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1.1.1. Agricultura
2. Foi na agricultura e sobretudo nas empesas estatais onde se concentram
elevados volumes de investimento público. Mas ao longo de todo o período
agricultura decresceu. As razões têm a ver com efeitos directos mais violentos e
com maiores consequências sobre a economia nas zonas rurais bem como erros
importantes na política económica para a agricultura com efeitos sobre a
produção.
3.
4. 2.6.3. Indústria
5. Na indústria transformadora a política industrial assentava num elevado
proteccionismo através da proibição de importação de bens concorrentes com a
produção nacional e proibição de exportação de matérias-primas antes de
abastecimento das fábricas. A prática de salários baixos e preços controlados
eram os mecanismos que permitiam o funcionamento das indústrias estatais
independentemente da rentabilidade financeira e económica das empresas
estatais.
6. A política proteccionista teve algumas implicações negativas no sector
agrícola. Os preços internos de bens agrícolas ficaram mais elevados. Os
materiais agrícolas passaram a ser de qualidade e a durabilidade inferiores.
Durante a economia de transição a indústria transformadora passou por uma
situação difícil. O abandono dos respectivos proprietários, a descapitalização, a
exportação ilegal de equipamento e de capitais e o cancelamento de requisição de
matérias-primas e peças sobressalentes são os factores que estiveram na origem da
crise. A implementação da economia socialista não conseguiu dissipar as
dificuldades. Por detrás dessas dificuldades houve vários factores nomeadamente, a
ruptura de fornecimento de matérias-primas e peças sobressalente, gestão deficiente
por falta de gestores e técnicos, sobreposição de funções e conflitos entre as
comissões administrativas, Grupos Dinamizadores (GD) e concelhos de produção,
gestão centralizada em órgãos não empresariais, défice de autonomia empresarial,
baixa produtividade e sobre-emprego em consequências da orientações no sentido
de se realizar esforços para manter os empregos, paralisações constantes e
prolongadas devido a cortes de energia por sabotagem das linhas de alta tensão,
ataques e sabotagens armadas nas indústrias localizadas no meio rural (açúcar/
algodão/ chá/copra) e, o estrangulamento das fábricas rurais devido à
impossibilidade de escoamento da produção como consequência dos ataques
armados nas estradas e vias férreas.
Como consequência dessas dificuldades a produção industrial reduziu
significativamente. Contam-se como principais determinantes da redução os
seguintes factores: a baixa da produção agrícola local e consequente redução do
abastecimento às fábricas em matérias-primas, a redução da importação de
matérias-primas e de peças sobressalentes por escassez de divisas. A guerra e crise
económica serviram como factores que acentuaram a redução da produção
industrial associada com as matérias-primas nacionais a partir dos meados dos anos
de 1980.
As principais quedas produtivas verificaram-se nas indústrias associadas com a
produção agrícola (maioritariamente de exportação) como consequência das baixas
de produção de matérias-primas.
No entanto, certos sectores da indústria transformadora tiveram um
comportamento positivo, nomeadamente as indústrias dependentes de matérias
primas com grande contributo da ajuda externa ( farinhas alimentares devido aos
donativos de trigo) e as indústrias cujas necessidades de matérias-primas
dependiam pouco da produção nacional, como era o caso da indústria têxtil.
A indústria extractiva tinha pouca importância. As principais extracções mineiras
eram o carvão em Moatize e pedras preciosas na Zambézia. Os níveis de extracção
baixaram entre 1976 e 1986. As causas da redução da extracção mineira têm a ver
com os ataques armados directos às unidades de produção, estradas e linhas férreas
para o escoamento da produção e rapto de técnicos estrangeiros.
2.6.4. Pesca
A industria pesqueira cresceu de forma consistente. Mas a pesca industrial no alto
mar foi sempre feita por embarcações russas espanhóis e japonesas com base em
acordos de cooperação. Mas o país nunca teve capacidade de fiscalizar as
quantidades pescadas e exportadas no alto mar, segundo Mosca (2005).
2.6.5. Transportes
A área dos portos e caminhos-de-ferro enfrentou várias dificuldades devido a
factores externos e internos.
Os factores externos estavam associados a mudanças no pós-independência com
que efeitos na eficiência e eficácia, investimento para a modernização dos portos e
vias que não acompanharam a evolução do sector ao nível internacional e regional,
perda da competitividade regional devido a falta de electrificação das vias e
contentorização do transporte marítimo, ataques e sabotagens armadas.
Os factores externos estão associados a políticas comerciais da África do Sul
destinadas a desviar o tráfego regional dos portos moçambicanos para os sul-
africanos, nomeadamente a política de subsídios e tarifas, rompimento unilateral de
acordos com a empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique, investimentos
elevados na modernização do transporte de carga (contentorização) e formação de
monopólios de agências de navegação com contractos com os principais produtores
e exportadores da região austral.
O transporte ferroviário e rodoviário de passageiros inicialmente conheceu um
positivo, mas depois decaiu. Os factores por detrás desse aumento inicial foram o
aumento do poder aquisitivo devido ao aumento de salários no período de
transição, a manutenção das tarifas e os fenómenos migratórios no pós-
independência.
2.6.6. Turismo
O sector de turismo entrou em declínio imediatamente após a independência. Os
factores desse declínio estão associados a paralisação da caça nas coutadas e
fazendas de bravio devido a guerra, estagnação do turismo da praia praticada pelos
rodesianos e sul-africanos face a evolução da política regional, abandono dos
operadores turísticos no país, abandono e destruição pela guerra das infra-estruturas
operacionais do turismo, nacionalização das casas das praias e a sua entrega as
populações.
Leituras Obrigatórias