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Organizadores:
Berenice Rocha Zabbot Garcia
(Projeto Institucional de Literatura Infantil Juvenil - PROLIJ)
Taiza Mara Rauen Moraes
(Projeto Institucional de Incentivo à Leitura – PROLER)
Realização:
ISBN: 978-85-8209-121-0
ANAIS
Comissão organizadora:
Dra. Taiza Mara Rauen Moraes (PROLER/UNIVILLE – SC)
Dra. Berenice Rocha Zabot Garcia (PROLIJ/UNIVILLE – SC)
Dra. Nadja de Carvalho Lamas (ARTE NA ESCOLA)
MSc. Claúdia Valéria Lopes Gabardo (LETRAS/UNIVILLE)
Realização
Universidade da Região de Joinville – (UNIVILLE)
Programa Nacional de Incentivo à Leitura - PROLER
Reitor
Prof. Dr. Alexandre Cidral
Vice-Reitora
Prof. Dra. Therezinha Maria Novais de Oliveira
Pró-Reitoria de Ensino
Prof. Dra. Patrícia Esther Fendrich Magri
Joinville – 2022
ISBN: 978-85-8209-121-0
Comissão científica:
Dra. Adair de Aguiar Neitzel (UNIVALI – SC)
Dra. Eliane Debus (UFSC – SC)
Dr. Fábio Henrique Nunes Medeiros (FAP-UNESPAR – PR)
Dra. Roberta Barros Meira (UNIVILLE – SC)
Diagramação
Luana Seidel (PROLER/PPGPCS UNIVILLE)
Revisão
Luana Seidel (PROLER/PPGPCS UNIVILLE)
Dra. Taiza Mara Rauen Moraes (PROLER/UNIVILLE)
APRESENTAÇÃO
Comissão Organizadora
ISBN: 978-85-8209-121-0
SUMÁRIO
EXPERIÊNCIAS EDUCATIVAS ........................................................................ 8
RESUMOS.......................................................................................................170
ISBN: 978-85-8209-121-0
EXPERIÊNCIAS EDUCATIVAS
ISBN: 978-85-8209-121-0
INTRODUÇÃO
Um acadêmico de História da Universidade da Região de Joinville
produziu um excêntrico infográfico para a disciplina de História e Historiografia
ISBN: 978-85-8209-121-0
Esse infográfico tem como título “Os dois vales do Nilo”, pois as
informações presentes nesse material se baseiam no recorte territorial dos dois
vales do Rio Nilo (sul e norte). O infográfico tem 3 recortes de mapa, 22 caixas
textuais, 5 ilustrações menores e flechas indicativas. Tudo isso foi confeccionado
para realizar a transposição didática dos conteúdos. Com isso, foi observado que
esse material, produzido para uma disciplina universitária, pode ser revertida
como recurso de aulas de História para o Ensino Básico.
O INFOGRÁFICO EM QUESTÃO
Somado a tudo isso, o infográfico recebeu o seguinte título: “Os dois vales
do Nilo”5, pois o lado esquerdo do infográfico ilustra algumas informações do
capítulo de livro mencionado sobre o norte do Rio Nilo, enquanto o lado direito
do infográfico ilustra as informações desse mesmo capítulo de livro sobre o sul
do Rio Nilo.
recorte do mapa). A partir disso, o Rio Nilo vai seguindo seu percurso, com um
total de 6 cataratas (indicadas pelas bolinhas cinzas), até desaguar, através de
sua foz (chamada de “Delta do Nilo), no Mar Mediterrâneo.
Há uma linha vermelho nesse recorte de mapa. Abaixo dela está o sul do
Rio Nilo (também chamado de Vale Superior). Acima dela está o norte do Rio
Nilo (também chamado de Vale Inferior). A linha vermelha é demarcada pela
penúltima catarata (a quinta do sul para o norte, mas a segunda do norte para o
sul). Nesse assunto, no recorte do mapa as cataratas foram contadas do norte
para o sul.
Como são várias as informações sobre cada um desses grupos, pode ser
viável acessar diretamente esse material na íntegra para a leitura detalhada das
informações. Mas em síntese, cada um deles possuíram as suas
particularidades temporais e socioculturais (que implicaram nas questões
metalúrgicas, por exemplo).
com fundo dourado dita sobre a difusão da metalurgia do ouro, prata e cobre no
princípio desse período. O balão de fundo de bronze dita sobre a difusão, a partir
de 2.000 a.C., da metalurgia do bronze. O balão com fundo de ferro enferrujado
dita sobre a metalurgia do ferro a partir de 1.580 a.C. Essas informações estão
fundamentadas pelo seguinte excerto:
CONCLUSÃO
NOTAS EXPLICATIVAS
ISBN: 978-85-8209-121-0
REFERÊNCIAS
Abstract: The Covid-19 pandemic brought several impacts on society, and the
student sector was one of the affected areas. In this context, Univille, in 2020,
opened vacancies for the Iptis (Institutional Program for Teaching Initiation
Scholarships), through which three degree subprojects were created, History
being one of them. Given this context, one of the scholarship holders of this
subgroup faced setbacks in his experience as a beginner to teaching. Therefore,
the objective of this work is to show, through an experience report, the methods
and tools that the graduating student used so that their practical insertion in the
teaching project could be carried out. It will be observed how asynchronous
classes, the main means used for teaching, proved to be a challenge in the face
of issues that address digital technologies, student opinion and autonomy in
recording classes. Consequently, the initiation to teaching revealed a student
path marked too much by adaptations and resilient attitudes in the pandemic
period.
Keywords: iptis; history; pandemic; difficulties.
INTRODUÇÃO
ISBN: 978-85-8209-121-0
SOBRE O PIBID
Por fim, no que se refere aos iniciantes na docência, eles foram o ponto
focal do projeto, pois toda organização do Pibid/CAPES tem isso como
prioridade. Eles deveriam, dentro do projeto, estarem adentrados em atividades
que os formariam para a docência, tendo como principal atividade o professorado
do ambiente de Educação Básica.
Após a gravação, o vídeo teve que passar por edições técnicas. Para isso,
o bolsista utilizou o software OpenShot Video Editor. Como o graduando não é
técnico nisso, o vídeo ficou mal editado. Acrescido a isso, o áudio também ficou
ruim, porque a câmera utilizada foi uma webcam com captação de áudio (o que
pode não ser muito apropriado para a gravação de vídeos). Além disso, foram
inseridas três imagens de QR Code no vídeo. A primeira exibida, quando
devidamente escaneada, levava o aluno para um vídeo da plataforma Youtube,
intitulado Aldous Huxley on Technodictators (do canal Blank on Blank). A
segunda levava o aluno para uma atividade avaliativa e o terceiro levava o aluno
para o documento dos slides da aula.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
NOTAS EXPLICATIVAS
1Graduando em Licenciatura em História da Universidade da Região de Joinville
(Univille). Foi o bolsista do Pibid que teve as suas experiências apresentadas
nesse trabalho completo. Endereço de seu campus de formação: Rua Paulo
Malschitzki, nº 10 (Zona Industrial Norte, Joinville/SC). Currículo lattes:
<http://lattes.cnpq.br/2738602230109838>. E-mail:
gabriel28_oliveira@hotmail.com.
2Possui mestrado em Patrimônio Cultural e Sociedade e graduação em História
pela Universidade da Região de Joinville (Univille) e especialização em Gestão
Educacional e Empresarial pelo Instituto de Pesquisa e Educação Catarinense
(IPECA). Foi a supervisora de Gabriel Henrique de Oliveira Furlanetto durante o
Pibid. É professora na Escola de Educação Básica Professor Rudolfo Meyer.
Endereço da escola de Educação básica de atuação: Rua Copacabana, 1245
(Bairro Floresta, Joinville/SC). Currículo lattes:
<http://lattes.cnpq.br/3394447424884514> E-mail: elandiavst@gmail.com.
3Possui doutorado e mestrado em Educação pela Universidade do Estado de
Santa Catarina (UDESC), especialização em Introducción a los Estudios
Teóricos y Epistemológicos en Política Educativa pela Universidad Nacional de
La Plata (UNLP) e graduação em História pela Universidade da Região de
Joinville (Univille). É professor do Curso de História e do Programa de Pós-
ISBN: 978-85-8209-121-0
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília,
2018.
FURLANETTO, Gabriel Henrique de Oliveira; OLIVEIRA NETO, Wilson. Tempos
sombrios entre nós: proposta de aula e de atividade para o ensino de História
através da distopia. Revista de Iniciação à Docência, v. 7, n. 1, p. 189-208,
2022. ISSN 2525-4332. Disponível em:
<https://periodicos2.uesb.br/index.php/rid/article/view/10565>. Acesso em: 26
jul. 2022.
PIBID - Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência. gov.br,
2021. Disponível em: <https://www.gov.br/capes/pt-br/acesso-a-
informacao/acoes-e-programas/educacao-basica/pibid/pibid>. Acesso em: 27
jul. 2022.
SOUZA, Sirlei de. Movimentos de resistências em tempos sombrios. In:
GUEDES, Sandra P. L. de Camargo (org.). Histórias de (I)migrantes: o
cotidiano de uma cidade. 2. ed. Joinville: UNIVILLE, 2005. cap. 6, p. 193-243.
ISBN: 978-85-8209-121-0
INTRODUÇÃO
No quarto bimestre foi criada uma atividade (valendo nota) com a seguinte
denominação: “Proposições para uma história como disciplina científica, entre
textos contextos”. O objetivo dessa atividade consistia em apresentar uma
análise e uma contextualização de um dos cinco textos disponibilizados. Nessa
questão, cinco equipes deveriam ser formadas, e cada uma delas deveria pegar
um texto diferentes de todos os cinco ofertados para a atividade. Os cinco textos
são esses (seguidos, entre parênteses, por seus autores):
Dado esse contexto, uma dupla ficou responsável pelo texto “Sobre a
tarefa do historiador”, do filósofo alemão Wilhelm von Humboldt. Esse escrito foi
disponibilizado no Disco Virtual da disciplina (que se encontra no AVA). O texto
em pauta são páginas digitalizadas do livro “A História Pensada: Teoria e Método
na Historiografia Europeia do Século XIX”, organizado pelo historiador Estevão
Chaves de Rezende Martins e disponibilizado, em 2010, pela editora Contexto.
Além disso, o capítulo de Humboldt nesse livro, que é uma tradução à língua
portuguesa, possui 19 páginas, ocupando as páginas 82 a 100 da obra
organizada.
Posto isso, infere-se que esse homem possuiu repertório para dissertar
sobre a historiografia e o ofício de historiador. Tendo à disposição os seu
avantajados recursos econômicos, Humboldt teve a facilidade e os incentivos
necessários para, além da citada reforma educacional, imprimisse os seus feitos
intelectuais no campo da Ciência Histórica.
AS ILUSTRAÇÕES DIDÁTICAS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
NOTAS EXPLICATIVAS
1Acadêmico do curso de Licenciatura em História da Universidade da Região de
Joinville (Univille). Endereço de seu campus de formação: Rua Paulo Malschitzki,
nº 10 (Zona Industrial Norte, Joinville/SC). Currículo lattes:
<http://lattes.cnpq.br/2738602230109838>. E-mail:
gabriel28_oliveira@hotmail.com.
2Possui doutorado e mestrado em História pela Universidade Estadual de Santa
Catarina (UDESC) e graduação em História pela Universidade da Região de
Joinville (Univille). É professor dos cursos de História, Direito e Artes Visuais da
Univille. Endereço da IES de professorado: Rua Paulo Malschitzki, nº 10 (Zona
Industrial Norte, Joinville/SC). Currículo lattes:
<http://lattes.cnpq.br/6892446255271065>. E-mail: diego.f@univille.br.
3Acadêmico do curso de Licenciatura em História da Universidade da Região de
Joinville (Univille). Endereço de seu campus de formação: Rua Paulo Malschitzki,
nº 10 (Zona Industrial Norte, Joinville/SC). Currículo lattes:
<http://lattes.cnpq.br/6576861600422728>. E-mail: gabriel.rosa.1@univille.br.
4Os slides estão disponíveis para acesso e download pelo seguinte link:
<https://www.academia.edu/64882793/Exposi%C3%A7%C3%A3o_e_an%C3%
A1lise_de_texto_Sobre_a_tarefa_do_historiador_1821_de_Wilhelm_von_Humb
oldt>. Acesso em: 03 nov. 2022.
REFERÊNCIAS
HUMBOLDT, Wilhelm von. Sobre a tarefa do historiador (1821). In: MARTINS,
Estevão de Rezende (org.). A História Pensada: Teoria e Método na
Historiografia Europeia do Século XIX. São Paulo: Contexto, 2010. p. 82- 100.
MUND, Heike. Wilhelm von Humboldt e a revolução da educação. Deutsche
Welle, 2017. Disponível em: <https://www.dw.com/pt-br/wilhelm-von-humboldt-
e-a-revolu%C3%A7%C3%A3o-da-educa%C3%A7%C3%A3o/a-39366493>.
Acesso em: 19 jun. 2022.
ISBN: 978-85-8209-121-0
EXPERIÊNCIAS DE LÍNGUA/LITERATURA
ISBN: 978-85-8209-121-0
Introdução
Metodologia
Dos encontros
“Ler é esperar por melhor”, afirma Valter Hugo Mãe (2018, p. 46); logo,
esperava-se, a cada encontro do Clube de Leitura: Fala Livro, deslindar os
desejos, as dúvidas e as angústias vividos durante a leitura do literário, em busca
de experiências e de afectos.
Os encontros acompanhados pela pesquisadora ocorreram no primeiro e
no segundo semestre de 2021. Nos meses de março, abril e junho, as obras
escolhidas para a leitura foram Dom Quixote de La Mancha, de Miguel de
Cervantes, O conto da ilha desconhecida, de José Saramago, e Hamlet, de
William Shakespeare. Por sua vez, nos meses de agosto, outubro e dezembro,
as obras selecionadas foram A estória de Lélio e Lina, de João Guimarães Rosa,
Memórias do subsolo, de Fiódor Dostoiévski, e Água Viva, de Clarice Lispector.
Nas Figuras 1 e 2, apresentamos os flayers de divulgação dos encontros citados
anteriormente.
Dos participantes
Nos encontros do Clube de Leitura, muitos movimentos solitários e
coletivos foram realizados a partir da leitura das obras literárias. Por meio das
respostas dos participantes na entrevista e da observação, foi possível
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Minhas percepções das obras sempre são ampliadas a cada encontro! Todas as
conversas e trocas que tivemos ao longo do Clube foram muito enriquecedoras,
pelo fato de compartilharmos nossas experiências em relação à obra: pessoais,
estéticas, fictícias. Sempre há alguma reflexão que meu olhar atento não conseguiu
captar ao longo da minha leitura individual. Eu gosto de chamar os encontros de
“leitura compartilhada” exatamente por isso! Para mim, há dois momentos, duas
leituras: a minha e a do/com o grupo. (Sujeito 4).
Valter Hugo Mãe (2018, p. 85) afirma, em seu conto Bibliotecas, que:
“Todos os livros são infinitos! Começam no texto e estendem-se pela
imaginação”, possibilitando a sensação apresentada pelo Sujeito 4
anteriormente. São muitas leituras possíveis de serem feitas em uma só obra,
uma vez que, segundo Barthes (1978, p. 14), “[...] a língua não se esgota na
mensagem que engendra”. Sempre é possível ir além na literatura, ainda mais
com o impulso do mediador, que faz com que novas e novas janelas de
interpretação se abram. “[...] o texto é plural é passagem, travessia; não pode,
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pois, depender de uma interpretação, ainda que liberal, mas de uma explosão,
de uma disseminação” (BARTHES, 1988, p. 74). Quando o texto é somente
consumido, o leitor é levado ao tédio. Isso ocorre quando ele não pode jogar com
o texto, não pode produzir com ele um movimento contínuo de ida e vinda, não
pode fazer uma experiência (BARTHES, 1988).
Além disso, as obras que são escolhidas para o Clube possuem carga
fruitiva, quer dizer, são textos que se comportam como um palimpsesto, visto
que possuem muitas camadas que vão sendo apresentadas no movimento da
leitura. Isso possibilita o encontro do leitor com outros textos ali incrustrados, os
quais o levam a outros olhares e interpretações que tocam os seus sentidos, que
vão se aprimorando, modificando sua forma de ler e de pensar. É o que
percebemos na fala do Sujeito 8: “Sempre tem algum participante que me mostra
um ponto de vista diferente sobre a leitura, e sempre é abordado diferentes
pontos acerca da obra”. Segundo Petit (2009),
Conclusão
O leitor muda para o outro lado do mundo
ou para outro mundo, do avesso da realidade
até ao avesso do tempo.
Valter Hugo Mãe
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Referências
INTRODUÇÃO
florestal. Sendo assim, os documentos não poderiam ser transcritos por inteiro,
pois somente as partes que cruzassem com o objetivo mencionado importava
para as transcrições.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através desse relato de experiência, foi possível conceber descrições
sobre o processo das atividades em questão. O pesquisador acadêmico,
contando com a supervisão de uma professora, produziu um total de 17
fichamentos, nos quais 7 foram apresentados nesse trabalho. Dentre essas
últimas, houve a exibição de palavras escritas por alguns dos presidentes da
província de Santa Catarina. Nos dias atuais, as palavras dentro da problemática
em pauta faz com que seja necessário haver a interdisciplinaridade entre Letras
e História, para que haja a facilitação de práticas do tipo.
NOTAS EXPLICATIVAS
1Acadêmico de Licenciatura em História da Universidade da Região de Joinville
(Univille). Foi o graduando que teve as suas experiências de transcrição
relatadas nesse trabalho completo. Endereço de seu campus de formação: Rua
Paulo Malschitzki, nº 10 (Zona Industrial Norte, Joinville/SC). Currículo lattes:
<http://lattes.cnpq.br/2738602230109838>. E-mail:
gabriel28_oliveira@hotmail.com.
ISBN: 978-85-8209-121-0
REFERÊNCIAS
BRITO, Antero José Ferreira de. Falla na abertura de sua sessão ordinaria da
Assemblea Legislativa de Santa Catharina. Desterro, 1 mar. 1846. CRL Digital
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___________________________. Falla na sessão extraordinária em 1º de
Março de 1841. Desterro, 1841. CRL Digital Delivery System, Center for
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Assemblea Legislativa de Santa Catharina. Desterro, 1 mar. 1845. CRL Digital
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ISBN: 978-85-8209-121-0
<http://ddsnext.crl.edu/titles/189?terms&item_id=5289#?c=0&m=10&s=0&cv=0
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Assemblea Legislativa de Santa Catharina. Desterro, 1º mar. 1847. CRL Digital
Delivery System, Center for Research Libraries. Disponível em:
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Assemblea Legislativa de Santa Catharina. Desterro, 1º mar. 1849. CRL Digital
Delivery System, Center for Research Libraries. Disponível em:
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&r=0&xyw &xywh=140%2C-195%2C1881%2C1327>. Acesso em: 31 jul. 2022.
___________________________. Falla na abertura da sessão ordinaria da
Assemblea Legislativa da Provincia de Santa Catarina. Desterro, 1 mar. 1842.
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<http://ddsnext.crl.edu/titles/189?terms&item_id=5289#?c=0&m=8&s=0&cv=1&r
=0&xywh =-1355%2C0%2C4628%2C3264>. Acesso em: 06 jun. 2022.
___________________________. Falla na abertura da sessão ordinaria da
Assembleia Legistativa da Província de Santa Catarina. Desterro, 1 mar. 1843.
Disponível em:
<http://ddsnext.crl.edu/titles/189?terms&item_id=5289#?c=0&m=9&s=0&cv=0&r
=0&xywh =-449%2C582%2C3047%2C2150>. Acesso em: 13 jun. 2022.
___________________________. Relatorio do presidente da provincia de Santa
Catarina. 26 dez. 1848b. CRL Digital Delivery System, Center for Research
Libraries. Disponível em:
<http://ddsnext.crl.edu/titles/189?terms&item_id=5289#?c=0&m=15&s=0&cv=0
&r=0&xyw &xywh=179%2C51%2C2791%2C1910>. Acesso em: 25 jul. 2022.
CAVALCANTE, Albuquerque (PRESIDENTE DA PROVÍNCIA DE SANTA
CATARINA). Relatorio do presidente da provincia de Santa Catharina na
abertura da 2.a sessão da 1.a Legislatura Provincial em 5 de abril de 1836. CRL
Digital Delivery System, Center for Research Libraries. Disponível em:
<http://ddsnext.crl.edu/titles/189?terms&item_id=5239#?c=4&m=1&s=0&cv=0&r
=0&xywh =-44%2C0%2C2871%2C2025>. Acesso em: 17 de abr. de 2022.
D’ANDREA, Francisco Jose de Souza Soares. Acto de entregar a presidencia da
provincia de Santa Catharina, ao seu successor o Exm. Sr. Brigadeiro Antero
Joze Ferreira de Brito. 1840b. CRL Digital Delivery System, Center for Research
Libraries. Disponível em:
<http://ddsnext.crl.edu/titles/189?terms&item_id=5289#?c=4&m=6&s=0&cv=0&r
=0&xywh =-147%2C-161%2C2933%2C2069>. Acesso em: 23 maio 2022.
ISBN: 978-85-8209-121-0
Abstract: The faculty of sharing experiences, critiques, and memories move the novels
by rememorations of the storyteller. "Torto Arado" (2019), by Itamar Vieira Junior, is the
memorialist novel that echoes, through the narrations of women, the struggle of the Afro-
Brazilian descendants of slaves for the right to land in the backlands of Bahia, updating
the vision of narrator proposed by Walter Benjamin in the text "The Storyteller" that
classifies it in two archaic profiles: the mercantile traveler and the sedentary farmer,
expositors of the traumas arising from the First World War.
Keywords: Storyteller. Traumatic memories. Torto Arado. Walter Benjamin.
Introdução:
O significante memória implica significados múltiplos e adentra veredas
que um só sujeito não consegue abranger de todo. Memória de ontem, de
anteontem ou de hoje. Da infância. Bem, mal-aventurada. Tensa, leve, de
experiências, de traumas. Escolher lembrar, rememorar, esquecer. Uma das
questões levantadas quando se investiga a memória como um conceito que
resgata história é a forma como cada sujeito lida com a sua própria e a de quem
o circula. Por isso, seu estudo perpassa campos e conceitos diversos associados
à experiência.
Walter Benjamin (1980), em um contexto pós Primeira Guerra Mundial e,
por isso, traumático, explora a potência do romance em reverberar e compartilhar
críticas, experiências, visões de mundo e, como será articulado neste trabalho,
memórias traumáticas e articuladoras de transformações sociais e políticas pela
voz de narradores. Neste jogo escrito e lido, o narrador é o responsável por
acionar as memórias e críticas e expô-las numa narrativa. Ele é, por meio do
escritor, a figura atenta que seleciona o que será dito e o que será suprimido, o
que será reverberado e o que será silenciado, consciente ou inconscientemente.
ISBN: 978-85-8209-121-0
“Torto arado” (2019), do escritor baiano Itamar Vieira Junior, é a obra que
mobiliza lutas contemporâneas e, sobretudo, compartilhamento de memórias
traumáticas por meio de três narradoras: duas mulheres, Bibiana e Belonísia, e
Santa Rita Pescadeira, uma entidade da religiosidade do Jarê.
As reflexões analíticas propostas visam articular o papel das narradoras
de “Torto arado” que ecoam o preconceito estrutural e a luta pela terra. Pretende-
se associar a visão benjaminiana do narrador em romances memorialistas que
envolvem luta e trauma decorrentes de experiências traumáticas atualizando os
contextos históricos, políticos e sociais: em Benjamin, o pós-guerra, em Vieira
Junior, a luta contemporânea por direito à terra no sertão baiano.
“Torto Arado”
O mistério sobre qual das irmãs teve a língua amputada segue até o final
da primeira parte da narrativa, quando Bibiana explica que foi a irmã mais nova,
Belonísia, a quem faltou um pedaço para sempre – omissão que esclarece que,
quem quer que fosse a principal prejudicada, poderia contar com a irmã para
comunicar o que quisesse ao mundo.
O primeiro trauma narrado apresenta as irmãs unidas a partir do ato
traumático numa trama não-linear que transita entre os tempos presente e
passado. Bibiana e Belonísia, o pai Zeca Chapéu Grande, a mãe Salustiana
Nicolau, a avó Donana, e as outras irmãs Zezé e Domingas rememoram valores
culturais que sustentam e se revigoram no tempo presente.
Bibiana é quem apresenta ao leitor memórias de vidas marcadas pela
servidão do trabalho escravo na Fazenda Água Negra, no sertão da Bahia. O
amadurecimento das irmãs e o aflorar de suas sexualidades inicia com a vinda
de Severo, primo das garotas que é introduzido na trama como jovem alegre,
forte e viril. Depois de um desentendimento ciumento entre elas, Bibiana se
aproxima do rapaz e nele encontra o amor de sua vida, parceiro de futuras lutas.
Tudo foi crescendo de forma tão pujante que era como se meu copo
se guiasse sozinho, e Severo agia da mesma forma na trama em que
estávamos enredados. Naquela terra mesmo, entranhada da secura da
falta de chuva, deixamos nossos suores para que lhe servisse de alívio.
O silêncio da ausência dos pássaros, dos animais que migravam para
onde havia água, foi rompido por nossos sussurros. Depois de tanto
ouvirmos falar sobre as crianças mortas, a natureza, misteriosa e
violenta, nos impelia para conceber a vida. (VIEIRA JUNIOR, 2019, p.
76)
coisas que ele falava iluminou meu dia, e quis ouvir mais. Nunca havia
conhecido ninguém que me dissesse ser possível uma vida além da
fazenda. Achava que ali havia nascido e que ali morreria, como
acontecia à maioria das pessoas. [...] Queria experimentar a vida, para
ver o que poderia nos acontecer. (VIEIRA JUNIOR, 2019, p.72-73)
lições que a natureza havia lhe dado. Meu pai não tinha letra, nem
matemática, mas conhecia as fases da lua. Sabia que na lua cheia se
planta quase tudo; que mandioca, banana e frutas gostam de plantio
na lua nova; que na lua minguante não se planta nada, só se faz capina
e coivara. (VIEIRA JUNIOR, 2019, p.99)
concretizando dessa forma que também pode ser identificada como uma
narradora benjaminiana.
Na idade adulta, a personagem encontra Tobias, homem mais velho,
forasteiro e galanteador que ganha atenção das mulheres da comunidade. Após,
um tempo de flerte o desejo irrompe entre ambos e, depois de consentir à
proposta, é levada à nova casa em que viveria com o homem, sinalizando uma
etapa de renovação.
A primeira experiência sexual de Belonísia é, porém, muito menos
romantizada e romântica do que de sua irmã Bibiana, contada em um trecho
indigesto e marcante para diferenciar as vivências amorosas das duas, o que
confere um trauma abusivo à sua vivência:
Depois que ele me deitou na cama, beijou meu pescoço e levantou
minha roupa, não senti nada que justificasse meu temor. Era como
cozinhar ou varrer o cão, ou seja, mais um trabalho. Só que esse eu
ainda não tinha feito, desconhecia, mas agora sabia que, como mulher
que vivia junto a um homem, tinha que fazer. Enquanto ele entrava e
saía de mim num vaivém que me fez recordar os bichos do quintal,
senti um desconforto no meu ventre, aquele mesmo que me invadiu
pela manhã como o trotar do cavalo. Virei minha cabeça para o lado
da janela. Tentei olhar pelas frestas a luz da lua que tinha despontado
no céu mais cedo. Senti algo se desprender de seu corpo para meu
interior. Ele se levantou e foi se lavar com o resto de água. Abaixei
minha roupa e fiquei de costas, com os olhos no teto de palha,
procurando filetes de luz. Procurando alguma estrela perdida que se
apresentasse como uma velha conhecida, para dizer que não estava
sozinha naquele quarto. (VIEIRA JUNIOR, 2019, p. 115)
dito popular de que “em briga de marido e mulher não se mete a colher”, a
personagem organiza suas forças para lutar contra o agressor. Nisto,
ironicamente é retomada na narrativa a simbologia dos talheres, pois Belonísia
entoa o dito que não se “mete a colher” na briga de seus vizinhos, mas ameaça
“meter a faca” – marcas da ancestralidade e memória de vida. A personagem
funciona como uma rede de apoio às vítimas de violência doméstica e ampara
Maria Cabocla e seus filhos para um recomeço. A experiência traumática é,
portanto, mobilizador de novas formas de ver e viver o mundo.
A personagem de Belonísia narra a alegria familiar decorrente do retorno
da irmã Bibiana acompanhada de seu marido, Severo, e seus filhos, e observa
as transformações decorrentes das experiências vivenciadas, principalmente
movidos por inspirações sindicalistas de luta pelo direito à terra, ao plantio
próprio e ao direito de morar:
Indomável, Severo caminhou por estradas, elevou sua voz em
discursos, enfrentou os novos donos e o chefe dos trabalhadores.
Mudando ele mesmo, em meio ao movimento que parecia crescer em
nossas vidas, foi moldando Água Negra, fazendo-a se transformar num
lugar diferente. Enquanto Zeca Chapéu Grande viveu, respeitou o seu
desejo de não confrontar os que lhe haviam dado abrigo. (VIEIRA
JUNIOR, 2019, p. 196)
Considerações finais:
Na trama do romance memorialista “Torto arado”, as narradoras Bibiana
e Belonísia foram as agentes de mudanças sociais e políticas do contexto em
que estavam inseridas, movimento possibilitado por meio das narrações de
resistência.
ISBN: 978-85-8209-121-0
Referências:
ISBN: 978-85-8209-121-0
EXPERIÊNCIA DE LEITURA/MEMÓRIAS
ISBN: 978-85-8209-121-0
RESUMO
ABSTRACT
This current article starts from the production and defense of the dissertation
POETRY AND CITY: A CARTOGRAPHY OF THE MEMORIES OF MARCOS
KONDER REIS, which is focused on the investigation of the relation between the
poetic of MKR, poet from Generation from 1945s, and the Itajaí city at 1930s,
narrated in his poems and marked in his memory, taking as research practice the
cartographic process, or cartography. The text presented here seeks to recognize
the city as a space of a path of these memories, from poems fragments, and
analyses of multiple landscapes and visions of the city poetized by Marcos
Konder Reis based on reflections of Benjamin (1987) and Calvino (1990). The
dissertation is based on analysis selected poems that compose the collection 'A
privilege of birds', organized by Dennis Radunz and Antônio Carlos Floriano,
launched in 2008, as well as primary sources of the poet's life period (1922-2001),
documentary collections today under the protection of Itajaí´s Public Archive. The
dissertation was defended in February 2020, linked to research line "Memory and
ISBN: 978-85-8209-121-0
O poeta:
[...]
ISBN: 978-85-8209-121-0
A cidade:
proximidade com outras colônias, como Brusque e Blumenau, bem como com
‘Desterro’, a capital do estado.
A historiadora Cristiane M. Barreto (1997), nos ajuda a compreender a
importância que os movimentos de imigração italiana e alemã tiveram para a
consolidação de Itajaí como polo econômico e político no estado de Santa
Catarina, desde o início do século XX. A chegada desses imigrantes à cidade,
ocupada inicialmente por luso-açorianos, geraram tensões e disputas de poder,
especialmente por conta da ausência de políticas de estado na região durante a
primeira república. Esse cenário favoreceu que lideranças econômicas
constituídas pelos imigrantes alemães, ingressassem na esfera política,
fortalecendo e defendendo interesses comuns e construindo redes de relações
distintas, sobretudo a partir dos espaços de sociabilidade.
Os Konder firmaram-se como elite comercial e política em Itajaí a partir da
chegada de Marcos Konder Sênior, avô do poeta, em 1873. Em poucos anos
forma família e estabelece um comércio de sucesso na cidade. Seus filhos
Adolpho, Victor, Arno e Marcos ocuparam espaços políticos de nível local,
estadual e nacional.
O poeta na cidade:
O poeta aguça um olhar sobre a cidade pelo do simbólico, quando diz que
o sopro da brisa enche a cidade de porventuras e regressos, ou ainda quando
compara a cidade a uma menina, inclinada de andorinhas. A Itajaí das primeiras
décadas o século XX era pequena, com pouco tempo de fundação, cujos líderes
econômicos e políticos projetavam desejos de crescimento e modernização.
Marcos Konder Reis também fala do amor como um barco embandeirado
no cais, o que nos traz movimento, já que os barcos vêm e vão, possibilitando
uma interpretação de que os amores juvenis, despertos no coração das jovens
meninas, podem desaparecer na linha do horizonte.
O poeta mostra nos versos que se percebe imerso nessa cidade: “a cidade
pequena que amanhece crispada de pássaros e fios elétricos lembra o
semblante de um menino que dorme na minha carne” (RADÜNZ; FLORIANO,
2008, p. 102). O tempo passa e o passado se faz presente nos versos, marcado
intermitentemente pelo sino da igreja.
Marco entra numa cidade; vê alguém numa praça que vive uma
vida ou um instante que poderiam ser seus; ele podia estar no
lugar daquele homem se tivesse parado no tempo tanto tempo
atrás, ou então se tanto tempo atrás numa encruzilhada tivesse
tomado uma estrada em vez de outra e depois de uma longa
viagem se encontrasse no lugar daquele homem e naquela
praça. Agora, desse passado real ou hipotético, ele está
excluído; não pode parar; deve prosseguir até uma outra cidade
em que outro passado aguarda por ele, ou algo que talvez fosse
um possível futuro e que agora é o presente de outra pessoa.
Os futuros não realizados são apenas ramos do passado: ramos
secos.
__ Você viaja para reviver seu passado? – era, a esta altura, a
pergunta de Khan, que também podia ser formulada da seguinte
maneira: __ Você viaja para reencontrar seu futuro?
E a resposta de Marco:
__ Os outros lugares são espelhos em negativo. O viajante
reconhece o pouco que é seu descobrindo o muito que não teve
e não terá.
(CALVINO, 1990, p. 28-29).
Um assassino de segredos.
O vagabundo iluminado
18.1
Chamava-se Itajaí, para o meninoaquele, o lugar da menina
e a cercania dela de barcos ancorados e navios. E ele delirava
de mastigá-la no amor de sua mescalina, desde o
momentoagosto
de que se lembra de a ter visto pela primeira vez e todas
as rosas abertas no jardim. Dizer lá de cima, era vê-la
de bruços, no terraço, como se não soubesse de sua presença
no telhado, e dar-lhe adeus; lá em baixo, era ela estar,
na sombra, mas a olhar, para ele, de soslaio; lá trás
e era descobri-la, entre baraços de um jasmim-de-anjo,
como a menina morta, que permanecera sorrindo; à porta
e era correr para casa, com medo que ela pensasse
que ele não estava: os ondes todos da menina descobertos
e arrastados, agora, pelo vagabundo iluminar, que a leva,
no tempo, através de ruas e caminhos, no seu presente andar
em torno dela ressuscitada dos mortos. Mas as paragens
do amor já foram tantas, embora cada um dos meus amores
permaneça, marco no espaçotempo percorrido, luz lembrada.
(RADÜNZ; FLORIANO, 2008, p. 39).
Luz de infância
As ameixas maduras
Guardam, no mês de julho,
A claridade amarela.
ISBN: 978-85-8209-121-0
Cais
É noite no cais,
O poeta passeia... Adeus!
Os navios que ele desenhou quando tinha três anos
Dormem com os braços agarrados às argolas.
Rac... tch...
ISBN: 978-85-8209-121-0
Um cão de cinzas
E um gato de folha de flandres.
É preciso partir.
As bandeiras abanam para as serranias
Porque nunca se encontrarão...
Cruzes vermelhas invadem os mictórios.
Uma menina tísica cospe uma rosa no travesseiro.
Um bêbado cospe um grilo na calçada.
Um marinheiro cospe um peixe no copo.
Uma velha cospe um terço no oratório.
Uma mulher cospe a saudade de um homem nos lábios de outro
homem.
E o poeta cospe o milagre no mar.
Ó homens!
Ó cais!
Adeus,
A lua é o seu chapéu de palha.
Adeus.
REFERÊNCIAS:
BENJAMIM, Walter. Obras escolhidas II. 5 ed. São Paulo: Brasiliense, 1987.
Cladir Gava
Taiza Mara Rauen Moraes
Programa de Pós-Graduação em Patrimônio Cultural e Sociedade da
Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE
RESUMO
Os escritos de David Gonçalves (re)significam histórias circundantes na tradição
oral e desvelam questões da sociedade em imagens (re)construídas pela
potência da linguagem literária. Esta proposta objetiva abordar intertextualidades
entre os romances Estação das Trevas, Pés-Vermelhos e O Sol dos Trópicos
que designam (re)construções de imagens de experiências simbólicas dos
personagens com a terra e seu deslocamento do campo pelo êxodo rural. São
acionados os fundamentos da intertextualidade, conforme as proposições
teórico-metodológicas da semanálise, de Júlia Kristeva. A abordagem conceitual
será referenciada em Kristeva (2005), Barthes (1978), Cândido (2004) e
Menezes (2012). O estudo assinala pontos de interseção entre essas narrativas,
apresentando cenários nos quais os personagens desenvolvem uma relação de
pertencimento com a terra e, diante da ruptura desses vínculos, tornam-se
trabalhadores marginalizados nas periferias das cidades. Em contrapartida, os
personagens que vivem em conexão com a natureza são menos afetados pelas
angústias que perpassam o meio social.
ABSTRACT
vida dos patrões, meeiros e peões diante da perda do sustento das famílias: “[...]
a cabeça de cada um era uma caixa de marimbondos bravos. Ideias e problemas
rodavam como circo de cavalinhos, sem controle. Nunca tinham visto coisa igual”
(GONÇALVES, 2017, p. 353). Remetem ao êxodo rural de 1975 após a geada
negra, o final do ciclo do ouro verde no qual a agricultura cafeeira predominava
e o norte paranaense estava entre as regiões brasileiras mais prósperas na
exportação de café. Após a geada negra e a destruição das plantações de café,
a configuração agrícola da região foi modificada, dando início ao cultivo de outros
produtos, como soja, trigo e milho.
A geada negra teve consequências percebidas ao longo dos anos e que
são representadas na literatura pelas imagens dos cenários de Quadrínculo
como um dos fatores que impulsionou o êxodo rural. Em Estação das Trevas, o
narrador conta: “depois da geada, o sol ardente impiedoso. Há carroças e
caminhões transportando mudanças. Famílias abandonam os sítios”
(GONÇALVES, 2022, p. 41). Designa o rompimento doloroso que implicou a
desconstrução dos vínculos dos sitiantes com a terra com a qual mantinham uma
relação de pertencimento. Desencadeiam cenas que mostram a desolação dos
sitiantes que precisaram entregar aos bancos suas terras para saldar dívidas, os
meeiros que não podiam contar com suas plantações e os peões que perdiam
seus empregos, gerando incertezas, angústias e dores: “Para onde? Para
alguma vila miserável. Agricultores tristes nas carrocerias. Homens e mulheres
e crianças balançam pelas estradas, sacolejando” (GONÇALVES, 2022, p. 41).
Questão que estabelece interfaces com o romance O Sol dos Trópicos ao
encenar o afastamento do homem da terra onde colhia a subsistência da família:
REFERÊNCIAS
INTRODUÇÃO
Mas por mais ambiciosas que sejam algumas dessas afirmações, com
toda a certeza é verdade que as nossas idéias têm sido interessantes
de contemplar, e nenhuma delas mais interessante do que as nossas
reflexões sobre outros animais, plantas, solos e toda a biosfera que nos
deu origem. Assim, por boas razões, a história ambiental deve incluir
no seu programa o estudo de aspectos de estética e ética, mito e
folclore, literatura e paisagismo, ciência e religião - deve ir a toda parte
onde a mente humana esteve às voltas com o significado da natureza.
O livro “Não verás país nenhum”, escrito por Ignácio de Loyola Brandão,
foi publicado no ano de 1981 e narra a história de um professor de História que
foi afastado de suas funções pela lei de segurança em um futuro não
determinado. Neste futuro, diversos problemas socioambientais são vivenciados
pela sociedade tais como: falta d’água, calor insuportável, montanhas de lixo,
alimentos sintéticos e desaparecimento das florestas, praias e rios. No ano de
1983, a obra recebeu o prêmio de melhor livro latino-americano do Instituto Ítalo-
Latino-Americano (GLOBAL, 2022).
A história de “Não verás país nenhum”, construída e publicada durante a
ditadura militar brasileira, fala sobre um futuro em que os seres humanos
exploraram drasticamente a natureza ao ponto que biomas como a Amazônia se
transformam em desertos. Sob esta ótica, o livro é lido neste trabalho como um
exemplar da literatura distópica brasileira, que busca alertar os leitores sobre um
possível cenário para o Brasil, caso as relações humanas com a natureza
continuem a ser estabelecidas única e exclusivamente pela economia.
Nesse sentido, é necessário compreender que o contexto histórico de
construção de “Não verás país nenhum” se associa à raiz de uma “consciência
ambiental”, especialmente na segunda metade do século XX, por conta dos
avanços tecnológicos e seus impactos na destruição da natureza (VEIGA, 2013,
p.83). Inclusive, como refletem Lopes e Silva (2020, p.195):
Adelaide sempre fez tudo, dizia ironicamente que era a sua missão. Só
há pouco consegui contratar uma faxineira semanal. E isso porque
empregados ganham pouquíssimo. As pessoas trabalham em troca de
um prato de comida, um copo de água por dia. Não querem dinheiro,
só comer e beber. Aí está a grande dificuldade. Se aceitassem
dinheiro, tudo bem. Mas comida? E que dizer de água então?
(BRANDÃO, 2019, p.16)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
Abstract:
5https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sc/itajai/panorama. 04/08/2022
ISBN: 978-85-8209-121-0
fontes orais, incluindo a narrativas dos pais da autora que se conheceram numa
das atividades proporcionadas pela entidade (BELIZARIO 2011).
I - as formas de expressão;
Referências Bibliográficas:
SILVA, José Bento Rosa da. A Itajahy do Século XIX: História, Poder e
Cotidiano. Itajaí: Ed. Casa Aberta, 2008.
Fontes:
ISBN: 978-85-8209-121-0
Resumo: O texto tem como objetivo analisar como a Sociedade Sebastião Lucas
Pereira assume-se enquanto um lugar de memória para Itajaí-SC, bem como
representa um local de resistência e construção de memória coletiva, para a
comunidade negra. Além de refletir sobre a importância histórica e cultural deste
clube negro, sua inserção e conflitos no espaço urbano e nas relações étnico-
raciais na cidade de Itajaí e sua influência na memória coletiva. O caráter
identitário evidenciado pelo Patrimônio Histórico de uma cidade, demonstra as
contradições históricas de um local, mas também os interesses políticos
existentes na manipulação da memória coletiva de uma sociedade, escolher o
que se deve lembrar e o que se pode esquecer é também uma forma de apagar
a existência dos sujeitos na história.
Abstract: The text aims to analyze how Sociedade Sebastião Lucas Pereira
assumes itself as a place of memory for Itajaí-SC, as well as represents a place
of resistance and construction of collective memory, for the black community. In
addition to reflecting on the historical and cultural importance of this black club,
its insertion and conflicts in urban space and ethnic-racial relations in the city of
Itajaí and its influence on collective memory. The identity character evidenced by
the Historical Heritage of a city, demonstrates the historical contradictions of a
place, but also the existing political interests in the manipulation of the collective
memory of a society, choosing what to remember and what to forget is also a way
of erasing the existence of subjects in history.
Introdução
O presente trabalho surge pelo contato do autor, enquanto estagiário da
Museu Histórico de Itajaí, com a recente articulação do Movimento Negro em
Itajaí-SC, em prol da recuperação do Clube Sebastião Lucas Pereira, com imóvel
tombado como Patrimônio Histórico pelo Decreto nº 8.252, de 8 de junho de 2007
ISBN: 978-85-8209-121-0
Considerações Finais
O município de Itajaí-SC é o resultado da soma de diferentes processos
culturais, políticos e sociais. Portanto, analisar a Sociedade Sebastião Lucas
Pereira, enquanto patrimônio histórico em um contexto social e cultural
extremamente elitizado é “pisar em ovos”, ao mesmo tempo reconhecer a
importância desses grupos para o desenvolvimento do município, mas também
compreender que esse processo de desenvolvimento não foi “harmônico” e que
essa conta foi paga por alguém.
Referência:
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do
Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2020]. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em:
02 set. 2022.
BRASIL. Decreto-lei nº 25, de 30 de novembro de 1937. Organiza a proteção
do patrimônio histórico e artístico nacional. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-
lei/del0025.htm#:~:text=DECRETO%2DLEI%20N%C2%BA%2025%2C%20DE,
patrim%C3%B4nio%20hist%C3%B3rico%20e%20art%C3%ADstico%20nacion
al. Acesso em: 02 set. 2022.
CHIZZOTTI, Antonio A pesquisa qualitativa em ciências humanas e sociais:
evolução e desafios. Revista Portuguesa de Educação, vol. 16, núm. 2, 2003,
pp. 221-236. Universidade do Minho. Braga, Portugal. Disponível em:
https://www.redalyc.org/pdf/374/37416210.pdf. Acesso em: 02 set. 2022.
Abstract
This article presents the experience report with the project "Island Fortresses:
Voices of the community", carried out by the Coordenadoria das Fortalezas da
Ilha de Santa Catarina (CFISC), a sector linked to the Secretaria de Cultura, Arte
e Esporte, of the Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). The project
aims to collect, record, and share memories from the Santa Catarina community
about the island's fortresses. The methodology used, adapted to the moment of
the coronavirus pandemic (Covid 19), was the spontaneous submission of
material to a public call and the active search for participants by the project's
coordinating team. In the report, we present the initial steps of the project,
explaining its methodology, brief theoretical references, the actions taken so far,
some difficulties faced, and the positive points identified so far. As expected
results, we highlight the valorization of Santa Catarina's memories about the
fortifications, the encouragement of interest in history about the defensive system
of the island and visits to the fortresses; besides contributing to the valorization
of individual and collective identities and to strengthen the community's sense of
belonging.
ISBN: 978-85-8209-121-0
Introdução
Metodologia do projeto
Por fim, outra metodologia utilizada foi o que estamos chamando de busca
ativa, caracterizada pela identificação de pessoas que, de algum modo,
sinalizaram ter tido alguma experiência marcante com as fortificações e que
gostariam de compartilhar seus depoimentos.
Três pessoas sinalizaram interesse em participar. No entanto, após
alguns contatos, apenas uma manteve o interesse. Trata-se de um dos
trabalhadores mais antigos, ainda em atividade nas fortalezas, o senhor José
Hamilton Hames, servidor público que começou suas atividades há mais de vinte
anos no setor.
Com pequenos relatos filmados por nós, em condições técnicas pouco
adequadas ainda, ele nos contou sobre o orgulho que as fortificações
representavam para a Universidade e para a sociedade, que segundo ele eram
como um “cartão de visitas” - o primeiro lugar que a UFSC levava seus visitantes
mais ilustres. Citou as dificuldades de realizar um trabalho tão diferentes das
demais atividades da UFSC e que, por vezes, exigia criatividade, tentativas e
erros e muito companheirismo entre os trabalhadores. Ressaltou a participação
ISBN: 978-85-8209-121-0
Desafios e possibilidades
Referência Bibliográfica
POLLAK, Michael. Memória e identidade social. Estudos históricos, Rio de
Janeiro, v. 5, n. 10, 1992, p. 200-212.
PORTELLI, Alessandro. Tentando aprender um pouquinho: algumas reflexões
sobre a ética na história oral. Projeto História. São Paulo, n. 15, abr./1997, p.
13-49.
HALBWACHS, Maurice. A Memória Coletiva. Tradução: Beatriz Sidou. São
Paulo: Centauro, 2006, p. 29-70.
ISBN: 978-85-8209-121-0
EXPERIÊNCIAS DE MEMÓRIAS
ISBN: 978-85-8209-121-0
KEYWORDS
7
Esse estudo foi financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES) – Código de Financiamento 001.
8 Doutoranda em Patrimônio Cultural e Sociedade pela Universidade da Região de
14Quando citamos “Escolinha” nesse texto, nos referimos à Escolinha de Artes Infantis
de Joinville/SC.
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15A Casa da Cultura Fausto Rocha Júnior é um polo cultural localizado em Joinville/SC
que abriga três escolas de artes: Escola de Fritz Alt (EAFA), Escola de Música Villa
Lobos (EMVL) e Escola Municipal de Ballet (EMB). Além das escolas, há também a
Galeria Municipal de Artes Victor Kursancew e a Biblioteca Edith Wetzel. A Casa da
Cultura F.R.Jr. é mantida pela Prefeitura Municipal de Joinville e fica localizada na Rua
Dona Francisca, 800.
ISBN: 978-85-8209-121-0
Considerações finais
REFERÊNCIAS
BARBOSA, Ana Mae (org.). Memória e história. São Paulo: Perspectiva, 2008.
<http://enciclopedia.itaucultural.org.br/instituicao343537/escolinha-de-arte-do-
recife-ear>. Acesso em: 01 de jun. 2019.
RESUMO
Introdução
“já por volta de 1865, Santa Catarina registra 12% de letrados, índice um pouco
superior à média nacional que, em geral, não chegava a ultrapassar então,
conforme os registros oficiais, o número de 8%” (PAIVA, 1997, p.67).
Neste período acontece a Reforma Couto Ferraz com várias alterações
no seu decurso, de 1868 a 1879, que em linhas gerais abrangia o ensino
primário e secundário aberta a todos, inclusive adultos (com exceção dos
escravos) com as despesas por conta do poder público, incluído o material
escolar.
i Acervo do Arquivo Histórico de Joinville, fonte do Jornal “O Dia” com o título: Allemaes em Santa
Catarina (Duarte, 1917, pg 45-46)
ii KLUVER, prof. Heinrich. Memórias, p.10 do Arquivo Histórico Municipal de Joinville.
iii Arquivo José Ferreira da Silva - pasta 6.11.6 - doc. 03
iv ZIMMERMANN, Paulo. Relatório da gestão do Município de Blumenau exercício 1919. p. 48.
v Relato citado por Herkenhoff, Ely em seu livro Era uma vez um simples caminho. Fragmentos
Referências
the images of itself keep tracks, accuse formulated performáticos gestures in the
way of the subjective expression, conciliation that desvela the architecture of its
citizens and the alteridade of the group, at the same time where it presents
weaveeing as writing, creation and visualidade. This appositive research in the
knowledge reached in its processualidade, the challenge of the meeting with
other ways to think, and in this reflection-action aims at for novations to expand
the understanding on weaveeing as way of accompaniment of the living creature,
in experiences in the artesanias of images of itself.
Keyword: memory; time; artesanias; experiences narratives; to weave.
Introdução
Como o tempo e a memória estão imbricados às experiências nas
artesanias das imagens de si? É a questão mobilizadora para este artigo.
Reflexão pertinente ao desenvolvimento da pesquisa Narrativas artesaniadas:
tessituras de um Panô de Memórias, pesquisa/tese de abordagem cartográfica
e narrativa em desenvolvimento, na pós-graduação em Patrimônio Cultural e
Sociedade (PPGPCS) da Universidade da Região de Joinville
(UNIVILLE). Pesquisa que se estabelece a partir do revisitamento aos registros
do campo de uma pesquisa narrativa, proposta de educação sensível realizada
num espaço/tempo não formal de educação com 11 idosos, 4 homens e 7
mulheres, com idades entre 60 e 72 anos, assistidos em um Centro de
Referência de Assistência Social (CRAS).
Entre os registros narrativos destacamos, nesta reflexão, o quadro
artesanal com imagens criadas pela pesquisadora e idosos, em um arranjo com
têxteis (fios, linhas, tecidos e aviamentos), na busca de tecer uma apresentação
de si. Produção artesanal têxtil nomeada pelo grupo como ‘Panô de Memórias’.
Neste artigo, a reflexão sobre Tempo, Memória, Imagem, Experiências
narrativas e o tecer foi impulsionada pelas teorias de Deleuze (2015), Pelbart
(2015), Didi-Huberman (2013, 2015), Maffesoli (2021), Benjamin (2012),
Passeggi (2010) e Adams e Faulkhead (2012).
Com base na filosofia da diferença, a partir de Deleuze e Guattari (2011;
2012), a abordagem cartográfica foi ativada para a produção desta pesquisa,
compreendendo-a como percurso formativo que por seus afetamentos, nos
conduz ao encontro de experiências. O movimento proposto viabiliza olhares
sobre as imagens artesaniadas como impulsionadoras do pensamento, ao
problematizar: como o tempo e a memória estão imbricados às experiências
narrativas nas artesanias de imagens de si?
Para este desenvolvimento reflexivo, alguns itens foram elencados para a
construção deste artigo. Partimos do ‘Panô de Memórias’ – a criação têxtil da
imagem de si para apresentar esta produção artesanal têxtil como registro
narrativo de uma proposta educativa/sensível produzida com idosos acionando
experiências narrativas (auto)biográficas nas artesanias de imagens de si.
No item A tessitura da imagem de si – narrativas artesaniadas
inquerimos o tecer como modo de expressão e as experiências narrativas pela
imagem a partir do tecer, na produção deste pesquisar cartográfico e da escrita
da narrativa imagética criada por D. Ana, artífice-interlocutora coprodutora do
Panô de Memórias.
Às linhas do Tempo e da Memória: tramas da composição subjetiva
na narrativa artesaniada é item que deriva dos imbricamentos do Tempo e da
ISBN: 978-85-8209-121-0
Na sua narrativa Dona Ana habita o panô, suas linhas, suas tramas e
envolve a outros sujeitos que estiveram por um instante atentos diante da
imagem de sua composição expressiva. Ela investe-usufrui na espessura das
linguagens e não esconde a admiração diante de si mesma. O saber da
experiência formata este sujeito narrador que se satisfaz no encontro com a
aparição da imagem, num instante de (re)conhecimento de si, num
auto(re)conhecimento, fôlego gerado na novação da possibilidade da
experiência narrativa como aprendizagem (formação) biográfica (PASSEGGI,
2010).
Portanto, as narrativas artesaniadas (auto)biográficas tecidas em imagens
revelam experiências que, no imbricamento de linguagens, adquirem forças na
ISBN: 978-85-8209-121-0
REFERÊNCIAS
RESUMOS
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EXPERIÊNCIAS EDUCATIVAS
RESUMO
Moroni Vidal
Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE
Roberta Barros Meira
Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE
O presente trabalho tem como objetivo discutir a cultura digital tanto como um
conceito quanto como uma prática contemporânea, além debater a relação entre
a cultura digital e as políticas patrimoniais de criação/fabricação do patrimônio
digital na UNESCO. Busco discutir a temática com base no questionamento: No
diálogo com a cultura digital, o patrimônio digital pode ser considerado um tipo
de patrimônio específico de nossa contemporaneidade? Considerando a
pesquisa realizada no Programa de Pós-Graduação em Stricto Sensu em
Patrimônio Cultural e Sociedade, a nível de mestrado, na UNIVILLE da qual
resultou a dissertação intitulada “PATRIMÔNIO E CULTURA DIGITAL: UMA
ANÁLISE SOBRE PATRIMÔNIO DIGITAL NO ÂMBITO DA UNESCO – O CASO
DEMOSCENE”, analiso a questão com base estudo de caso referente à
patrimonialização da Demoscene, em que posso inferir de que se trata de um
processo patrimonial inovador, que reflete no patrimônio novas abordagens
tecnológicas, assim como novas práticas de uma comunidade digital
internacionalizada e de políticas patrimoniais. Para fins de contextualização a
Demoscene é uma subcultura internacional da arte da computação focada na
produção de demos e programas de computador independentes, que produzem
apresentações audiovisuais. Referente à metodologia utilizada para a realização
desta comunicação oral e artigo, foi constituída de uma pesquisa bibliográfica,
buscando literatura científica pertinente ao objeto de estudo construído e
problematizado. A pesquisa foi operacionalizada através de leitura de livros,
artigos e análise de documentos, que resultaram em fichamentos.
EXPERIÊNCIAS DE MEMÓRIA
Resumo: Este ensaio surge pelo contato do autor com a recente articulação do
Movimento Negro em Itajaí, em prol da recuperação do Clube Sebastião Lucas
Pereira, com imóvel tombado como patrimônio histórico, desde 2007 à nível
municipal, e em atual estado de deterioração. Apresenta-se como uma
oportunidade de refletir sobre a importância histórica e cultural deste clube negro,
fundado em 1952, sua inserção e conflitos no espaço urbano e nas relações
étnico-raciais na cidade de Itajaí e sua influência na memória coletiva. Desta
forma, as temáticas memórias, identidades, relações étnico-culturais, territórios
e cultura afro-brasileira, que permeiam estas discussões, serão abordadas com
análises teóricas e conceituais, a partir da perspectiva dos conceitos de
Monumento e Documento, trabalhados por Le Goff (2013), lugares de memória,
de Nora (1993), cultura de Eagleton (2003), necropolítica e resistência, de
Mbembe (2014 e 2016). Pretende-se analisar, a importância histórica do clube,
entendido enquanto um lugar de memória para a cidade, bem como local de
resistência e construção de memória coletiva, para a comunidade negra. Esse
trabalho é uma etapa preliminar de iniciação científica, podendo desdobrar-se
em outras abordagens, cujos conhecimentos possam compor uma pesquisa de
maior aprofundamento.
Palavras-chave: memória; cultura afro-brasileira; resistência; clubes negros;
identidade.
ISBN: 978-85-8209-121-0
Resumo
Esta comunicação oral tem por objetivo refletir acerca das experiências
aadêmicas de mulheres que trouxeram a pauta feminista de movimentos sociais
em que atuaram para o ambiente da Universidade da Região de Joinville –
Univille, durante o período de 2016 a 2019. Por vezes, o ambiente acadêmico
não está propenso para o debate das pautas da luta das mulheres e que
impactam no cotidiano universitário das estudantes que passam por situações
de assédios, descréditos intelectuais, julgamentos morais e que nem sempre são
denunciados. Diante disso, durante o período citado, o Movimento Mulheres em
Luta (MML) em conjunto com as acadêmicas do curso de História realizou ações
dentro da Univille que abrangiam as discussões das problemáticas acima,
promovendo rodas de conversa, palestras, cine-debates e intervenções perante
a cenários de machismo envolvendo as atléticas. Uma das ações realizadas foi
a participação do MML na XXII Semana de História, com a presença de outros
movimentos sociais. Na ocasião apresentamos o movimento e suas pautas no
contexto joinvilense e debatemos com os estudantes presentes a necessidade
do diálogo com o feminismo dentro das universidades. Por fim, consideramos
que na prática a participação do movimento não é contínua, tornando o debate
e a luta por melhores condições das estudantes ineficaz, por não conseguirmos
implementar políticas e mecanismos de proteção ao público feminino.