaneceria
em equilíbrio estático.
Esse ponto é chamado “centro de gravidade”.
O torque do peso 𝑃 em relação a qualquer ponto é igual à soma dos torques de todas as partículas em relação a
esse ponto.
Assim, se 𝑋𝐶𝐺 for a coordenada do centro de gravidade em relação a essa origem arbitrária, o módulo do torque
em relação a O será: 𝑋𝐶𝐺 𝑃 = σ 𝑤𝑖 𝑥𝑖 .
Dado que podemos considerar a aceleração da gravidade como uma constante para o corpo todo, fazendo o peso
P=Mg e o das partículas como wi = mig:
𝑋𝐶𝐺 𝑀𝑔 = σ 𝑚𝑖 𝑔𝑥𝑖 ⇒ 𝑋𝐶𝐺 𝑀 = σ 𝑚𝑖 𝑥𝑖 , equação que dá a coordenada do centro de massa.

Desta maneira o centro de massa e o centro de gravidade coincidem quando o campo gravitacional for uniforme.
Se a origem for localizada no centro de massa, a expressão acima fica: 𝑋𝐶𝐺 𝑃 = σ 𝜔𝑖 𝑥𝑖 = 0
Então, o centro de gravidade é o ponto em que o torque resultante das forças gravitacionais que agem sobre todas
as partículas do corpo é nulo.
Valem então todos os assuntos estudados de centro de massa e a obtenção dele para localizá-lo.

Assim o centro de gravidade de uma vareta delgada (ou qualquer outro corpo) é aquele onde ela fica apoiada em
equilíbrio.

Nos livros vão achar os problemas resolvidos clássicos:

a) de uma viga ou régua ou quaisquer objeto apoiado em balanças nas extremidades do mesmo, com um outro
objeto apoiado sobre ele a uma distância diferente de uma das extremidades respeito da outra;
b) de uma pessoa subindo numa escada que está apoiada numa parede vertical;
c) de um cartaz ou peso dependurado de uma viga, etc.

Em aula vamos resolver outros problemas nesse estilo...

 ESTABILIDADE DO EQUILÍBRIO DE ROTAÇÃO

quando os torques provocados por um pequeno deslocamento angular do

estável corpo em relação à posição de equilíbrio provocam rotação que tende a
levar o corpo para posição de equilíbrio inicial.

Há 3 categorias diferentes os torques provocados por um pequeno deslocamento angular do

de equilíbrio de um corpo instável corpo tendem a afastar o corpo da posição original.
em relação à rotação
Se ele girar, não há força ou torque agindo para que retorne ou se
afaste da posição original. Na rotação do corpo, o centro de gravidade
indiferente.
permanece à mesma altura, portanto a energia potencial não se altera.
2. (Tipler Cap 12 E 26) Uma porta homogênea, de 18 kg, tem 2,0m de altura e 0,8m de largura. A porta
tem duas dobradiças, uma a 20 cm do topo e outra a 20 cm da base. Admitindo que cada dobradiça suporte
metade do peso da porta, calcular o módulo e a direção das forças exercidas pelas duas dobradiças sobre a
porta.
Escolhendo a origem de coordenadas como estando na dobradiça debaixo e interpretando
que o contorno do sistema coincide com os limites físicos da porta, identificamos as
forças que agem sobre ela
A distância vertical de cada dobradiça à extremidade da porta é 20 cm.

Chamando  à distância de cada dobradiça à extremidade da porta e h à altura total da

porta podemos achar a distância da dobradiça de cima em relação à origem de
coordenadas,

Supomos não saber a orientação das forças que as dobradiças exercem sobre a porta,
colocarmos assim as direções que aparecem no gráfico, e uma vez conhecida a resposta,
analisaremos o sinal..
 1ª Condição de equilíbrio:

Ainda não sabemos para onde estão orientadas as forças em cada dobradiça. Não devemos impor sinal nenhum
dado que estas forças são incógnitas.
projeção x projeção y:

(1)

Da parte do enunciado que diz: “Admitindo que cada dobradiça suporte metade do peso
da porta”, vemos que

(2)

Da 2ª condição de equilíbrio considerando a origem O localizada na

dobradiça de baixo.
A única componente de interesse está na direção perpendicular à porta

(3)
vemos que por (1)

Essa Fy,c é a que atua na porta, realizada pela dobradiça, e por ação-reação, a força na dobradiça será - Fy,c .

Então, a força que a dobradiça exerce sobre a porta é proporcional ao peso da mesma mas,
quanto maior for a largura da mesma maior será a força.

Que acontece se a distancia das dobradiças à extremidade da porta aumentasse?

O denominador dessa expressão diminuiria, com o consequente aumento da

força na horizontal.
 Como esta força possui o mesmo modulo e sentido contrario ao que exerce a porta sobre a dobradiça,
percebemos que esta é a força que arranca a dobradiça da parede quando a intensidade for grande ou não
houver fixação adequada.

A direção de Fc será:

A direção de Fb será:

.
Próxima aula:

Equilíbrio estático e elasticidade

Problemas: 5, 6, 4 e 7