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MECÂNICA DOS MEIOS CONTÍNUOS.

Curso 2021
Professor: Ms. C. Camilo Torres Tuero
Unidade 2: Mecânica dos corpos deformáveis.
Tema 1: Equilíbrio.
• O que É Física?
• Condições de Equilíbrio.
• Centro de Gravidade

Bibliografia:
Física 1 Mecânica Sears - Zemansky 12 Edição
Fundamentos de física, vol. 2, Halliday, Resnick, 10 Edição
Objetivos do Aprendizado
Depois de ler este módulo, você será capaz de ...
• Conhecer a diferença entre equilíbrio e equilíbrio estático.
• Conhecer as condições do equilíbrio estático.
• Saber o que é o centro de gravidade e qual é a relação com a estabilidade
do corpo.
• Como solucionar problemas que envolvem corpos rígidos em equilíbrio.
O que É Física?
Muitas vezes estamos interessados em garantir que os corpos não se
acelerem.
Qualquer edifício, dos arranha-céus de muitos chãos até a cabana mais
simples, deve ser projetada de modo que se evitem desabamentos. A mesma
coisa acontece a uma ponte suspensa, uma escada apoiada em uma parede
ou um guindaste que suspende um recipiente cheio de concreto.
Um corpo modelado como uma partícula está em equilíbrio quando é nula a
soma vetorial de todas as forças que atuam sobre ele. Porém, para as
situações que acabamos de mencionar, essa condição não é suficiente.
Condições de Equilíbrio.
Sabemos que uma partícula está em equilíbrio quando a soma vetorial de
todas as forças que atuam sobre ela é igual a zero, . O enunciado equivalente
para um corpo com massa distribuída é que o centro de massa do corpo possui
aceleração nula. Normalmente, esse enunciado é conhecido como a primeira
condição de equilíbrio. Em termos de vetores e componentes,

(primeira condição de equilíbrio) 11.1

Onde a soma inclui somente forças externas.


Condições de Equilíbrio.
Uma segunda condição para que o corpo com massa distribuída esteja em
equilíbrio é que ele não possa ter nenhuma tendência a girar, isso significa que
deve ser nula a soma dos torques produzidos por todas as forças externas que
atuam sobre o corpo.
Um corpo rígido em equilíbrio não pode ter nenhuma tendência a girar em
torno de nenhum ponto, de modo que a soma dos torques externos deve ser
igual a zero em relação a qualquer ponto. Esta é a segunda condição de
equilíbrio:
em torno de qualquer ponto (segunda condição de equilíbrio) 11.2
Condições de Equilíbrio estático.
Aplicaremos a primeira e a segunda condição de equilíbrio para situações em
que o corpo rígido está em repouso (sem translação nem rotação). Diz-se que
esse corpo está em equilíbrio estático.
Um avião que se desloca na mesma altitude com velocidade constante em
módulo, direção e sentido. Está em equilíbrio, mas esse equilíbrio não é
estático.
Primeira condição Primeira condição Primeira condição
atendida atendida NÃO atendida

Segunda condição Segunda condição Segunda condição


atendida NÃO atendida atendida

Eixo de rotação
Centro de gravidade
Em a maioria dos problemas de equilíbrio, uma das forças que agem em um
corpo é o seu peso. Nós precisamos calcular o torque desta força. O peso não
atua em um único ponto; é distribuído no corpo inteiro. Não obstante,
podemos calcular o torque devido ao peso, enquanto supondo que toda a força
de gravidade (o peso) concentra em um ponto chamado centro de gravidade
(cg).
A aceleração devida à gravidade diminui com a altura; porém, se esta variação
ao longo da vertical do corpo nós podemos desprezar, o centro de gravidade é
idêntico ao centro de massa (cm)
Demonstração da coincidência do centro de gravidade no centro de massa
O torque gravitacional em torno de O sobre uma
partícula de massa no interior do corpo é: Inicialmente, vamos fazer uma revisão
da definição de centro de massa. Para
uma coleção de partículas com massas ,
, ... as coordenadas do vector posição
do centro de massa é:

Caso possua o mesmo


valor em todos os pontos
no interior do corpo, cg é
idêntico a cm
O torque gravitacional total em torno de O sobre corpo
todo pode ser calculado supondo-se que o peso do corpo
esteja aplicado no cg:
Agora, vamos considerar o torque gravitacional sobre um corpo de forma
arbitrária (figura 11.2). Suponhamos que a aceleração devida da gravidade tem
a mesma magnitude e o sentido em todos os pontos do corpo. O vetor torque
do peso com respeito a O é:
Multiplicamos e dividimos pela massa
O torque total sobre todas as total do corpo,
partículas é: obtemos

logo
O torque gravitacional total, é o mesmo que se o peso total estivesse
atuando na posição do centro de massa que nós também chamamos centro
de gravidade. Se tem o mesmo valor em todos os pontos de um corpo, seu
centro de gravidade é idêntico a seu centro de massa. É necessário mostrar,
porém que o centro de massa está definido independentemente de qualquer
efeito gravitacional.
Embora o valor de varie em função da elevação, a variação é muito pequena
(figura 11.3). Por isso, neste capítulo suporemos que o centro de massa é
idêntico que o centro de gravidade, a menos que seja indicado outra coisa
explicitamente.
Localização e uso do centro de gravidade
Geralmente podemos usar considerações de simetria para determinar a
posição do centro de gravidade de um corpo, do mesmo modo que fizemos
com o centro de massa. O centro de gravidade de uma esfera, cubo, disco ou
de uma placa retangular está em seu centro geométrico.
Quando a gravidade atua sobre um corpo que é suportado ou suspenso em
um único ponto, o centro de gravidade sempre é diretamente para cima ou
abaixo deste ponto de suspensão. Se estivesse em outro lugar, o peso teria um
torque com respeito ao ponto de suspensão e o corpo não estaria em
equilíbrio de rotação.
Esse fato pode ser usado para a determinação experimental do centro de
gravidade de um corpo irregular (Figura exemplo)
Qual é o centro de gravidade desta caneca?

1. Suspenda a caneca a partir de qualquer ponto. Uma linha


vertical que se estende a partir do ponto de suspensão
passa pelo centro de gravidade.

2. Agora suspenda a caneca por outro ponto. Uma linha


vertical que se estende a partir desse ponto faz
intersecção com a primeira linha no centro de gravidade
(que está dentro da caneca).

Centro de gravidade
Usando o mesmo raciocínio, é evidente que um corpo apoiou em vários pontos deveria ter
seu centro de gravidade em algum lugar dentro da área definida pelos apoios. Isto explica por
que um automóvel pode viajar em uma pista retilínea, mas inclinada, se o ângulo de
inclinação for relativamente pequeno (figura), mas deve se virar quando o ângulo é grande
demais.
EXEMPLO
DISTRIBUIÇÃO DO PESO DE UM CARRO

Uma revista especializada informa que certo automóvel desportivo tem 53% de seu
peso nas rodas dianteiras e 47% nas rodas traseiras, com uma distância entre ou
eixos de 2.46 m. Isto insinua que a força total normal nas rodas dianteiras é de
0.53w, e nas rodas traseiras, de 0.47w onde w é o peso total. Qual é a distancia
entre o eixo traseiro e o centro de gravidade do carro?
A figura nosso diagrama de corpo livre para o carro,
junto com os eixos x e y; nossa convenção para os
torques anti-horário será positiva. O peso w como se
agisse no centro de gravidade, e a distância que nós
procuramos é Lcg. Este é o braço de palanca do peso
com respeito ao eixo traseiro R.
Exemplo 12.01 Equilíbrio de uma viga horizontal (Halliday)
Na Fig. 12-5a, uma viga homogênea, de comprimento L e massa m = 1,8 kg, está
apoiada em duas balanças. Um bloco homogêneo, de massa M = 2,7 kg, está
apoiado na viga, com o centro a uma distância L/4 da extremidade esquerda da
viga. Quais são as leituras das balanças?

Fig. 12-5a
IDEIAS-CHAVE
A melhor tática para resolver qualquer problema de equilíbrio estático consiste
em, antes de mais nada, definir claramente o sistema a ser analisado e a
desenhar um diagrama de corpo livre no qual apareçam todas as forças externas
que agem sobre o sistema. Neste caso, vamos escolher o sistema como a viga e
o bloco tomados em conjunto. As forças que agem sobre o sistema são
mostradas no diagrama de corpo livre da Fig. 12-5b. (Escolher o sistema exige
experiência, e frequentemente existe mais de uma escolha adequada.) Como o
sistema está em equilíbrio estático, podemos usar as equações de equilíbrio de
forças e a equação de equilíbrio de torques
Cálculos: As forças normais exercidas pelas
balanças sobre a viga são do lado esquerdo
e do lado direito. As leituras das balanças
que desejamos determinar são iguais a os
módulos dessas forças. A força gravitacional
y
a que a viga está submetida está aplicada
ao centro de massa e é igual a m.
Analogamente, a força gravitacional a que o
bloco está submetido está aplicada ao
centro de massa e é igual a . Para simplificar
a Fig. 12-5b, o bloco foi representado por
um ponto da viga.
Como as forças não possuem componentes x, a Eq. (= 0) +y

Como a Eq. contém duas incógnitas, as forças e , precisamos usar também a equação de
equilíbrio dos torques. Podemos aplicá-la a qualquer eixo de rotação perpendicular ao plano
da Fig. 12-5. Vamos escolher um eixo de rotação passando pela extremidade esquerda da
viga. Usaremos também nossa regra geral para atribuir sinais aos torques:
+

substituindo na Eq. (= 0)
Observe a estratégia usada na solução:

Quando escrevemos uma equação para o equilíbrio das componentes das forças,
esbarramos em duas incógnitas. Se tivéssemos escrito uma equação para o
equilíbrio de torques em torno de um eixo qualquer, teríamos esbarrado nas
mesmas duas incógnitas. Entretanto, como escolhemos um eixo que passava
pelo ponto de aplicação de uma das forças desconhecidas, , a dificuldade foi
contornada. Nossa escolha eliminou da equação do torque, permitindo que
obtivéssemos o módulo da outra força, . Em seguida, voltamos à equação do
equilíbrio de forças para calcular o módulo da outra força.
TAREFA:

Resolver os exercícios: 11.1, .2, .3, .6, .7, .11, .16


11.6 Duas pessoas transportam uma prancha de madeira uniforme com 3,0 m de comprimento
e peso de 160 N. Se uma das pessoas aplica em uma extremidade uma força de baixo para
cima de 60 N, em qual ponto a outra pessoa deve suspender a prancha?. Comece com um
diagrama do corpo livre para a prancha.

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