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FÍSICA A

Colisões
ASSUNTOS ABORDADOS
 Impulso
 Quantidade de Movimento
 Teorema do Impulso
 Sistema Isolado de Forças
 Princípio da Conservação da
Quantidade de Movimento
 Colisões
Impulso
É a grandeza física vetorial relacionada com a
força aplicada em um corpo durante um intervalo
de tempo.
O impulso é dado pela expressão:

 
I  F .t
I = impulso (N.s);
F = força (N);
t = tempo de atuação da força F (s).
Impulso
Ao empurrarmos um carro, por exemplo, quanto
maior a intensidade da força e o tempo de atuação
dessa força, maior será o impulso aplicado no
carro.

O Impulso é uma grandeza vetorial que possui a


mesma direção e sentido da força aplicada.
 
I  F .t
Impulso
Canhões de longo alcance possuem canos compridos.
Quanto mais longo este for, maior a velocidade
emergente da bala.

Isso ocorre porque a força gerada pela explosão


da pólvora atua no cano longo do canhão por um
tempo mais prolongado. Isso aumenta o impulso
aplicado na bala do canhão.

O mesmo ocorre com os rifles em relação aos


revólveres.
Impulso
Quando a força aplicada não for constante ao
longo do tempo, a intensidade do impulso pode ser
calculada através da Área do gráfico F x t com o
eixo do tempo, conforme a seguir.

|F| I = Área

A I   F .dt
t1 t2
t
Quantidade de Movimento
Todos nós sabemos que é muito mais
difícil parar um caminhão pesado do que
um carro que esteja se movendo com a
mesma rapidez.

Isso se deve ao fato do caminhão ter


mais inércia em movimento, ou seja,
quantidade de movimento.
Quantidade de Movimento
É a grandeza física vetorial relacionada com a
massa de um corpo e sua velocidade.
A quantidade de movimento, ou momento linear, é
dada pela expressão:

 
Q  m.v
Q = quantidade de movimento (kg.m/s);
m = massa (kg);
v = velocidade (m/s).
Quantidade de Movimento
A quantidade de movimento é uma grandeza vetorial
que possui a mesma direção e sentido da
velocidade.

As unidades (dimensões) de Impulso e Quantidade


de Movimento são equivalentes:

m
[ I ]  N .s  kg. 2 .s  kg.m / s  [Q]
s
Teorema do Impulso
Considere um corpo de massa m que se desloca em
uma superfície horizontal com uma velocidade vo. Em
um certo instante passa a atuar nele uma força
resultante de intensidade F, durante um intervalo
de tempo t.
O impulso produzido pela força F é igual a:
I  F .t F  m.a I  m.a.t

V  Vo  V  Vo 
a I  m. .t I  m.V  Vo 
t  t 
 
I  m.V  m.Vo Q  m.v I  Q
Teorema do Impulso

 
I  Q
Para o mesmo intervalo de tempo, o
impulso da força resultante é igual à
variação da quantidade de movimento.
Sistema Isolado de Forças
Considere um sistema formado por dois corpos A e
B que se colidem.

No sistema, as forças decorrentes de agentes


externos ao sistema são chamadas de forças
externas, como, por exemplo o peso P e a normal
N. No sistema, a resultante dessas forças
externas é nula.
Sistema Isolado de Forças
Durante a interação, o corpo A exerce uma força F
no corpo B e este exerce no corpo B uma força -F,
de mesmo módulo e sentido oposto. As forças F e
-F correspondem ao par Ação e Reação.

Denomina-se sistema isolado de forças externas


o sistema cuja resultante dessas forças é nula,
atuando nele somente as forças internas.
Princípio da Conservação da
Quantidade de Movimento
Considerando um sistema isolado de forças
externas:
FR  0 I  FR .t I 0
Pelo Teorema do Impulso I  QF  QI
Como I 0 QI  QF
A quantidade de movimento de um sistema
de corpos, isolado de forças externas, é
constante.
QI  QF
Observações
A quantidade de movimento pode permanecer
constante ainda que a energia mecânica
varie. Isto é, os princípios da conservação
de energia e da quantidade de movimento são
independentes.

A quantidade de movimento dos corpos que


constituem o sistema mecanicamente isolado
não é necessariamente constante. O que
permanece constante é a quantidade de
movimento total dos sistema.
Observações

Durante uma desfragmentação ou explosão o


centro de massa do sistema não altera o seu
comportamento.
Colisões

As colisões podem ocorrer de duas maneiras


distintas, dependendo do que ocorre com a
energia cinética do sistema antes e depois da
colisão.

1 - Colisão Elástica

2 - Colisão Inelástica
Colisão Elástica
Suponha que duas esferas, A e B, colidissem
de tal modo que suas energias cinéticas,
antes e depois da colisão, tivessem os
valores mostrados na figura a seguir.
Colisão Elástica

Observe que, se calcularmos a energia cinética


total do sistema, encontraremos:
Antes da Colisão: EcA + EcB = 8+4 = 12j
Após a Colisão: EcA + EcB = 5+7 = 12j
Neste caso, a energia cinética total dos corpos
que colidiram se conservou. Esse tipo de colisão,
na qual, além da conservação de movimento (que
sempre ocorre), há também a conservação da
energia cinética, é denominada colisão elástica.
Colisão Inelástica (ou Plástica)
É aquela onde a energia cinética não se
conserva. Isso ocorre porque parte da energia
cinética das partículas envolvidas no choque
se transforma em energia térmica, sonora etc.

Não se esqueça, mesmo a energia cinética não


se conservando, a quantidade de movimento do
sistema se conserva durante a colisão.

A maioria das colisões que ocorrem na


natureza é inelástica.
Colisão Perfeitamente Inelástica
É aquela que, após o choque, os corpos passam a
ter a mesma velocidade (movem-se juntos), tendo a
maior perda possível de energia cinética do
sistema.
A figura a seguir exemplifica um colisão
perfeitamente inelástica.

Obs.: na colisão perfeitamente inelástica não se


perde, necessariamente, toda a energia cinética.
Coeficiente de Restituição
O coeficiente de restituição é definido como
sendo a razão entre a velocidade de afastamento e
a de aproximação.
Vafast .
e
Vaprox .

Se um corpo for abandonado de uma altura H e após


o choque com o chão o corpo atingir a altura h,
temos:
h
e
H
Coeficiente de Restituição
O coeficiente de restituição é um número puro
(grandeza adimensional), extremamente útil na
classificação e equacionamento de uma colisão:

Colisão Elástica vafast. = vaprox. e=1

Colisão Inelástica vafast. < vaprox 0<e<1

Colisão Perf. Inelástica vafast. = 0 e=0


LEMBRE-SE QUE
 O impulso é uma grandeza vetorial relacionada
com uma força e o tempo de atuação da mesma.
 Quantidade de movimento é uma grandeza vetorial
que possui mesma direção e sentido do vetor
velocidade.
 O impulso corresponde à variação da quantidade
de movimento.
 Durante uma colisão (ou explosão) a quantidade
de movimento do sistema permanece constante.
 A quantidade de movimento pode permanecer
constante ainda que a energia mecânica varie.
 Após a colisão perfeitamente inelástica os
corpos saem juntos.
Exemplos
A figura mostra dois blocos, A e B, em repouso, encostados em
uma mola comprimida, de massa desprezível. Os blocos estão
apoiados em uma superfície sem atrito e sua massas são 5,0kg e
7,0kg, respectivamente. Supondo que o bloco B adquira uma
velocidade de 2,0m/s, qual a velocidade adquirida pelo bloco A?

Qantes  Qdepois
0  m A .v A  mB .vB
0  5.v A  7.(2)

v A  2,8m / s
Despreze todas as formas de atrito e considere que:
a - inicialmente, o conjunto se encontra em repouso;
b - m 2 = 4 m 1;
c - o corpo de massa m1 é lançado horizontalmente
para a esquerda, com velocidade de 12m/s.
Tendo em vista o que foi apresentado, qual será a
velocidade de lançamento do bloco m2?
Qantes  Qdepois

0  m1.v1  m2 .v2
0  m1.(12)  4m1.v2

v2  3,0m / s
Um automóvel de 1,0 tonelada colidiu frontalmente com um
caminhão de 9,0 toneladas. A velocidade do automóvel era de
80km/h para a direita e a do caminhão, de 40km/h para a
esquerda. Após a colisão, os dois veículos permaneceram juntos.
1 - DETERMINE a velocidade do conjunto caminhão e
automóvel logo após a colisão. V = 28 km/h, para a esquerda
2 - RESPONDA se, em módulo, a força devido à colisão que
atuou sobre o automóvel é maior, menor ou igual à aquela que
atuou sobre o caminhão. JUSTIFIQUE sua resposta. IGUAL
Qantes  Qdepois
m1.v1  m2 .v2  m1.v´1  m2 .v´2 Ação e Reação
1.80  9.(40)  (1  9).V
V  28km / h
Uma bala de massa m e velocidade Vo atravessa, quase
instantaneamente, um bloco de massa M, que se encontrava
em repouso, pendurado por um fio flexível, de massa
desprezível. Nessa colisão a bala perde ¾ de sua energia
cinética inicial. Determine a altura h, alcançada pelo
pêndulo.

M h
vo
v
m m
Conservação da Energia
Mecânica do bloco M ao
mover de A até B
B
vo
M h EM A  EM B
v
m VM m
A Ec A  E pg  Ec B  E pg
A B

Conservação da
Considerando a bala:
Quantidade de Ec A  E pg
Movimento: B
1
Ec depois  Ec antes 1 2
4 Qantes  Qdepois M .VM  M .g .h
2
2
1 1 1 vo 1  m.vo 
  g .h
2
m.v  . m.vo m.vo  M .VM  m.
2

2 4 2 2 2  2M 
vo m.vo 2
v VM  1  m.vo 
2 2M h  
8g  M 
Exercícios
01 - Um corpo de 80kg cai da altura de 80m e, após bater
no solo, retorna, atingindo a altura máxima de 20m. Qual o
valor do coeficiente de restituição entre o corpo e o solo?

h 20 1
e e e e  0,50
H 80 4
02 - Na figura representada, um homem de massa M está
de pé sobre uma tábua de comprimento L, que se encontra
em repouso numa superfície sem atrito. O homem caminha
de um extremo a outro da tábua. Que distância percorreu a
tábua em relação ao solo se sua massa é M/4 ?
Ex. 02
ANTES

DEPOIS

L-D D

Qantes  Qdepois vtábua  4.vhomem


0  mhomem .vhomem  mtábua .vtábua
D LD
 4. 
mhomem .vhomem  mtábua .vtábua t  t 
4L
M D  4L  4D D
M .vhomem  .vtábua 5
4
03 - No esquema a seguir, mA=1,0kg e mB=2,0kg. Não há
atrito entre os corpos e o plano de apoio. A mola tem massa
desprezível. Estando a mola comprimida entre os blocos, o
sistema é abandonado em repouso. A mola distende-se e
cai por não estar presa a nenhum deles. O corpo B adquire
velocidade de 0,5m/s. Determine a energia potencial da
mola no instante em que o sistema é abandonado
livremente.

Qantes  Qdepois E p  Ec A  Ec B
0  m A .v A  mB .vB 1 2 1 2
E p  m A .v A  mB .vB
0  1.v A  2.0,5 2 2
1 1 E p  0,75 j
v A  1,0 m E p  .1.(1)  2.0,52
2
s 2 2
04 - Um móvel A de massa M move-se com velocidade
constante V ao longo de um plano horizontal sem atrito.
Quando o corpo B, de massa M/3, é solto, este se encaixa
perfeitamente na abertura do móvel A. Qual será a nova
velocidade do conjunto após as duas massas se encaixarem
perfeitamente?

Qantes  Qdepois  M 
M .V   M  v AB
 3 
m A .v A  m A  mB .v AB 4 3
V  v AB v AB  V
3 4
05 - Um trenó, com massa total de 250kg, desliza no gelo à
velocidade de 10m/s. Se o seu condutor atirar para trás
50kg de carga à velocidade de 10m/s, qual será a nova
velocidade do trenó?
10m/s

10m/s 50kg V
250kg 200kg

ANTES DEPOIS

Qantes  Qdepois

mtrenó .vtrenó  mcarga .vcarga  mtrenofinal .vtrenofinal

250.10  50.(10)  200.v v  15m / s


06 - Um bloco, viajando com uma determinada velocidade,
choca-se plasticamente com outro bloco de mesma massa,
inicialmente em repouso. Determine a razão entre a energia
cinética do sistema antes e depois do choque.
 
Vo repouso
V
A B A B

ANTES DEPOIS
1 2
Qantes  Qdepois Ecantes m.Vo
 2
m A .Vo  m A  mB .V
2
Ecdepois 1  Vo 
(2m). 
2  2
m.Vo  2m.V Ecantes Ecantes
1
Vo  2
V Ecdepois 1 Ecdepois
2 2.
4
07 - O bloco I, de massa m e velocidade Vo, choca-se
elasticamente com o bloco II, de mesma massa. Sendo g a
gravidade local e desprezando-se os atritos, determine, em
função de Vo e g, a altura h atingida pelo bloco II.
Ex. 07 Conservação da Energia
Mecânica do bloco II ao
mover de A até B

EM A  EM B
 B
Vo Ec A  E pg  Ec B  E pg
A A B

Ec A  E pg
B

Para esse caso, a velocidade do 1 2


bloco II após a colisão será a m.Vo  m.g .h
2
mesma do bloco I antes da colisão.
A colisão foi elástica, havendo vo
2

troca de velocidades. h
2g
08 - Um pequeno vagão, de massa 90kg, rola à velocidade
de 10m/s, sobre um trilho horizontal. Num determinado
instante cai verticalmente, de uma correia transportadora,
sobre o vagão, um saco de areia de 60kg. Determine a
velocidade do vagão carregado.

Qantes  Qdepois 90.10  (90  60).v v  6,0m / s


09 - A quantidade de movimento de uma partícula de
massa 0,4kg tem módulo 1,2kg.m/s. Neste instante, qual a
energia cinética da partícula é, em joules?

2
1 1 Q
Ec  m.v 2 Ec  m. 
2 2 m
2
Q  m.v Q
Ec 
2m
Q 1,2 2
v Ec  Ec  1,8 j
m 2.0,4
10 - Um carro de corrida de massa 800kg entra numa curva
com velocidade 30m/s e sai com velocidade de igual
módulo, porém numa direção perpendicular à inicial, tendo
sua velocidade sofrido uma rotação de 90°. Determine a
intensidade do impulso recebido pelo carro.
   
I  Q I  m.v

 vo 2
v 2  vo  v 2
 
v v v 2  30 2  30 2
v  30 2 m
s
 
I  m.v I  800.30 2 I  3,39.10 4 N .s
11 - Uma esfera de massa m e velocidade v colidiu
frontalmente com um obstáculo fixo, retornando com a
mesma velocidade em módulo. Qual foi a variação da
quantidade de movimento da esfera?

  
v Q  m.v
m  
Q  m.v
ANTES
 Q  m.(v  (v))
v
m
Q  2m.v
DEPOIS
12 - Uma bala de 0,20kg tem
velocidade horizontal de 300m/s;
bate e fica presa num bloco de
madeira de massa 1,0kg, que estão
em repouso num plano horizontal,
sem atrito. Determine a velocidade
com que o conjunto (bloco e bala)
começa a deslocar-se.

Qantes  Qdepois 0,2.300  1,2.v v  50m / s


13 - Em um plano horizontal sem atrito, duas partículas, A
e B, realizam uma colisão unidimensional. Não considere o
efeito do ar. A partícula A tem massa m e a partícula B tem
massa M. Antes da colisão a partícula B estava em repouso
e após a colisão a partícula A fica em repouso. Qual o
coeficiente de restituição nesta colisão?

vafast .
Qantes  Qapós e
vaprox .
m A .v A  mB .vB
m
e
m.vaprox .  M .vafast . M
14 - Um pêndulo balístico de massa 2kg, atingido por um
projétil de massa 10g com velocidade 402m/s, colide
frontal e elasticamente com um bloco de massa 2,01kg.
Após a colisão, o bloco desliza, sobre uma mesa, parando
em 1,0s. Considerando g = 10m/s², determine o coeficiente
de atrito entre a mesa e o bloco. Considere que o projétil se
aloja no pêndulo.
Ex. 14
Colisão entre a bala e o bloco
Qantes  Qapós
 mbala .vbala  (mbala  mbloco ).V
vo
0,01.402  (0,01  2).V

Fat V  2,0m / s

No choque frontal e MRUV Fat   .N


elástico entre corpos de Fat  FR
mesma massa há troca de
V  Vo  a.t
velocidades. 0  2  a.1  .N  m.a
Logo a velocidade inicial
a  2,0m / s 2  .m.g  m.a
do bloco que se encontra
sobre a mesa é:  .10  2
a  2,0m / s 2
Vo  2,0m / s   0,2

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