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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

INSTITUTO DE FÍSICA
Depto de Física da Terra e do Meio Ambiente

FISD36 –Física Geral Teórica I

Momento Linear, Conservação e


Aplicações

Profa. Alanna Dutra e Prof. Vilar


Momento linear
◼ O momento linear é o produto
da massa (escalar) pela
velocidade (vetor).

◼ O vetor momento e o vetor velocidade


são paralelos entre si
◼ Módulo do momento linear
Momento e força
◼ Obtenha a derivada temporal da definição de momento

◼ Se a massa é constante no tempo, o 2o termo é zero

◼ Forma equivalente da segunda lei de Newton

◼ Em componentes:
Momento e força
Momento e Energia Cinética
◼ Já sabemos

◼ Use p=mv para obter

◼ Encontre a relação entre momento e energia cinética

◼ Podemos reformular todos os conceitos de mecânica que já estudamos até


agora em termos de momento, ao invés de velocidade
Impulso (J)
◼ Impulso é a grandeza física que mede a variação da quantidade de
movimento de um objeto.

◼ A mudança de momento (f=final, i=inicial)

◼ Obtenha uma expressão para mudança de momento voltando à relação


entre momento e força, e integrando os dois lados no tempo

◼ Impulso: e portanto:
Impulso e força média
◼ Defina a força média atuando em um intervalo de tempo t = t f - ti

◼ Então o impulso é simplesmente:

◼ Este resultado parece bastante trivial (a integral ainda está lá na


definição da força média), mas é muito útil para questões práticas
Exemplo 1 : Home run no beisebol
Solução:
Impulso e dispositivos de segurança de carros
◼ Colisão de um carro: impulso bastante grande (não é possível mudar)
◼ O tempo de uma colisão típica é bem curto

◼ Já que , isto significa que uma força bastante grande age sobre
o motorista
◼ Todos os dispositivos de
segurança passivos
(cinto de segurança, air bag,
zonas de deformação) são
projetados para extender
o intervalo de tempo e
então reduzir a força média
Exemplo 2: Impulso e dispositivos de segurança :
Colisões
◼ Colisão entre dois (ou mais) objetos, ou entre um objeto e uma "parede"
◼ Dois carros em um acidente de trânsito

◼ Duas bolas de bilhar


◼ Uma bola de bilhar ricocheteando no canto da mesa

◼ Um asteroide se chocando contra a Terra

◼ Duas moléculas de ar se chocando entre si

Questão:
◼ Se sabemos os momentos dos dois objetos antes da colisão, é possível prever
os momentos após a colisão?
Colisões de dois corpos
◼ Conservação de momento e colisões de dois corpos

◼ Uma vantagem de pensar em termos de momento de centro de


massa é que podemos reescrever a lei de conservação
anterior como:

◼ O momento do centro de massa não muda com a colisão


◼ O resultado se aplica a todos os tipos de colisões
Conservação de momento em colisões
◼ Durante a colisão o objeto 1 exerce uma força sobre o objeto 2.
◼ Use a relação entre força e mudança de momento

[i = inicial (antes da colisão), f = final (depois da colisão)]

◼ O objeto 2 exerce uma força sobre o objeto 1. Logo:

◼ De acordo com a terceira lei de Newton:


Conservação de momento em colisões
◼ Integre o resultado da terceira dei de Newton:

◼ Logo: (válida para todas as colisões entre dois corpos!)


◼ Reorganize esta equação:

◼ Esta é a lei de conservação do momento!


◼ Aplica-se para todas as colisões entre dois corpos
◼ Lei fundamental da conservação, assim como a da conservação de energia
Conservação de momento em colisões
◼ A única condição usada para a derivação é a terceira lei de Newton
◼ E outras forças externas, nós as desprezamos na derivação.

◼ Tempos de colisão são muito curtos, e durante estes tempos o impulso devido a
forças externas pode ser desprezado

◼ Por outro lado, as forças entre estes dois objetos em colisão são muito grandes.
Conservação de momento
◼ Lembre-se novamente: o momento é conservado em todos os tipos
de colisões
(1d)
(mais geral)

◼ Colisões perfeitamente elásticas, a energia cinética também é conservada.

◼ (1D)

◼ Uma colisão que possa ser definida como perfeitamente inelástica:


◼ Há perda de Energia cinética.
Energia cinética
◼ Energia cinética inicial total

◼ Energia cinética final total


Perda de energia cinética
◼ Quando há perda, a perda de energia cinética final é menor que a energia
cinética inicial! => não se pode sempre eliminar toda a energia cinética, nem
mesmo em colisões altamente inelásticas.

◼ Obtendo a diferença entre estas duas, encontramos a perda de energia


cinética:

◼ Há um caso em que se elimina toda a energia cinética em uma colisão


perfeitamente inelástica: os momentos iniciais são iguais em módulo e
opostos em sentido.
Sistema de Partículas e Centro de Massa
◼ Definimos o centro de gravidade de um sistema de n massas como

m2
m1
y r2
r1 m3
é a massa de cada partícula;
r3
é o vetor posição de cada partícula; R
m4
r4
é o vetor posição do centro de massa; x
é a massa total;
Momento do centro de massa
◼ Podemos falar de centro de massa da mesma forma como falamos em centro de
gravidade
◼ Se não há gravidade, então não há centro de gravidade
◼ Sempre há um centro de massa (para a inércia)
◼ Podemos descrever o momento do centro de massa começando pelas coordenadas do
centro de massa

◼ E tomar a derivada referente ao tempo para obter a velocidade

◼ E finalmente o momento do centro de massa


A segunda lei de Newton para o centro de massa
◼ Podemos tomar a derivada temporal do momento para obter a força

◼ Observe que a soma das forças exercidas por partículas em outras


partículas do mesmo sistema devem ser zero, então temos
Resumo para o centro de massa:
Exemplo 3: Momento e Centro de massa
Exemplo 3: Momento e Centro de massa
Aplicações
1. Colisão elástica:
a. Exemplo 1D;
b. Exemplo 2D;
2. Colisão Inelástica:
a. Exemplo 1D;
b. Exemplo 2D;
3. Colisão entre objetos de massa igual:
Colisão elástica
◼ A colisão perfeitamente elástica é um caso ideal em que duas condições são
cumpridas:
◼ O momento total é conservado (válida para todas as colisões)

◼ A energia cinética total é conservada

◼ Resultado: é possível calcular os momentos após a colisão


Colisão elástica

◼ A sequência de um vídeo mostra a


colisão entre dois carrinhos em uma
pista (quase) sem atrito.

◼ Intervalos de tempo iguais

◼ As velocidades antes e depois da


colisão estão marcadas por linhas
coloridas
Colisão elástica
◼ Energia cinética:

◼ Momento:
◼ Divida (I) por (II) e use :

◼ Coloque de volta em (II):


◼ Da mesma forma, resolva para o outro momento final
Colisão elástica
◼ Também podemos obter a expressão para velocidades ao invés de momentos
usando pi,1=m1vi,1, ….
◼ Expressão para as velocidades finais a partir das iniciais

◼ Velocidade relativa após a colisão, v f ,1 − v f ,2:

A velocidade relativa
muda de sinal!
Exemplo 4: Colisão elástica em 1d

Suponha que duas esferas, A e B, colidissem de tal modo que


suas energias cinéticas, antes e depois da colisão, tivessem os
valores mostrados na figura a seguir.
Exemplo 4: Colisão elástica em 1d

Observe que, se calcularmos a energia cinética total do sistema,


encontraremos:
Antes da Colisão: EcA + EcB = 8+4 = 12j
Após a Colisão: EcA + EcB = 5+7 = 12j

Neste caso, a energia cinética total dos corpos que colidiram se


conservou. Esse tipo de colisão, na qual, além da conservação de
movimento (que sempre ocorre), há também a conservação da energia
cinética, é denominada colisão elástica.
Colisão Elástica em 2d
◼ Considerações gerais:

◼ 1d: pf,1 e pf,2 são 2 desconhecidos; conservação de momento e


conservação de energia cinética oferecem 2 equações;
◼ 2d: cada vetor momento final tem 2 componentes => 4
desconhecidos; conservação de momento (componente x e y) e
conservação de energia cinética oferecem apenas 3 equações;
◼ São necessárias mais informações! É o que faz o bilhar
interessante!
(É preciso ter informações sobre onde exatamente a bola
encosta)
Colisão elástica com uma parede 2d

◼ A componente de momento paralela à parede


permanece a mesma,

◼ A componente de momento perpendicular à


parede muda de sinal,

◼ Ângulo de incidência = ângulo de reflexão,


◼ O valor absoluto do momento permanece o
mesmo
Exemplo 5: Movimento de recuo

◼ Solução: Digamos que você dispara uma bala de um canhão


◼ O canhão recuará
◼ Este efeito é a Terceira Lei de Newton.
◼ Este efeito é a conservação do momento
Exemplo 5: Movimento de recuo
◼ A conservação do momento nos diz (índice 1 para o canhão e 2 para a bala)

◼ O canhão pode recuar somente na direção horizontal


◼ Então, para a componente horizontal obtemos

◼ Sabemos que o ângulo de lançamento é de 45 graus (alcance máximo) e o


alcance está ligado à velocidade inicial por
Exemplo 5: Movimento de recuo
◼ A componente x da velocidade inicial é

◼ Ao colocar este resultado de volta na nossa equação de conservação de


momento obtemos

◼ Inserindo os números obtemos


Colisões Inelásticas
◼ Uma colisão perfeitamente inelástica é definida com aquela em
que os objetos em colisão se aderem após colidirem.
◼ Se os dois objetos se aderem, suas velocidades finais após a
colisão devem ser idênticas

◼ Por favor, observe: neste caso, a velocidade relativa final é


zero
◼ Resultados da conservação de momento em
Derivação: Colisões Inelásticas

◼ Conservação de momento

◼ Use e obtenha:

◼ Agora use

◼ Logo:
Exemplo 6: colisão frontal
Solução:
◼ Mudança de velocidade para a caminhonete:

◼ Mudança de velocidade para o carro compacto:

◼ Razão das mudanças de velocidades: 32,12/12,58 = 2,55=inverso da razão


das massas
◼ Ambos os carros têm uma mudança em suas velocidades durante um
intervalo de tempo idêntico; então a razão da aceleração também é 2,55 =>
as forças sentidas pelo corpo do motorista do carro compacto são 2,55
vezes maiores que as do da caminhonete.
◼ (Mas ainda: as forças que a caminhonete e o carro compacto exercem entre
si são as mesmas - 3a lei de Newton!)
Exemplo 7: Pêndulo balístico
Questão:
Um projétil (v=300 m/s, m=0,020 kg) atinge um bloco (M=4,0 kg) e se adere
a ele. Qual é a energia cinética do bloco+projétil logo após o impacto?
Resposta:
Trata-se logicamente de uma colisão perfeitamente inelástica

Compare:
Exemplo 7: Pêndulo balístico
Questão:
Se o bloco está suspenso por cordas, até que altura o pêndulo vai balançar?
Resposta:
A altura da conversão de energia cinética em energia potencial:
Exemplo 8: colisão com um carro estacionado
Questão:
Um caminhão atinge um carro estacionado. Durante a colisão, os veículos se aderem e
deslizam até parar. O caminhão em movimento tem massa total de 1982 kg
(incluindo o motorista), e o carro estacionado tem massa total de
966,0 kg. Se os veículos deslizaram 10,5 m antes de chegar ao repouso, qual
era a velocidade do caminhão? O coeficiente de atrito deslizante entre os pneus
e a estrada é 0,350.

Resposta:
◼ Esta situação é uma colisão perfeitamente inelástica de um caminhão em movimento
com um carro estacionado.
◼ Após a colisão, os dois veículos deslizam até parar
◼ A energia cinética da combinação caminhão/carro logo após a colisão é reduzida pelo
trabalho realizado pelo atrito enquanto os veículos estão deslizando.
◼ A energia cinética da combinação caminhão/carro pode ser relacionada
à velocidade inicial do caminhão antes da colisão.
Exemplo 8: colisão com um carro estacionadoc

◼ A energia cinética da combinação caminhão/carro logo após a colisão é

◼ Solucionar este problema usando o teorema do trabalho e energia


◼ A mudança de energia cinética é igual a zero (já que o caminhão e o carro
acabam parando) menos a energia cinética do sistema caminhão/carro logo
após a colisão
◼ Então, podemos escrever e
Exemplo 8: colisão com um carro estacionado
◼ Podemos combinar duas equações anteriores para obter

◼ Podemos então obter

◼ A solução de vi1 nos leva a

◼ Inserindo os números obtemos


Exemplo 9: acidente de trânsito
◼ Colisão entre dois carros, perfeitamente inelástica, defletida em 38° como
mostrado
◼ Qual a razão das velocidades iniciais dos dois carros?
◼ Dados: m1=2209 kg (caminhonete branca), m2= 1474 kg (carro azul)

+90=128°
y vi,2

vi,1
x
Colisão entre objetos de massa igual
◼ Situação no bilhar: jogue uma bola para que ela colida com outra bola que
estava inicialmente em repouso
◼ Suponha que ambas tenham massa idêntica
◼ Conservação de momento:

◼ Conservação de energia cinética:

◼ Compare os dois resultados:


Colisão entre objetos de massa igual 2d

◼ Produto escalar de dois vetores é igual a zero (0) , somente se duas


condições forem atendidas:

◼ O comprimento de um dos vetores for 0: colisão frontal


◼ Os dois vetores forem perpendiculares entre si (ângulo de 90° entre as
bolas)
Exemplo 10: Colisão
Questão:
◼ A pedra vermelha tinha velocidade inicial de 1,6 Lembre-se: 90°
m/s no sentido horizontal e foi defletida em entre momenta
32˚ com relação à horizontal, quais são os dois final!
momentos finais logo após esta colisão
perfeitamente elástica?
Resposta:

◼ Conservação de momento:
◼ x:
◼ y:
◼ 2 equações para 2 desconhecidos.
Exemplo 10: Colisão
Resolva a equação y para pf,2 e insira a equação x:
Referências

Fundamentos de Física - Vol. 1 - Mecânica


David Halliday, Robert Resnick e Jearl Walker

Physics for Scientists and Engineers


Raymond A. Serway,Jr. Jewett and John W.

Física para Universitários: Mecânica


por Wolfgang Bauer, Gary D. Westfall, Helio Dias

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