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INSTITUTO FEDERAL DE GOIÁS / CÂMPUS GOIÂNIA

DEPARTAMENTO DE ÁREAS ACADÊMICAS IV


COORDENAÇÃO DA ÁREA DE MECÂNICA
TRANSPORTADORES E MÁQUINAS RODANTES
PROFESSOR SÉRGIO RENAN

PROJETO DE UMA ESTEIRA TRANSPORTADORA PARA SACARIAS

GABRIEL MENDES TELES


RAFAEL RODRIGUES DE MOURA
LEONARDO CUNHA E CRUZ ANDRADE
WEBERTH RODRIGUES CARDOSO

GOIÂNIA
JULHO DE 2021
1. Resumo

Em uma indústria, as esteiras rolantes são elementos fundamentais para garantir a


agilidade na movimentação de produtos e insumos. É por meio delas que muitas operações
funcionam, pois facilitam a rotina de muitos trabalhadores e dão dinamismo às tarefas. Diversas
indústrias fazem uso destes equipamentos, dentre as quais: autopeças, farmacêutica, alimentícia
(transporte de grãos, por exemplo), construção civil, automobilística, mineração, de produtos de
higiene e consumo, eletrodomésticos e eletroeletrônicos. Ao se considerar a importância de seu uso,
o mercado procura por equipamentos cada vez mais aptos a atender cada necessidade determinada por
um dado processo. Com este intuito, o presente trabalho traz como principal objetivo de desenvolver
uma sequência objetiva para obter um projeto do produto metodologicamente dimensionado e
adequado ao uso e ao mercado, trazendo consigo um produto que possui um sistema de deslocamento
vertical com agilidade no processo.

2. Introdução

Com a atual situação do competitivo mercado em que estamos inseridos, há grandes


desafios com relação à logística de materiais, bem como a movimentação e transporte desses. Os
equipamentos de elevação e transporte fazem grande diferença, pois, com o uso dos mesmos, se
consegue reduzir tempo, o que possibilita transportar uma maior quantidade pelos mais variados
locais.
A história das correias transportadoras começa na segunda metade do século XVII. Desde
então, tem sido uma parte inevitável para transportes de materiais, sendo em 1795 um meio
popular para transporte de materiais a granel. O sistema de correia transportadora e de trabalho era
muito simples nos primeiros dias, possuíam uma cama de madeira lisa e um cinto que viajava sobre
a cama de madeira.
Quando olhamos para todo cenário nos deparamos com um ambiente cheio de
possibilidades de melhorias, uma vez que ainda há locais onde o transporte de sacarias é feito
manualmente, deixando de gerar mais lucros, além dos riscos à segurança das pessoas envolvidas
no processo.
Com relação a ganhos concedidos pela utilização de um mecanismo de elevação de
transporte, tem-se em mente o foco na segurança no ambiente de trabalho, fazendo com que o
risco de acidentes de trabalho com funcionários fique reduzido. Juntamente com segurança na
operação e produtividade, objetiva-se projetar uma esteira transportadora que efetue a locomoção
de sacarias por uma distância de 5 metros, e uma elevação de até 3 metros, a fim de facilitar o
processo anteriormente executado de maneira braçal, passando a função a uma máquina,
reduzindo assim a fadiga do operador.

3. Objetivos

Tem-se como principal objetivo desenvolver uma sequência de uma esteira rolante que
permita obter um projeto do produto metodologicamente dimensionado e adequado ao uso e ao
mercado, fornecendo ao produto um sistema de deslocamento vertical com agilidade no processo.
A partir do objetivo geral, surgiram os objetivos específicos que se seguem: Definir os dados
necessários para elaboração do projeto e a verificação e adequação da esteira rolante para sacarias
em geral utilizando as normas regulamentadoras adequadas.
4. Descrição do Trabalho

Primeiramente foi desenvolvido uma matriz morfológica do projeto com o objetivo de


analisar os componentes da esteira e seus respectivos subcomponentes sempre levando em
consideração as normas vigentes para execução do projeto.

5. Memorial de Cálculo

5.1 Dados gerais adotados:

5.1.1. Peso Máximo sobre a Esteira:

𝑃𝑚á𝑥 = 60 𝐾𝑔𝑓

5.1.2. Coeficiente de atrito entre o material a ser selecionado e a esteira:

μ = 0,6

5.1.3. Rotação de Entrada:

ηe = 800 RPM

5.1.4. Rotação de Saída:

ηs = 100 RPM

5.1.5. Relação de transmissão:

𝑖total = 9
𝑖1,2 = 3
𝑖3,4 = 3

5.1.6. Diâmetro das Engrenagens Cilíndricas de Dentes Retos:


D1 = 100 mm
D2 = 300 mm
D3 = 100 mm
D4 = 300 mm

5.1.7. Diâmetro dos Roletes

DRL = 75 mm

Abaixo segue uma tabela detalhada com os respectivos dados de entrada do projeto.

Tabela 01: Tabela de declaração dos dados iniciais do projeto.

Fonte: Própria (2021).

5.2 Cálculo do motor:

5.2.1. Cálculo da força tangencial no rolete motriz (Eq.01):

(Eq.01)

𝐹𝑡𝑟 = 36 kgf
5.2.2. Cálculo do torque no rolete motriz (Eq.02):

(Eq.02)

Mtr = 135 kgf * cm

5.2.3. Cálculo da potência mínima necessária no rolete (Eq.03):

(Eq.03)

Mtr = 0,1884 cv

5.2.4. Cálculo do rendimento global (Eq.04):

(Eq.04)

ηg = 88,62 %

5.2.5. Cálculo da potência mínima do motor (Eq.05):

(Eq.05)

𝑵𝒎 = 0,2127 cv

5.2.6. Seleção do Parâmetros do Motor:

𝑁𝑚 = 0,25 𝑐𝑣
Trifásico;
8 pólos (900 RPM)

Abaixo segue uma tabela detalhada com os cálculos do motor.


Tabela 02: Tabela cálculos do motor

Fonte: Própria (2021).

5.3 Cálculo das engrenagens cilíndricas de dentes retos:

5.3.1. Cálculo da força tangencial no rolete motriz (Eq.01):

5.3.1.1. Torque na Engrenagem 1 (Eq.06):

(Eq.06)

Mt1 = 22,38 kgf * cm

5.3.1.2. Cálculo da força tangencial em 1 (Eq.07):

(Eq.07)

𝐹𝑡1 = 4,47 kgf

5.3.1.3. Cálculo da força radial em 1 (Eq.08):


(Eq.08)

𝐹r1 = 1,63 kgf

5.3.1.4. Cálculo da força resultante em 1 (Eq.09):

(Eq.09)

𝐹1 = 4,76 kgf

5.3.1.5. Cálculo das forças em 2:

Como a Engrenagem 1 engrena na engrenagem 2:

𝑭𝒕𝟏 = 𝑭𝒕𝟐 = 𝟒,47 𝒌𝒈𝒇

𝑭𝒓𝟏 = 𝑭𝒓𝟐 = 𝟏, 63 𝒌𝒈𝒇

𝑭𝟏 = 𝑭𝟐 = 𝟒, 76 𝒌𝒈𝒇

5.3.2. Cálculo das forças no par 3 e 4:

Cálculo do torque em 3 (Eq.10):

(Eq.10)

Se:

Mt1 = 22,38 kgf*cm

i1,2 = 3
Logo:

Mt3 = 3*22,38 Kgf*cm

Mt3 = 67,14 Kgf*cm

Cálculo da força tangencial em 3 (Ft3):

Mt2 = Mt1 = Mt3 (Eq.11)

Então temos (Eq.11):

(Eq.12)

Ft3 = 13,43 kgf

Cálculo da força radial (Eq.12) em 3 (Fr3):

(Eq.13)

Fr3 = 4,88 kgf

Cálculo da força resultante (Eq.13) da ECDR3 (F3):

(Eq.14)
F3 = 14,29 kgf

5.3.3. Definição do módulo para as engrenagens:

Definição do módulo para as engrenagens:

Considerando que:

• Os valores de forças atuantes nas engrenagens são relativamente baixos (o maior deles é
F3 = F4 = 14,29 kgf);
• O número mínimo de dentes nas ECDR menores será maior ou igual a 12 dentes.
Adotaremos o módulo m = 5mm conforme o padrão DIN 780.

5.3.4. Dimensionamento do par 1 e 2:

5.3.4.1. Cálculo do Número de Dentes (z) de 1 (Eq.14):

(Eq.14)

5.3.4.2. Cálculo da espessura (E) dos dentes da E1 (Eq.15):

(Eq.15)

5.3.4.3. Cálculo dos vãos (V) dos dentes de E1 (Eq.16):

(Eq.16)

5.3.4.4. Cálculo do adendo (hd) de E1 (Eq.17):

(Eq.17)
5.3.4.5. Cálculo da largura (L) dos dentes de E1 (Eq.18):

(Eq.18)

5.3.4.6. Cálculo da altura (H) dos dentes de E1 (Eq.19):

(Eq.19)

5.3.4.7. Cálculo do Diâmetro externo (De) de E1 (Eq.20):

(Eq.20)

5.3.4.8. Cálculo do diâmetro interno (Di) de E1 (Eq.21):

(Eq.21)

5.3.4.9. Cálculo do número de dentes (z) de E2 (Eq.22):

(Eq.22)

5.3.4.10. Cálculo do número de dentes (z) de E2 (Eq.22):

As conexões 1 e 2 nos fornecem:

P1 = P2 = 15,7 mm

E1 = E2 = 7,7 mm

ha1 = ha2 = 5 mm

H1 = H2 = 11,25 mm
5.3.4.11. Cálculo do diâmetro interno(Di) de E2 (Eq.23):

(Eq.24)

5.3.5. Dimensionamento do par 3 e 4:

5.3.5.1. Cálculo do número de dentes (z) de E3 (Eq.24):

(Eq.24)

5.3.5.2. Cálculo do passo (P) de E3 (Eq.25):

(Eq.25)

5.3.5.3. Cálculo da espessura (E) dos dentes de E3 (Eq.26)

(Eq.26)

5.3.5.4. Cálculo dos vãos (V) dos dentes de E3 (Eq.27):

(Eq.27)

5.3.5.5. Cálculo do adendo (ha) da E3 (Eq.28):

(Eq.28)

5.3.5.6. Cálculo do adendo (hd) de E3 (Eq.29):

(Eq.29)
5.3.5.7. Cálculo da Largura (L) dos dentes de E3 (Eq.30):

(Eq.30)

5.3.5.8. Cálculo da altura (H) dos dentes de E3 (Eq.31):

(Eq.31)

5.3.5.9. Cálculo do diâmetro externo (De) de E3 (Eq. 32):

(Eq.32)

5.3.5.10. Cálculo do diâmetro interno (Di) de E3 (Eq.33):

(Eq.33)

5.3.5.11. Cálculo do número de dentes (z) de E4 (Eq.34):

(Eq.34)

5.3.5.12. Cálculo das dimensões dos dentes de E4 (Eq.35):

Como 3 e 4 são conectadas temos:

P3 = P4 = 15,7 mm

E3 = E4 = 7,7 mm

V3 = V4 = 8 mm

ha3 = ha4 = 5 mm
hd3 = hd4 = 6,25 mm

L3 = L4 = 30 mm

H3 = H4 = 11,25 mm

5.3.5.13. Cálculo do diâmetro externo (De) de E4 (Eq. 36):

(Eq.35)

5.3.5.14. Cálculo do diâmetro interno (Di) de E4 (Eq. 37):

(Eq.36)

Abaixo seguem duas tabelas detalhadas com os cálculos das engrenagens e o seu respectivo
dimensionamento.

Tabela 03: Tabela cálculo das engrenagens.

Fonte: Própria (2021).


Tabela 04: Tabela dimensionamento engrenagens.

Fonte: Própria (2021).


5.4 Cálculo dos Rolamentos

Abaixo segue uma tabela detalhada com os respectivos dados dos cálculos do rolamento.

Tabela 05: Tabela cálculos rolamentos.

Fonte: Própria (2021).

Após analisar a capacidade de carga dinâmica, o rolamento foi escolhido no catálogo eletrônico da
NSK, e obteve-se as seguintes dimensões:

D = 10 mm
d = 30 mm

Figura 01: Diagrama de Esforço Cortante da Força Radial no eixo 2 (L=1m).


Fonte: Própria (2021)
Figura 02: Momento Fletor da Força Radial no eixo 2(L=1m).

Fonte: Própria (2021).

Tabela 06: Tabela rolamento.

Fonte: Própria (2021).

Após analisar a capacidade de carga dinâmica, o rolamento foi escolhido no catálogo eletrônico da
NSK, e obteve-se as seguintes dimensões:
D = 10 mm
d = 30 mm

Figura 03: Diagrama de Esforço Cortante da Força Radial no eixo 3 (L=1m).

Fonte: Própria (2021)

Figura 04: Momento Fletor da Força Radial no eixo 3 (L=1m).


Fonte: Própria (2021)

5.5 Cálculo dos eixos

Para realizar o cálculo dos eixos é necessário que primeiramente seja definido o tipo de material.
Levando em consideração o baixo custo e a facilidade de se encontrar no mercado, o material escolhido foi
o aço ABNT 1050, o qual possui as seguintes características:

σ𝑎𝑑𝑚 = 56 𝑁/𝑚

τ𝑎𝑑𝑚 = 26 𝑁/𝑚

● Cálculo do diâmetro do eixo

3
𝐷𝑒 = 2, 17 * 𝑏 * (𝑀𝑖/σ𝑎𝑑𝑚)

Onde:
● De = diâmetro externo mínimo do eixo (mm);
● b = fator de forma (b=1, eixo maciço);
● Mi = momento ideal (Kgf*mm);
● σ𝑎𝑑𝑚= tensão admissível do material adotado para o eixo (Kgf/mm²).

Encontrando 𝑀𝑖 :

𝑀𝑖 = (𝑀𝑓𝑚á𝑥)² + (𝑎/2 * 𝑀𝑡𝑚á𝑥)²

Onde:
● 𝑀𝑓𝑚á𝑥= Momento fletor máximo (kgf*mm);

● 𝑀𝑡𝑚á𝑥= Momento torçor máximo (kgf*mm);

● a = Coeficiente de ajuste tabelado.

6 CONCLUSÃO

Ao término deste trabalho foi possível conhecer os passos a serem seguidos para o
dimensionamento de uma esteira e seus componentes, compreender a história e importância para
os mais variados tipos de processos industriais que são utilizados atualmente. O necessário para o
desenvolvimento desse projeto foi reunido por meio de pesquisas em normas, livros e em trabalhos
similares. Durante o projeto, foi possível compreender também a importância da escolha do motor
para executar determinada tarefa, principalmente quando se diz respeito a linha de produção, onde
as esteiras teoricamente não podem “parar” pois o prejuízo é enorme em termos de produtividade
e logicamente no financeiro.
7 ANEXOS
Figura 05: Esteira para sacarias vista frontal e lateral

Fonte: Própria (2021)


Figura 06: Esteira para sacarias vista inferior

Fonte: Própria (2021)

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