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Universidade Pedagógica
Delegação de Gaza
Faculdade de Ciencias Sociais
HIPOGEP 1O ANO
2009
INTRODUÇÃO
Trata-se dum desafio não menor, porquanto, tratarei de buscar o mais importante
da historia destes reinos, mas sempre encontrarei dificuldades de insuficiência de
literatura a respeito destes temas na praça. Estou ciente que superar-os-ei a
medida em que for fazendo a pesquisa, pois, só assim estarei a ouvir a palavra da
historia africana escrita pelos africanos, como disse o saudoso Patrice Lumumba:
“A historia dirá um dia a sua palavra...A Africa escreverá a sua própria
historia...”( Ki-Zerbo. 1972)
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AFRICA OCIDENTAL
TERRITÓRIO E RECURSOS
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O clima do Sudão é tropical com traços continentais. As
variações de estação são mais acentuadas nas zonas desérticas
e a precipitação é insignificante. Ao sul o clima é equatorial. As
secas provocam terríveis rachaduras.
POPULAÇÃO E GOVERNO
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como o dinka, nuer, shilluk e azande. Tem uma população de
36.080.373 habitantes (2001) e uma densidade de 14
habitantes por quilómetro quadrado. A guerra civil e os conflitos
sociais têm modificado a distribuição das diferentes etnias.
ECONOMIA
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O produto interno bruto é de 1,1 milhão de dólares, com uma
renda per capita de 340 dólares (1999). A base da economia é a
agricultura. A seca e a guerra civil acabaram com os esforços
para impulsioná-la.
HISTORIA
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Próximo ao século XVIII, a falta de entendimento entre as tribos
funj debilitou o reinado que, em 1820, foi invadido pelo Egipto,
nessa época uma província do Império Otomano. O domínio
turco-egípcio se manteve durante 60 anos.
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Esse programa agravou as diferenças geográficas, económicas e
sociais entre o norte e o sul; os habitantes do sul se sentiam
excluídos do novo governo. A República do Sudão foi
oficialmente declarada em 1956.
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Um ano depois, foram comemoradas as primeiras eleições livres
depois de 18 anos. A economia estava paralisada e a guerra civil
se agravou no sul do país. Em 1989, o general de brigada Omar
Ahmad al-Bahir chefiou um golpe militar, declarou estado de
emergência e nomeou um Conselho de Estado. O regime de
Bashir enfrentou, no sul, o Movimento para a Libertação do Povo
do Sudão, que havia se fraccionado em dois grupos litigantes
entre si. Em Maio de 1998, o direito à autodeterminação dos
povos do sul sudanês foi reconhecido, mas não surtiu efeito. O
problema essencial não foi a independência, que as
organizações do sul não reivindicavam formalmente, mas a
decisão de aplicar a lei islâmica ao conjunto da população.
Ajudado unicamente pelas organizações não-governamentais, o
sul sudanês continuou devastado por uma guerra que não deve
terminar enquanto o regime continuar se recusando a levar em
conta as reivindicações dos não-muçulmanos. (idem)
O REINO DE KANEN
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Também consta ainda que, nas origens do Kanem encontramos
como em todos os outros pontos da bordadura sul do deserto, a
conjunção e o casamento dos sedentários e dos nómadas
(Zaghawas) também tidos como berberes ou tuaregues povo
negro que ate hoje existe, estes que teriam chegados no século
IX e tomado a direcção como os primeiros reis do Gana, como
Za Aliamen e Abu Yezid (Ki-Zerbo. 1972)
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Berberes, nome que recebe a língua e os habitantes de povos não árabes que habitam extensas regiões
ao norte da África. A língua berbere é um ramo da família linguística afro-asiática e compreende cerca de
300 dialectos. É uma língua falada, pois sua forma escrita é pouco conhecida e raras vezes utilizada.
do Chade. Estes negros puros ( complete negrões) emigraram para a regiao ocidental onde fundaram
numerosos reinos, cujo primeiro dele foi o de Zagwa situado na zona de Kanem.
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longo reinado ( 1097-1150) tem tempo de fazer duas vezes a
peregrinação a Meca. Morre afogado pelos piratas egípcios no
mar Vermelho, ao empreender uma terceira viagem aos lugares
santos. Na mesma época é estabelecida no Cairo uma
estalagem-escola malekita para receber os peregrinos ou
estudantes do Kanem.
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A Dinastia do Kanem conservava um “feitiço” venerado,
chamado muné ou moni que era um espírito dos antepassados
simbolizado numa efigie de carneiro, o que estabelece um laço
cultural prodigioso com a pratica semelhante de méroe, dos
países akans( Ghana) e de Kuba(Congo). Para outros era um
vaso sagrado que continha relíquias, como o tribo mossi, e que
ninguém devia destapar.
Com efeito, no Kanem, a guerra civil entre o clã dos idrisas e dos
Dauds viera complicar ainda mais a luta contra os bulalas a
leste. Finalmente, os Idrisas levam a melhor, mas o seu poder
permanece instável. Aumentando a pressão dos bulalas, Omar
(1384-1388) abandona o Kanem e instala-se em Gaga, no
Bornu. Ai as lutas continuam.
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Ao norte são os chefes de bandos árabes que se entregam a
escravatura, como o prova a carta enviada em 1391 pelo rei
Bornu, Biri Ben Idriss, ao Sultão Al Malik Az Zahir Barquq, a
queixar-se das incursões de Jodam, que, dizia ele, lhe matou o
irmão e levou numerosos súbditos que, no entanto, eram
muçulmanos, homens, mulheres e crianças. A luta continua
também contra os Saos e os Haúças.
Religião:
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O Kanem foi, com o Maly e o Songai, um dos mais vastos
impérios dos grandes séculos africanos. A organização Politica e
a administração são do mesmo género que no Maly e sobretudo
no Songay ou seja, uma monarquia feudal descentralizada,
tendo no cume o sultão, reverenciado como um deus e que, no
decurso das audiências publicas está sempre oculto por uma
cortina.
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grandes fortalezas, cujos vestígios se encontram espalhados em
lugares hoje solitários.
O reino Bornu
1. Idriss Alooma
Tal como Achantia ou, mais tarde, o Daome, ele deverá a sua
superioridade ás armas de fogo.
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contingentes de temíveis arqueiros enviados pelas tribos
vassalas e animais do sul e que iam ao combate ataviados como
mulheres: com colares, braceletes e diademas de conchas e de
penas.
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saqueados os Tabus e mantidos em respeito, ao mesmo tempo
que eram estreitados os laços com a Africa do Norte,
apoderando-se das salinas do Kawar. Atacando o Kanem e os
bulalas, transferiu parte dos seus habitantes para o Bornu e
instalo-os como colonos no Sudeste do lado Chade não longe do
Bahal el-Ghazal.
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No principio do século XVII, de varias tentativas sem sucesso de
ocupação pelos reinos dos povos Bolewas e Kanurs, Katsina
toma a direcção comercial e militar do Sudão central enquanto o
Bornu exerce um incomparável influencia cultural e religiosa.
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Os partidários de Usman designavam tais muçulmanos como Hipócritas ou munafiq em
árabe.
Estado de Darfur
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1722) que se espalha o Islão e garante uma segurança relativa.
Tendo o Wadai recusado pagar-lhe tributo de uma jovem
princesa para o seu harem, ataca este estado, e abatido
primeiro e depois, graças a mosquetes encomendados ao
Egipto, bate Aruss du Wadai em Kekebra, este, morre, mas o seu
filho Abul Kassin (1739-1752) tenta reunir um exercito de doze
mil soldados, porem também fracassa, tendo lhe sucedido
Maohammed Tirab (1752-1782), é ao mesmo tempo um
intelectual este dividia o seu tempo, sendo as especulações
religiosas, e o harem ou a bebida.
ETIÓPIA
TERRITÓRIO
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O maciço etíope, com uma altitude média de 1.675 m, cobre
mais da metade da superfície do país. É dividido pelo Great Rift
Valley e cortado por numerosos rios e profundos vales. O lago
Tana, onde nasce o Nilo Azul, encontra-se no norte. As margens
norte -orientais do maciço estão definidas por pronunciadas
escarpas na direcção da depressão de Danakil. A margem
ocidental desce suavemente até as áreas desérticas do Sudão.
Pelo extremo sul, o planalto vai até o lago Turkana (ou lago
Rudolf) no Quénia.
POPULAÇÃO E GOVERNO
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São falados mais de 70 idiomas, a maioria pertencente aos
ramos semíticos e cusíticos da família afro-asiática. O idioma
litúrgico da Igreja etíope, ge’ez, deu lugar ao grupo de idiomas:
amárico (idioma oficial e falado por 60% da população), tigrinya
e tigré.
ECONOMIA
A Etiópia era uma das nações mais pobres da Terra. Seu produto
interno bruto em 1999 era de 6,438 milhões de dólares, cerca
de 100 dólares per capita. A fome é uma ameaça constante. A
economia segue dependendo da receita do sector agrícola,
sobretudo do café. O birr etíope é a moeda oficial, mas em
grande parte do comércio se usa o trueque.
HISTÓRIA
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primeiro milénio a.C., povos semíticos de Sabá cruzaram o mar
Vermelho e conquistaram os camitas da costa. Até o século
II d.C., os vencedores haviam estabelecido o reino de Aksum,
governado pela dinastia Salomônica, que se considerava
descendente do rei bíblico Salomão e da rainha de Sabá. Aksum
se converteu ao cristianismo no século IV, seguindo a tradição
dos cristãos coptas do Egipto. Durante o reinado de Zara Yakub
(1434-1468) surgiu um sistema político que duraria até meados
do século XX, caracterizado por monarcas absolutistas que
exigiam serviço militar e dízimos em troca de concessões de
terras.
Por volta de 1870, o Império era pouco mais que uma colecção
de estados semi-independentes. Menelik II, que estabeleceu sua
capital em Addis Abeba, conseguiu unificar as províncias de
Tigre e Amhara em seu reino de Shoa.
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Depois da II Guerra Mundial, a Organização das Nações Unidas
(ONU) votou a federação da Eritréia com a Etiópia. Uma vez que
esta foi estabelecida, Hailé Selassie acabou com a autonomia da
Eritréia, dando lugar ao movimento nacional de resistência e ao
início de um confronto militar.
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Depois que em 1993 os eleitores aprovaram a secessão, a
Eritréia declarou sua independência, que foi reconhecida pela
Etiópia.
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Após a expedição portuguesas eram mandadas para Etiópia
missões jesuítas. A obra católica, depois de um começo pouco
animador com o tão falado Mendes, reconquistara terreno
graças a vida austera levada pelo patriarca André Oviedo. No
entanto era a chegada, em 1603, do padre espanhol Paez que
devia trazer consigo mais consequências. Este missionário era
um homem de excepcional envergadura. Á forca de manhas,
conseguiu fazendo se passar por arménio, introduzir se através
das possessões árabes e turcas e chegar a Etiópia. Linguística
excepciona, tanto ele como os seus companheiros dominavam
dai a pouco o guês é língua falada:
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prelúdio da penetração colonial que se viria a verificar pouco
depois. As Jihad e a islamização dos reinos costeiros e do
interior da Senegambia tinham assumido características
militantes não só em sentido religioso mas também anti-
europeias.
No último quarto do século XIX, samori Ture estabeleceu na
região do alto Níger o reino Wasulu, unindo sob a sua
hegemonia militar, sem os destruir, numerosos Estados
mandinka e deixando bastante espaço para as classes mercantis
e liberdade aos tradicionalistas não islamizados. Samori
distinguiu-se portanto como chefe de um movimento vasto de
contestação dos sistemas tradicionais da região mandinka,
provocado primeiro pelos conflitos criados pelo trafico de
escravos e, depois, pela penetração das ideias e do exemplo das
jihad das savanas que influenciou a minoria diola formada por
comerciantes islamizados que dominavam o trafico comercial
com as zonas costeiras. Sobre este vasto movimento, cuja força
propulsionadora original tinha sido os interesses comerciais a
que se se refere de um modo geral como segunda revolução
diola ( a primeira teve lugar no império Kong, no inicio do século
XVIII), Samori construiu um grande Estado sob a sua autoridade,
o qual resistiu de 1871 a 1881, ano de invasão francesa.
De movimento de reforma de facto da sociedade Mandinka,
nascido para dar poder às categorias de comerciantes, a acção
de Samori foi forçada, a partir de 1881, a virar-se contra a
invasão estrangeira. De Chefe militar, FaamaI, Samori, com o
titulo ao mesmo tempo religioso politico de Almani, adoptada
em 1884, transformou-se em centro de acção de Samori deixou
de ser o problema de como reconstruir e unificar a região para
remediar a profunda crise interna das sociedades e passou a
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ser autónoma. Forçado pelo avanço francês a abandonar a
região Samori deslocou-se para oriente em 1894, para a região
que hoje faz parte das Republicas do Burkina Faso e da Costa
do Marfim, ai construindo um segundo estado. Os franceses só
conseguiram destruir em 1898. Samori, exilado no Gabão, não
recuperou o poder perdido mas o mito por ele criado continuou
vivo na cultura da região, passando a ser uma mensagem de
difusão do Islão militante. A seguir, todos os movimentos de
contestação anti-colonial viriam a fazer referencia aos feitos e à
resistência de Samori, ate na construção da identidade nacional
e de organização politica nacionalista em mais de um país da
região.
AFRICA CENTRAL
Congo
TERRITÓRIO E RECURSOS
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metade do território. A vegetação de savana se encontra
no norte e nas áreas mais elevadas.
POPULAÇÃO E GOVERNO
ECONOMIA
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atividades comerciais são também importantes. Em 1999,
o produto interno bruto era 2,2 bilhões de dólares; e o PIB
per capita 780 dólares.
HISTÓRIA
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regime democrático e pluripartidário. O presidente eleito
em 1992, Pascal Lissouba, foi acusado de favoritismo
étnico e de reprimir a oposição política, o que provocou
levantes das milícias populares sobreviventes do regime
socialista. A integração dessas milícias às Forças Armadas
foi um problema que Lissouba não conseguiu resolver, e os
frequentes levantes armados obrigaram-no a pedir a ajuda
de tropas francesas e de países africanos para proteger a
retirada dos cidadãos estrangeiros residentes em
Brazzaville. Diante de uma tentativa de suspender as
eleições presidenciais de 1997 e prorrogar o mandato de
Lissouba, o ex-presidente Denis Sassou-Nguesso, que
liderava a oposição, deu um golpe de estado apoiado pelas
forças angolanas presentes no país e assumiu o poder em
Outubro de 1997.
Reino do Congo
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uma segunda viagem, Diogo Cão levava missionários e
negros de Guine a quem mandou descer perto do rio como
interpretes. A força de gestos, acabou-se por compreender
que, não muito longe, para o interior, existia um rei
poderoso.
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baptizado por Sao salvador) e as estradas estavm varridas
e limpas e fornecidas abundantemente fornecidas de
alimento e de coisas uteis para os portugueses, ai houve
nova troca de produtos ou de presentes, ou seja era uma
lua de mel, mas nao durou muito.
AFRICA AUSTRAL
Reino Zulu
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fazendas ou minas de propriedade de sul-africanos
brancos.
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causa do declino do comercio de marfim e de
intensificação da procura de gado causada pela presença
de navios de caça a baleia americanos e ingleses na baia
Delagoa e, no inicio do século XIX, pelos efeitos
devastadores da seca, recordada ainda com Horror cem
anos mais tarde.
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serviço do seu soberano e subtraídos a dependência e a
infância das suas família e grupos de descendências. O rei
zulu, tornou-se o chefe ritual e efectivo dos jovens, fosse
qual fosse a sua origem, e a fonte principal do seu bem
estar e da posição na sociedade. Foram criadas formas de
controlo das mulheres com a amabutho femininas e a
instituição de izigodlo, um sistema pelo qual as mulheres
concedidas ou pretendidas como tributo ao rei eram
assimiladas e passavam a ser irmãs ou filhas da linhagem
real e podiam assim ser objecto de trocas matrimoniais
com homens de casas aristocráticas do reino ou
estrangeiras. A instituição azigodlo permitiu ao soberano
zulo o usufruto de um parentesco feminino alargado e
funcional para criar alianças matrimoniais importantes e
estratégica com a aristocracia interna e com outras
populações.
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O Estado Zulu esteve constantemente em guerra porque
os recursos para reforçar o poder do soberano tinham de
ser conseguido pela guerra pela razia e, assim,
principalmente a custa das sociedades vizinhas.
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identidade étnica comum, entre estes grupos e categorias,
que fez esquecer a heterogeneidade das suas origens. As
população da periferia do sistema do domínio zulu ficaram
excluídas deste processo de assimilação e eram tratadas
como culturalmente inferiores, portanto, consideradas com
a capacidade para apenas fornecer força de trabalho
servil. A criação de um forte sentido de identidade étnica
foi acompanhado pela descriminação para com aqueles
que não pertenciam a nação Zulu.
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no rio Ncome (Blood River), são as etapas principais de um
conflito sangrento. A derrota de Dingane significou a
concessão do território a sul do Tugela aos bóeres que ai
proclamaram a Republica de Natalia em 1838. a tenção
continuou com a intervenção bóer no conflito dinástico dos
zulus, a favor do meio irmão Mpande retomou sem
conseguir as tentativas de Dingane para se apoderar das
terras dos swazi, também por causa da oposição inglesa;
teve de enfrentar a ira dos ingleses por ter cedido o distrito
do rio Klip aos bóeres que ali instituíram uma republica
independente em 1847; reafirmou o poder zulu sobre as
populações tsonga do nordeste. Em 1856, quando
começou o longo conflito dinástico protagonizado por dois
filhos de Mpande, apesar de cercado e ameaçado, o reino
zulu continuava sólido e ao ataque. Em 1872, quando
morreu Mpande e o seu filho Chetshwayo, cuja a posição
politica já estava consolidada desde 1857, ficou rei, a
situação tinha mudado completamente. A integração cada
vez maior da economia do reino na do natal e do Transvaal
estava a provocar transformações internas radicais:
migrações e fugas de grupos que não aceitavam a
subordinação aos zulus: a possibilidade de os jovens
escaparem ao sistema da Amabutho e de encontrarem
meios de sustento na economia moderna.
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restruturaçao politica. O reino zulu considerado pelos
ingleses um baluarte de controle de expansão bóer no
Transval ate aos anos sessenta, passou a ser um obstáculo
para os objectivos hemogenicos da potencia colonial que
se orientavam para a constituição de uma confederação
sob domínio inglês onde não se reconhecia nenhum
espaço autónomo para os estados autóctones históricos.
(Anna Maria Gentili. Pag.107-110. 1999)
TERRITÓRIO
Zimbábue abrange parte da grande meseta da África
meridional. O Alto Veld (Campo Alto) corta o país do sudoeste ao
nordeste; ao norte, o terreno desce até o rio Zambeze; e, ao sul,
até o rio Limpopo. É a zona conhecida como Baixo Veld.
Situado na zona tropical, seu clima é moderado pela altura. As
precipitações médias anuais são de 890 mm no Alto Veld e de
menos de 610 mm no Baixo Veld.
A vegetação dominante é de savana. A fauna inclui elefantes,
hipopótamos, leões, hienas, crocodilos, antílopes, impalas,
girafas e babuínos.
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POPULAÇÃO E GOVERNO
A população é formada por dois grupos étnicos de língua banto:
os shona (70% da população) e os ndebele (15%).
Tem uma população de 11,.365.366 habitantes, com uma
densidade de 29 habitantes por quilómetro quadrado (2001). As
cidades mais importantes são: Harare, com 1.184.169
habitantes; Bulawayo, com 620.936 habitantes; e Gwelo, com
124.735 habitantes.
O inglês é o idioma oficial. Quarenta e quatro porcento da
população são cristãos e 40% praticam religiões tradicionais.
A Constituição de 1980 garantiu os direitos e liberdades do
indivíduo.
ECONOMIA
A mineração e a agricultura são os sectores mais importantes,
mas a indústria também conheceu um considerável
crescimento. O produto interno bruto era de 5,6 bilhões de
dólares em 1999; e o PIB per capita 470 dólares.
O principal produto de exportação do país é o tabaco, embora
também sejam importantes o café, o algodão, a cana-de-açúcar,
o amendoim, as batatas, o feijão e as laranjas.
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HISTÓRIA
Os bantos conquistaram a área em 800 d.C. Em 1100, tinham
desenvolvido um importante comércio de ouro e marfim com
Moçambique. No começo do século XIV, surgiu um grande
estado centralizado, o Império Monomotapa, e, no século XV, ao
sul, estabeleceu-se o reino de Changamir. Em 1629, os
portugueses converteram Monomotapa em um estado vassalo.
Changamir conquistou Monomotapa no final do século XVII.
Durante o Mfecane (período de guerras e grandes migrações no
começo do século XIX), os ngoni, em sua marcha para o norte,
destruíram Changamir e depois os ndebele se estabeleceram no
oeste do país.
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A civilização do Zimbabwe (grandes construções de pedra), de
que sobraram testemunhas arquitectónicos imponentes,
referencia com o mais alto valor simbólico em toda região,
decaiu e foi abandonada provavelmente logo no inicio do século
XVI altura em que os portugueses se tinham já substituído aos
árabes como potencia dominante no porto e em toda costa de
Sofala. No entanto, a tradição oral liga ao Zimbabwe todos os
mitos de origem dos estados da região que mais tarde lhe
sucederam. O reino Mutapa, entre os rios Zambeze, Mazoe e
Muzengezi, foi provavelmente formado por exilados do
Zimbabwe no século XV. Posto em crise durante o século XVI
pelos impostos dos portugueses e por causa da perda de
hegemonia sobre varias entidades politicas situadas na costa, o
Mutapa continuou a exercer um papel na região, mesmo se
territorialmente redimensionado e enfraquecido por uma serie
de lutas internas e, na primeira metade do século XIX, ainda
dominava o vale do Zambeze e algumas áreas do planalto. O
Estado era uma confederação de principados em que o Mutapa,
ou rei, era o primus inter pares, dotado de uma estrutura militar
que, embora não estivesse institucionalizada, permitiu uma
oposição eficaz aos objectivos de expansão e as razias dos
prazeiros portugueses.
Torwa ou Butua, situado a oeste de Mutapa, também ele
descendente do Zimbabwe, foi conquistado por volta de 1680
pelos Rozvi, fundadores do estado de Changamire no sudoeste.
Foi este Estado que pôs fim a todas as tentativas portuguesas
de se apoderarem do planalto. O século XVIII e o inicio do século
XIX foram caracterizados por invasões e migrações: Rozvi
deslocaram-se de nordeste para o centro e sudoeste e para a
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planície de Teve. Outros povos vieram de norte, sul e oeste
ocupar o vazio. (Anna Maria Gentili. Pag.113. 1999)
Toda estrutura politica, social e religiosa do planalto foi depois
modificada pela invasão dos Ndebele fundadores do estado de
Matabele. A população que chegou ao planalto para se instalar,
guiada pelo seu chefe Mzilikazi, tinha uma origem muito
complexa: Provinha do principado de Kumalo, do território Nguni
do norte, obrigada a fugir para lá do Drakensberg em 1822 por
causa do conflito com os Zulu de Shaka.
Durante a fuga for a absorvendo aos poucos outros grupos nos
territórios que conquistava, ao longo de um percurso que,
primeiro, tinha levado Mzilikazi e os seus a raziar no território
dos Pedi e, posteriormente, nos 15 anos que se seguiram,
acrescida de outros grupos da diáspora nguni que se juntaram, a
estabelecer-se em três localidades do Transvaal meridional,
central e ocidental. Em todos os territórios foram constituídos
regimentos militares em que foram integradas as populaçoes
submetidas, pertencentes a principados sotho-tswana. Foram
atacados duas vezes pelos Zulu de Dingane e outras vezes pelos
Griqua e pelos Kora. Mzilikazi revelou interesse pela missao de
Moffat, homem influente entre os Griqua e na colonia do Cabo.
Em 1835, os Ndebele foram visitados por uma missao guiada
pelo doutor Adrew Smith e mais tarde, em 1836, assinaram um
tratado de amizade com o governo do Cabo que lhes devia
garantir protecçao contra ataques dos Griqua e dos Kora vindos
de sul. A sua derrota no Transvaal foi determinada pela chegada
dos boeres que se aliaram aos seus adversarios.
Em 1837, os Ndebele, divididos em dois grupos, dirigiram-se
para noroeste e em direcçao ao planalto do Zimbabwe para se
tornarem a juntar nos anos quarenta, perto da capital do reino
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Rozvi-Changamire, em decadencia por causa das repetidas
razias feitas por outras populaçoes Nguni. O Mzilikazi
reconstituiu o reino dos Ndebele, absorvendo as populacoes
Shona da mesma forma que haviam sido integrados os Pedi e os
Sotho-Tswana e mantendo a organizaçao militar original, que
devia funcionar como instrumento de integraçao social, e
alingua. Os regimentos estavam organizados em sistemas
regionais e nao de forma fortemente centralizada como no caso
Zulu. (Anna Maria Gentili. Pag.113-114. 1999)
No interior da Rodesia actual, na savana escalvada da
Maxonalandia, semeada de afloramentos de granito peneplados,
perto de Forte Vitoria, levanta-se um conjunto de ruínas
monumentais: é o grande Zimbabwe. Com Efeito, a palavra
Zimbabwe significa “ grande casa de pedra” ( em geral
residência de um chefe) e a região pulula ruínas deste género.
(Joseph Ki-Zerbo. Pag.239, 1972)
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passo que estes povos se encontram hoje muito mais ao sul. .
(Joseph Ki-Zerbo. Pag.239, 1972)
Em 1923, os britânicos criaram a Rodésia do Sul. Entre 1953 e
1963, foi membro da Federação da Rodésia e da Niassalândia.
Os nacionalistas africanos dirigidos por Joshua Nkomo se
opuseram à federação, mas suas ações foram proibidas pelo
governo branco.
Esse governo, dirigido por Ian Douglas Smith, declarou a
independência em 1965. No entanto, a Rodésia nunca foi
reconhecida por nenhuma nação. Em 1976, Nkomo e Robert
Mugabe formaram a Frente Patriótica, que começou uma
campanha de guerrilhas para depor o regime de Smith. A
independência chegou em Abril de 1980. Em 1985, Mugabe
venceu as primeiras eleições realizadas depois da
independência. A União Nacional Africana do Zimbabué (ZANU)
e a União do Povo Africano do Zimbabwe (ZAPU) se uniram
como a ZANU-PF e ganharam as eleições de 1990.
CONCLUSAO
• Conquistas;
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• Guerra pós guerra;
• Os estados surgiram em consequencia de falancia de
outros e quase sempre preservavam os habitos culturais
dos anteriores habitantes.
• Poder centralizado a classe minoritária e nalguns casos
não poucos, nas mas do Rei ou imperador.
• As classes mais fracas sempre foram dominadas e
subjugadas.
Agradecimentos
Acredito nao ter sido facil para se chegar ate este estremo,
contudo, os meus agradecimentos vao para todos aqueles que
me proporcionaram ou disponibizaram as fontes de consulta que
usei neste arduo trabalho.
BIBLIOGRAFIA
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2. KI-ZERBO,Joseph. Historia de Africa Negra. 3a Ediçao,
Portugal, Publicaçoes Europa-America,Lda, Volume I, 1972,
pp452.
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