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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

INSTITUTO DE FÍSICA
Depto de Física da Terra e do Meio Ambiente

FISD36 –Física Geral Teórica I

Momento Linear e Colisões

Profas. Alanna Dutra, Maria Zucchi e Prof. Vilar


Momento linear

Momento
Termo utilizado para descrever
corpos em movimento (quantidade
de movimento).

O momento linear é o produto


da massa (escalar) pela
velocidade (vetor).

(kg ms-1)

O vetor momento e o vetor


velocidade são paralelos entre si
Relação entre momento e força
Pela 2ª Lei de Newton para o modelo da partícula de um corpo em
movimento, cuja massa permanece constante:

𝑑 𝑣Ԧ 𝑑 𝑑 𝑝Ԧ
෍ 𝐹Ԧ = 𝑚𝑎Ԧ = 𝑚 = 𝑚𝑣Ԧ =
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡

Se a força resultante sobre um corpo é nula, a derivada temporal do


momento é nula O momento da partícula é constante. Este é o caso
de uma partícula isolada, onde nenhuma força age sobre ela (1ª Lei de
Newton)
Momento e sistemas isolados
Considere um sistema de duas partículas que podem interagir entre si,
mas estão isoladas de suas redondezas (nenhuma força externa age
sobre o sistema).
Se em algum instante, o momento de cada partícula é p1 e
p2, então: 𝑑𝑝1 𝑑𝑝2
𝐹21 = 𝐹12 =
𝑑𝑡 𝑑𝑡

1 F21
Pela 3ª Lei de Newton
𝐹12 = − 𝐹21 → 𝐹12 + 𝐹21 = 0
F12
2
Pela definição de momento linear:

𝑑𝑝1 𝑑𝑝2 𝑑
+ =0→ 𝑝 + 𝑝2 = 0
Podem ser 𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡 1
forças
gravitacionais Ou seja, o momento total do sistema isolado deve
permanecer constante:
𝑝1𝑖 + 𝑝2𝑖 = 𝑝1𝑓 + 𝑝2𝑓
Conservação de momento linear
Momento e força
Exemplo
Mostre que ao considerar um sistema composto da Terra e de uma bola
largada de uma altura h próximo a superfície, podemos desprezar a
energia cinética da Terra.
Exemplo
Dois blocos ligados por uma mola são afastados e depois liberados sem
velocidade inicial. Qual a fração de K total em cada bloco depois que eles
são liberados?
Momento e energia cinética
Sabemos

Seja p=mv, podemos obter a relação entre K e p

Podemos reformular todos os conceitos de mecânica que já estudamos até


agora em termos de momento, ao invés de velocidade
Sistemas de partículas e corpos extensos
O movimento de qualquer obeto ou sistema de partículas pode ser
descrito em termos do movimento do Centro de Massa (CM), mais o
movimento de partículas individuais do sistema relativo ao CM.

O movimento do CM está relacionado ao balanço de forças do sistema.


Para um sistema de n partículas com massa total M ...
O Centro de Massa ou Centro de Gravidade
◼ Apoiamos um corpo de tal forma que ele fica equilibrado e não gira
◼ Existem apenas duas forças
◼ A força da gravidade

◼ A força do pino que está apoiando o corpo


◼ Equilíbrio = as forças são tais que
◼ A força resultante é zero

◼ O torque resultante é zero

◼ => Fg está localizado logo abaixo


de ponto de suporte
◼ Aqui, o centro de gravidade está marcado com um ponto vermelho
Efeito do centro de massa
◼ Suponha que apoiemos o mesmo corpo com o mesmo pino, mas o centro
de gravidade não esteja logo abaixo do ponto de suporte
◼ As forças são as mesmas
◼ Sua soma ainda é zero

◼ No entanto, agora há um torque


resultante porque o ângulo  entre
o vetor força gravitacional e o momento
entre as duas forças não é zero

◼ Porque há um torque resultante, o corpo


irá girar
Propriedade do centro de massa
◼ Anteriormente mostramos o vetor força
segurando um computador e o vetor força
gravitacional apontando para baixo
perfeitamente alinhado
◼ É claro que se não segurássemos o
computador exatamente embaixo de seu
centro de gravidade, o computador cairia
◼ Podemos concluir afirmando que:

Um corpo que não esteja ligado a outros corpos permanecerá em repouso


se ele estiver ou sendo segurado exatamente embaixo do seu centro de
gravidade ou suspenso exatamente por cima dele
Determinação do centro de massa
◼ É possível determinar o centro de gravidade
de um corpo com um experimento
◼ Primeiro, penduramos o corpo em um ponto
arbitrário
◼ Em seguida, desenhamos uma linha vertical
para baixo
◼ Então penduramos o corpo em um segundo
ponto arbitrário diferente
◼ Desenhamos uma segunda linha vertical
para baixo
◼ Onde as dua linhas se encontram está o
centro de gravidade
Centro de Massa de dois corpos
◼ Vamos observar um sistema com dois corpos

◼ Há equilíbrio se
◼ Temos o centro de massa de m1 e m2
Centro de massa de um sistema de massas
◼ Definimos o centro de massa de um sistema de n massas como

m2
m1
y r2
r1 m3
é a massa de cada partícula;
r3
é o vetor posição de cada partícula; R
m4
r4
é o vetor posição do centro de massa; x
é a massa total;
Movimentos de corpos extensos
◼ O movimento de corpos extensos pode parecer complicado

◼ Mas se seguirmos o centro de gravidade ao invés de toda a chave-inglesa

As coisas ficam mais simples:


movimento do centro de
gravidade + rotação ao seu
redor
Momento do centro de massa
◼ Podemos falar de centro de massa da mesma forma como falamos em centro
de gravidade
◼ Se não há gravidade, então não há centro de gravidade

◼ Sempre há um centro de massa (para a inércia)


◼ Podemos descrever o momento do centro de massa começando pelas
coordenadas do centro de massa

◼ E tomar a derivada referente ao tempo para obter a velocidade

◼ E finalmente o momento do centro de massa


A segunda lei de Newton para o centro de massa

◼ Podemos tomar a derivada temporal do momento para obter a força

◼ Observe que a soma das forças exercidas por partículas em outras partículas
do mesmo sistema devem ser zero, então temos
Resumo para o centro de massa:
Exemplo: Centro de massa
Exemplo: Centro de massa
Colisões e Impulso
O momento p de qualquer corpo que se comporta como uma partícula
não pode variar, a menos que uma força externa atue sobre ele.

Colisão é um evento isolado em que uma força relativamente intensa, age


em cada um dos dois ou mais corpos que interagem por um tempo
relativamente curto.

Durante a breve fração de tempo de uma colisão, quaisquer forças


externas agido sobre os corpos são usualmente muito mais fracas que as
forças de interação entre os corpos. (aproximação por Impulso)

Obs.: Usualmente corpos colidindo podem ser tratados como um sistema isolado
durante a colisão.

Portanto, o momento total do sistema em um instante anterior a colisão é


igual ao momento total no instante seguinte da colisão (conservação de
momento).
Impulso
Impulso é a grandeza física que mede a variação da quantidade de movimento
de um objeto.
A variação do momento pode ser representada por (f=final, i=inicial)

Obtenha uma expressão para mudança de momento voltando à relação entre


momento e força, e integrando os dois lados no tempo

Impulso:

e portanto:
Impulso e força média
◼ Defina a força média atuando em um intervalo de tempo t = tf - ti

◼ Então o impulso é simplesmente:

◼ Este resultado parece bastante trivial (a integral ainda está lá na definição da


força média), mas é muito útil paara questões práticas
Exemplo: home run no beisebol (1)
◼ Um arremessador atira uma bola rápida que atravessa a base do batedor com
velocidade de 40,23 m/s e ângulo de 5,0 abaixo da horizontal. Um rebatedor a
acerta com força suficiente para um home run com velocidade de 49,17 m/s e
ângulo de 35,0° acima da horizontal. A massa da bola de beisebol é = 0,145
kg.
Questão 1:
◼ Qual é o módulo do impulso que a bola de beisebol recebe do taco?
Resposta 1:
◼ O impulso é igual à mudança de momento da bola de beisebol. É preciso
calcular , e então multiplicar esta resposta pela massa da bola
para descobrir o impulso.
Exemplo: home run no beisebol (2)

◼ Resultado:
Impulso e dispositivos de segurança de carros
◼ Colisão de um carro: impulso bastante grande (não é possível mudar)
◼ O tempo de uma colisão típica é bem curto

◼ Já que , isto significa que uma força bastante grande age sobre
o motorista
◼ Todos os dispositivos de
segurança passivos
(cinto de segurança, air bag,
zonas de deformação) são
projetados para extender
o intervalo de tempo e
então reduzir a força média
Impulso e dispositivos de segurança de carros:
Integração de uma Força
Integração de uma Força
Colisões
Quando duas partículas de massas m1 e m2 colidem, as forças de colisão podem
variar no tempo de forma complicada. Consequentemente, a aplicação da 2ª Lei
de Newton se torna difícil.

F A) Colisão dura
Fmax >
dt <

A B) Colisão suave (macia)


Fmax <
B dt >

t
Colisões de dois corpos
Conservação de momento e colisões de dois corpos

Uma vantagem de pensar em termos de momento de centro de


massa é que podemos reescrever a lei de conservação anterior
como:

O momento do centro de massa não muda com a colisão.

O resultado se aplica a todos os tipos de colisões


Conservação de momento em colisões (1)
◼ Durante a colisão o objeto 1 exerce uma força sobre o objeto 2.
◼ Use a relação entre força e mudança de momento

[i = inicial (antes da colisão), f = final (depois da colisão)]

◼ O objeto 2 exerce uma força sobre o objeto 1. Logo:

◼ De acordo com a terceira lei de Newton:


Conservação de momento em colisões (2)
◼ Integre o resultado da terceira dei de Newton:

◼ Logo: (válida para todas as colisões entre dois corpos!)


◼ Reorganize esta equação:

◼ Esta é a lei de conservação do momento!


◼ Aplica-se para todas as colisões entre dois corpos
◼ Lei fundamental da conservação, assim como a da conservação de energia
Conservação de momento em colisões (3)
◼ A única condição usada para a derivação é a terceira lei de Newton
◼ E outras forças externas, nós as desprezamos na derivação.

◼ Tempos de colisão são muito curtos, e durante estes tempos o impulso devido
a forças externas pode ser desprezado

◼ Por outro lado, as forças entre estes dois objetos em colisão são muito
grandes.
Conservação de momento
◼ Lembre-se novamente: o momento é conservado em todos os tipos
de colisões
(1d)
(mais geral)

◼ Em colisões perfeitamente elásticas, a energia cinética também é conservada


Questão:
◼ Qual é o limite oposto, uma colisão que possa ser definida como
perfeitamente inelástica?
◼ É possível remover toda a energia cinética?
◼ A resposta é NÃO! (normalmente)
Tipos de Colisões
➢ Colisão Inelástica (Anelástica)
A energia cinética do sistema não é conservada, apenas o momento.
Exemplo: Colisão de uma bola de borracha com a parede, implica que parte de K é
transformada em energia interna.

➢ Colisão Perfeitamente Inelástica


A maior fração possível de K é transformada (corpos se aderem após a colisão).
Exemplos: queda de um meteoro, massa de modelar, etc.

➢ Colisão Elástica
Energia cinética do sistema é conservada!
Exemplos: Colisão de duas bolas de bilhar são aproximadamente eslasticas (ondas de som,
atrito); partículas atômicas, etc.
Colisão unidimensional perfeitamente anelástica
Sejam 2 corpos de massa m1 e m2 em movimento com componentes de
velocidade v1i e v2i ao longo de uma linha reta. Se os corpos colidem de frente,
se unem e se movem após a colisão com alguma componente de velocidade
comum vf , apenas o momento é conversado.

antes

m1 m2
v1i v2i

depois

m1 m2
vf
Colisões unidimensionais perfeitamente anelástica
Neste tipo de colisão a maior fração possível de Ki é transformada (os corpos
de aderem após a colisão).
Colisão unidimensional elástica
Neste tipo de colisão tanto o momento quanto a energia cinética do sistema são
conservadas.

antes

m1 m2
v1i v2i

depois

m1 m2
v1f v2f
Colisão unidimensional elástica
Neste tipo de colisão tanto o momento quanto a energia cinética do sistema são
conservadas.
Colisão elástica unidimensional
◼ A colisão elástica é um caso ideal em que duas condições são cumpridas:
◼ O momento total é conservado (válida para todas as colisões)

◼ A energia cinética total é conservada

◼ Resultado: é possível calcular os momentos após a colisão


Colisão elástica unidimensional
◼ Energia cinética:

◼ Momento:
◼ Divida (I) por (II) e use :

◼ Coloque de volta em (II):


◼ Da mesma forma, resolva para o outro momento final
Colisão elástica unidimensional
◼ Também podemos obter a expressão para velocidades ao invés de momentos
usando pi,1=m1vi,1, ….
◼ Expressão para as velocidades finais a partir das iniciais

◼ Velocidade relativa após a colisão,vf ,1 − vf ,2 :

A velocidade relativa
muda de sinal!
Colisão elástica em 2d ou 3d
◼ Considerações gerais:
◼ 1d: pf,1 e pf,2 são 2 desconhecidos; conservação de momento e
conservação de energia cinética oferecem 2 equações
◼ 2d: cada vetor momento final tem 2 componentes => 4 desconhecidos;
conservação de momento (componente x e y) e conservação de
energia cinética oferecem apenas 3 equações
◼ 3d: cada vetor momento final tem 3 componentes => 6 desconhecidos;
conservação de momento (componente x, y e z) e conservação de
energia cinética oferecem apenas 4 equações
◼ São necessárias mais informações! É o que faz o bilhar interessante!
(É preciso ter informações sobre onde exatamente a bola encosta)
Exemplo: colisão elástica com uma parede 2d
◼ A componente de momento paralela à
parede permanece a mesma,

◼ A componente de momento
perpendicular à parede muda de sinal,

◼ Ângulo de incidência = ângulo de


reflexão,
◼ O valor absoluto do momento permanece
o mesmo
Colisão parcialmente inelástica com uma parede, 2d

◼ A componente de momento paralela à


parede ainda permanece a mesma,

◼ A componente de momento
perpendicular à parede muda de sinal e é
reduzida pelo coeficiente de restituição,

◼ O ângulo de reflexão é menor,

◼ O valor absoluto do momento diminui


Colisões perfeitamente inelásticas
◼ Uma colisão perfeitamente inelástica é definida com aquela em que os
objetos em colisão se aderem após colidirem
◼ Exemplo: um inseto no parabrisa do seu carro
◼ Se os dois objetos se aderem, suas velocidades finais após a colisão devem
ser idênticas

◼ Por favor, observe: neste caso, a velocidade relativa final é zero


◼ Resultados da conservação de momento em
Derivação: colisões perfeitamente inelásticas
◼ Conservação de momento

◼ Use e obtenha:

◼ Agora use

◼ Logo:
Exemplo: colisão frontal (1)
◼ Considere uma colisão frontal de uma caminhonete, M= 3023 kg, e um
carro compacto m= 1184 kg. Cada veículo tem velocidade inicial de 50 mph
(22,35 m/s), e eles estão se movendo em sentidos opostos (caminhonete:
-v; carro: +v). Os dois veículos colidem e ficam juntos => colisão
perfeitamente inelástica.
Questão:
◼ Quais são as mudanças nas velocidades dos dois carros na colisão?
Resposta:
◼ Calcule a velocidade final do par:
Exemplo: colisão frontal (2)
◼ Mudança de velocidade para a caminhonete:

◼ Mudança de velocidade para o carro compacto:

◼ Razão das mudanças de velocidades: 32,12/12,58 = 2,55=inverso da razão


das massas
◼ Ambos os carros têm uma mudança em suas velocidades durante um
intervalo de tempo idêntico; então a razão da aceleração também é 2,55 =>
as forças sentidas pelo corpo do motorista do carro compacto são 2,55 vezes
maiores que as do da caminhonete.
◼ (Mas ainda: as forças que a caminhonete e o carro compacto exercem entre
si são as mesmas - 3a lei de Newton!)
Experimento: colisão perfeitamente inelástica
Pêndulo balístico (1)
Questão:
Um projétil (v=300 m/s, m=0,020 kg) atinge um bloco (M=4,0 kg) e se adere
a ele. Qual é a energia cinética do bloco+projétil logo após o impacto?
Resposta:
Trata-se logicamente de uma colisão perfeitamente inelástica

Compare:
Pêndulo balístico (2)
Questão:
Se o bloco está suspenso por cordas, até que altura o pêndulo vai balançar?
Resposta:
A altura da conversão de energia cinética em energia potencial:
Exemplo: acidente de trânsito
◼ Colisão entre dois carros, perfeitamente inelástica, defletida em 38° como
mostrado
◼ Qual a razão das velocidades iniciais dos dois carros?
◼ Dados: m1=2209 kg (caminhonete branca), m2= 1474 kg (carro azul)

+90=128°
y vi,2

vi,1
x
Colisão entre objetos de massa igual, 2d, 3d (1)
◼ Situação no bilhar: jogue uma bola para que ela colida com outra bola que
estava inicialmente em repouso
◼ Suponha que ambas tenham massa idêntica
◼ Conservação de momento:

◼ Conservação de energia cinética:

◼ Compare os dois resultados:


Colisão entre objetos de massa igual, 2d, 3d (2)
◼ Produto escalar de dois vetores, , somente se duas condições
forem atendidas:
◼ O comprimento de um dos vetores for 0: colisão frontal

◼ Os dois vetores forem perpendiculares entre si (ângulo de 90° entre as


bolas)

◼ Nota: isto é uma idealização. Na realidade o ângulo é menor do que 90°,


porque a colisão não é perfeitamente elástica, pelo rodar das bolas, atrito
com a mesa,...
Experimento "faça você mesmo"
Exemplo: Colisão (1)
Questão:
◼ A pedra vermelha tinha velocidade inicial
de 1,6 m/s no sentido horizontal e foi
defletida em 32˚ com relação à
horizontal, quais são os dois momentos
finais logo após esta colisão
perfeitamente elástica?
Resposta:

◼ Conservação de momento:
◼ x:
◼ y: Lembre-se: 90°
◼ 2 equações para 2 desconhecidos. entre o momento
Requer um pouco de álgebra, mas é final!
simples de resolver
Exemplo: Colisão (2)
Resolva a equação y para pf,2 e insira a equação x:
Exemplo: queda de um objeto (1)
Questão:
Um objeto em um recipiente especial é jogado de uma altura de 3,70 m. O
recipiente e o objeto têm massa combinada de 0,144 kg. Uma força resultante
de 4,42 N quebrará o objeto. Qual é o tempo mínimo sobre o qual o
objeto/recipiente pode parar sem quebrar o objeto?

Resposta:
◼ Quando o objeto e o seu recipiente são liberados, eles terão aceleração
devida à gravidade
◼ Quando o objeto/recipiente atinge o solo, sua velocidade vai da velocidade
final em razão da aceleração gravitacional a zero
◼ Quando o objeto /recipiente para, a força que o faz parar vezes o intervalo de
tempo é igual à massa do objeto /recipiente vezes a mudança de velocidade
◼ O intervalo de tempo sobre o qual ocorre a mudança de velocidade
determinará se a força exercida sobre o objeto pela colisão com o solo
quebrará o mesmo.
Exemplo: queda de um objeto (2)
◼ Desenhe:
◼ Considere que o objeto/recipiente seja
jogado de uma altura de h = 3,70 m.
◼ Pesquise:
◼ De acordo com a cinemática aplicada à queda
livre, a velocidade final vy do objeto/recipiente,
resultado da queda livre de uma altura de y0 a
uma altura final de y e com velocidade inicial vy0
é dada por

◼ Sabemos que vy0 =0 porque o objeto/recipiente


foi liberado do repouso. Definimos a altura final
como sendo y = 0 e a altura inicial como y0 = h.
◼ Então nossa expressão para a velocidade final
no sentido y é
Exemplo: queda de um objeto (3)
◼ Quando o objeto/recipiente atinge o solo,
o impulso J exercido sobre ele é dado por

◼ Onde p é a mudança de momento do


objeto/recipiente e F é a força exercida
para parar o objeto/recipiente

◼ Presumimos que a força é constante,


então podemos reescrever a integral
como
Exemplo: queda de um objeto (4)
◼ O momento do objeto/recipiente mudará
de p = mvy para p = 0 quando atingir
o solo, então

◼ O termo -mvy é negativo porque a velocidade


do objeto/recipiente logo antes do impacto
está no sentido y negativo
Exemplo: queda de um objeto (5)
◼ Simplifique
◼ Agora podemos solucionar a equação para
o intervalo de tempo

◼ Calcule
◼ Inserindo os valores numéricos obtemos

◼ Solução alternativa
◼ Um intervalo de tempo de 1/4 de segundo parece razoável
◼ Poderíamos aumentar este intervalo de tempo
◼ Produzindo uma espécie de zona de deformação
◼ Tornando o recipiente mais pesado
◼ Construindo um recipiente de forma que tivesse grande resistência do ar
Exemplo: colisão com um carro estacionado (1)
Questão:
Um caminhão atinge um carro estacionado. Durante a colisão, os veículos se
aderem e deslizam até parar. O caminhão em movimento tem massa total de
1982 kg (incluindo o motorista), e o carro estacionado tem massa total de
966,0 kg. Se os veículos deslizaram 10,5 m antes de chegar ao repouso, qual
era a velocidade do caminhão? O coeficiente de atrito deslizante entre os pneus
e a estrada é 0,350.

Resposta:
◼ Esta situação é uma colisão perfeitamente inelástica de um caminhão em movimento
com um carro estacionado.
◼ Após a colisão, os dois veículos deslizam até parar
◼ A energia cinética da combinação caminhão/carro logo após a colisão é reduzida pelo
trabalho realizado pelo atrito enquanto os veículos estão deslizando.
◼ A energia cinética da combinação caminhão/carro pode ser relacionada
à velocidade inicial do caminhão antes da colisão.
Exemplo: colisão com um carro estacionado (2)
◼ Desenhe
◼ Definimos que o caminhão em movimento tem massa m1 e velocidade inicial
vi,1
◼ Definimos que o carro estacionado tem massa m2 e estava inicialmente em
repouso
◼ Depois da colisão, os dois veículos deslizam juntos com velocidade de vf
Exemplo: colisão com um carro estacionado (3)
◼ A energia cinética da combinação caminhão/carro logo após a colisão é

◼ Terminamos de solucionar este problema usando o teorema do trabalho e


energia
◼ O trabalho realizado pelo atrito, Wf, sobre o sistema caminhão/carro é igual
à mudança de energia cinética K do sistema caminhão/carro, uma vez que
U = 0
◼ A mudança de energia cinética é igual a zero (já que o caminhão e o carro
acabam parando) menos a energia cinética do sistema caminhão/carro logo
após a colisão
◼ Então, podemos escrever
Exemplo: colisão com um carro estacionado (4)
◼ O sistema caminhão/carro desliza por uma distância d
◼ A componente x da força de atrito que desacelera o sistema caminhão/carro
é dado por fx=-kN onde k é o coeficiente de atrito cinético e N é o módulo
da força normal
◼ Neste caso, a força normal tem módulo igual ao peso do sistema
caminhão/carro, ou N=(m1+m2)g
◼ O trabalho é igual à componente x da força de atrito vezes a distância que o
sistema caminhão/carro desliza ao longo do eixo x então podemos escrever
Exemplo: colisão com um carro estacionado (5)
◼ Simplifique:
◼ Podemos combinar duas equações anteriores para obter

◼ Podemos então obter

◼ A solução de vi1 nos leva a

◼ Calcule:
◼ Inserindo os números obtemos
Movimento de recuo
◼ Digamos que você dispara uma bala de um canhão
◼ O canhão recuará
◼ Este efeito é a Terceira Lei de Newton.
◼ Este efeito é a conservação do momento

◼ Digamos que você esguiche uma grande quantidade de água de uma


mangueira de incêndio
◼ A mangueira irá recuar
◼ A mangueira vai voar e se chicotear como uma cobra se você soltá-la
enquanto grandes quantidades de água estiverem passando
Exemplo: recuo de um canhão (1)
◼ Suponha que você dispare uma bala de canhão de massa 13,7 kg a uma
distância de 2,30 km (seu alcance máximo) do canhão de massa 249,0 kg.
O alvo e o canhão estão na mesma elevação e o canhão está em repouso
sobre uma superfície horizontal.

Questão:
Qual é a velocidade de recuo do canhão?
Exemplo: recuo de um canhão (2)
Resposta:
◼ A conservação do momento nos diz (índice 1 para o canhão e 2 para a bala)

◼ O canhão pode recuar somente na direção horizontal


◼ Então, para a componente horizontal obtemos

◼ Sabemos que o ângulo de lançamento é de 45 graus (alcance máximo) e o


alcance está ligado à velocidade inicial por
Exemplo: recuo de um canhão (3)
◼ A componente x da velocidade inicial é

◼ Ao colocar este resultado de volta na nossa equação de conservação de


momento obtemos

◼ Inserindo os números obtemos


Movimento de foguetes
◼ Aqui consideramos um caso em que
há variação de massa no objeto em
movimento
◼ Por exemplo, o ônibus espacial está
queimando combustível durante o
voo.

◼ Um foguete funciona ejetando


materiais

◼ Estes materiais geralmente são o


resultado de uma reação química
Modelo de foguete (1)
◼ Vamos uma nave espacial cuja propulsão seja feita pelo disparo de balas de
canhão por sua extremidade traseira

◼ Cada bala tem massa m e a massa inicial do foguete é mo

◼ Cada bala é disparada com uma velocidade vc relativa ao foguete, resultando


um momento da bala de vcm
Modelo de foguete (2)
◼ Após a primeira bala ser disparada, a massa do foguete é reduzida para
(mo- m)

◼ O foguete recebe um momento de recuo oposto àquele da bala

◼ A variação de velocidade do foguete é

◼ E a velocidade total do foguete é


Modelo de foguete (3)
◼ Agora disparamos a segunda bala

◼ O disparo dessa segunda bala reduz a massa do foguete de (mo- m) para
(mo - 2 m), o que resulta em uma velocidade de recuo adicional de
Modelo de foguete (4)
◼ O disparo da enésima bala dá ao foguete a variação da velocidade de

◼ Assim, a velocidade do foguete após o disparo da enésima bala é

◼ Essa expressão é chamada de relação de recursão


◼ Podemos resolver este tipo de equação exatamente de forma numérica
◼ Para facilitar, podemos usar uma simplificação bastante justificável
Modelo de foguete (5)
◼ Consideremos que a massa da bala de canhão é pequena se comparada
à massa total do foguete, o que nos dá

onde vc é a velocidade da bala

◼ Agora vamos ao limite de pequenas balas de canhão e obtemos

◼ Esta equação diferencial tem a solução


Modelo de foguete - resposta final
◼ Então, se tivermos uma ejeção contínua com velocidade vc de gases
provenientes da queima de combustível
◼ Considere que o foguete começa com
◼ Massa mi e velocidade vi
◼ E termina com
◼ Massa mf e velocidade vf
◼ A variação de velocidade vai ser
Exemplo: foguete
◼ Suponha que temos um foguete com massa de 5,000 kg sem combustível.
Quando o foguete está totalmente abastecido ele tem massa de 205,000 kg.
A exaustão do foguete tem velocidade de 5 m/s. Se o foguete partir do
repouso e queimar todo o seu combustível, qual será sua velocidade final?
Mais foguetes
◼ Vamos obter mais informações começando com a segunda lei de Newton
para o sistema isolado

◼ A taxa de variação de velocidade para a parte m =>


◼ A taxa de variação de velocidade para a parte dm =>

◼ Então finalmente obtemos, a partir da segunda lei de Newton,


Empuxo de foguetes
◼ Chamamos a quantidade

de empuxo de um foguete, que é a força exercida pelo propulsor do foguete


◼ Podemos calcular a aceleração inicial do ônibus espacial dado que o empuxo
é de 31,3MN
Exemplos Nota de aula
Exemplo: Momento e Centro de massa
Exemplo: Momento e Centro de massa
Referências

Fundamentos de Física - Vol. 1 - Mecânica


David Halliday, Robert Resnick e Jearl Walker

Physics for Scientists and Engineers


Raymond A. Serway,Jr. Jewett and John W.

Física para Universitários: Mecânica


por Wolfgang Bauer, Gary D. Westfall, Helio Dias

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