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A preparação
Assim, paralelamente a uma intensa actividade diplomática, no sentido dos outros países
compreenderem e apoiarem a libertação do povo moçambicano, criaram-se as condições para a
organização de um exército, capaz de levar a cabo a luta armada. Foram estabelecidos contactos
com a Argélia e, em Janeiro de 1963, seguia para aquele país o primeiro grupo de moçambicanos
para treinos militares.
No mesmo ano, um segundo grupo seguiria para aquele país. Outros grupos partiriam também para
a antiga URSS e República Popular da China. Foram criados campos de treinos (Bagamoyo e
Kongwa e, mais tarde, Nachingwea) junto das fronteiras moçambicanas, contando-se para isso com
a solidariedade tanzaniana.
Entre 1932 e 1934 frequentou o ensino rudimentar na escola pública, em Coolela, e na escola da
Missão Suíça, em Maússe. Apoiado por André Daniel Clerc, então director das escolas da Missão
Suíça, prosseguiu os seus estudos em Lourenço
Frequentou a Escola Secundária de Lemana, na África do Sul, entre 1944 e 1947, seguindo-se a Jan
H. Hofmeyr School for Social Work, em Joanesburgo e Ciências Sociais, na Universidade de
Witwatersrand, tendo-lhe sido recusada a sua permanência naquele país, após a subida ao poder do
Partido Nacionalista. Em 1950 seguiu para Lisboa, com vista a prosseguir a sua formação
universitária. Em virtude de o curso que pretendia seguir não existir naquele país, o que era
agravado pelo ambiente político. Decidiu sair então daquele pais. Bacharelou-se em Artes pela
Oberlin College, em 15 de Outubro de 1956. Em 1960 doutorou-se pela Northwestern University,
nos cursos de Psicologia Social e Antropologia.
Em Fevereiro de 1961, deslocou-se a Moçambique, tendo visitado várias localidades e diferentes
grupos sociais. No mesmo ano, deixou de trabalhar na Organização das Nações Unidas, tendo
assumido a docência no Departamento de Antropologia da Syracuse University.
O convite dos vários movimentos nacionalistas moçambicanos, foi criada a Frente de Libertação de
Moçambique (FRELIMO), tendo assumido a presidência da mesma. Em 1963 deixou a
Universidade e regressou à Tanzânia. Sob a sua liderança iniciou-se a pesada tarefa de desencadear
a luta armada de libertação nacional, que passava pela formação dos guerrilheiros moçambicanos e
obtenção de armamentos.
Em Fevereiro e Maio de 1968 visitou as províncias de Cabo Delgado e Niassa Ocidental, tendo sido
reeleito para a presidência da FRELIMO, no decorrer do 2.0 Congresso da organização, realizado
entre 20 e 25 de Julho do mesmo ano.
Era casado com Janet Mondlane (15 de Outubro de 1956), de quem teve trés filhos.
O campo foi aberto sob a direcção de Samora Machel, coadjuvado por outros importantes membros
da FRELIMO, como Alberto Chipande e Raimundo Pachinuapa.
Neste campo travaram-se importantes discussões sobre a natureza da guerra a desenvolver e sobre a
verdadeira definição do inimigo a combater.
O início da luta armada em território moçambicano foi pensada como um levantamento militar a
ocorrer em todo o Moçambique. Os ataques viriam a efectuar-se em várias províncias do pais, como
foi o caso do Niassa, Tete, Zambézia e Cabo Delgado, com pequenas diferenças de horas ou de
dias, em resultado das dificuldades que os guerrilheiros moçambicanos encontraram no terreno.
Simbolicamente, o ataque a Chai, em 25 de Setembro de 1964, foi considerado como o inicio do
desencadeamento da luta armada. Um pequeno grupo de 12 guerrilheiros, liderados por Alberto
Chipande, avançou para aquele posto administrativo português, apos sabotarem as pontes e as vias
de comunicação, com o objectivo de dificultarem o avanço do exército inimigo. Posteriormente, a
acção conjunta das forças guerrilheiras com a população, em Cabo Delgado, viria a permitir a
organização das zonas sob o controlo da FRELIMO e o seu avanço para outras áreas, tendo sido
abertas, posteriormente:
A frente do Niassa Oriental, em 6 de Novembro de 1965, sob o comando de Samora
Machel.
SOPA, António. H10 - História 10ª Classe. 1ª Edição. Texto Editores, Maputo, 2017.