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FEIRAS E MOSTRAS CIENTÍFICAS

Experiências e Práticas da Feira Brasileira


de Ciências e Engenharia - FEBRACE
Manual para Organizadores
Sobre os autores

Roseli de Deus Lopes


Professora associada 3 do Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrônicos da
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (EP-USP), tem graduação, mestrado,
doutorado e livre-docência em Engenharia Elétrica pela EP-USP. Coordena projetos de
pesquisa na área de meios eletrônicos interativos, com ênfase em aplicações voltadas
para educação e saúde. Coordena projetos de divulgação científica e projetos voltados
à identificação e ao desenvolvimento de talentos em STEAM (Ciência, Tecnologia,
Engenharia, Artes e Matemática). Foi responsável pela concepção e pela viabilização da
Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE), da qual é coordenadora geral desde
2003.

Irene Karaguilla Ficheman


Pesquisadora do Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI) da Escola Politécnica da USP
(EP-USP) e gerente de projetos do LSI-TEC desde 2000, é graduada em Matemática e
Ciência da Computação pela Universidade de Tel-Aviv (1984), tendo mestrado (2002) e
doutorado (2008) em Engenharia Elétrica pela EP-USP. Trabalhou em Israel, nos Estados
Unidos e no Brasil, com ampla experiência em pesquisa e desenvolvimento. Desde 2003,
gerencia projetos de pesquisa em meios eletrônicos interativos aplicados à educação
e ao entretenimento, além de projetos de pesquisa e desenvolvimento de tecnologia
assistiva. Participa da organização da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia
(FEBRACE) desde sua concepção em 2002/2003.

Elena Saggio
Possui graduação em Comunicação Social pela Fundação Armando Álvares Penteado –
FAAP (1990) e especialização em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas – FGV (1997),
cursou Especialização em Divulgação Científica no Núcleo José Reis da ECA-USP.
Desde 2005, realiza atividades de comunicação social para a Feira Brasileira de Ciências
e Engenharia (FEBRACE), e atua como gerente de comunicação na Associação do
Laboratório de Sistemas Integráveis Tecnológico - LSI-TEC.

Lidia Chaib
Licenciada em Física, pela Universidade Federal da Bahia, 1976. Foi professora de Física e
Matemática e trabalhou como assistente editorial de livros didáticos e paradidáticos na
Editora Scipione, nas séries Pensamento e Ação no Magistério e Série Didática Classes
de Magistério. Desde 2010, presta serviços de assessoria para o Sistema de Avaliação,
para Bolsistas de ICJ do CNPq e para as Feiras Afiliadas da Feira Brasileira de Ciências e
Engenharia (FEBRACE).
FEIRAS E MOSTRAS CIENTÍFICAS
Experiências e Práticas da Feira Brasileira
de Ciências e Engenharia - FEBRACE
Manual para Organizadores
Feiras e Mostras Científicas
Experiências e Práticas da Feira Brasileira de Ciências e Enge-
nharia - FEBRACE
Manual para organizadores

Primeira publicação, São Paulo, SP, Brasil


ISBN: 978-65-89190-06-6

Promoção
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo

Realização
Associação do Laboratório de Sistemas Integráveis Tecnológico

A edição desta obra conta com o apoio institucional do Conselho


Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento – CNPq

Não é autorizado o uso do conteúdo desta obra para fins comer-


ciais ou associado a marcas.
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pt_BR

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) FICHA TÉCNICA
Feiras e mostras científicas [livro eletrônico] :
experiências e práticas da feira brasileira de
Autores:
ciências e engenharia - FEBRACE : manual para Roseli de Deus Lopes
organizadores / Roseli de Deus Lopes ... [et Irene Karaguilla Ficheman
al.]. -- 1. ed. -- São Paulo : EPUSP - Escola Elena Saggio
Politécnica, 2021.
PDF Lidia Chaib

Outros autores : Irene Karaguilla Ficheman, Elena Redação e Revisão:


Milena Dias de Paula
Saggio, Lídia Maria Melo Chaib.
ISBN 978-65-89190-04-2

1. Ciências 2. Educação 3. Engenharia 4. Projeto Gráfico e


Tecnologia I. Ficheman, Irene Karaguilla. II. Saggio,
Elena. III. Chaib, Lidia Maria Melo.
Diagramação:
Gabriela Masini

21-60137 CDD-620 Fotos:


Índices para catálogo sistemático: Acervo Feira Brasileira de
1. Engenharia 620 Ciências e Engenharia

Aline Graziele Benitez - Bibliotecária - CRB-1/3129


FEIRAS E MOSTRAS CIENTÍFICAS
Experiências e Práticas da Feira Brasileira
de Ciências e Engenharia - FEBRACE
Manual para Organizadores
Edição março 2021
Sumário

1. Introdução – Feiras de Ciências e Engenharia ......................................................... 4


1.1 O que é uma feira de ciências e engenharia...................................................................... 5
1.2 História resumida das feiras no Brasil................................................................................ 6
1.3 Objetivos de uma feira de ciências e engenharia............................................................ 6
1.4 Modalidades, categorias, tipos e abrangência de feiras
de ciências e engenharia............................................................................................................. 7
1.5 Públicos envolvidos em uma feira de ciências e engenharia...................................... 10

2. Criando uma Feira de Ciências e Engenharia........................................................... 11


2.1 Planejamento............................................................................................................................ 11
2.2 Equipe de organizadores...................................................................................................... 19
2.3 Equipe de voluntários........................................................................................................... 20
2.4 O regimento da feira.............................................................................................................. 21
2.5 Feiras afiliadas......................................................................................................................... 21
2.6 Política de Privacidade de Dados....................................................................................... 23

3. Captação de Recursos........................................................................................................ 24
3.1 Levantamento de recursos.................................................................................................. 24
3.2 Definindo o orçamento para a feira................................................................................. 25
3.3 Prospectando fontes de recursos..................................................................................... 26
3.4 Acompanhando os recursos............................................................................................... 29

4. Divulgação Científica......................................................................................................... 31
4.1 Atendimento............................................................................................................................ 31
4.2 Logotipo e identidade visual.............................................................................................. 32
4.3 Meios e materiais de divulgação....................................................................................... 32
4.4 Assessoria de imprensa....................................................................................................... 37
5. Submissão de Projetos...................................................................................................... 39
5.1 Faixa etária e ano escolar.................................................................................................... 39
5.2 Integrantes e duração do projeto..................................................................................... 39
5.3 Documentos e itens obrigatórios..................................................................................... 40
5.4 Método científico e de engenharia.................................................................................. 46
5.5 Prazos e formas de submissão.......................................................................................... 46

6. Pré-avaliação e Seleção de Projetos............................................................................ 48


6.1 Triagem.................................................................................................................................... 48
6.2 Pré-Avaliação......................................................................................................................... 50
6.3 Seleção..................................................................................................................................... 51
6.4 Avaliação durante a feira..................................................................................................... 53
6.5 Projetos de feiras afiliadas.................................................................................................. 56

7. Durante a Feira - Organização e Infraestrutura..................................................... 57


7.1 Feira Presencial...................................................................................................................... 57
7.2 Programação.......................................................................................................................... 60
7.3 Feira Virtual ................................................................................................................... 60

8. Premiação.............................................................................................................................. 63
8.1 Arrecadação de prêmios...................................................................................................... 63
8.2 Cerimônia de premiação..................................................................................................... 64

9. Prestação de Contas........................................................................................................... 67
9.1 Relatório técnico ou de atividades.................................................................................... 67
9.2 Relatório financeiro.............................................................................................................. 69
9.3 Enviando os relatórios......................................................................................................... 69

10. Materiais de Apoio............................................................................................................. 71


1. Introdução – Feiras de Ciências e Engenharia

Uma feira de ciências e engenharia é um espaço para apresentar


ideias criativas, soluções inovadoras e, principalmente, para
estimular a formação de cidadãos preparados para os desafios do
século XXI.

A formação científica é indispen-


sável em nosso cenário social
não apenas para auxiliar o desenvolvimen-
ção de feiras de ciências e engenharia por
todo o Brasil, que estimulam os estudantes
a estruturar seus aprendizados de forma
to intelectual dos jovens, mas também mais ativa, despertando a curiosidade
para formá-los como cidadãos ativos. O e orientando-os a usar a pesquisa (mé-
acesso à informação tomou proporções todo científico e de engenharia) como
ilimitadas e, com isso, infelizmente, o ferramenta para observar seu entorno,
acesso à desinformação também, o que já identificar problemas, propor soluções e
trouxe e pode trazer ainda mais problemas construir conhecimento científico e tec-
para o funcionamento da nossa sociedade. nológico.
Nesse contexto, não podemos poupar Neste livro, destrinchamos todos os
esforços para que a educação de nossas pontos importantes para a realização de
crianças e jovens evolua cada vez mais, uma feira de ciências e engenharia de
ultrapassando os limites da sala de aula sucesso, seja qual for o seu tamanho e
e abrindo espaços para que eles possam abrangência. Partimos desde a definição e
desenvolver um pensamento crítico e a delimitação dos elementos constitutivos
criativo. Para isso, é preciso provocar os de uma feira de ciências e engenharia até
alunos por meio de práticas pedagógicas os detalhes essenciais para um bom plane-
inovadoras para que eles desempenhem jamento e a sua execução e prestação de
um papel mais ativo na aprendizagem, contas. Aqui você encontrará dicas valio-
deixem de ser apenas observadores e pas- sas, modelos de documentos, exemplos
sem a atuar na formulação de questões, na práticos para seguir e muito mais para
busca por soluções e na documentação de auxiliá-lo em todas as etapas da criação
processos. e realização de uma feira de ciências e
É possível estimular novas vocações engenharia.
em ciências e engenharia e incentivar as Com este livro, nosso principal objeti-
crianças e jovens a adquirirem uma pos- vo é fornecer o suporte necessário para
tura atuante na aprendizagem por meio a organização e realização de feiras de
da aplicação de diferentes estratégias ciências e engenharia com qualidade para
de ensino, como a metodologia STEAM proporcionar oportunidades para que os
(Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes estudantes criem projetos investigativos
e Matemática), que integra diversas áreas criativos e significativos para a sociedade
do conhecimento com foco em solucionar e descubram em si mesmos novas voca-
problemas reais do cotidiano, e a realiza- ções.

4
Paulo Freire afirmou em uma de suas visitantes, constituindo-se na oportunida-
obras que “não há ensino sem pesquisa e de de discussão sobre os conhecimentos,
pesquisa sem ensino” e que “faz parte da metodologias de pesquisa e criatividade
natureza da prática docente a indagação, dos alunos em todos os aspectos referen-
a busca, a pesquisa”1. Sendo assim, para tes à exibição dos trabalhos.”3
nos mantermos em constante evolução Considerando que ambos esses concei-
em relação à educação de nossas crian- tos seguem corretos até os dias de hoje,
ças e jovens, é fundamental que cada vez aqui definimos que uma feira de ciências
mais gestores e docentes abracem a ideia e engenharia é uma mostra ou exposição
de trabalhar com projetos de pesquisa e que reúne diversos trabalhos e projetos
estimulem ações como a criação de feiras das áreas das ciências e da engenharia
de ciências e engenharia, a aplicação da que tenham sido elaborados por estudan-
metodologia STEAM nas escolas e o de- tes da educação básica, com a ajuda de
senvolvimento de projetos investigativos. um professor orientador, usando como
Dessa forma, seremos capazes de de- base os métodos da pesquisa científica e
monstrar a importância que essas inicia- de engenharia voltados à investigação de
tivas têm para a formação educacional e problemas e à busca e documentação de
social de indivíduos alinhados com as conhecimento e soluções.
novas exigências do século XXI, prontos Durante uma feira de ciências e enge-
para enfrentar seus desafios e trazer solu- nharia, o objetivo principal é permitir que
ções que beneficiem a si mesmos e a toda cada estudante exponha o seu projeto –
a sociedade. problema, processo investigativo e resul-
tados – para os avaliadores, para outros
estudantes e para o público visitante em
1.1 O que é uma feira de ciências e geral, gerando, assim, uma troca de co-
engenharia nhecimentos e experiências que auxiliem
e estimulem o estudante em sua jornada
Em 1970, em uma de suas primeiras de- de construção e produção de conheci-
finições em âmbito nacional, uma publica- mento e em seu futuro acadêmico, social e
ção do Centro de Ciências do Rio Grande profissional.
do Sul (CECIRS) definiu a feira de ciências A experiência de participar de uma fei-
como “uma atividade cultural realizada ra de ciências e engenharia é uma jornada
por estudantes, no sentido de proporcio- intensa e muito enriquecedora na vida
nar, por meio de demonstrações por eles de um estudante, pois envolve uma série
planejadas e executadas, uma amostra do de desafios, que vão desde a observação
seu trabalho, do seu conhecimento e das atenta do mundo ao seu redor e identifi-
realizações humanas no campo técnico- cação de problemas até a formulação de
-científico”2. hipóteses e a realização de um projeto,
Mais recentemente, em 2006, Ronaldo passando por todas as dificuldades cogni-
Mancuso e Ivo Leite Filho definiram as tivas e práticas que esse processo apre-
feiras de ciências como: “eventos sociais, senta.
científicos e culturais realizados nas esco- Essa jornada desperta e estimula o
las ou na comunidade com a intenção de, encantamento das crianças e jovens pela
durante a apresentação dos estudantes, construção do conhecimento e ajuda-os
oportunizar um diálogo com os a encontrar relevância e significado nos

1 FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São 3 MANCUSO, Ronaldo; LEITE FILHO, Ivo.
Paulo: Paz e Terra, 1996. Feiras de Ciências no Brasil: uma trajetória
2 CECIRS (Centro de Treinamento para Pro- de quatro décadas. In: Programa Nacional de
fessores de Ciências do Rio Grande do Sul). Apoio às Feiras de Ciências da Educação Bási-
Boletim. Porto Alegre, n.5, p.1-20, 1970. ca: Fenaceb. Brasília: MEC/SEB, 2006.

5
temas trabalhados pela escola, pois o Brasil para apresentar seus trabalhos no
estudante passa a ser capaz de conectar Uruguai durante a primeira edição da Fei-
e integrar as áreas do saber, em vez de ra Internacional de Ciência e Tecnologia
apenas trabalhá-las de forma isolada e Juvenil (FEINTER).
descontextualizada. Nos anos seguintes, as feiras de ciên-
Além disso, a possibilidade de partici- cias e atividades de divulgação científica
par de uma feira de ciências e engenharia continuaram a ser realizadas, mas sem
aumenta significativamente a motivação tanto fôlego, e foi em 2002 que o movi-
para a aprendizagem, incentivando o es- mento científico tomou grande força com
tudante a investir sua energia na busca de a criação da Feira Brasileira de Ciências
conhecimento de forma espontânea e tor- e Engenharia (FEBRACE), promovida pela
nando-o capaz de identificar seus talentos Universidade de São Paulo (USP)5. Em
e interesses. 2005, a FEBRACE passou a aceitar também
projetos de outras feiras do país que se
afiliassem a ela, chegando a contar com
1.2 História resumida das feiras no 123 feiras afiliadas, o que incentivou ainda
Brasil mais a movimentação do cenário.
Em 2010, o Programa Nacional de Fei-
Segundo dados do Ministério da Edu- ras de Ciências lançou seu primeiro edital
cação (MEC)4 publicados em seu Programa para apoiar feiras científicas de abrangên-
Nacional de Apoio às feiras científicas da cia nacional, estadual/distrital e municipal
Educação Básica FENACEB, as primeiras (Edital MCT/CNPq/MEC/SEB/CAPES Nº
feiras científicas investigativas do Bra- 51/2010 - Seleção pública de propostas
sil surgiram no Estado de São Paulo na para realização de Feiras de Ciências e
década de 1960, tendo logo se espalhado Mostras Científicas), implementado pelo
fortemente pelo país, com grande presen- Conselho Nacional de Desenvolvimento
ça principalmente no Rio Grande do Sul. Científico e Tecnológico (CNPq). Desde
Na época, diversos projetos norte-ameri- então, os editais do programa já apoiaram
canos de estratégias de ensino de ciências feiras científicas de todo o Brasil, as quais,
no âmbito das feiras foram traduzidos juntas, somam mais de 38 mil projetos
e adaptados para o público brasileiro, apresentados por estudantes da educação
porém, no decorrer do tempo, essas estra- básica6.
tégias foram se mostrando não adequadas
aos nossos padrões, o que despertou a
necessidade da criação de métodos nacio- 1.3 Objetivos de uma feira de ciências
nais. e engenharia
Na década de 1970, diversos projetos
nacionais de ensino começaram a surgir, Conforme publicado no Manifesto
financiados principalmente pela Coorde- dos pioneiros da Educação Nova de 1932,
nação de Aperfeiçoamento de Pessoal de “Na hierarquia dos problemas nacionais,
Nível Superior (CAPES), pelo Programa de nenhum sobreleva em importância e
Apoio ao Desenvolvimento Científico e gravidade o da educação. [...] é impossível
Tecnológico (PADCT) e pelo subprograma desenvolver as forças econômicas ou de
de Educação para a Ciência (SPEC). Em
5 FERNANDEZ, Cassia de Oliveira et al. Mape-
1986, estudantes brasileiros saíram do amento e análise de competições científicas:
estímulo ao pensamento crítico e criativo. São
4 MEC - Ministério da Educação. Programa Paulo, 2019.
Nacional de Apoio às feiras científicas da 6 FERNANDEZ, Cassia de Oliveira et al. Mape-
Educação Básica Fenaceb. Brasília: Ministério amento e análise de competições científicas:
da Educação, Secretaria de Educação Básica, estímulo ao pensamento crítico e criativo. São
2006. Paulo, 2019.

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produção, sem o preparo intensivo das ção ao domínio e aplicação de seus conhe-
forças culturais e o desenvolvimento das cimentos, seja na área que for. Mais do que
aptidões à invenção e à iniciativa que são entregar prêmios, medalhas ou diplomas,
os fatores fundamentais do acréscimo de enaltecer a participação dos estudantes
riqueza de uma sociedade”7. e professores em uma feira de ciências e
Alinhado a isso, uma feira de ciências engenharia é o ponto principal,
e engenharia pode possuir uma série de dando-lhes todo o apoio e supor-
objetivos, no entanto, todos giram em te necessário para que tenham acesso
torno de um objetivo primário, que é o de às oportunidades de desenvolver suas
estimular e apoiar o desenvolvimento edu- competências necessárias para enfrentar
cacional e social dos estudantes da educa- desafios, fazer questionamentos e encon-
ção básica. Dentre os principais objetivos trar soluções.
nessa finalidade, destacamos:

• Desenvolver a criatividade, a autonomia e a capacidade investigativa dos


estudantes.

• Estimular novas vocações em ciências e engenharia no meio estudantil.

• Incentivar a pesquisa nas escolas, permitindo que estudantes e professores te-


nham uma vivência real dos métodos científicos e de engenharia aplicados a pesqui-
sas.

• Estimular o desenvolvimento da produção científica.

• Proporcionar um intercâmbio de conhecimento entre estudantes, professores,


cientistas, universidades, órgãos de pesquisa, instituições públicas e privadas e públi-
co em geral, expandindo as fronteiras do conhecimento para os estudantes e auxi-
liando-os em seu futuro educacional e profissional.

• Incentivar os estudantes a colocar em prática o que aprenderam nas disciplinas


em sala de aula.

• Dar a oportunidade para que os estudantes exponham suas ideias e visões de


mundo.

• Incentivar a curiosidade, a imaginação, a criatividade e a iniciativa.

• Propagar os benefícios do estudo de STEAM na educação básica.

Durante a organização e a realização


de uma feira de ciências e engenharia, a 1.4 Modalidades, categorias, tipos e
seleção e avaliação dos projetos não deve abrangência de feiras de ciências e
perder de foco a ideia principal de valori- engenharia
zar os estudantes de todas as instituições,
sejam elas públicas ou privadas, em rela- As feiras de ciências e engenharia
podem se apresentar dentro de diferen-
7 AZEVEDO, Fernando de et al. Manifestos
tes modalidades, categorias e tipos, bem
dos pioneiros da Educação Nova (1932) e dos
educadores (1959). Recife: Fundação Joaquim como ter várias abrangências. Vejamos
Nabuco, Editora Massangana, 2010.

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mais sobre cada uma das possibilidades a riências estudantis na sociedade ao criar
seguir. uma forma de interação entre estudantes
e visitantes da feira.
Modalidades
As feiras podem se encaixar em duas Investigativas: As feiras investigativas
modalidades básicas, voltadas para a di- caracterizam-se pela apresentação de
vulgação científica ou exibição de projetos projetos que realizam uma investigação de
investigativos. Cada uma dessas modali- um problema real da sociedade em geral
dades foca em uma forma específica de ou do local onde vive o estudante na ten-
elaboração e mostra de trabalhos. tativa de encontrar soluções com base no
método científico ou de engenharia.
A estrutura básica de um projeto ela-
Divulgação científica: O jornalis- borado de acordo com o método científico
ta e professor Wilson da Costa Bueno8 é: identificação do problema, elaboração
foi quem apresentou uma das primeiras de uma hipótese, desenvolvimento de
ideias de divulgação científica no Brasil, um procedimento para testar a hipótese,
se valendo de recursos técnicos e pro- observação, coleta de dados, análise de
cessos que permitam a comunicação, ou resultados e apresentação das conclusões.
demonstração, da informação científica ou Já a estrutura básica de um projeto
tecnológica ao público em geral. elaborado de acordo com o método de
A divulgação científica pode ocorrer de engenharia é: reconhecer uma necessida-
diversas maneiras, sendo uma delas por de, definir o problema, propor alternati-
meio de feiras de ciências ou mostras es- vas de solução, avaliar as alternativas de
colares. As feiras de divulgação científica solução, selecionar a melhor, implementar
têm como premissa básica a demonstra- a alternativa (fabricá-la ou disponibilizá-
ção de conhecimentos construídos pelos -la), realizar a testagem, observar e coletar
estudantes em seus anos letivos, ou seja, a dados, analisar os resultados e apresentar
divulgação desses conhecimentos para o as conclusões.
público em geral. A FEBRACE é um exemplo de feira de
Essa divulgação ocorre por meio da ciências e engenharia cujos projetos apre-
elaboração e exposição de projetos desen- sentados são da modalidade investigativa,
volvidos pelos estudantes sob a orientação devendo, como critério de seleção, seguir
dos professores. Esses projetos apresen- todas as etapas do método científico ou
tam fundamentos científicos para de- de engenharia na tentativa de encontrar
monstrar os conhecimentos trabalhados soluções inovadoras e contribuir para o
nas aulas. Como exemplos, os estudantes avanço e desenvolvimento da pesquisa em
podem realizar projetos que demonstrem nosso país. Da mesma forma, este livro se
o processo de formação da chuva, o movi- concentra principalmente nas etapas de
mento molecular, a destilação da cana-de- criação e organização de uma feira de ci-
-açúcar, diferentes processos de obtenção ências que recebe projetos investigativos.
de energia, dentre outros.
O principal objetivo das feiras de Categorias
divulgação científica é contribuir para o As feiras podem aceitar projetos que se
aprendizado dos estudantes por meio da enquadrem em qualquer área do conheci-
elaboração de projetos e ampliar as expe- mento ou focar em apenas algumas delas.
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Es-
8 BUENO, W.C. Jornalismo científico no Bra- tado de São Paulo (FAPESP) e o Conselho
sil: compromissos de uma prática dependente.
Nacional de Desenvolvimento Científico e
1984. 240f. Tese (Doutorado em Comunicação)
– Escola de Comunicação e Artes, Universida- Tecnológico (CNPq) possuem divisões bas-
de de São Paulo, São Paulo, 1984. tante claras das áreas do conhecimento e

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suas listas podem ser usadas como base • Ciências Humanas
para definir quais delas a feira vai abran- • Ciências da Saúde
ger. • Ciências Sociais Aplicadas
A FAPESP divide os conhecimentos em • Engenharias
nove grandes áreas, que são: • Linguística, Letras e Artes
• Ciências Agrárias
• Ciências Biológicas Também da mesma forma que a
• Ciências Exatas e da Terra FAPESP, as categorias do CNPq se desen-
• Ciências Humanas rolam em subcategorias, as quais, por sua
• Ciências da Saúde vez, incluem categorias ainda mais especí-
• Ciências Sociais Aplicadas ficas. Consulte as listas completas de categorias
• Engenharias segundo a FAPESP e o CNPq no Apêndice 1 do
• Interdisciplinar Capítulo 10, Materiais de Apoio.
• Linguística, Letras e Artes
Tipo de feira
Dentro dessas grandes áreas, há diver- Uma feira de ciências e engenharia
sas subáreas, por exemplo: pode se encaixar em três tipos principais:

Ciências Humanas Presencial: com um espaço físico pre-


• Filosofia parado para que os estudantes apresen-
• Sociologia tem seus projetos, podendo ser a própria
• Antropologia escola ou outro local devidamente estru-
• Arqueologia turado.
• História Virtual: por meio de plataformas
• Geografia digitais que permitam que os estudantes
• Psicologia apresentem seus projetos e sejam avalia-
• Educação dos e assistidos pelo público em geral.
• Ciência Política Presencial e Virtual: em que há um
• Teologia espaço físico preparado para a exposição
de projetos, mas também há a exibição e o
E, dentro dessas subáreas, há ainda acompanhamento do público ou de avalia-
áreas mais específicas, por exemplo: dores por meio de plataformas digitais.

Filosofia Abrangência
• História da Filosofia A abrangência de uma feira de ciências
• Metafísica e engenharia corresponde à área de alcan-
• Lógica ce geográfico de sua atuação, podendo ser
• Ética categorizada em:
• Epistemologia
• Filosofia Brasileira Escolar: aceita a submissão de projetos
e participação de apenas estudantes de
Já o CNPq divide as áreas do conhe- uma única escola. Geralmente, uma feira
cimento em oito categorias, iguais às da escolar é realizada na própria escola.
FAPESP, com a exceção da categoria Inter- Municipal: que aceita a submissão de
disciplinar: projetos e participação de estudantes de
todo o município. Geralmente realizada
• Ciências Agrárias em uma escola que a sedia ou em outra
• Ciências Biológicas estrutura apropriada para receber a quan-
• Ciências Exatas e da Terra tidade esperada de alunos expositores,

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orientadores, avaliadores e visitantes. tam os estudantes durante o processo
Estadual: aceita a submissão de pro- de realização do projeto. O coorientador
jetos e participação de estudantes de um pode ser tanto um professor da própria
Estado. Geralmente realizada em uma escola do estudante quanto um especialis-
estrutura apropriada para receber a quan- ta no assunto que participa da orientação
tidade esperada de pessoas. dos estudantes complementando o apoio
Regional: aceita a submissão de proje- que o orientador fornece. Durante a feira,
tos e participação de estudantes de uma tanto o orientador quanto o coorientador
região. podem estar ao lado dos estudantes, po-
Nacional: aceita a submissão de proje- rém não devem interferir na apresentação
tos e participação de estudantes de todo dos projetos aos avaliadores e ao público
o país. visitante.
Internacional: aceita a submissão de Avaliadores: podem ser professores da
projetos e a participação de estudantes do escola, professores universitários, estu-
país que a sedia e de outros países. dantes de pós-graduação, especialistas,
mestres ou doutores. Normalmente, os
avaliadores são selecionados pelos organi-
1.5 Públicos envolvidos em uma feira zadores da feira para compor a comissão
de ciências e engenharia de avaliação. Eles avaliam os projetos dos
estudantes por meio do material produ-
Em uma feira de ciências e engenha- zido por eles, como relatório, pôster e
ria, além dos organizadores, voluntários protótipo, assistem à apresentação dos
e outras pessoas envolvidas na realização projetos pelos estudantes e avaliam sua
do evento, existem três públicos principais postura quanto às respostas que fornecem
que são o seu alvo: às perguntas do avaliador. Para isso, os
Expositores/Finalistas: são os estu- avaliadores seguem os critérios de avalia-
dantes e os orientadores e coorientadores ção estabelecidos pelos organizadores da
responsáveis pela execução dos proje- feira.
tos participantes da feira. Os estudantes Visitantes: qualquer pessoa que quei-
podem estar matriculados desde o Ensi- ra participar do evento, sendo amigos,
no Fundamental I até o Ensino Médio e familiares, estudantes de outras turmas
Técnico. De acordo com o regulamento da ou escolas, professores, pesquisadores,
feira, pode haver a participação de todos especialistas, empresários, entre outros.
os anos escolares ou apenas de alguns. Os Os visitantes podem assistir não apenas às
orientadores são geralmente professores apresentações dos projetos, mas também
da própria escola do estudante, adultos, visitar exposições que possam ocorrer
maiores de 21 anos, que apoiam e orien- durante a feira e participar de eventuais
oficinas, palestras, workshops, etc.

Acervo Feira Brasileira de Ciências e Engenharia – FEBRACE

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2. Criando uma Feira de Ciências e Engenharia

Desde a ideia até a realização de uma feira de ciências e


engenharia, os processos e etapas são muitos e exigem bastante
planejamento e dedicação. Ao entrar nessa jornada, esteja
preparado para ter muito trabalho, mas também para ter grande
satisfação ao perceber o estímulo à criatividade e à educação.

C riar uma feira de ciências e en-


genharia é uma iniciativa muito
gratificante e importante, que traz uma
tada que nos proponhamos a fazer e, para
organizar uma feira de ciências e enge-
nharia, não é diferente. Para alcançar os
série de benefícios inestimáveis para nos- objetivos didáticos e também para que não
sos estudantes da educação básica. haja sofrimentos e frustrações com im-
No entanto, é preciso ter em men- previstos ou ideias que acabam não dando
te que esse não é um processo simples. certo no final, pensar e planejar cada
Organizar uma feira de ciências e enge- momento da criação da feira com cuidado
nharia é organizar um evento que terá um antes de executá-la é uma etapa que não
público muito especial: os estudantes, os pode ser ignorada.
quais, em sua grande maioria, são meno- Antes mesmo do início da criação da
res de idade, portanto existe uma grande feira, é preciso que a comissão organiza-
responsabilidade de criar um ambiente dora responsável tenha bem claros e defi-
de apresentação de trabalhos com uma nidos seus objetivos, o método científico e
infraestrutura adequada para manter os os passos e necessidades principais para a
estudantes seguros, que satisfaça suas concretização da feira.
necessidades básicas e emergenciais, que O primeiro passo é definir por que essa
seja confortável e que, principalmente, feira está sendo criada. Além dos objetivos
permita que eles possam retirar dali a principais já apontados na introdução, os
melhor experiência possível para o seu organizadores da feira têm provavelmente
aprendizado e evolução. outros objetivos didáticos próprios que
Para que isso seja possível, desde a desejam atingir. Isso deve ser montado de
idealização até a execução de uma feira, forma bem clara em um documento ou
é preciso passar por uma série de etapas apresentação que contenha a sequência
que exigem grande dedicação de todos os de cada etapa necessária para a realiza-
profissionais envolvidos, muita motivação, ção da feira e exposto aos integrantes da
preparação, análise de cenários e, prin- comissão organizadora, para que esses
cipalmente, um excelente planejamento possam contribuir com suas ideias, pontos
que contenha o passo a passo de todas as de vista e sugestões visando um plane-
etapas. jamento final que seja o mais realista e
factível possível dentro das possibilidades
da organização.
2.1 Planejamento Após todos entrarem em um acordo
sobre as ideias e objetivos primários da
Um bom planejamento é a chave para feira, os principais passos para começar a
obtermos sucesso em qualquer emprei- planejá-la são:

11
A. Definir a modalidade da feira. EXPERIMENTE 1
B. Definir as categorias de projetos que Após pensar nas modalidades mais
a feira vai incluir. comuns de feiras de ciências e engenharia,
C. Definir o tipo da feira. reflita sobre os objetivos que deseja alcan-
D. Definir a abrangência da feira çar com sua feira e inicie o preenchimento
E. Escolher e registrar um nome para a do seu Plano de Ação. Anote no Plano de
feira. Ação quais os objetivos da sua feira e, por-
F. Definir a data da feira, prevendo o tanto, em qual modalidade ela se encaixa
evento no calendário escolar. melhor.
G. Estabelecer um cronograma de or-
ganização. B. Definindo as categorias da feira
Conforme apresentado na introdu-
A. Definindo a modalidade da feira ção, as categorias do conhecimento são
Na introdução, apresentamos as princi- divididas em diversas áreas adotadas
pais características das duas modalidades como padrão, que incluem diversas outras
básicas das feiras de ciências e engenha- subáreas. Sendo assim, as possibilidades
ria. Sendo assim, antes mesmo de iniciar para a temática de uma feira são amplas
os trabalhos de planejamento, os orga- e, de acordo com o foco estabelecido pela
nizadores da feira devem refletir sobre escola ou organização, é possível criar
seus objetivos pedagógicos e sociais, bem desde uma feira que abranja todas as áreas
como as intenções de contribuição com a do conhecimento até, por exemplo:
comunidade científica e com o movimento
de empreendedorismo e inovação, para • Uma feira para a apresentação de
assim decidir se a feira será de divulgação projetos que abranjam somente as catego-
científica ou investigativa. rias de Ciências Exatas e Engenharia.
É importante lembrar que, caso a • Uma feira cultural que abrange so-
organização tenha a intenção de se afiliar mente as subáreas História e Geografia da
a outras feiras maiores, a modalidade sua região.
mais adotada por feiras de grande porte • Uma feira de Ciências Biológicas
é a investigativa. Como já mencionado, a voltada a explorar a fauna e flora da sua
FEBRACE, por exemplo, é uma feira cujos região.
projetos finalistas devem obrigatoriamen-
te serem investigativos. A FEBRACE, como uma feira de ciên-
cias e engenharia nacional e investigativa,
aceita projetos que se enquadrem em
EXPERIMENTE qualquer uma das seguintes categorias e
Algumas das seções deste livro possuem todas as subáreas que elas incluem:
conteúdos que serão melhor aproveitados se
forem colocados em prática. Sendo assim, • Ciências Agrárias
convidamos você a experimentá-los reali- • Ciências Biológicas
zando as atividades propostas. No final do • Ciências Exatas e da Terra
livro você encontrará o Plano de Ação, onde • Ciências Humanas
poderá fazer as anotações sugeridas nas • Ciências da Saúde
atividades e preencher com as informações • Ciências Sociais Aplicadas
da feira que você planeja criar. Após con- • Engenharia
cluído, o objetivo é que o seu Plano de Ação
possa servir como base para o planejamen- Enquadrar a feira em uma ou várias
to e a execução da sua feira. dessas categorias do conhecimento pré-
-estabelecidas pela FAPESP e pelo CNPq

12
é muito importante para que, posterior- conhecimento a feira englobará, é preciso
mente, os projetos apresentados nela levar em consideração:
possam ser mais facilmente direcionados
a participar de outras feiras, sejam elas
locais, estaduais ou até mesmo nacionais.
Para estabelecer quais categorias do

• Se será possível contar com professores capacitados nas devidas categorias esco-
lhidas para orientar os estudantes na realização dos projetos.

• Se será possível contar com professores, cientistas e profissionais capacitados nas


devidas categorias escolhidas para fazer a avaliação dos projetos.

• Se, no dia da apresentação, haverá espaço para que todos os projetos sejam posi-
cionados de acordo com a categoria em que estão inseridos para facilitar a localiza-
ção deles por avaliadores e visitantes.

• Quais são os objetivos didáticos específicos que a comissão organizadora de feira


deseja alcançar com os estudantes e professores. Por exemplo: incentivar novos
talentos em matemática, incentivar a produção literária, fortalecer a cultura da sua
região, etc.

EXPERIMENTE 2 com a montagem de uma infraestrutura


Após pensar nos aspectos apontados física adequada para receber os projetos.
neste item, consulte as listas completas de No entanto, os desafios são grandes para
categorias da FAPESP e do CNPq no Apên- os dois tipos de realização. A feira virtual
dice 1 do Capítulo 10, Materiais de Apoio, e exige uma certa dedicação por parte de
anote no documento Plano de Ação quais todos os envolvidos para que tudo funcio-
são as categorias que melhor se adequam ne e, apesar de não precisar de infraestru-
à feira que você deseja criar. tura física, depende fortemente de uma
boa infraestrutura on-line. Os desafios são
C. Definindo o tipo da feira maiores ainda se a opção for por realizar
Na introdução, explicamos que uma a feira de forma mista, presencial e vir-
feira pode ser do tipo presencial, virtual tual ao mesmo tempo, por isso diversos
ou presencial e virtual. Todas essas formas aspectos precisam ser considerados antes
exigem a preparação de espaços adequa- de fazer essa escolha.
dos, sejam eles físicos ou virtuais, que Vale ressaltar que a interação inter-
demandarão uma consideração cuidadosa pessoal e presencial entre os estudantes,
por parte da organização da feira para professores, avaliadores e público visitan-
definir qual é a melhor forma de realizar a te é extremamente enriquecedora e que
exibição dos trabalhos. só não deve ser levada em consideração
Em um primeiro momento, pode pa- caso tenha impedimentos ou restrições
recer que realizar uma feira de ciências de ordem financeira ou de crise sanitária,
e engenharia de forma virtual seja muito como o exemplo vivenciado em 2020 cau-
mais fácil, pois é possível alcançar um sado pela covid-19.
número maior de pessoas com um inves- Para realizar uma feira presencial, é
timento menor e menos preocupações preciso levar em conta:

13
• A existência de um espaço físico amplo, confortável e seguro, que conte, no míni-
mo, com espaço para os estandes de exposição dos projetos, espaço para os avaliado-
res, espaço para a circulação de visitantes, água e banheiros acessíveis.

• A existência de lanchonetes ou restaurantes próximos e adequados para a alimen-


tação dos participantes ou o fornecimento de lanches para todos os envolvidos na
feira.

• Ambulatórios, ambulâncias e profissionais treinados para atendimento de emer-


gência no local ou próximos ao local.

• Hospedagem e transporte para estudantes, professores e acompanhantes caso


eles não residam na mesma cidade ou próximo ao local da feira.

Já para realizar uma feira virtual, é pre-


ciso levar em conta:

• A disponibilidade de acesso à internet rápida tanto pelos organizadores quanto


pelos participantes.

• O conhecimento e a capacitação de todos os organizadores envolvidos, da equipe


e dos participantes para utilizarem os meios virtuais.

• O acesso a equipamentos necessários para filmagem e transmissão das apresenta-


ções, das avaliações e de outras atividades.

• O acesso a plataformas adequadas para a realização de todas as atividades e para a


interação entre os públicos participantes da feira (estudantes, professores, avaliado-
res, visitantes, etc.).

Para a realização de uma feira mista, D. Definindo a abrangência da feira


presencial e virtual, obviamente, é preciso Conforme descrito na introdução, é
levar em consideração todos os pontos possível criar desde uma feira bem peque-
listados. na, que conte apenas com a participação
de estudantes e professores de uma escola
e, portanto, com um número menor de
EXPERIMENTE 3 projetos, até uma feira internacional, que
Após pensar nos aspectos apontados receba projetos de diferentes países e
neste item, anote no documento Plano de caracterize-se, assim, como um evento de
Ação as dificuldades e facilidades que a grande porte.
comissão organizadora possui em relação Para definir a abrangência geográfi-
a cada um deles para definir o melhor tipo ca da feira, ou seja, se ela será escolar,
para a sua feira. municipal, estadual, regional, nacional ou
internacional, é preciso levar em conta
alguns pontos:

14
• Os outros aspectos da feira, como modalidade, categoria e tipo: esses aspectos
influenciam diretamente na quantidade de projetos que a feira terá. Quanto mais ca-
tegorias do conhecimento ela abranger, mais projetos terá, por exemplo. Além disso,
se ela for presencial ou virtual, terão exigências diferentes quanto às necessidades de
alocação de pessoas da equipe organizadora.

• O contexto cultural, social e econômico da região: avalie se a região já conta com


uma presença forte do movimento científico a ponto de ser possível reunir uma
grande quantidade de pessoas para a participação na feira ou se o movimento cientí-
fico ainda é algo novo e que ainda necessita ser apresentado para a comunidade que
gostaria de atender.

• A faixa etária dos estudantes público-alvo da feira: quanto mais faixas de idade a
feira abranger, consequentemente, mais estudantes e projetos ela terá e maior preci-
sará ser a sua estrutura. Portanto, se ainda não for possível fazer um grande evento, o
melhor é começar realizando uma feira que inclua apenas um ou dois anos escolares
e ir expandindo aos poucos.

• As limitações de orçamento, organização e a existência de espaços para eventos


que sejam acessíveis: deve-se avaliar qual o orçamento disponível para a realização
da feira. Pode ser que, em um primeiro momento, ela não conte com qualquer apoio
financeiro e, sendo assim, realizar uma feira menor, que possa acontecer dentro da
própria escola, ou contar com espaços doados ou cedidos é a melhor opção. Saber
exatamente quantas pessoas estão dispostas a ajudar na organização também é indis-
pensável para mensurar qual abrangência será possível determinar para a feira.

• A quantidade de categorias do conhecimento que a feira abrangerá: conforme


mencionado anteriormente, é importante que os projetos sejam posicionados de
acordo com cada categoria para facilitar a localização por avaliadores e visitantes,
portanto a quantidade de categorias influencia diretamente na proporção final que
a feira terá e é um fator determinante para definir sua abrangência. No caso de uma
feira escolar com um ou dois anos escolares envolvidos, é possível explorar mais
categorias do conhecimento, porque o número de estudantes já será reduzido na-
turalmente. Mas, se o objetivo for realizar uma feira de maior abrangência, pode ser
melhor focar em apenas uma ou poucas categorias do conhecimento em um primeiro
momento, caso não tenha disponibilidade de espaço para comportar muitos projetos.

• A quantidade aproximada de estudantes, professores, colaboradores, avaliadores


e visitantes esperados: lembre-se de que uma feira de ciências e engenharia não
envolve apenas a presença dos estudantes e professores responsáveis pelos projetos,
existem também os colaboradores envolvidos, os avaliadores convidados e os visi-
tantes. O espaço precisará ser adequado e com infraestrutura suficiente (banheiro,
alimentação, emergência) para comportar todas essas pessoas de forma confortável e
segura.

15
EXPERIMENTE 4 • Contratar um profissional especia-
Após pensar nos aspectos apontados lizado que possua a habilidade e o conhe-
neste item, anote no documento Plano cimento necessários para criar diversos
de Ação quais são as suas possibilidades tipos de nomes.
dentro de cada um deles para definir qual
abrangência sua feira deverá ou poderá • Fazer um concurso para que o públi-
ter. co-alvo (estudantes e professores) escolha
o nome.
E. Definindo o nome da feira
Um aspecto muito importante para a • Definir as melhores opções entre
criação de uma feira de ciências e enge- a comissão organizadora e abrir uma
nharia é a escolha do nome. Afinal, é por votação para que o público-alvo escolha a
meio do nome da feira que as pessoas vão melhor.
reconhecê-la, falar sobre ela e é ele que
vai permitir o estabelecimento de uma Após escolher o nome da feira, antes
marca significativa para ser trabalhada em de começar a fazer qualquer divulgação, é
um processo de divulgação eficiente nos altamente recomendado que se faça uma
passos seguintes. pesquisa no Instituto Nacional de Proprie-
O nome escolhido precisa, principal- dade Industrial (INPI) para ter certeza de
mente, refletir com clareza a feira em si, que ele seja inédito e de que não exista
e o público visitante ou participante deve, nenhum registro igual ou semelhante. Em
imediatamente, ser capaz de depreender seguida, é aconselhável procurar uma em-
a abrangência da feira por meio de seu presa ou profissional especializado para
nome. Siglas que formam palavras pro- formalizar o registro do nome da feira
nunciáveis também podem e devem ser para protegê-lo e assim evitar que outros
usadas para que seja possível falar o máxi- possam usá-lo no futuro.
mo possível sobre a feira apenas por meio
de seu nome.
O nome da FEBRACE, por exemplo, é EXPERIMENTE 5
uma sigla formada pelas iniciais de Feira Pense nas principais características já
Brasileira de Ciências e Engenharia. A sigla definidas para a sua feira e escreva-as no
deu origem a uma palavra que pode ser fa- documento Plano de Ação. Em seguida,
cilmente pronunciada por qualquer pessoa brinque de fazer diversas combinações
que fala português. Além disso, é um nome com essas palavras, seus sinônimos e suas
único e exclusivo. O nome, quando tem iniciais e veja o que acontece. Anote as
suas siglas definidas, é capaz de explicitar melhores ideias e faça um teste de opi-
claramente o que é a FEBRACE: uma feira nião com os outros membros da comissão
de abrangência nacional voltada à exibição organizadora.
de projetos de ciências e engenharia.
Para escolher o melhor nome para a F. Definindo a data da feira
feira, é importante primeiro ter passado A data em que a exibição de projetos
pelos passos anteriores listados aqui neste acontecerá é outro aspecto fundamental
livro, pois, conforme apontado, será im- que a comissão organizadora da feira pre-
portante saber qual será a modalidade, as cisa ter claramente definido antes de dar
categorias, o tipo e a abrangência da feira início a qualquer um dos próximos passos.
para poder definir o melhor nome. Paulo Ricardo da Silva Rosa ressalta em
Além de pensar muito e ouvir diversas seu trabalho que “a feira de ciências deve
opiniões, algumas formas para escolher fazer parte do cotidiano da escola, sen-
um bom nome para a feira também podem do uma atividade prevista no calendário
ser:

16
escolar desde o início do ano. No primeiro EXPERIMENTE 6
dia de aula, o professor deve saber já quais Consulte o calendário escolar e as
os projetos possíveis de serem realizados datas importantes para a comunidade
naquele ano”9. Ou seja, uma feira de ciên- que sua feira abrange e anote as datas
cias e engenharia não é algo que se possa que sejam livres de outras atividades que
começar neste mês para já acontecer no possam interferir na realização da sua
próximo, é preciso tempo para planejar, feira. Em seguida, discuta-as com os ou-
estabelecer métodos e comprometer-se tros membros da comissão organizadora
com a criação dela. para que possam definir a melhor data de
Ao decidir criar uma feira de ciências acordo com o seu planejamento e o tempo
e engenharia, é recomendável que, assim disponível para a execução das etapas de
que finalizar uma edição, a comissão orga- criação da feira. Faça anotações no Plano
nizadora inicie imediatamente as prepara- de Ação.
ções para a edição seguinte. As edições da
FEBRACE, por exemplo, acontecem anual- G. Definindo o cronograma de organi-
mente no mês de março e, ao término de zação da feira
cada mostra de finalistas, a mostra seguin- Até aqui, já passamos por diversos
te já começa a ser planejada e estruturada passos essenciais do planejamento inicial
durante o período de um ano inteiro que para definir os aspectos principais da feira
antecede o mês de março seguinte. que será realizada. Agora que já é possível
Para escolher a melhor data para a ter uma ideia mais clara de como a feira
realização da feira, recomenda-se uma planejada será, é hora de iniciar a prepara-
atenta consulta ao calendário escolar e a ção para a organização física do evento e,
datas importantes para a comunidade que para tanto, ter um cronograma detalhado
a feira abrange. É preciso ter atenção para com cada etapa é imprescindível.
não programar o evento, por exemplo, na Um cronograma com as etapas da
semana que antecede as provas ou alguma organização, responsáveis e datas garante
outra atividade importante da escola ou que esteja sempre à mão um guia para que
data festiva da comunidade, pois isso pode tudo seja realizado de forma estratégica,
atrapalhar os alunos, os professores e os dentro dos prazos e evitando ao máximo
visitantes, além de comprometer toda a imprevistos e desgastes desnecessários.
estrutura da organização. Além de valer a pena tanto para facilitar
Outro aspecto importante é definir a o processo quanto para obter um bom
duração da feira. Dependendo das outras resultado final, o trabalho de organizar um
características dela, como modalidade, cronograma é vantajoso, pois, a cada nova
categoria, tipo e abrangência, apenas um realização do evento, será possível contar
dia de duração pode não ser suficiente. com os modelos de cronogramas anterio-
No caso da FEBRACE, por exemplo, que é res para serem seguidos e aperfeiçoados.
uma feira nacional que recebe em média Para fazer o cronograma, uma das
300 projetos finalistas, a mostra de proje- formas mais simples e acessíveis é usar
tos acontece durante três dias, com dois uma ferramenta de edição de planilhas
dias adicionais exclusivos para montagem como o Excel ou o LibreOffice para criar
e premiações, totalizando cinco dias de uma planilha de controle de tarefas.
duração. Nessa planilha, inicialmente, a comissão
organizadora deve listar todas as ações
que precisam ser executadas para que o
9 ROSA, Paulo Ricardo da Silva. Algumas evento possa acontecer. Para facilitar, é
questões relativas a feiras de ciências: para
que servem e como devem ser organizadas.
aconselhável pensar primeiro nas tarefas
Campo Grande, Cad. Cat. Ens. Fís., v. 12, n. 3: p. grandes, como:
223-228, dez. 1995.

17
Tarefas

Organizar o local para o evento

Divulgar a feira

Formar uma comissão de avaliação

Na coluna seguinte, ao lado de cada margem de segurança caso imprevis-


tarefa principal, deve ser colocada a data tos aconteçam. Veja o exemplo na tabela
limite em que essa tarefa precisa estar abaixo:
concluída. É importante considerar uma

Tarefas Prazos

Organizar o local para o evento 20/11

Divulgar a feira 18/09

Formar uma comissão de avaliação 15/07

Em seguida, as tarefas grandes podem nores, com prazos estipulados para cada
começar a ser subdivididas em tarefas me- uma delas também, por exemplo:

Tarefas Prazos

Organizar o local para o evento 20/11

Alugar um local na região que comporte o evento 13/10

Contratar equipe de limpeza 20/10

Contratar equipe de emergência 20/10

Organizar os lanches 20/10

Continue até chegar às mais simples coluna para listar os responsáveis por exe-
tarefas possíveis para cada tarefa principal cutar cada uma dessas tarefas:
e, quando terminar, insira uma terceira

Tarefas Responsáveis Prazos

Organizar o local para o evento Maria 20/11

Alugar um local na região que comporte o evento João 13/10

Contratar equipe de limpeza Lúcia 20/10

Contratar equipe de emergência André 20/10

Organizar os lanches Júlia 20/10

18
Depois, compartilhe esse cronograma acompanhar o planejamento da feira, o
com toda a comissão de organização, a regimento e todas as atividades desen-
equipe e os voluntários para que cada um volvidas pelo restante da equipe, além de
saiba exatamente quais são suas tarefas e representar a feira em eventos oficiais e
os prazos que possuem para realizá-las. nas cerimônias solenes. Normalmente, o
Fazer reuniões periódicas com os envolvi- coordenador geral é o idealizador da feira
dos na organização também é altamente e a pessoa responsável por assinar todos
recomendável para acompanhar o an- os termos e contratos necessários para a
damento da execução da tarefa e ajustar sua realização.
prazos, caso necessário. Em seu trabalho A Feira de Ciências
Essa é a forma mais simples de come- como ferramenta educacional para forma-
çar a criar um cronograma para a organi- ção de futuros pesquisadores, Machado et
zação, mas a comissão organizadora pode al.10 propõem, além da necessidade já ex-
seguir outras que funcionem melhor para posta de um coordenador geral, a divisão
o caso, inclusive utilizando organogramas, da equipe de organizadores da feira em
metodologias como SCRUM, a agenda do uma determinada estrutura, a qual usamos
Google ou ferramentas como o Trello. As como base e adaptamos para estabelecer a
possibilidades são muitas e, com o tempo estrutura a seguir:
e a experiência adquirida a cada edição da
feira, será possível aperfeiçoar cada vez a) Comissão Técnica e de Avaliação:
mais o cronograma. responsável por julgar e acompanhar o
desenvolvimento dos trabalhos que serão
submetidos à feira e também acompanhar
EXPERIMENTE 7 a organização do local do evento e to-
Reflita sobre o passo a passo descrito das as atividades pedagógicas realizadas
neste item para a criação de um cronogra- durante a feira, como oficinas, cursos,
ma e comece a rascunhar as tarefas prin- palestras, etc. Além disso, é responsável
cipais que vierem à sua mente no Plano também por administrar o processo de
de Ação. Em seguida, transfira as tarefas avaliação de projetos, ou seja, por esco-
para uma planilha, agenda on-line ou para lher, organizar e supervisionar os profes-
a ferramenta que você preferir e comece a sores e profissionais que realizarão as ati-
subdividi-las em tarefas menores. vidades de triagem, pré-avaliação, seleção
e avaliação de projetos na feira.

2.2 Equipe de organizadores b) Comissão de Relações Públicas,


Divulgação e Atividades Culturais: respon-
Organizar uma feira de ciências e en- sável pelas atividades de comunicação e
genharia é um trabalho que requer muito divulgação do evento na imprensa e nas
esforço, dedicação, tempo e atenção aos escolas, inclusive pela criação e produção
detalhes. Por isso, contar com a ajuda de dos materiais de divulgação. Responsável
uma equipe altamente responsável com também pelos cerimoniais de abertura e
a qual seja possível dividir as tarefas da encerramento, pelo registro audiovisual
organização é fundamental. do evento, pela recepção aos visitantes,
Em primeiro lugar, é recomendável por organizar a exposição de trabalhos
definir um responsável geral, que será o
coordenador da feira e fará o papel de 10 MACHADO, S.S.; BLANCO, A.J.V.; BARROS,
proponente dela perante as instituições V.F.A.; CARDOSO, E.B. A Feira de Ciências
como ferramenta educacional para formação
apoiadoras. Além disso, o coordenador
de futuros pesquisadores. Buenos Aires: Con-
será também responsável por elaborar e greso Iberoamericano de Ciencia, Tecnología,
Innovación y Educación, 2014.

19
culturais e apresentações artístico-cultu- ajudar na organização e realização da fei-
rais, por receber as inscrições dos traba- ra. Os voluntários podem ser estudantes
lhos e por confeccionar os materiais de de universidade, professores, pesquisado-
prestação de contas do evento. res ou outros que demonstrem interesse
e vontade para ajudar nas tarefas. Dentre
c) Comissão Administrativa: responsá- as tarefas que podem ficar a cargo dos
vel pela captação de recursos financeiros, voluntários estão: apoiar a dinâmica de
compras e pagamentos de fornecedores. workshops e palestras, atividades de jor-
Responsável também pela montagem e nalismo e documentação da feira, fornecer
infraestrutura do evento e atendimento orientações ao público visitante durante
aos participantes e visitantes com alimen- o evento, acompanhar os estudantes e
tação, água, segurança, primeiros-socor- seus orientadores no trajeto até o evento,
ros, etc. distribuir lanches, organizar mesas e salas,
dentre outras.
d) Comissão de Tecnologia: responsável É recomendável realizar um treina-
por administrar as atividades de criação e mento com os voluntários que inclua uma
manutenção do site da feira, de sistemas apresentação sobre a feira, seus objetivos,
on-line para processo de submissão ele- sua estrutura e sua forma de funciona-
trônica de projetos e avaliação (se houver), mento para que eles possam entender
entre outras questões tecnológicas. melhor como podem ajudar. Também é
importante fornecer todas as informações
O ideal seria que uma feira de ciências necessárias para voluntários que exer-
e engenharia tivesse ao menos um coor- çam tarefas específicas, por exemplo, os
denador geral e um responsável para cada voluntários responsáveis por orientar o
uma dessas quatro comissões, no entanto, público durante o evento precisam saber
dependendo do tamanho da feira planeja- exatamente toda a programação da feira e
da, é possível que uma mesma pessoa se os locais onde cada atividade acontecerá.
encarregue de mais de uma dessas res- Dentre os voluntários, também se
ponsabilidades. incluem os avaliadores, que geralmen-
te atuam de forma voluntária e podem
ser professores da escola ou convidados
EXPERIMENTE 8 de outras instituições e universidades.
Reflita sobre todos os profissionais que Também são considerados voluntários os
você já tem à disposição para atuação nas representantes de organizações, pesquisa-
comissões de organização da sua feira e dores, palestrantes e outros que desejem
escreva seus nomes na tabela do Plano ministrar oficinas, workshops e palestras.
de Ação, na linha da comissão mais indi-
cada para eles. Reflita também sobre os
profissionais que você ainda não possui e EXPERIMENTE 9
terá que captar por meio de contratação, Reflita sobre todas as instituições e
estágio ou voluntariado. empresas da sua região que possam forne-
cer voluntários para a organização do seu
evento e anote-as no Plano de Ação. Em
2.3 Equipe de voluntários seguida, discuta com a comissão organi-
zadora sobre as possibilidades e comece
Além dos profissionais que compõem a a entrar em contato com as instituições e
equipe de organizadores mencionada no empresas eleitas.
item anterior, é possível também contar
com a participação de voluntários para

20
2.4 O regimento da feira EXPERIMENTE 10
Confira no Apêndice 2 do Capítulo
Um regimento é um documento que 10, Materiais de Apoio, o regimento da
reúne as regras definidas por um grupo de FEBRACE, que pode ser usado como base
pessoas para normatizar o funcionamento e inspiração para a elaboração do seu pró-
de uma organização e garantir que tudo prio regimento, e anote no Plano de Ação
que aconteça nela seja feito adequada- alguns dos pontos mais importantes que
mente. No caso de uma feira de ciências e você acha que deva incorporar ao regi-
engenharia, o regimento serve para definir mento da sua feira.
as regras de funcionamento da feira e é
um elemento importante para que todos
os envolvidos na organização conheçam 2.5 Feiras afiliadas
seus deveres e possam executar suas tare-
fas de forma mais harmônica. O relacionamento de uma feira com
O regimento da feira de ciências e as feiras afiliadas pode ocorrer de duas
engenharia deve ser elaborado por seus maneiras, dependendo do seu tamanho e
organizadores, que podem trabalhar em abrangência: é possível afiliá-la a outras
conjunto para entrar em um consenso em feiras maiores e também aceitar que ou-
relação a todas as regras definidas, ou seja, tras se afiliem a ela. Com essa relação es-
o regimento deve ser o resultado de uma tabelecida, uma das vantagens é o ofereci-
construção coletiva que precisa, principal- mento de credenciais que assegurem que
mente, refletir todos os pontos necessá- os melhores projetos de uma feira tenham
rios para o bom andamento da feira. vagas garantidas para participar da outra a
Além de tornar a execução das ativida- qual esteja afiliada.
des mais organizada e integrada, fortale- Sendo assim, feiras escolares ou muni-
cendo a gestão da feira, o regimento tam- cipais podem, por exemplo, oferecer, den-
bém garante a segurança e a proteção da tre as suas premiações para os projetos
feira caso surja alguma demanda judicial, participantes, credenciais para que eles
podendo ser usado como prova. participem de feiras regionais, estaduais
Ao elaborar o regimento da feira, é ou nacionais; e essas, por sua vez, podem
aconselhável que ele aborde alguns pontos premiar seus participantes com creden-
específicos, tais como: ciais para outras feiras nacionais ou até
mesmo internacionais.
• Conceito e denominação A FEBRACE, por exemplo, que é uma
• Regimento interno feira de abrangência nacional, contou com
• Entidade promotora e estrutura 123 feiras afiliadas em 2020 e, por sua vez,
organizacional a FEBRACE é afiliada à ISEF (International
• Feiras afiliadas Science and Engineering Fair) – a maior
• Participantes feira de ciências e engenharia de nível
• Projetos pré-universitário do mundo.
• Categorias Para que uma feira seja capaz de inte-
• Submissão de projetos ragir com outras por meio de afiliações,
• Seleção e notificação de projetos no entanto, é importante ficar atento às
finalistas exigências e critérios que tornam esse re-
• Premiação lacionamento possível de forma a manter
• Apoio e patrocínio a qualidade dos projetos finalistas apre-
• Logomarca sentados na mostra:
• Disposições gerais e transitórias

21
a) Se deseja afiliar sua feira a outras: O regulamento também auxiliará o co-
Fique atento ao regulamento para mitê de feiras afiliadas a basear a análise
feiras afiliadas. A maioria das feiras que das inscrições e a se justificar em caso de
recebem outras como afiliadas possuem recusa de afiliação. Confira no Apêndice 3
um regulamento que explicita todos os do Capítulo 10, Materiais de Apoio, o regu-
critérios para a afiliação. É importante lamento para feiras afiliadas da FEBRACE.
tomar ciência desse regulamento e procu-
rar fazer com que sua feira se encaixe nos Tenha um formulário ou sistema de
padrões exigidos. Os critérios basicamen- inscrição e estipule prazos para a afiliação.
te servem para definir a seriedade da sua Disponibilize às feiras interessadas em afi-
feira e se os projetos que serão enviados liar-se à sua feira uma ficha ou formulário
por ela serão compatíveis com a qualidade de inscrição que, além de pedir os dados
esperada. básicos, como nome, coordenador e local
da feira, deverá conter também pergun-
Fique atento aos prazos e às formas de tas relevantes aos critérios de afiliação.
afiliação. Por questões de organização e Os prazos de inscrição devem sempre ser
tempo hábil, as feiras que recebem ou- claros e o formulário deverá ser preenchi-
tras como afiliadas geralmente abrem os do e devolvido, via e-mail, por meio de um
processos de inscrição alguns meses antes sistema on-line que permita o cadastra-
da edição em que a participação se dará e mento das feiras ou outro de sua prefe-
existem prazos definidos para que as fei- rência. Confira no Apêndice 4 do Capítulo
ras interessadas se inscrevam. A inscrição 10, Materiais de Apoio, um modelo de ficha
pode se dar por meio de um sistema de de inscrição para as feiras afiliadas.
inscrição, ficha de inscrição, site, e-mail e
diversas outras formas, portanto é im- Elabore um documento com os direitos
portante ficar atento e organizar-se para e deveres da feira afiliada. Este passo é
realizar a inscrição com antecedência. muito importante para garantir que tanto
a feira afiliada quanto a sua feira estejam
b) Se deseja que outras feiras se cientes dos papéis que devem execu-
afiliem à sua: tar nessa relação e cumpram todas as
Estabeleça um responsável pelo comitê suas tarefas e prazos para evitar atrasos,
de feiras afiliadas, que receberá as inscri- desorganização ou até mesmo a possível
ções, fornecerá auxílio e tirará dúvidas, frustração de alunos e professores que
verificará se as feiras atendem às regras tenham elaborado projetos contando com
de afiliação ou não e realizará toda a ponte a participação em sua mostra de finalis-
de comunicação entre a sua feira e os tas. Confira no Apêndice 5 do Capítulo 10,
organizadores das afiliadas. Materiais de Apoio, os direitos e deveres
das feiras afiliadas à FEBRACE.
Crie um regulamento. O regulamento
deve apresentar todos os critérios que Ao se afiliar ou receber afiliadas, é
outras feiras devem cumprir para afilia- importante sempre se lembrar de que
rem-se à sua. É importante considerar mais do que apenas garantir uma vaga na
que as características das feiras afiliadas mostra de finalistas de outras feiras, um
devem ser compatíveis com o seu formato dos pontos mais importantes da afilia-
e a qualidade dos projetos que participam ção de feiras é o estreitamento de laços
de sua feira, e isso deve estar explicitado gerado entre os diferentes eventos e seus
no regulamento como forma de pré-re- participantes, o que permite uma oportu-
quisitos que devem ser atendidos para nidade de troca de experiências e culturas
que a feira seja aceita como afiliada à sua. que muitas vezes jamais ocorreria na vida

22
dos estudantes e professores envolvidos, território nacional ou que tenha por ob-
acrescentando um valor inestimável ao jeto a oferta de bens e serviços, atentan-
crescimento deles e de seus projetos. do-se para o fato de os dados pessoais e
Estimular a afiliação de feiras é algo que sensíveis a que se refere a lei podem estar
enriquece o movimento científico, a criati- armazenados em qualquer dispositivo tec-
vidade e a inovação com o desenvolvimen- nológico ou recurso físico, como papel.
to de projetos investigativos e leva esses A respectiva lei prevê os princípios
conceitos e saberes a todas as regiões. base de legitimidade para tratamento de
dados e os direitos dos titulares, que de-
EXPERIMENTE 11 vem ser respeitados sob pena de sofrer as
Pense nas feiras de ciências e engenha- sanções previstas no art. 52.
ria que você já conhece e pesquise outras A FEBRACE se preocupa com a se-
que possam ser do seu interesse e compa- gurança e proteção de dados pessoais e
tíveis com o padrão da sua feira. Anote na preza pela privacidade de dados pessoais
tabela do Plano de Ação aquelas que você de seus integrantes, equipes, estudantes,
gostaria que se afiliassem à sua e aquelas professores orientadores e avaliadores, de
às quais você gostaria de se afiliar. Em forma que possui uma Política de Priva-
seguida, comece a pesquisar como entrar cidade de Dados que é disponibilizada e
em contato com elas para estabelecer a divulgada para os participantes, demons-
parceria. trando transparência e adequação à LGPD.
É recomendável que as feiras de ciên-
cias e engenharia que coletam e armaze-
2.6 Política de Privacidade de Dados nam dados dos estudantes e professores
participantes contratem uma consultoria
A Lei 13.709 — Lei Geral de Proteção de especializada em Direito Digital e Aspec-
Dados Pessoais (LGPD) —, sancionada em tos Legais da Segurança da Informação
agosto de 2018, regulamenta o tratamento para adequação da feira à Lei Geral de
de dados pessoais e dados pessoais sen- Proteção de Dados Pessoais, atendendo às
síveis pelas empresas privadas e também seguintes questões: Que dados podem ser
pelo poder público. coletados dos estudantes e professores?
A LGPD aplica-se a toda e qualquer Que dados podem ser públicos? Quem
empresa que promova o tratamento de autoriza o uso dos dados? Quem pode ter
dados pessoais desde que coletados em acesso aos dados?

Acervo Feira Brasileira de Ciências e Engenharia – FEBRACE

23
3. Captação de Recursos

Mesmo que no início os recursos sejam escassos, ter um


orçamento organizado e fazer uso de estratégias para captação de
recursos são os segredos para estruturar e realizar um evento de
sucesso.

P ara organizar e montar uma feira


de ciências e engenharia são ne-
cessários diversos tipos de recursos, como
3.1 Levantamento de recursos

Conforme já mencionado, os recursos


financeiros, físicos, humanos e de capital. necessários para a realização de uma feira
Esses recursos são obtidos por meio da de ciências e engenharia podem ser clas-
captação ou mobilização, com a principal sificados em financeiros, físicos, humanos
finalidade de elaborar um plano para le- e de capital. Antes de começar a captá-los,
vantar todos os recursos necessários para é preciso refletir cuidadosamente junto
financiar e possibilitar a concretização da com os membros da organização da feira e
mostra de projetos. fazer um levantamento detalhado de todos
Esta é uma etapa extremamente os recursos que serão necessários.
importante na organização da feira, pois
é ela que vai dar a base para que todas a) Recursos financeiros
as tarefas possam ser executadas com Os recursos financeiros são os neces-
sucesso e qualquer erro poderá acarretar sários para custear os gastos para a rea-
em graves prejuízos não apenas financei- lização do evento de forma geral, corres-
ros como no acontecimento da feira como pondendo à montagem da infraestrutura
um todo. Por isso, é recomendável que local, aluguel do local ou da tenda para o
a captação de recursos seja tratada com evento, estandes, banheiros, etc. e os itens
profissionalismo, organização, transpa- que garantam a segurança e o bem-estar
rência e responsabilidade por pessoas do público durante o evento, como servi-
designadas exclusivamente a isso, que, no ços de ambulância, bombeiros, segurança,
caso, devem ser os membros da comissão alimentação, entre outros.
administrativa, conforme abordado no
item 2.2 Equipe de Organizadores. b) Recursos físicos
Para tornar a captação de recursos Os recursos físicos podem ser desde
mais eficiente e garantir que ela corres- doações de produtos para a premiação,
ponda às necessidades da feira, o primeiro tais como livros e aparelhos eletrônicos
passo, antes mesmo de começar a capta- (computadores, celulares, tablets, etc.) até
ção desses recursos, é fazer um levanta- bolsas de estudos, viagens, estágios, entre
mento apurado de tudo que será necessá- outros.
rio para realizar o evento e preparar uma
planilha de orçamento.

24
c) Recursos humanos de cada lugar. Esses recursos podem ser
Os recursos humanos correspondem provenientes de editais, programas de in-
a todas as pessoas que trabalharão na centivo, fundações de amparo à pesquisa,
organização da feira, tais como organi- instituições públicas e privadas, doações,
zadores, membros das comissões, jorna- dentre outros.
listas, designers, estagiários, etc. ou que
executarão tarefas importantes para que b) Despesas: onde entrará a relação
ela se concretize, como os professores, completa de serviços, mão de obra, ma-
pesquisadores e especialistas que serão teriais e equipamentos necessários para a
avaliadores e os voluntários que queiram montagem da feira, com suas respectivas
colaborar fornecendo suporte logístico quantidades e custos unitários, cuja soma-
durante o evento. tória deverá resultar no custo total para a
realização da feira. Para facilitar, os itens
d) Recursos de capital podem ser listados separados por tema:
Os recursos de capital correspondem • Comunicação
aos itens de infraestrutura local para que • Material de Consumo
os trabalhos e tarefas sejam realizados, • Recursos Humanos/ Organização e
tais como rede de internet, ponto de Produção
telefone, energia elétrica, etc., bem como • Infraestrutura Local
aos equipamentos utilizados, como com- • Prêmios
putadores, telefones, impressoras, rádios • Participação em Feiras Nacionais e
comunicadores, aparelhos de som, dentre Internacionais
outros. • Recursos Econômicos
As despesas podem ser do tipo fixas, ou
seja, que acontecem com periodicidade e
EXPERIMENTE 12 valores pré-definidos, como pagamento
Com a ajuda dos outros membros da do serviço de internet, salários, bolsas,
organização da sua feira, reflita sobre to- materiais de consumo, etc.; do tipo variá-
dos os recursos necessários para a monta- veis, que acontecem com periodicidade ou
gem do seu evento e liste-os na tabela do com valor variável, como taxas de manu-
Plano de Ação. tenção; e eventuais, que ocorrem apenas
no período de realização da feira, como
infraestrutura local para a realização da
3.2 Definindo o orçamento para a feira, materiais de divulgação, passagens e
feira diárias. Confira um modelo bem completo
de planilha de despesas no Apêndice 6 do
Após conseguir uma visão clara de Capítulo 10, Materiais de Apoio.
todos os recursos que serão necessários
para realizar a feira de ciências e enge- c) Reserva: todo o montante que foi
nharia, é recomendável usar uma plani- guardado para eventuais imprevistos e
lha para organizar o orçamento e fazer a emergências, como contratar outro forne-
previsão e o controle dos recursos finan- cedor de geradores elétricos ou de lan-
ceiros. A planilha deverá ser composta por ches, caso tenha havido algum imprevisto
três categorias principais: com os fornecedores originais.

a) Receita: com todas as fontes de Ao organizar o orçamento, é muito


recursos financeiros de que a organiza- importante ter o custo ideal sempre em
ção da feira dispõe, ou seja, de onde vêm mente e voltar a ele constantemente para
o dinheiro para custeá-la e quanto vem que sirva de guia na tarefa de selecionar

25
os fornecedores que sejam capazes de EXPERIMENTE 13
fornecer os melhores produtos ou ser- Confira o modelo de planilha de despe-
viços que caibam no orçamento. Além sas no Apêndice 6 do Capítulo 10, Mate-
disso, é possível que, ao fazer as cotações riais de Apoio, reflita sobre quais daqueles
com os fornecedores, algo acabe saindo itens serão necessários para a montagem
mais barato do que o esperado, enquanto da sua feira e também sobre outros que
outra área demande mais verba do que possam não estar descritos no modelo.
a comissão organizadora planejou, o que Em seguida, crie a sua própria planilha na
exigirá uma capacidade de remanejamento ferramenta ou software que preferir, adi-
de verba que vai depender totalmente da cione também as abas de receita e reserva
organização do orçamento para assegurar e anote todos os valores correspondentes
de que todas as contas fechem no final. ao seu orçamento.
Ao fazer as cotações com fornecedores
e prestadores de serviços para a reali-
zação da feira de ciências e engenharia, 3.3 Prospectando fontes de recursos
lembre-se sempre de:
Após ter feito o levantamento de recur-
• Negociar ao máximo as melhores sos e criado a planilha de orçamento, já é
condições de pagamento possíveis possível ter uma noção clara do que e de
com os fornecedores. Se você tem um quanto será necessário para realizar a fei-
orçamento mais caro, mas sabe que o ra, então é hora de finalmente passar para
resultado será melhor com esse for- a etapa de captação de recursos. Aqui, a
necedor, não tenha medo de negociar. comissão administrativa entrará em ação,
Afinal, os fornecedores querem fechar sendo a responsável por realizar a pros-
o negócio tanto quanto você. pecção, a negociação e o acompanhamen-
• Buscar descontos para pagamentos à to de todos os recursos e suas fontes.
vista ou em parcelas menores. A prospecção de fontes é a primeira
• Ser realista com as suas limitações etapa para a captação de recursos, na
financeiras. qual é feito um levantamento de todas as
• Manter sempre em mente que re- possíveis fontes de recursos, apoiadores e
alizar o evento dentro do orçamento patrocinadores. É recomendável, de início,
original é um dos principais indicado- considerar todas as instituições da região
res de sucesso. em que a feira atua que tenham recursos
disponíveis para investimento e que vejam
Além dessas dicas, o mais importan- nessas iniciativas uma oportunidade de
te para se lembrar é que ter pouca ou fazer algo mais para o avanço da educação
nenhuma verba inicial para investir não e do desenvolvimento científico no país.
significa que não será possível fazer uma É importante, também, desde o início,
feira de ciências e engenharia de quali- manter um registro completo e sempre
dade. Objetivos pedagógicos bem defini- atualizado com todos os contatos que
dos, criatividade e boa organização são forem feitos com patrocinadores e apoia-
os aspectos principais para dar início ao dores, bem como todas as ações financei-
movimento científico na escola, cidade ou ras, por exemplo, os valores investidos por
região. Além disso, mesmo sem nenhuma eles, as contrapartidas negociadas e onde
verba própria inicial, ainda é possível cap- o dinheiro foi investido.
tar recursos de instituições e patrocina- Geralmente, eventos como feiras de
dores para investir na organização e mon- ciências e engenharia, competições cien-
tagem da feira, como veremos a seguir. tíficas e outros do tipo recebem financia-
mento, patrocínio ou apoio de:

26
• Editais, chamadas públicas e iniciati- • Cronograma
vas do governo e de órgãos públicos. • Recursos financeiros a serem apli-
• Empresas públicas ou privadas que cados
possuam programas de iniciativa à ci- • Origem dos recursos
ência e tecnologia ou simpatizem com • Itens financiáveis
a causa. • Prazo de execução dos projetos
• Terceiros e prestadores de serviços • Critérios de elegibilidade
em geral que tenham interesse em exi- • Critérios de julgamento da proposta
bir sua marca no evento.
• Doações da sociedade em geral. Em seu trabalho Mapeamento e análi-
se de competições científicas: estímulo ao
Para poder se valer dessas fontes de pensamento crítico e criativo11, Cassia Fer-
recursos com sucesso, existem duas ações nandez menciona que, em 2018, o CNPq
principais que a comissão administrativa e seus parceiros dedicaram R$ 3 milhões
deve ter como foco: a participação em para o financiamento de 16 olimpíadas
editais para eventos científicos e a criação científicas e R$ 3,5 milhões para a realiza-
de um programa de patrocínio e apoio. ção de 155 feiras científicas via chamadas
públicas. Com isso, podemos observar
a) Participando de editais que os órgãos de fomento e seus editais
Várias agências de fomento lançam estão entre as maiores fontes de captação
editais com propostas para oferecer apoio de recursos financeiros para aqueles que
financeiro a eventos científicos visando desejem organizar feiras de ciências e en-
contribuir com a organização de feiras de genharia em nosso país e suas iniciativas
ciências e engenharia e incentivar a ino- devem ser aproveitadas ao máximo.
vação e o empreendedorismo na educação
básica em nosso país. As principais agên- b) Conseguindo patrocínio e apoio
cias de fomento no Brasil são: De acordo com a Instrução Normativa
(IN) nº 1 de 08 de maio de 200912, patrocí-
• Capes nio é o apoio financeiro a ações de tercei-
• CNPq ros para agregar valor à marca, reforçar
• FINEP a imagem de responsabilidade socioam-
• Fundação de Amparo à Pesquisa de biental e/ou divulgar produtos, serviços,
cada Estado programas, projetos, políticas e ações
do patrocinado junto a seus públicos de
Para participar dos editais lançados interesse.
por essas agências, é preciso estar sempre No âmbito das feiras de ciências e en-
atento às datas de chamadas e aos prazos genharia, o patrocínio é a compra de uma
de inscrição. Essas informações geralmen- cota parcial ou total dos recursos finan-
te são disponibilizadas nos respectivos ceiros necessários para a concretização do
sites das agências de fomento. Em segui- projeto do evento. Já o apoio não implica
da, é necessário observar as condições es- necessariamente investimento financeiro,
pecíficas estabelecidas no regulamento do podendo incluir, por exemplo, o forneci-
edital, visando verificar se a proposta da
feira de ciências e engenharia se enquadra 11 FERNANDEZ, Cassia de Oliveira et al. Mape-
amento e análise de competições científicas:
nos requisitos dele. Alguns exemplos de estímulo ao pensamento crítico e criativo. São
itens específicos aos quais é preciso estar Paulo, 2019.
atento ao preencher um edital são: 12 O texto completo da Instrução Normati-
va (IN) nº 1 de 08 de maio de 2009 pode ser
conferido em: http://www.suframa.gov.br/
patrocinio/arquivos/inst-normativa-secom-
pr-01-852009.pdf

27
mento de prêmios para os participantes, • A negociação dos itens de visibilida-
lanches, equipamentos tecnológicos, cer- de da marca e a contrapartida.
tificados, dentre várias outras ações que • A preparação do esboço do contrato
sejam realizadas em prol do evento e sem ou termo de parceria e/ou patrocínio
custo para a organização da feira. que deve ser assinado por ambas as
As fontes que podem oferecer patrocí- partes para garantir os direitos e deve-
nio ou serem apoiadoras de uma feira de res de todos.
ciências e engenharia são:
Um ponto importante para se ter em
• Fundações de Amparo à Pesquisa mente e abordar nas reuniões é que ofere-
• Agências nacionais e internacionais cer patrocínio ou apoio a iniciativas como
de financiamento feiras de ciências e engenharia é uma ação
• Instituições e empresas públicas e que retorna como benefício estratégico
privadas também para as instituições apoiadoras,
• Instituições governamentais contribuindo para o fortalecimento da
• Pessoas físicas marca e da imagem institucional e, mais
ainda, gerando cidadãos capacitados,
Após ter feito o levantamento de todas inovadores e preparados para, no futuro,
as instituições, empresas, fundações, etc. preencher as lacunas mais exigentes tanto
que possam patrocinar ou oferecer apoio do mercado de trabalho quanto do campo
ao evento, a comissão administrativa será da pesquisa, o que contribui diretamente
a responsável por fazer também o contato para o desenvolvimento da sociedade e do
e a solicitação de patrocínio ou apoio. Essa empreendedorismo como um todo.
solicitação deve ser feita de maneira for-
mal e muito bem elaborada e, para tanto, c) Cotas de patrocínio
é recomendável começar pelo envio de Conforme dito no item anterior, du-
uma carta de apresentação ao presidente rante a reunião com os possíveis patro-
ou dirigente da instituição, assinada pelo cinadores, deverão ser apresentadas as
coordenador da feira. Em seguida, é im- cotas de patrocínio para que eles possam
portante estabelecer contato por telefone escolher a melhor forma de patrocinar a
para agendamento de uma reunião de feira. Essas cotas devem ser definidas com
apresentação da feira, que, preferencial- base no cálculo de rateio do valor que se
mente, deverá seguir o seguinte roteiro: pretende arrecadar pelo número desejado
de patrocinadores e apoiadores. Uma su-
• Apresentação da feira gestão é que sejam criadas até três cotas
• Metas e objetivos da feira de patrocínio — Master, Ouro e Prata — e
• Principais atividades estabelecidos itens de contrapartida e vi-
• Orçamento geral sibilidade da marca proporcionais ao valor
• Apresentação das cotas de patrocí- da cota adquirida.
nio (veja mais no item C, a seguir) Oferecer contrapartidas é um ponto
• Apresentação dos itens de visibilida- essencial e necessário para tornar a pro-
de da marca e contrapartidas posta do patrocínio ou apoio mais interes-
sante e atraente para as instituições. As
Depois da reunião de apresentação, contrapartidas podem ser desde a divul-
é recomendável realizar uma reunião de gação da marca do apoiador ou patroci-
fechamento, que deve ter como objetivo: nador nos materiais impressos da feira até
o direito a um espaço no local do evento
• A negociação da cota de patrocínio (estande). Alguns exemplos de contrapar-
escolhida pela instituição. tidas que podem ser oferecidas são:

28
• Direito à divulgação da marca da • Direito a envio de e-mail marketing
empresa nos materiais impressos da para o mailing de contatos de todo o
feira, tais como: convites, flyers, fol- público da feira.
ders, cartazes, hotsite, site do evento,
além de link direcionando toda a divul- Para exemplificar melhor a divisão do
gação on-line para o site do patrocina- sistema de cotas de patrocínio, tomemos
dor. como base a suposição de que o valor que
• Direito a um espaço ou estande no desejamos arrecadar para a organização
local da feira para interação com o pú- e montagem da feira seja R$ 100.000,00.
blico visitante, expondo não somente Sendo assim, poderíamos dividir as cotas e
sua marca mas seus produtos e servi- contrapartidas da seguinte forma:
ços.

01 cota para o Patrocinador Master no valor de R$ 30.000,00


O Patrocinador Master, por participar com um valor maior, deverá ter direito a con-
trapartidas de maior destaque. Sendo assim, sua marca deve aparecer em proporções
maiores nos materiais promocionais da feira e seu espaço no evento também deve ser
de maior destaque.

02 cotas para o Patrocinador Ouro no valor de R$ 15.000,00


O Patrocinador Ouro poderá ter os mesmos benefícios do patrocinador master, mas
em proporções menores, ou seja a aplicação da marca nos materiais promocionais da
feira terá menor destaque e tamanho inferior, assim como seu espaço ou estande na
feira.

08 cotas para o Patrocinador Prata no valor de R$ 5.000,00


Por ser de menor valor, a contrapartida da cota para o Patrocinador Prata pode
permitir que ele apenas divulgue sua marca nas peças de comunicação, sem estande ou
qualquer ação de marketing durante a feira.

3.4 Acompanhando os recursos formações como relato do evento, esta-


tísticas, fotos e vídeos, e de um relatório
Durante o período de organização financeiro, especificando o que foi adqui-
da feira, é importante manter constante rido e conquistado com os recursos dos
contato com os patrocinadores e apoiado- patrocínios e apoios. Atente-se para que,
res, informando-os sobre todas as ações em alguns casos, é necessário anexar as
previstas na parceria. Um relacionamento notas fiscais referentes ao serviço presta-
transparente e profissional com o patro- do.
cinador ou apoiador é fundamental para a Valer-se desses relatórios para divul-
manutenção e garantia da relação para as gar os resultados dos recursos captados é
próximas edições do evento. uma estratégia muito valiosa para salien-
Após o término do evento, é necessário tar a importância dos patrocinadores e
apresentar aos patrocinadores e apoiado- apoiadores, que devem se sentir parte
res um relatório de prestação de contas. É integrante e ativa do trabalho e serem ca-
recomendável a produção de um relatório pazes de mensurar o quanto o seu envol-
técnico ou de atividades, contendo in- vimento faz a diferença para a realização

29
da feira e para trazer resultados positivos
à educação como um todo.

EXPERIMENTE 14
Em posse de suas planilhas de crono- país. Considere desde grandes instituições
grama de organização e de orçamento, públicas e renomadas empresas até os pe-
analise cuidadosamente todos os recur- quenos empresários e negócios do bairro
sos necessários para a montagem da sua e liste-os em seu Plano de Ação. Em segui-
feira e, com base neles, reflita sobre as da, discuta as possibilidades com a comis-
possíveis fontes que poderiam fornecer são organizadora e comece a estabelecer
esses recursos em sua cidade, Estado ou contato com os possíveis apoiadores.

Acervo Feira Brasileira de Ciências e Engenharia – FEBRACE

Acervo Feira Brasileira de Ciências e Engenharia – FEBRACE

30
4. Divulgação Científica

Fazer o trabalho de divulgação de uma feira de ciências e


engenharia é fundamental para atrair o público para o evento e,
para isso, existem diversos materiais e recursos que podem ser
utilizados. A divulgação, no entanto, não se limita apenas a tornar
o evento conhecido, mas também se faz relevante para aumentar
a visibilidade do movimento científico como um todo diante da
sociedade.

A divulgação científica vem ga-


nhando cada vez mais impor-
tância na sociedade como uma atividade
também contribui para a consolidação e
o fortalecimento da imagem institucional
da feira como um evento reconhecido pelo
organizada e, consequentemente, cha- público.
mando cada vez mais a atenção do público No entanto, antes de começar a colocar
em geral, dos governos e das instituições. em prática as ações de divulgação da feira,
Segundo José Reis, um dos ícones da os organizadores devem avaliar os recur-
divulgação científica no Brasil, o grande sos financeiros disponíveis para os gastos
interesse no trabalho da divulgação cien- com a divulgação, a capacidade do espaço
tífica é fazer justamente com que a ciência do evento para acomodar o público espe-
seja amparada diretamente pelos governos rado e a possibilidade de ampliação caso o
e patrocinada por entidades particulares, alcance acabe sendo maior do que o pre-
uma vez que o “apoio só pode ser since- visto. Além disso, é primordial que estejam
ramente dado quando haja, da parte do preparados para atender à demanda que a
doador, profunda compreensão do valor divulgação vai gerar.
da pesquisa científica”13. Dessa forma, ga-
nhando amparo, a ciência se torna capaz
de atingir um público mais amplo e, assim, 4.1 Atendimento
fortalecer seu valor na sociedade.
No âmbito das feiras de ciências e Assim que o público tomar consciência
engenharia, divulgá-las é essencial para da existência do evento, é esperado que
dar-lhes visibilidade e fazer com que o ele comece a tentar estabelecer contato
público-alvo (estudantes, professores, com a organização para se inscrever e
avaliadores, apoiadores, patrocinadores saber mais sobre como participar, visi-
e comunidade em geral) seja alcançado e tar, tirar outras dúvidas, etc. Para reali-
se torne ciente da existência do evento. zar esse atendimento de forma eficiente
Sendo assim, é através da divulgação da e organizada, é recomendável designar
feira que será possível despertar a curiosi- exclusivamente a isso pelo menos uma
dade e o interesse necessários para atrair pessoa da equipe. Ela deverá ter acesso a
e estimular os participantes e visitantes. um computador, um endereço de e-mail e
Além disso, o trabalho de divulgação uma linha telefônica também reservados
somente para o trabalho do atendimento.
13 MASSARANI, Luisa; DIAS, Eliane M. de S. Outras ferramentas que também
(Org.). José Reis: reflexões sobre a divulgação podem ser usadas para facilitar a comuni-
científica. Rio de Janeiro: Fiocruz/COC, 2018.

31
cação entre a equipe, os interessados e os dução em peças de tamanho pequeno.
participantes da feira são as redes sociais. Já a identidade visual consiste no con-
Ter um perfil com atualizações diárias junto de elementos que representa visual-
nas redes mais acessadas, como, nos anos mente a feira. Esse conjunto de elementos
2020, Facebook, Twitter e Instagram, é geralmente é formado pela logomarca, um
altamente recomendável, pois, além de símbolo visual e um conjunto de cores,
aumentar ainda mais a divulgação da feira, que serão a linha de base a ser seguidas
também acaba sanando diversas dúvidas para a elaboração de todos os materiais
do público antes mesmo de que elas virem relacionados à feira. Devido à sua impor-
demandas para o atendimento. tância e à necessidade de ser harmônica,
Trabalhar para que todos os funcio- chamando a atenção ao mesmo tempo
nários e colaboradores estejam sempre em que não agrida os olhos do público,
bem informados sobre os processos de a identidade visual pode e deve ser cria-
seleção, avaliação, participação e outros da por profissionais, podendo ser uma
detalhes sobre a feira faz toda a diferença agência de publicidade ou um profissional
na divulgação, e isso vale mais ainda para especializado.
aqueles que estiverem envolvidos com o
atendimento, uma vez que eles atuarão
sendo a voz da feira para o público inte- 4.3 Meios e materiais de divulgação
ressado. Todos os membros da equipe que
estiverem em contato direto com os par- Antes de começar a produção dos
ticipantes devem ser bem treinados não materiais de divulgação, lembre-se de
apenas em relação aos detalhes da feira, que os materiais impressos demandarão
mas também para ter educação, delica- a disponibilização de um espaço para ar-
deza e eficiência no atendimento a todos, mazená-los e manuseá-los durante todo o
seja por telefone, e-mail, redes sociais ou período de organização. Esse espaço pode
pessoalmente. ser uma sala ou parte dela e servirá tanto
para armazenar quanto para organizar e
manusear os materiais impressos (carta-
4.2 Logotipo e identidade visual zes, folders, anais, CDs, etc.), os brindes
(camisetas, canecas, etc.) da feira e outros
Para atingir os objetivos esperados com materiais de divulgação oferecidos por
a divulgação da feira, é imprescindível a apoiadores, caso existam.
definição de um nome, uma logomarca e Dentre os diferentes meios e materiais
uma identidade visual para que o público de divulgação que podem ser utilizados
possa reconhecê-la. Conforme já explo- para a ação de divulgação de uma feira de
rado no item E do Capítulo 2, Definindo o ciências e engenharia, destacam-se:
nome da feira, o nome escolhido deve ser
facilmente pronunciável, ser adequado ao A. Materiais digitais:
público-alvo e, é claro, estar relacionado • Site
com o tema da feira. • E-mail marketing
Com relação à logomarca, ela precisa • Convite
ser atraente, de fácil reconhecimento, • Informativos
condizente com o tema e deve estar inse- • Vídeo Institucional
rida em todas as peças gráficas e digitais • Banner em redes sociais e Podcasts
produzidas, bem como estar em evidência
nas redes sociais. É aconselhável que a B. Materiais impressos:
logomarca contenha poucos elementos • Folders
gráficos e textuais para facilitar a repro- • Flyers

32
• Panfletos do domínio na Internet, o próximo passo
• Cartazes é contratar um serviço de hospedagem.
• Catálogos Existem diversos serviços disponíveis que
• Anais podem ser contratados a preços baixos
e uma rápida busca na Internet levará a
C. Materiais Promocionais: vários deles, com diferentes pacotes e
• Camisetas promoções de assinaturas. Os custos e
• Bonés benefícios devem ser avaliados cuidadosa-
• Pins mente para que seja feita a melhor escolha
• Medalhas dentro das possibilidades e limitações.
• Troféus Em seguida, será dado início ao pro-
cesso de criação do site. Para começá-lo,
D. Propaganda em veículos de massa: é preciso definir quais são as informações
• Vinheta ou comercial relevantes que deverão estar no site e
• Spot ou jingle estruturá-las em seções. Confira a seguir
• Anúncios algumas das seções mais relevantes para
incluir no menu do site:

A. Materiais digitais • Apresentação


• Regulamento
Site • Inscrição
O site da feira será a principal fonte de • Prazos de submissão de projetos
informações confiáveis e atualizadas sobre • Envio de projetos
o evento e também um dos meios mais • Critérios de seleção de projetos
importantes para fazer a ponte entre ele • Critérios para avaliação de projetos
e o público-alvo. O site também servirá durante a feira
como um hub de acesso para todas as re- • Galeria de fotos
des sociais e meios de comunicação com • Galeria de vídeos
a organização. Por isso, ele deve conter • Contato
tudo que seja relevante sobre a feira, prin-
cipalmente as orientações para inscrição, É importante também reservar um
submissão de projetos, visitação, apoio e espaço para acrescentar a logomarca dos
participação em geral. apoiadores e patrocinadores, caso exis-
Para começar a construir o site, é tam, bem como as informações relevantes
necessário, primeiro, definir o nome do para quem deseje oferecer apoio ou patro-
domínio, verificar sua disponibilidade e cínio ao evento.
registrá-lo em algum serviço. Existem Após organizar a estrutura do site, será
diversos serviços gratuitos na Internet necessário separar e produzir o conteúdo
que permitem isso, mas eles adicionam a que estará dentro de cada seção. Depois, é
extensão do fornecedor ao endereço do recomendável contratar uma empresa ou
site, o que pode tirar a característica de um profissional especializado na criação
um site profissional. Além disso, é impor- de websites para criar o visual da página e
tante que o nome do domínio remeta ao fazê-la funcionar da maneira que a organi-
nome de registro da feira e seja simples e zação da feira deseja.
de fácil memorização, o que será mais fácil
de conseguir se o domínio for pago. O en- E-mail marketing, convite e infor-
dereço do site da FEBRACE, por exemplo, mativos
é curto e direto: www.febrace.org.br. Peças digitais como o e-mail marke-
Após definir e registrar o endereço ting, o convite e informativos devem

33
seguir a identidade visual criada para engenharia, o objetivo principal do vídeo
o evento e são úteis tanto para atrair a institucional é registrar as atividades
atenção do público como para divulgar da feira e apresentá-la, exemplificando
várias etapas da feira, como a abertura de detalhadamente as etapas de produção ou
inscrições, a lista de finalistas, o período de organização e os acontecimentos do
de visitação, etc. evento.
O e-mail marketing funciona como O registro do evento em vídeo e tam-
uma espécie de cartaz digital com a fun- bém em foto é uma excelente ferramenta
ção primordial de apresentar e promover de divulgação, mas é importante que o
o evento. O convite deverá ser enviado trabalho seja realizado com muito pro-
aos públicos específicos que participarão fissionalismo para que o resultado seja
do evento com o propósito de convidá-los de alta qualidade, por isso recomenda-se
oficialmente. Já os informativos são uma que fornecedores ou profissionais espe-
ótima alternativa para atrair a atenção dos cializados sejam escolhidos para realizar o
mais diversos públicos e mantê-los sem- registro.
pre informados sobre a feira. Ele pode ser Para fazer um bom vídeo institucional,
enviado periodicamente e conter matérias é preciso definir, junto com o profissional
relevantes do universo das ciências e en- de filmagem, os conteúdos que devem fa-
genharia junto com informações sobre as zer parte dele. Seguem algumas sugestões:
etapas do evento, servindo para informar
e promover ao mesmo tempo. Os infor- • Tomadas externas e internas do es-
mativos também podem ficar disponíveis paço onde está sendo realizado o evento,
para acesso dentro de uma área designada por exemplo: tenda de eventos, centros de
a eles dentro do site, tornando-os ainda convenções, área para eventos da escola
mais relevantes como meio de informação ou até a sala de aula.
sobre os assuntos relacionados ao univer- • Estudantes apresentando seus
so das ciências e da engenharia. projetos para o público visitante e para os
A grande vantagem de produzir e avaliadores.
usar essas peças digitais é a facilidade de • Estudantes sendo entrevistados,
enviá-las para uma grande quantidade de nesse caso o ideal é fazer uma seleção de
pessoas de forma bastante simples e bara- projetos contemplando as diversas áreas
ta via e-mail. Para tanto, é recomendável das ciências e regiões participantes do
construir um mailing relevante de pro- evento, no caso de haver mais de uma.
fessores, estudantes e instituições rela- • Professores e autoridades sendo
cionadas à educação e a feiras de ciências entrevistados.
e engenharia. Mas cuidado: evite enviar • Tomadas dos estandes dos projetos
o mesmo e-mail muitas vezes, pois isso e também dos estandes das instituições
pode incomodar as pessoas que o estão apoiadoras, se houver.
recebendo e acabar causando um efeito
contrário ao de atraí-las para o evento. No caso das entrevistas, para que sejam
bem-sucedidas, é necessário criar uma
Vídeo institucional atmosfera amistosa e de confiança, não
O vídeo institucional é uma peça de co- discordar das opiniões do entrevistado
municação para divulgar uma instituição, e tentar ser o mais neutro possível. O
uma marca, um projeto ou um produto. entrevistador deve sempre enviar sinais de
Geralmente, é utilizado para ser exibido entendimento e de estímulo, com gestos,
em eventos, sites institucionais e na pró- acenos de cabeça, olhares e também sinais
pria instituição para clientes ou colabora- verbais indicando agradecimento e incen-
dores. No âmbito das feiras de ciências e tivo, além de procurar intervir o mínimo

34
possível para não quebrar a sequência de devem assinar um termo de autorização
pensamento do entrevistado. de uso de imagem e de direitos intelectu-
Uma entrevista fluida e interessante ais. Como exemplo, confira os documen-
também depende muito do domínio do tos da FEBRACE de autorização para uso
entrevistador sobre as questões previstas de direitos intelectuais para menores e
no roteiro. Perguntas claras favorecem maiores de 18 anos no Apêndice 7 do Capí-
respostas claras e que respondem aos tulo 10, Materiais de Apoio.
objetivos da entrevista. É recomendável
que, antes de realizar as entrevistas, a Banner em redes sociais e podcasts
equipe elabore as perguntas que deverão Usar as redes sociais e mídias digitais
ser feitas para o professor, para o estu- mais consumidas também é uma estraté-
dante e também para os organizadores da gia recomendável para atingir o público
feira. Veja alguns exemplos do que pode jovem e incentivá-lo a participar da feira.
ser perguntado: Nesse sentido, é possível comprar
espaços em redes sociais como Facebook
Para os estudantes: para expor banners de divulgação da feira
• Como surgiu a ideia de seu projeto? que, por meio do algoritmo da rede, serão
• Qual foi a motivação para realizar a automaticamente exibidos para a faixa de
pesquisa? público que deseje alcançar. Além disso,
• Quais foram as maiores dificuldades criar um podcast para divulgar a feira ao
encontradas? mesmo tempo em que entrega conteúdo
• Pensando de forma geral, o que você relevante, como entrevistas com profes-
aprendeu desenvolvendo seu projeto sores e discussões de temas interessantes
de pesquisa? para o movimento da inovação e do em-
preendedorismo, é outra forma de in-
Para os professores: centivo aos estudantes e professores que
• Na sua opinião, qual a importância queiram participar de feiras de ciências e
de trabalhar com projetos de pesquisa engenharia e também uma forma de divul-
com seus alunos? gar e dar acesso ao movimento científico.
• Quais são os benefícios para os Caso não seja viável criar o próprio
alunos? podcast, existem diversos podcasts que já
• Quais são as vantagens para os pro- abordam temas relacionados à educação
fessores? e às ciências e é possível contatá-los para
• Como você inicia o trabalho com divulgar a feira por meio de uma breve
projetos de pesquisa? chamada ou até mesmo com a participa-
• Como surgem as ideias dos projetos? ção de um dos organizadores em um dos
episódios para conceder uma entrevista
Para os organizadores da feira: ou falar sobre um tema relevante ao mes-
• Há quanto tempo organiza uma feira mo tempo em que promove a feira.
de ciências?
• Quais são os aspectos principais que B. Materiais impressos
devem ser planejados? Além dos materiais digitais menciona-
• Se você tiver que motivar alguma dos até aqui, é possível e recomendável
pessoa a organizar uma feira de ciên- também valer-se de materiais impressos
cias, o que falará para ela? para ajudar na divulgação da feira. Esses
materiais podem ser úteis principalmente
Importante: lembre-se de que todos os para distribuição nas escolas de atuação
finalistas participantes da feira, sejam es- da feira, bem como em outras feiras e em
tudantes, orientadores ou coorientadores, eventos educacionais, sempre com a auto-

35
rização prévia dos organizadores, claro. sos e workshops, que servem tanto como
Os materiais impressos ajudarão tam- instrumento de divulgação da feira quanto
bém a divulgar a marca e o nome da feira, para passar uma mensagem positiva e de
estabelecer parcerias, informar as princi- credibilidade aos participantes.
pais etapas para a submissão dos projetos
e divulgar o calendário do evento, incluin- D. Propaganda em veículos de massa
do prazos de submissão de projetos, data Esse tipo de propaganda é aquele que
de divulgação de finalistas, data do evento, usa os veículos de comunicação em massa
entre outros. como meio, tais como TV, rádio, jornais e
Seguem alguns exemplos de materiais revistas, para passar uma mensagem ou
impressos que podem ser criados para divulgar um produto ou serviço. Devido ao
distribuição: seu grande alcance de público e à facilida-
de em segmentá-lo para ter a certeza de
• Folders que o público-alvo será atingido, usar as
• Flyers mídias para divulgar a feira de ciências e
• Panfletos engenharia é também uma excelente es-
• Cartazes tratégia. Além dessas vantagens, ter uma
• Catálogos propaganda da feira exibida em um canal
• Anais de TV conceituado, rádio famosa ou jornal
de renome também ajuda a trazer mais
Assim como os materiais digitais, todos credibilidade e prestígio ao evento peran-
os materiais impressos também preci- te os olhos do público.
sam seguir a identidade visual da feira e Veja alguns exemplos dos tipos de pro-
conter a logomarca. É aconselhável que paganda que é possível veicular em cada
eles sejam criados por profissionais de meio:
design e, para a sua impressão, que seja
escolhida uma gráfica de confiança, que Propagandas em TVs:
faça impressões de qualidade. Uma dica Para as propagandas que serão veicu-
importante é sempre pedir que sejam ladas em canais de TV, o formato reco-
impressas provas dos materiais para que mendado é o comercial de 30 segundos. É
os organizadores possam conferi-los importante que, mesmo dentro desse pe-
antes de imprimir a quantidade total, que, ríodo curto de tempo, ele passe a mensa-
dependendo da abrangência da feira, pode gem desejada com criatividade e impacto.
passar dos milhares.
Para enviar os materiais às escolas, Propagandas em rádios:
recomenda-se pedir apoio às Secretarias Para as propagandas que serão veicula-
Municipais e Estaduais de Educação. das em rádios, o formato recomendado é
um spot ou jingle de 30 segundos. O spot
C. Materiais promocionais é produzido com uma locução simples e
Além dos materiais digitais e materiais uma música de fundo. O jingle é uma peça
impressos mencionados, existem diversos musicada e cantada, como uma espécie
outros tipos de materiais que podem ser de música feita exclusivamente para um
criados seguindo a identidade visual da produto, empresa ou, neste caso, a feira
feira e utilizados para ajudar na divulga- de ciências e engenharia.
ção, como camisetas, bonés, pins, meda-
lhas, troféus, etc. Propagandas em revistas e jornais:
Além desses, também é possível reali- O tipo de propaganda veiculado em
zar ações educativas paralelas ao evento, revistas e jornais geralmente é o anún-
como palestras, mesas redondas, minicur- cio. Recomenda-se divulgar anúncios de

36
uma página inteira para revistas e de ¼ de interessarem pela feira.
página, no mínimo, para jornais. Atente-se Em primeiro lugar, a assessoria de im-
para o público-alvo desses veículos, prio- prensa será responsável por estruturar um
rizando as revistas ou cadernos de jornais mailing de jornalistas que seja eficiente,
especializados em educação ou assuntos selecionando aqueles que serão atingidos
em comum com a feira, como tecnologia, pela divulgação, com nome completo,
ciências, empreendedorismo, etc. veículo, e-mail e telefone.
Em seguida, dentre as ações que a
As peças publicitárias aqui citadas assessoria de imprensa poderá realizar
também devem seguir a identidade da para divulgar a feira, está estruturar textos
feira e, devido às especificações técnicas de press release, notas sobre o evento
que muitos dos veículos podem ter com e suas datas importantes para que se-
relação ao formato e padrão das peças e as jam transmitidos ao longo de todo o ano.
particularidades já inerentes a cada uma Dentre esses, pode-se, por exemplo, fazer
delas, recomenda-se que sejam criadas e enviar para a imprensa press releases e
com o apoio de uma agência de publicida- notas divulgando a abertura de inscrições,
de. a seleção de finalistas para a mostra de
Apesar das diversas vantagens, usar projetos, a visitação à feira, divulgando os
veículos de comunicação em massa, como estudantes premiados, dentre outros.
TV, rádio, jornais e revistas, pode ter um A assessoria de imprensa também
fator impeditivo, no entanto. Esses veí- se encarregará de fazer o follow-up das
culos normalmente praticam seus preços ações com a imprensa, ou seja, estabelecer
com base no número de espectadores, contato constante para confirmar o rece-
ouvintes ou leitores, o que torna o preço bimento dos press releases e notas envia-
unitário do espaço muitas vezes inviá- dos e trabalhar para despertar cada vez
vel. Dessa forma, é recomendável que, ao mais interesse dos veículos de imprensa
entrar em contato com o veículo, a equipe pelo evento.
apresente o projeto da feira de ciências e Por fim, a assessoria de imprensa
engenharia como uma ação de responsa- também poderá montar press kits para
bilidade social e educacional. Dessa forma, serem entregues aos representantes dos
caso o veículo se interesse em entrar veículos de imprensa durante o evento, no
como apoiador cultural da feira, haverá momento do credenciamento dos jornalis-
a possibilidade de veicular o comercial, tas. O press kit pode conter press release
spot, jingle ou anúncio sem custo. com informações gerais do evento e perfil
da instituição organizadora, resumo dos
projetos finalistas, mapa da feira e a pro-
4.4 Assessoria de imprensa gramação completa do evento.

Outra forma de aumentar a divulgação EXPERIMENTE 15


da feira e conseguir espaço nos veícu- Com base na abrangência geográfica
los de comunicação de forma bastante e no orçamento da sua feira, reflita sobre
eficiente e menos custosa é contratando como divulgá-la de forma que toda a sua
um profissional ou equipe de assessoria de área de abrangência seja atingida. Liste
imprensa para criar e estruturar conteú- no Plano de Ação quais meios e materiais
dos e materiais e fazer a ponte de contato impressos ou digitais você acredita que
entre a feira e a imprensa, gerando assim seriam mais eficientes e convenientes
divulgação espontânea nos veículos de para essa divulgação e quais seriam as
comunicação por meio do relacionamen- vantagens de cada um deles para a sua
to estabelecido com os jornalistas que se feira. Em seguida, discuta suas conclusões

37
com a comissão organizadora para que possam, juntos, definir a melhor estratégia
todos opinem sobre o assunto e assim de divulgação.

Acervo Feira Brasileira de Ciências e Engenharia – FEBRACE

Acervo Feira Brasileira de Ciências e Engenharia – FEBRACE

38
5. Submissão de Projetos

O momento de receber as submissões de projetos demanda


organização e preparação de toda a equipe. Para tornar esse
processo ainda mais eficaz e ágil, é necessário investir em uma
ampla e clara divulgação dos critérios e regras da feira com
relação aos projetos que podem participar dela.

P ara começar a estruturar a forma


como os projetos que queiram
participar da feira serão enviados ou sub-
ticipar da feira possam estar cientes e se
adequar às regras.
A seguir, vamos explorar mais a fundo
metidos, o primeiro passo é estabelecer cada um desses itens e quais os padrões
os critérios para determinar quem poderá ideais praticados pela maioria das feiras
submeter projetos e quais tipos de pro- de ciências e engenharia em nosso país.
jetos serão aceitos. Após ler com atenção
e colocar em prática o que exploramos
no Capítulo 2 deste livro, alguns desses 5.1 Faixa etária e ano escolar
critérios já devem estar definidos, como
a modalidade da feira, as categorias de A feira pode aceitar projetos de es-
projetos que ela aceitará e de quais locais tudantes de qualquer idade e ano que
serão aceitas as submissões, se somente considere relevante para atender aos obje-
da escola, de todo o município, Estado, tivos didáticos estabelecidos. No entanto,
país, etc. se a meta for enviar os projetos premiados
Além desses, outros pontos que a orga- para outras feiras maiores, como a FEBRA-
nização precisará decidir sobre os projetos CE, existem algumas normas que devem
que serão aceitos são: ser levadas em consideração.
Para participar de feiras como a FE-
• Definir a faixa etária dos estudantes BRACE, só são aceitos projetos cujos
e em quais anos escolares podem estar estudantes estejam, obrigatoriamente,
matriculados matriculados nos 8º ou 9º anos do Ensi-
• Definir a quantidade máxima de int- no Fundamental, no Ensino Médio ou no
grantes (estudantes e orientadores) e o Ensino Técnico no momento de submissão
período de realização do projeto do projeto, e todos os estudantes partici-
• Definir os documentos e itens obri- pantes do projeto devem ter até 20 anos,
gatórios do projeto não podendo completar 21 anos antes
• Definir os prazos e a forma de sub- mostra de projetos finalistas.
missão dos projetos

Após definidos os critérios, é preciso 5.2 Integrantes e duração do projeto


estruturá-los na forma de um regulamen-
to, o qual deve ser disponibilizado no site Quanto ao número de integrantes em
oficial para que todos que desejem par- um projeto e o período no qual foi realiza-

39
do, novamente essa escolha depende dos devidamente identificados como tal, quan-
objetivos didáticos da feira, e as possibi- do forem submetidos, sendo que é permi-
lidades são diversas. No entanto, caso a tido apenas submeter a parte do projeto
intenção seja indicar os projetos selecio- equivalente aos 12 meses mais recentes.
nados, ou premiados, para feiras maiores, Nesse caso, é possível que um mesmo
é recomendável seguir os critérios dessas trabalho seja submetido em mais de uma
feiras. edição da feira com suas devidas atuali-
Para participar da FEBRACE, por exem- zações realizadas nos últimos 12 meses.
plo, os projetos podem ser realizados de Esses projetos são classificados como
forma individual, ou seja, com apenas um “Continuação de Projetos Anteriores” e
estudante autor, ou em grupo de dois ou, o estudante só será avaliado quanto aos
no máximo, três estudantes autores. Os avanços realizados no novo ano de traba-
estudantes não necessariamente precisam lho, portanto a documentação deve refle-
ter a mesma idade ou serem da mesma es- tir o trabalho realizado dentro do período
cola, podendo ser de idades, anos, escolas, de 12 meses que antecede a sua submissão
cidades ou até Estados diferentes, desde à feira, com referência aos resultados do
que se enquadrem nos critérios mencio- ano anterior.
nados no item anterior.
Cada projeto deve, obrigatoriamen- EXPERIMENTE 16
te, ter como um de seus integrantes um Reflita sobre os critérios para sub-
orientador adulto cuja idade seja maior missão de projetos apresentados até aqui
que 21 anos durante o desenvolvimento do e quais deles você estabelecerá para os
projeto. Opcionalmente, o projeto pode projetos que serão submetidos à sua feira.
contar também com um coorientador Liste-os no Plano de Ação.
maior de 18 anos. O orientador geralmente
é um professor da área em que se enqua-
dra o projeto e deve acompanhar os estu- 5.3 Documentos e itens obrigatórios
dantes durante todo o desenvolvimento
do trabalho, discutindo e aprimorando o Os trabalhos submetidos para feiras
plano de pesquisa com eles. Já o coorien- de ciências e engenharia devem conter
tador pode ser um professor, especialista alguns documentos e itens básicos para
ou profissional de uma área específica que que possam ser considerados projetos de
pode ser incluído no grupo para fornecer pesquisa de fato, sejam capazes de atingir
informações extras e orientar os estudan- os objetivos didáticos esperados e con-
tes de acordo com sua expertise. tribuam verdadeiramente para o desen-
Um detalhe importante é que cada es- volvimento e a divulgação da pesquisa
tudante pode submeter apenas um projeto na educação básica. Esses documentos e
de sua autoria por edição da feira, não itens também são obrigatórios para que a
sendo permitido que o mesmo estudante submissão do projeto seja aceita pelas fei-
seja integrante de mais de um grupo. Já ras de ciências e engenharia que adotam o
os orientadores e coorientadores podem mesmo rigor científico que a FEBRACE.
participar como integrantes de mais de Fazem parte da documentação bási-
um projeto. ca do projeto para que sua inscrição seja
Quanto ao tempo de desenvolvimento, válida, os seguintes documentos:
os projetos devem, obrigatoriamente, ter
duração máxima de 12 meses, contados a) Plano de pesquisa
a partir do estudo de campo ou início da b) Resumo do projeto
fase experimental. Projetos com duração c) Relatório do projeto ou artigo cientí-
maior do que 12 meses devem sempre ser fico

40
d) Formulários adicionais • Título do projeto:
- Revela o assunto que se deseja provar
Além desses documentos, no caso da ou desenvolver, ou seja, o título deve ser
FEBRACE, há também a exigência de que uma ideia sintetizada do tema.
os estudantes que forem selecionados
como finalistas para participarem da mos- • Questão ou problema:
tra de projetos providenciem mais dois - A partir de uma pequena introdução
itens que deverão ser apresentados em sobre o estado da arte, do objeto de estu-
seus estandes durante a feira: do, deve-se fazer uma descrição clara da
questão ou do problema a ser investigado.
e) Diário de Bordo - Este item deve responder a algumas
f) Pôster questões, tais como: Qual é a questão que
será estudada ou qual é o problema iden-
Como durante a FEBRACE há uma tificado que se quer resolver? Quais são as
exposição virtual dos projetos simultanea- limitações (tempo, custo, ambiental, etc.)?
mente com a exposição física, os integran- Como/por que ocorre?
tes do projeto devem também preparar
um vídeo de apresentação: • Justificativa:
- Aqui se apresenta a motivação da
g) Vídeo pesquisa, o que existe sobre o tema, o que
se quer pesquisar, o que será acrescenta-
Na sequência, há uma descrição sucin- do à comunidade científica e o que há de
ta de cada item da documentação básica. relevante e de original.

A. Plano de pesquisa • Hipótese científica ou objetivo de


O plano de pesquisa é o planejamento engenharia:
inicial do projeto científico ou de enge- - Hipótese (projeto científico) - É uma
nharia. Ele serve para auxiliar os alunos e afirmação, o que se pressupõe sobre algo.
os orientadores a descreverem de maneira É uma resposta inicial para as questões.
clara o que se pretende investigar e os - Objetivo (projeto engenharia) - Deve
passos que serão executados no desen- responder “para quê?”, descrever de ma-
volvimento da pesquisa. É um rascunho neira clara como se pretende solucionar o
inicial do que será feito e, portanto, deve problema e até onde se pretende chegar
ser preparado antes que a pesquisa seja com esse projeto.
iniciada. Nele, são levantadas as questões
a serem estudadas e as hipóteses ou obje- • Materiais e métodos:
tivos a serem alcançados. Além disso, ele - Descrição detalhada dos materiais
deve descrever o método que será utiliza- que serão utilizados (humanos, materiais e
do para realizar o projeto e as referências financeiros).
bibliográficas consultadas sobre o tema do - Onde e como será conduzida a pes-
projeto. quisa.
Com o projeto pronto para ser inscrito, As variáveis que serão estudadas.
o plano de pesquisa que norteava o traba- Descrição dos métodos que serão
lho no início deve ser atualizado com as adotados para a análise dessas variáveis, a
demais informações. lista de atividades que serão executadas.
Um bom plano de pesquisa deve conter - Descrição dos procedimentos que
os seguintes itens: serão adotados.
- Especificação de como as medidas
dos resultados vão provar ou refutar a

41
hipótese. trar-se em descrever procedimentos reali-
- Detalhamento de como se chegará à zados.)
solução. • Observações ou dados pertinentes
aos resultados alcançados – Quais foram
• Cronograma: as observações ou dados pertinentes que
- Planejamento das atividades ao longo permitiram chegar à conclusão?
do tempo que será dedicado à pesquisa. • Conclusões – Os seus objetivos fo-
- Estabelecimento de prazos para cada ram alcançados?
atividade planejada.
C. Relatório do projeto ou artigo cien-
• Referências: tífico
- Listar as citações dos autores e O relatório do projeto deve ser realiza-
trabalhos consultados. Utilizar as normas do pelos estudantes autores da pesquisa
bibliográficas da ABNT. e consiste na exposição escrita desde a
concepção da ideia e objetivos até os fatos
B. Resumo do projeto verificados mediante pesquisas, execu-
O resumo do projeto é a última parte ção de experiências e também a reflexão
a ser redigida e deve apresentar de forma a partir das questões identificadas e da
sintética o conteúdo do relatório. O resu- análise dos resultados.
mo deve ser o suficiente para que o leitor Em outras palavras, o relatório deve ser
tenha uma ideia geral sobre o projeto. O uma descrição detalhada de todas as fases
texto do resumo é redigido em um pará- do desenvolvimento do projeto, sendo
grafo único, respeitando um limite máxi- geralmente acompanhado de documentos
mo de cerca de 2.000 caracteres, compos- demonstrativos, tais como diagramas, ta-
to de uma sequência de frases concisas belas, gráficos, estatísticas e outros. O ob-
e não de uma enumeração de tópicos. A jetivo principal do relatório é expor todo o
conjugação verbal costuma ser na 3ª pes- processo criativo do projeto de forma que
soa e na voz ativa. o leitor possa compreendê-lo.
O conteúdo do resumo deve concen- A estrutura básica recomendada para
trar-se no trabalho realizado pelos estu- um relatório é bastante próxima à estrutu-
dantes. Não deve incluir agradecimentos, ra de monografias acadêmicas e contém,
menção a apoiadores do projeto ou dese- essencialmente:
nhos, diagramas ou tabelas, esses devem
ser inseridos apenas no relatório do pro- • Folha de rosto: com título do pro-
jeto. Em projetos que são continuação ou jeto, instituição, nomes dos integrantes
uma nova fase de projetos realizados pelo (estudantes, orientador e coorientador) e
estudante em anos anteriores, o texto do data.
resumo deve se ater ao trabalho realizado • Sumário: ordenação dos tópicos
no ano corrente, fazendo mínima referên- com as respectivas páginas.
cia ao trabalho do ano anterior. • Resumo do projeto: conforme já
Um bom resumo de projeto contém, explicado no item B anterior.
de forma bastante resumida, a seguinte • Introdução: apresentação e contex-
estrutura: tualização do projeto.
• Hipótese ou objetivos e relevância
• Objetivos ou questões identificadas do trabalho: descrição da hipótese testada
– Por que realizou o projeto? ou dos objetivos que foram estabelecidos
• Procedimentos e métodos adota- e sua importância.
dos – O que foi realizado no projeto? (Não • Desenvolvimento do projeto:
detalhar os materiais utilizados, concen- material, métodos, descrição detalhada

42
de procedimentos e testes, cronograma, do de forma livre. Acesse febrace.org.br/
custos, etc. biblioteca-de-documentos e baixe o ar-
• Resultados do projeto: são apresen- quivo desejado na seção Modelo de Artigo.
tados e explicados os dados obtidos na
pesquisa, com transcrição, comentários e D. Formulários adicionais
análise dos resultados. Para o desenvolvimento e apresentação
• Conclusões: recapitulação sucinta de projetos de pesquisa em ciências e en-
das propostas do trabalho, ou seja re- genharia, são exigidos alguns formulários
toma-se a hipótese ou os objetivos da adicionais para garantir a ética e a segu-
pesquisa, avaliando se foram comprovados rança da pesquisa.
ou alcançados, abordando os próximos De forma geral, ética significa um
passos que podem ser tomados a partir do conjunto de princípios de nossas ações e
trabalho realizado ou fazendo sugestões condutas que pode ser aplicado às re-
de novas pesquisas que surgem a partir lações humanas ou ao exercício de uma
das observações e dos resultados obtidos profissão. Na pesquisa, é preciso ter ética
para tentar ampliar e fortalecer o tema para respeitar a autoria de outros pesqui-
abordado. sadores, relacionando as pessoas respon-
• Referências bibliográficas: listagem sáveis pela execução do trabalho e a res-
completa de todos os materiais consulta- ponsabilidade de cada um dos envolvidos.
dos para a elaboração do projeto seguindo Uma atitude antiética que deve ser evitada
as normas bibliográficas da ABNT. é o plágio, que consiste no ato de copiar
um trabalho ou qualquer parte dele (texto,
A outra alternativa de documento para figuras, trechos, etc.) de outro autor sem
a submissão do projeto que é aceita por dar os devidos créditos.
algumas feiras é o artigo científico. O A ética também é fundamental para
artigo científico apresenta o conteúdo da que sejam gerados resultados confiáveis,
elaboração do projeto de uma forma sin- capazes de contribuir para o conhe-
tética, permitindo uma leitura mais rápida cimento científico sem a distorção da
do que a de uma monografia ou relatório, verdade. É antiético praticar a falsificação
porém contendo mais detalhes e informa- ou manipulação de dados, materiais ou
ções do que as incluídas em um resumo. equipamentos de pesquisa, bem como a
Recomenda-se que o artigo tenha em alteração ou omissão de dados, de for-
torno de oito páginas, seja feito em tama- ma que a pesquisa não seja representada
nho A4 e contenha as seguintes seções: precisamente.
Para assegurar-se de que a pesquisa te-
• Resumo nha sido realizada com ética, é recomen-
• Introdução dável que a feira exija de todos os projetos
• Questão estudada ou problema submetidos o preenchimento, assinatura
identificado e envio de um Termo de Autenticidade do
• Hipótese ou objetivos Projeto. Confira o exemplo do Termo de
• Descrição de materiais e métodos Autenticidade de Projeto da FEBRACE no
utilizados Apêndice 8 do Capítulo 10, Materiais de
• Resultados e discussão Apoio
• Conclusões Além da ética na pesquisa, é preciso
• Referências bibliográficas também conhecer e respeitar algumas
normas de segurança fundamentais para
A FEBRACE disponibiliza em seu site o melhor desenvolvimento da pesquisa e
um modelo de artigo editável nos forma- para evitar problemas, riscos e acidentes.
tos .doc, .docx e .odt que pode ser utiliza- Essas regras são adotadas para redu-

43
zir a exposição do aluno a riscos, evitar dos elementos aqui mencionados também
acidentes ao indivíduo, ao meio coletivo devem explicitar e detalhar essas informa-
ou ao meio ambiente, mas também para ções, materiais e métodos em seu plano
evitar ferir animais e problemas com bens de pesquisa para que a feira possa iden-
materiais. tificar a necessidade do preenchimento
No caso da FEBRACE, os autores de desses formulários adicionais e realizar
projetos que envolvem certos elemen- processos de triagem e avaliação mais
tos, tais como seres vivos, substâncias ou adequados (veja mais no item Comitê de
equipamentos que possam oferecer algum Revisão Científica na seção 6.2 do próximo
risco, devem obrigatoriamente contar com capítulo).
a aprovação de instituições especializadas,
com o acompanhamento de profissio- EXPERIMENTE 17
nais ou pesquisadores da área. Também Reflita sobre os documentos e itens
é necessário preencher e encaminhar obrigatórios para a submissão de projetos
formulários específicos durante a etapa de apresentados até aqui e anote no Plano de
submissão. Ação quais deles também serão essenciais
É recomendável que esse critério tam- para a submissão de projetos à sua feira.
bém seja adotado por outras feiras a fim
de garantir a segurança dos estudantes e a E. Diário de bordo
condução da pesquisa dentro das normas O Diário de Bordo é um documento
estabelecidas pela legislação brasileira e apresentado na mostra de finalistas. Ele é
internacional. elaborado pelos estudantes e é essencial
No caso da FEBRACE, integrantes de no desenvolvimento do projeto desde o
projetos que se enquadram nas seguintes começo até a conclusão da pesquisa. No
condições devem preencher formulários entanto, ele não deve ser enviado à feira
adicionais: durante a etapa de submissão de projetos,
devendo ser apresentado apenas durante
• Pesquisa com participação de seres a mostra de finalistas.
humanos. Os estudantes devem usar o Diário
• Pesquisa com animais vertebrados. de Bordo para anotar suas observações,
• Pesquisa com agentes biológicos ideias, reflexões e comentários sobre o
potencialmente perigosos (inclui subs- trabalho em desenvolvimento. É o lo-
tâncias patogênicas, recombinação de cal onde eles podem descrever e refletir
DNA e tecidos humanos ou de animais). sobre os problemas que vão surgindo, os
• Pesquisa com substâncias ou equi- obstáculos que encontram no desenvol-
pamentos controlados ou perigosos vimento do trabalho e a forma como os
(inclui atividades perigosas). superam. O Diário de Bordo pode ser feito
em grupo ou individualmente, pois é um
A FEBRACE disponibiliza em seu site diário do projeto.
oficial uma descrição completa de todas Como sugestão de registro no Diário
as regras de segurança para pesquisas que de Bordo, pode-se considerar três partes:
envolvam algum desses elementos, bem o cabeçalho, a atividade e a reflexão. O
como todos os formulários adicionais exi- cabeçalho descreve o contexto da ativi-
gidos para cada um deles, que podem ser dade, com data, hora, local onde ocorreu
usados como modelo para a feira. Acesse e a lista de participantes. A atividade
febrace.org.br/regras-de-seguranca para contém uma descrição do que foi condu-
conferir todas as informações e os docu- zido naquela ocasião, como textos lidos,
mentos. entrevistas conduzidas, experimentos, ob-
As pesquisas que envolverem algum servações, dados coletados, etc., podendo

44
conter diagramas, imagens e referências a imagens e fotos, pois esses recursos aju-
vídeos consultados. Já a reflexão inclui os dam a apresentar as ideias de forma mais
pensamentos sobre o modo como a tarefa sintética.
foi conduzida, o seu efeito no processo de Na FEBRACE, o pôster ou banner tam-
desenvolvimento do projeto e os próximos bém é um item essencial para os projetos,
passos a serem executados. no entanto, assim como o Diário de Bordo,
Apesar de ser recomendável que o ele não deve ser enviado na etapa de sub-
Diário de Bordo não seja digital, dando missão, mas somente apresentado pelos
preferência para que as anotações sejam estudantes finalistas durante a mostra de
realizadas à mão em um caderno ou ar- projetos.
quivadas em uma pasta, soluções digi- De acordo com as regras da FEBRACE,
tais também podem ser utilizadas, como o pôster de apresentação do projeto deve
aplicativos de anotação disponíveis para ter no máximo 0,9 m de largura por 1,2 m
dispositivos móveis (smartphones, tablets). de altura e deve apresentar as linhas prin-
O mais importante é organizar e registrar cipais do projeto: o problema ou questão
as observações e o processo de desenvol- da pesquisa, o objetivo ou a hipótese, o
vimento do projeto com precisão. método e os procedimentos, a análise e
Os registros do Diário de Bordo são a a conclusão. É importante mostrar que
principal base para a elaboração do rela- o método científico ou de engenharia foi
tório do projeto ou artigo científico, por utilizado no desenvolvimento do projeto,
isso ele é um item muito importante tanto para tanto, pode-se fazer uso de um flu-
para a execução do trabalho dos estudan- xograma para ilustrá-los, por exemplo.
tes quanto para a posterior avaliação da
qualidade do projeto. EXPERIMENTE 19
Reflita sobre como orientar os es-
EXPERIMENTE 18 tudantes a produzirem o pôster de um
Reflita sobre a importância do Diá- projeto e anote suas observações no Plano
rio de Bordo no desenvolvimento de um de Ação.
projeto de ciências ou engenharia e como
orientar os estudantes para que eles ela- G. Vídeo
borem bons Diários de Bordo. Anote suas A FEBRACE também pede aos estudan-
conclusões no Plano de Ação. tes finalistas que enviem um vídeo apre-
sentando o projeto, um item importante
F. Pôster especialmente para as feiras virtuais. No
Para participar de uma feira ou mos- vídeo, devem aparecer os estudantes que
tra de ciências e engenharia, é preciso desenvolveram o projeto. O orientador e o
elaborar um pôster que será afixado no coorientador não participam do vídeo.
espaço reservado ao projeto. O pôster é o No caso da FEBRACE, o vídeo pode
cartão de visita do projeto, e faz o primei- ter alguns formatos, como ser um vídeo
ro contato entre o autor e o avaliador ou dos estudantes explicando o projeto ou
visitante da feira. É uma ferramenta visual uma apresentação de slides com a narra-
explicativa, que apresenta sucintamente ção dos estudantes finalistas. A FEBRACE
os objetivos, o desenvolvimento, os resul- recomenda que o vídeo do projeto tenha
tados e as conclusões do projeto. duração de até três minutos.
Um pôster tem que ser autoexplicativo,
chamativo, criativo e informativo, mas ele EXPERIMENTE 20
não pode ser poluído visualmente, por isso Reflita sobre como orientar os estu-
é importante equilibrar imagens e textos. dantes para realizarem o vídeo de apre-
É recomendado usar gráficos, diagramas, sentação do projeto e anote suas conclu-
sões no Plano de Ação.

45
5.4 Método científico e de engenharia preender diferentes pontos de vista, saber
distinguir e compreender situações novas,
Segundo José Reis, “nossos métodos de formular considerações sobre a experi-
ensino, por muito tempo, afugentaram o ência realizada e compará-la com expe-
estudante”. No entanto, ao longo dos anos, riências similares, utilizar equipamentos,
“Fizeram-se revoluções pedagógicas, e técnicas de laboratório ou sistemas com-
a ciência se tornou mais atraente e mais putacionais adequadamente, bem como
bem ensinada. Abriram-se as janelas e as superar dificuldades ao longo do projeto.
portas da sala de aula”14. Nesse sentido, as
feiras de ciências e a elaboração de proje- EXPERIMENTE 21
tos seguindo os métodos de investigação Reflita sobre as melhores formas de
científica vieram para guiar tanto estu- orientar os professores orientadores e
dantes como professores por um cami- coorientadores para que eles adotem o
nho muito mais interativo e eficaz para a método científico ou de engenharia para
aquisição do conhecimento e tornaram-se orientar os projetos de seus alunos. Anote
práticas pedagógicas muito importantes. suas conclusões no Plano de Ação.
Por isso, um tópico que também me-
rece destaque e especial atenção com
relação aos critérios exigidos dos proje- 5.5 Prazos e formas de submissão
tos submetidos é a necessidade de que a
elaboração desses projetos seja conduzida Definir e divulgar amplamente os pra-
com a aplicação do método científico ou zos para a submissão de projetos à feira é
de engenharia. Por isso, é recomendá- fundamental para que eles sejam respei-
vel que os interessados em participar da tados, dando o tempo necessário tanto
feira sejam orientados a, depois de terem à organização e à equipe para realizar as
escolhido o tema do projeto, definir qual próximas etapas, como para os estudan-
desses dois métodos é o mais adequado tes e professores poderem se organizar
para desenvolver os projetos e segui-los para submeter projetos de qualidade. A
para garantir o rigor científico. divulgação desses prazos e dos critérios
A diferença entre esses dois métodos de submissão deve ser feita por meio do
é que o método científico parte de uma site oficial da feira, redes sociais e todos
questão e do levantamento de hipóteses. os outros meios de comunicação que ela
Assim, a pesquisa é feita para testar se possua.
a hipótese é verdadeira ou refutada. Já Para receber a submissão dos projetos,
o método de engenharia parte de uma dependendo do tamanho e abrangência da
necessidade, da identificação de um feira, é possível estabelecer uma siste-
problema, e tem o objetivo de propor uma mática em que os interessados possam
solução ao final da pesquisa criada para baixar os formulários e documentos do
resolver a necessidade identificada no site oficial da feira ou solicitá-los por
início. e-mail e depois devolvê-los também por
Seguir esses dois métodos não apenas e-mail, junto com outros itens que possam
é essencial para que os projetos possam ser necessários, para o responsável pelas
posteriormente ser aceitos em feiras submissões na equipe.
como a FEBRACE, mas também para que Uma outra forma mais eficiente de
os estudantes possam desenvolver ha- receber as submissões é, com a ajuda de
bilidades e competências para analisar um profissional em desenvolvimento web,
criticamente dados e informações, com- criar um sistema que permita a submissão
eletrônica, contendo todos os campos de
14 REIS, José. Feiras de ciência: Uma revolu-
ção pedagógica. São Paulo: Instituto de Física dados que devem ser preenchidos eletro-
Teórica, 1965.

46
nicamente e a possibilidade de fazer uplo- Para compreender melhor quais outros
ad de itens como o relatório, formulários dados devem ser exigidos durante a sub-
adicionais e outros. missão do projeto, confira um modelo de
Alguns dos dados e itens essenciais ficha de submissão de projeto no Apêndice
que devem ser exigidos pela feira para a 9 do Capítulo 10, Materiais de Apoio.
submissão dos projetos são: Vale ressaltar que, com a nova Lei Geral
de Proteção de Dados (LGPD), é importan-
• Dados do projeto (título, categoria, te estar atento aos dados coletados, seu
número de integrantes, etc.) armazenamento, regras de compartilha-
• Dados completos dos integrantes mento e exclusão. É aconselhável que a
(nome, data de nascimento, contato, comissão organizadora da feira entre em
cidade, etc.) contato com uma pessoa da área jurídi-
• Dados da escola em que os estu- ca para esclarecer os detalhes sobre a
dantes estão matriculados (nome, tipo, lei e forneça orientações sobre ela para
endereço, etc.) toda a equipe. Outra ação recomendável
• Dados do representante da escola é a elaboração de termos de uso que os
(cargo, nome, contato, etc.) estudantes e professores que submeterem
• Plano de pesquisa projetos para a feira deverão aceitar.
• Resumo do projeto
• Relatório do projeto

Acervo Feira Brasileira de Ciências e Engenharia – FEBRACE

Acervo Feira Brasileira de Ciências e Engenharia – FEBRACE

47
6. Pré-avaliação e Seleção de Projetos

A avaliação de projetos é um dos momentos mais importantes


de uma feira de ciências e engenharia. É nele que os avaliadores
farão toda a diferença na formação educacional do estudante,
fornecendo informações, dicas e ensinamentos preciosos
diretamente para o aluno e indiretamente para seu professor
orientador. Por isso, estruturar um processo de avaliação que seja
isonômico e formativo é o principal objetivo.

T odos os projetos submetidos para


uma feira de ciências e engenha-
ria devem passar por um processo de ava-
6.1 Triagem

A triagem é o primeiro processo pelo


liação que envolve várias etapas. Inicial- qual os projetos são submetidos e sua
mente, é necessário analisar se os projetos principal função é reduzir o tempo de pré-
e documentos enviados estão de acordo -avaliação eliminando com antecedência
com as normas da feira. Em seguida, os projetos que não estejam qualificados para
projetos considerados aptos devem ser participar da feira.
encaminhados para um comitê de seleção, Nesta etapa, a documentação dos pro-
que escolherá os mais qualificados para jetos submetidos é analisada e verifica-se
participar da mostra de projetos da feira a consistência e adequação deles às regras
de acordo com critérios pré-estabeleci- da feira. Sendo assim, o regulamento da
dos. Por último, os projetos expostos du- feira é o principal documento de base
rante a feira serão avaliados novamente e, neste momento e deve ser consultado
dentre os melhores trabalhos, são selecio- para que os critérios eliminatórios sejam
nados aqueles que receberão premiações. verificados.
No caso da FEBRACE, construiu-se um Esta etapa pode ser realizada por
processo cuidadoso de seleção e avaliação pessoas que estiverem colaborando com a
de projetos em quatro etapas para garantir organização da feira, como estagiários dos
transparência e legitimidade à escolha dos professores, monitores ou alunos de gra-
melhores: triagem, pré-avaliação, seleção duação. A equipe de triagem deve receber
e avaliação. As etapas de triagem, pré-a- um treinamento prévio fornecido pelos
valiação e seleção ocorrem antes do início organizadores da feira para instruí-la com
da feira e, juntas, compõem o momen- relação aos critérios eliminatórios para a
to em que os projetos submetidos mais triagem de projetos.
qualificados para participar da mostra de Ao realizar a triagem, os principais ob-
finalistas serão escolhidos. Já a avaliação jetivos e atividades da equipe de triagem
acontece durante a mostra de projetos e devem ser:
permite identificar e premiar os melhores
projetos expostos. • Verificar a consistência dos dados
Neste capítulo, trataremos mais a fun- cadastrados (idade, série, quantidade
do cada uma dessas etapas. de alunos e autoria dos projetos).
• Conferir os documentos enviados

48
e identificar irregularidades (resumo, meira com os projetos que estão comple-
plano de pesquisa, relatório do projeto, tos e de acordo com o regulamento da
formulários). feira, os quais devem ser liberados para a
• Verificar a ocorrência de plágio. Po- fase de pré-avaliação, e a segunda com os
dem ser utilizados softwares verifica- projetos desclassificados, ou seja, aqueles
dores de plágio, como o Turnitin15, que que estão incompletos ou fora dos crité-
compara o texto do aluno com outros rios de participação.
publicados e aponta semelhanças.
• Entrar em contato com estudantes Comitê de Revisão Científica (CRC)
para a resolução de itens pendentes. Outra função da triagem é também
• Desclassificar projetos que não identificar projetos que possam precisar
sejam compatíveis com o regulamento ser verificados pelo Comitê de Revisão
da feira ou cujas irregularidades não Científica (CRC). O Comitê de Revisão
tiverem sido resolvidas. Científica deve ser formado por, no mí-
• Liberar os projetos que estejam de nimo, três profissionais: um profissional
acordo com o regulamento da feira registrado da área médica, um membro
para a fase de Pré-Avaliação. gestor da instituição e um profissional de
educação, sendo que nenhum deles deve
Existem algumas irregularidades co- ter relação direta com os estudantes ou
muns que podem ser identificadas pela seus respectivos orientadores, evitando
equipe de triagem e que possuem caráter conflito de interesses.
eliminatório se não forem resolvidas a Esse comitê será responsável por
tempo pelos autores do projeto, as quais garantir que os projetos participantes
são: da feira sigam as legislações brasileiras
e internacionais de segurança e ética na
• Estudantes cadastrados que não condução de pesquisas científicas, em
conferem com autores do relatório de especial a norte-americana, adotada pela
pesquisa. International Science and Engineering Fair
• Idade ou série de algum dos inte- (ISEF).
grantes do grupo que não corresponde O Comitê de Revisão Científica exami-
ao formato da feira. na os projetos e verifica:
• Falta de documentação obrigatória
(resumo, plano de pesquisa, relatório • A adequação do tratamento em hu-
do projeto, formulários) manos e em animais.
• Pesquisa ou projeto plagiado. • A concordância com regras e deter-
• Número de estudantes maior do que minações legais quanto à pesquisa com
o limite permitido pela feira. pessoas e animais.
• Formato do projeto não se enquadra • O uso adequado de DNA, organismos
com o formato da feira. patogênicos, substâncias controladas,
tecidos, substâncias perigosas e máqui-
É importante que cada membro da nas.
triagem escreva, junto com suas observa- • A observação das regras de ética na
ções, seu nome e a data em que verificou o condução da pesquisa.
projeto para que, caso haja alguma dúvida, • A comprovação de pesquisa biblio-
ela possa ser esclarecida. gráfica.
Como resultado da triagem, a equipe • A comprovação de supervisão ade-
de triagem deverá ter duas listas: a pri- quada na condução do projeto.
• As informações preenchidas nos
15 Saiba mais sobre esse software acessando formulários, assinaturas e datas de
turnitin.com/pt.

49
realização do projeto. professores externos, pesquisadores e
• O avanço significativo em continua- convidados. No caso da FEBRACE, para
ção de projetos anteriores. participar do comitê de pré-avaliação, é
necessário ser mestre ou estar cursando o
O Comitê de Revisão Científica deve doutorado, e não é permitido que o avalia-
ter o poder de solicitar mudanças para a dor tenha vínculo com os alunos, escolas
adequação do projeto às regras da feira ou feiras afiliadas que submeteram proje-
ou desclassificar aqueles que não tenham tos para a feira.
possibilidade de realizar as alterações Os participantes do comitê de pré-ava-
necessárias para que se enquadrem nas liação devem avaliar os projetos de acordo
normas. com sua área de especialidade e com base
nos critérios de avaliação estabelecidos
EXPERIMENTE 22 pela organização da feira. É importante
Liste no Plano de Ação os critérios eli- que o pré-avaliador deixe seus comentá-
minatórios que se adequam ao regulamen- rios para a comissão organizadora, indi-
to e modelo de feira que você pretende cando se, em sua opinião, o projeto deve
realizar e que devem ser observados por ou não ser selecionado para participar
todos os participantes da equipe de tria- da feira. Da mesma forma, também é de
gem. Organize-os em ordem lógica quanto grande relevância que o pré-avaliador dei-
à relevância e gravidade. Dessa forma, xe comentários para os autores do projeto,
problemas mais difíceis ou projetos que para que possa enriquecer o aprendizado
não se enquadram aos critérios eliminató- e o desenvolvimento dos alunos.
rios podem ser percebidos imediatamente No caso da FEBRACE, a pré-avaliação
e encaminhados para resolução ou serem é feita com base em sete critérios princi-
desclassificados. Se possível, tenha uma pais:
lista dos critérios a serem preenchidos
com os problemas e itens pendentes para 1. Criatividade do problema proposto.
cada projeto, facilitando o encaminha- 2. Inovação da solução.
mento para resolução. 3. Utilização do método científico ou
Organize sua equipe de triagem. Quem de engenharia.
pode participar? Quantos e quais projetos 4. Profundidade da pesquisa.
serão distribuídos para cada um? Que tipo 5. Clareza do objetivo, dos procedi-
de anotação a equipe deve fazer caso falte mentos e das conclusões.
algum item ou ele não esteja de acordo 6. Habilidade de análise e de investi-
com as regras? gação.
7. Coerência entre o tema escolhido e
os procedimentos utilizados.
6.2 Pré-Avaliação
Para cada critério, o avaliador atribui
O processo de pré-avaliação é a avalia- um conceito, que é convertido em uma
ção de todos os documentos dos projetos nota: Excelente (5), Ótimo (4), Bom (3),
enviados segundo os critérios estabeleci- Regular (2), Fraco (1), Insuficiente (0). As
dos pela feira. Nesta fase, resumos, planos notas atribuídas pelos pré-avaliadores são
de pesquisa e relatórios dos projetos são ajustadas automaticamente pelo algoritmo
observados e avaliados por um comitê existente no sistema eletrônico da FEBRA-
de pré-avaliação, que atribui notas aos CE, que considera o nível de especialidade
projetos. e experiência do pré-avaliador, bem como
O comitê de pré-avaliação pode ser o seu rigor no conjunto de avaliações, que
composto por professores da escola, resultam em um fator denominado “Índice

50
de Destaque”, o qual permite a ordenação com experiência na avaliação de projetos
dos projetos com as melhores avaliações científicos de jovens do ensino básico.
e visualização dessa avaliação de forma Para selecionar quais projetos partici-
gráfica. parão como finalistas na feira, o comitê de
A comissão de pré-avaliadores da seleção deverá verificar e validar as notas
FEBRACE em 2020 foi composta por 669 e os comentários dos pré-avaliadores e
professores universitários e profissio- considerar como base os critérios de sele-
nais voluntários e, durante o processo de ção definidos pela feira.
pré-avaliação, cada projeto foi avaliado No caso da FEBRACE, anualmente,
por três pré-avaliadores diferentes, cuja aproximadamente 350 projetos são sele-
média das notas representou a nota final cionados como finalistas, sendo que em
da pré-avaliação do projeto. torno da metade desse total é composta
É recomendável que os projetos sub- por projetos de estudantes provenientes
metidos à feira sejam também avaliados do programa de feiras afiliadas. Assim, o
por mais de um pré-avaliador para garan- comitê de seleção da FEBRACE tem o pa-
tir a maior isonomia e legitimidade possí- pel de selecionar os finalistas que inscre-
vel ao processo. verem seus projetos pela submissão direta,
Como resultado da etapa de pré-ava- complementando as aproximadamente 50
liação, a equipe deverá ter uma lista de a 60% de vagas disponíveis.
projetos com a média das notas e co- A prioridade da FEBRACE é selecio-
mentários dos pré-avaliadores prontos nar entre os finalistas os estudantes que
para seguirem para a próxima etapa, a de tenham enviado os melhores projetos. No
seleção dos projetos que participarão da entanto, considerando a diversidade de
mostra. realidades no Brasil, uma série de critérios
foram estabelecidos pela organização da
EXPERIMENTE 23 FEBRACE para realizar uma seleção justa,
Liste no Plano de Ação os itens que com autonomia para fazer ajustes que se
você acha que devem ser avaliados duran- façam necessários em função das caracte-
te a etapa de pré-avaliação de acordo com rísticas das submissões a cada ano, usando
as normas e objetivos da sua feira. Tente como referência as avaliações e comen-
estabelecer coerência entre cada critério tários dos pré-avaliadores e o Índice de
de forma que seja possível configurar um Destaque de cada projeto.
processo uniforme de avaliação. Os critérios estabelecidos pela orga-
nização da FEBRACE para a seleção de
projetos finalistas são:
6.3 Seleção
A. Limite de seleção por escola
A fase de seleção é o momento em que B. Limite de seleção por tipo de escola
são escolhidos os projetos finalistas que C. Proporcionalidade de seleção por
participarão da mostra de projetos da Unidade da Federação
feira. A partir do resultado da pré-avalia- D. Proporcionalidade de seleção por
ção, os projetos são verificados por um categoria
comitê de seleção composto por pessoas
convidadas pelos organizadores da feira. Vejamos a seguir cada um deles em
O comitê de seleção usa alguns critérios mais detalhes.
para selecionar os projetos finalistas que
irão participar da mostra. A. Limite de seleção por escola
No caso da FEBRACE, os convidados Para incluir o maior número de esco-
são pesquisadores mestres e doutores las possíveis na mostra de finalistas, cada

51
escola pode ter no máximo dois projetos ser proporcional à quantidade de projetos
selecionados para participar da FEBRA- submetidos por categoria. As metas por
CE. Esse limite poderá ser extrapolado categoria são ajustadas anualmente, de
apenas nos casos em que a escola possua acordo com o perfil de submissão de cada
projetos indicados por uma feira afilia- ano.
da. Para ampliar a abrangência da feira, a Nem sempre é possível atender a todos
FEBRACE considera importante limitar o os critérios estabelecidos, mas esses
número máximo de projetos finalistas por servem de base para orientar o comitê de
escola. Por outro lado, para dar visibilida- seleção na escolha dos projetos finalistas
de a escolas que desenvolvem trabalhos da FEBRACE.
de qualidade e permitir a socialização dos O resultado da etapa de seleção são
mesmos, é importante abrir espaço para duas listas: uma com os projetos aprova-
projetos com rigor científico. dos que participarão da mostra de finalis-
tas da feira, a qual deve ser divulgada no
B. Limite de seleção por tipo de escola site oficial e em outros meios de comu-
A FEBRACE considera importante haver nicação da feira, e outra com os projetos
um equilíbrio entre a quantidade de proje- que não foram selecionados para a mostra
tos selecionados provenientes de escolas de finalistas.
públicas, privadas e fundações (privadas Após a divulgação da relação dos fina-
e gratuitas). O comitê de seleção garante listas, os estudantes, orientadores e coo-
que o número total de projetos de escolas rientadores que não tiveram seus projetos
públicas somado ao total de projetos de selecionados recebem comunicados sobre
fundações (privadas e gratuitas) seja maior os motivos pelos quais não foram sele-
do que o número total de projetos de cionados. É recomendável que seja dado
escolas privadas. Com a determinação de a eles o direito de enviar uma solicitação
um número limitado de projetos por es- de reconsideração para nova análise do
cola, essa proporção tem sido geralmente projeto, caso desejem.
garantida naturalmente no processo de No pedido de reconsideração não
seleção, sem a necessidade de ajustes devem ser aceitas informações adicionais
específicos. de qualquer natureza que modifiquem a
submissão original, nem o envio de docu-
C. Proporcionalidade de seleção por mentos complementares àqueles original-
região mente encaminhados, exceto se tiverem
Na seleção da FEBRACE, o número de sido solicitados pela organização da feira
projetos selecionados por Unidade da Fe- por motivo excepcional. Após realizada
deração é proporcional à distribuição de essa nova análise dos projetos pelo co-
estudantes do ensino fundamental, médio mitê de seleção, os pareceres devem ser
e profissional no território nacional (com enviados aos respectivos autores e a lista
base nos dados finais do Censo Escolar de finalistas atualizada deve ser publica-
do ano vigente, publicado pelo INEP). As da. Por isso, é importante deixar algumas
metas estabelecidas servem como refe- vagas de finalistas para serem preenchidas
rências, mas o comitê de seleção prioriza com os projetos aprovados no recurso. As-
a qualidade dos projetos apresentados, sim, haverá um número limite de projetos
valorizando todas as regiões do país. que podem ser aprovados nessa segunda
chamada.
D. Proporcionalidade de seleção por
categoria EXPERIMENTE 24
A FEBRACE considera que o número Liste no Plano de Ação os itens que
de projetos aprovados por categoria deve você acha que devem ser levados em

52
consideração durante a etapa de seleção contribuição efetiva dos avaliadores no
de projetos finalistas da sua feira. Tente ensino e desenvolvimento dos estudantes,
estabelecer severidade e coerência de é fundamental atribuir aos avaliadores
seleção, garantindo a inclusão de todos e apenas projetos que correspondam com
considerando os objetivos da sua feira. suas áreas de expertise.
Liste a quantidade total de projetos que
sua mostra poderá comportar. Ficha de avaliação
Liste a quantidade de vagas para proje- A ficha de avaliação entregue aos
tos aprovados pelo comitê de seleção, por avaliadores deve conter essencialmente
feira afiliada e pelo recurso. o nome do avaliador, os dados do projeto
(categoria, número do estande e título),
espaço para comentários do avaliador e os
6.4 Avaliação durante a feira critérios de avaliação para que ele atribua
um conceito, ou nota, a cada um dos cri-
Durante a feira, a atração principal é a térios. Pode-se usar a forma que preferir
mostra de projetos finalistas e, nela, os es- para atribuir as notas, como o método nu-
tudantes são avaliados por um comitê de mérico de 1 a 10, letras de A a F, ou catego-
avaliação formado pelos avaliadores que rias como Excelente, Bom, Regular, Ruim.
foram selecionados ou convidados pela Um exemplo de método simples e eficien-
equipe da comissão de avaliação. Esses te para atribuir notas para cada critério é
avaliadores podem ser professores da es- estabelecer uma escala numérica de 0 a 5,
cola, professores externos, pesquisadores em que seja:
mestres e doutores, dentre outros.
A avaliação dos projetos é uma das eta- 5 – Supera as expectativas
pas mais importantes da feira, pois é por 4 – Ótimo
meio dessa avaliação realizada durante a 3 – Bom
mostra que serão selecionados os melho- 2 – Regular
res projetos da feira, ou seja, aqueles que 1 – Fraco
ganharão os prêmios. 0 – Insuficiente ou Inexistente
Ao chegar na feira, os avaliadores são
normalmente encaminhados para uma Para visualizar melhor esse exemplo,
sala, onde são recebidos pela equipe da confira um modelo de ficha de avaliação
comissão de avaliação. A presença dos no Apêndice 10 do Capítulo 10, Materiais
avaliadores é registrada e eles recebem de Apoio.
um crachá de identificação, fundamental Os avaliadores passam por todos os
para que os estudantes possam identificá- estandes dos projetos que foram atribu-
-los facilmente. ídos a eles, assistem à apresentação dos
Em seguida, é importante também estudantes, conversam com eles e fazem
fornecer aos avaliadores orientações perguntas, bem como verificam os do-
sobre como devem conduzir o processo cumentos dos projetos e examinam os
de avaliação e entregar a eles as fichas de materiais expostos para poder atribuir as
avaliação dos projetos que deverão avaliar. notas na ficha de avaliação. Terminadas as
Os projetos que cada avaliador avaliará avaliações, o avaliador devolve a ficha de
dependem da sua formação e especiali- avaliação para os organizadores da feira
dade. Não é recomendável, por exemplo, para que eles possam contabilizar as notas
designar um avaliador que seja professor e, com base nisso, atribuir os prêmios para
de Matemática para avaliar um projeto os projetos com melhor classificação.
da área de Biologia ou Linguística. Para
garantir a qualidade das avaliações e a

53
Critérios de avaliação dante, ao projeto e aos materiais produzi-
Os critérios de avaliação devem ser dos. Na FEBRACE, os critérios são agrupa-
criados a partir dos objetivos gerais da dos como na tabela abaixo:
feira. Geralmente, eles se referem ao estu-

Projeto Rigor científico (uso do método científico ou de en-


genharia)
Inovação
Profundidade

Alunos Atitude Científica e Habilidades


Criatividade
Apresentação Oral

Materiais Pôster
Diário de Bordo
Relatório

Para conhecer mais a fundo os de- Aplicação do método de engenharia:


talhes desses critérios, confira o quadro 1) O aluno demonstra capacidade de
critérios de avaliação no Apêndice 11 do definir o problema de forma clara?
Capítulo 10, Materiais de Apoio. 2) O aluno propôs uma solução rele-
De forma geral, ao avaliar os projetos, vante para abordar o problema?
os avaliadores devem se atentar à qualida- 3) O aluno soube identificar e cumprir
de do projeto e ao nível de compreensão as etapas necessárias para desenvolver
que o estudante possui sobre sua pesquisa seu projeto?
e a área de estudo. Como exemplo de cri- 4) O aluno foi capaz de simular, proto-
térios mais específicos de avaliação que a tipar e testar sua solução?
feira pode adotar para avaliar os estudan- 5) A solução apresentada é criativa?
tes e seus projetos, seguem os critérios
adotados pela FEBRACE em mais detalhes, • Inovação
assim como algumas perguntas norteado- Apresenta uma resposta original à
ras que ajudam o avaliador a atribuir notas questão levantada (pesquisa científica)?
para cada critério: Apresenta uma solução criativa ao proble-
ma identificado (projeto de engenharia)?
• Rigor científico 2) A proposta tem relevância social e
Aplicação do método científico: potencial para transformar a realidade da
1) O aluno foi capaz de formular cla- comunidade em que o aluno vive?
ramente o trabalho (questão, hipótese,
objetivos)? • Profundidade
2) O aluno soube identificar e cumprir 1) O aluno utiliza mais de uma fonte
as etapas necessárias para conduzir o de informação ou experimento para sua
projeto (pesquisa bibliográfica, coleta de análise?
dados, análise, registro)? 2) O aluno conhece outras soluções,
3) As variáveis foram bem identificadas teorias ou trabalhos na mesma área?
e definidas (elas estão de acordo com o 3) O aluno consegue vislumbrar possi-
tipo de projeto)? bilidades de continuidade de seu projeto?
4) O aluno levantou informações con- 4) O aluno entende os impactos de seu
sistentes para sustentar suas conclusões? projeto (ambientais, sociais ou econômi-
5) O aluno consegue situar e relacionar cos)?
seu projeto com pesquisas similares?

54
• Atitude científica e habilidades • Relatório
1) O aluno acredita no projeto, de- 1) O texto está bem estruturado?
monstra entusiasmo e determinação para 2) O objetivo indica a finalidade do pro-
superar as dificuldades encontradas? jeto, o que pretende realizar?
2) O aluno demonstra competência 3) Os resultados foram adequadamente
para analisar criticamente dados e infor- apresentados e analisados?
mações? 4) A conclusão apresentada é coerente
3) O aluno compreende diferentes com objetivos, hipóteses e resultados?
pontos de vista, sabe distinguir e compre-
ender situações novas? • Pôster
4) O aluno é capaz de formular consi- 1) O pôster apresenta de forma sucinta
derações sobre a experiência realizada e os objetivos, o desenvolvimento, os resul-
compará-la com experiências similares? tados e as conclusões do projeto?
5) O aluno utilizou equipamentos, téc- 2) As informações estão organizadas
nicas de laboratório ou sistemas computa- de forma coerente e atrativa?
cionais adequadamente?
6) O aluno foi capaz de engajar pessoas Recomenda-se, ainda, que a equipe
da sua família, escola ou comunidade no aborde os seguintes pontos ao orientar os
projeto? avaliadores sobre como realizar a avalia-
ção e interagir com os estudantes autores
• Criatividade dos projetos:
1) O aluno desenvolveu o projeto a par-
tir de uma ideia nova? • Ao chegar no estande, peça que o
2) O aluno propôs uma resposta origi- estudante apresente o seu projeto de pes-
nal à questão levantada? quisa rapidamente.
3) O aluno inovou na abordagem (re- • Observe o material disponibiliza-
cursos, equipamentos, método) da pesqui- do, incluindo o diário de bordo, relatório
sa? completo do projeto, pôster, bem como
4) O aluno soube relacionar informa- outros materiais apresentados no estande
ções de maneira original? (protótipo, modelo, maquete, etc.).
• Questione o estudante sobre aspec-
• Apresentação oral tos específicos de sua pesquisa, do pro-
1) O aluno foi capaz de organizar as cesso de desenvolvimento do projeto e do
informações relevantes sobre o desenvol- interesse dele pelo tema. Faça perguntas
vimento e resultados de seu projeto? complementares. Sempre que possível dê
2) O aluno domina o assunto de seu sugestões para os alunos.
projeto? • A partir da entrevista, preencha as
3) O aluno consegue expressar suas informações solicitadas na ficha de avalia-
ideias de forma objetiva e sintética? ção.

• Diário de Bordo Algumas sugestões de perguntas que os


1) O diário está bem organizado e em avaliadores podem fazer para os estudan-
ordem cronológica? tes durante a avaliação são:
2) O aluno descreveu os procedimentos
adotados e os equipamentos utilizados? • Como você teve a ideia do projeto?
3) O aluno anotou problemas e contra- • Como planejou sua pesquisa?
dições encontradas, assim como as ideias • Como testou suas ideias?
para resolvê-los? • Qual é a hipótese que você quis tes-
tar ou qual é o problema que você quis

55
resolver? 6.5 Projetos de feiras afiliadas
• Como você analisou os resultados?
• O que você conclui? Os projetos selecionados pelas feiras
• Quais são os próximos passos da afiliadas, apesar de terem garantidas as
pesquisa? vagas para a mostra de finalistas e, por
• Quais são as aplicações práticas do isso, serem dispensados do processo de
seu projeto? seleção, devem passar pelos processos de
• Qual foi a parte mais difícil? triagem e pré-avaliação para verificar se
• O que deu errado? estão dentro das regras da feira.
• Qual é o ponto mais importante do Durante esses processos, caso seja
seu projeto? identificada uma inscrição de projeto de
• Qual foi seu papel? O que não foi feira afiliada que não esteja dentro das
feito por você? regras estabelecidas pela feira que está
sendo planejada, o comitê ou responsável
Todos os avaliadores devem receber pelas feiras afiliadas deve comunicar o
um certificado de participação como ava- responsável pela feira afiliada e determi-
liador da feira. Brindes, tais como camise- nar um prazo para que seja realizada a tro-
tas, pins, canetas, etc., podem também ser ca da indicação do projeto por outro que
oferecidos aos avaliadores como agrade- esteja dentro das regras de participação.
cimento pela participação. Recomenda- Após serem avaliados pela equipe de
-se, se possível, também entregar a eles o triagem e pelo comitê de pré-avaliação, se
resumo dos projetos exibidos na mostra, os projetos enviados pelas feiras afiliadas
como um exemplar dos anais da feira. estiverem dentro das regras, eles são au-
tomaticamente aprovados como finalistas
EXPERIMENTE 25 e participam da mostra. Durante a mostra
Com base no que foi exposto nesta de finalistas, eles são avaliados normal-
seção e no exemplo da ficha de avaliação mente como todos os outros.
no Apêndice 10 do Capítulo 10, Materiais
de Apoio, elabore sua própria ficha com
os critérios de avaliação para a sua feira.
Estabeleça e anote no Plano de Ação como
serão dadas as notas para cada critério.

Acervo Feira Brasileira de Ciências e Engenharia – FEBRACE


56
7. Durante a Feira - Organização e Infraestrutura

Um evento de sucesso, seja virtual ou presencial, demanda um


longo período de preparação e organização e uma infraestrutura
adequada para que todos os participantes e visitantes possam ter
uma experiência educacional positiva e o objetivo de divulgar o
movimento científico seja alcançado.

N o item C da seção 2.1 Planeja-


mento deste livro, exploramos
que uma feira pode ser tanto realizada de
e sua abrangência geográfica, assunto que
exploramos mais a fundo no item D da
seção 2.1, Planejamento. Também é neces-
forma física, com a exposição presencial sário analisar o número de projetos que
dos projetos finalistas, quanto de forma serão expostos e a expectativa de público
virtual, com a apresentação realizada por visitante.
meio de ferramentas tecnológicas on-line. No caso de a feira ser escolar ou
Seja qual for o tipo escolhido para a municipal e for contar com um número
feira, é necessário fazer um cuidadoso menor de projetos, é possível considerar
planejamento de organização e infraes- a própria escola como local para o even-
trutura para que tudo corra bem durante to, fazendo uso de um ginásio, uma sala
os dias da mostra e os participantes, os de aula ou do pátio, mas é importante
convidados e os visitantes possam tirar o lembrar que o local precisa ser coberto e
máximo proveito do evento. arejado para evitar transtornos em dias de
Vejamos a seguir em mais detalhes chuva e manter os estudantes confortáveis
quais são os itens de organização e in- enquanto apresentam seus trabalhos.
fraestrutura mais importantes durante a Nesse caso em que a feira seja rea-
realização de cada tipo de feira. lizada na própria escola, Manoel Lopes
Bezerra Neto destaca também a questão
do barulho, que pode acabar sendo um
7.1 Feira Presencial grande empecilho para a apresentação dos
projetos. Assim, ele sugere que “uma sala
A organização de uma feira presen- de aula isolada pode ser uma solução des-
cial pressupõe a necessidade de atender de que entre essa e a entrada dos visitan-
e acomodar de forma segura todos os tes existam atrativos como, por exemplo,
participantes, visitantes e os projetos que integrantes do grupo dispostos a introdu-
serão exibidos, por isso escolher o local zirem aos pais ou cidadãos da comunida-
adequado e garantir toda a infraestrutura de questões que serão apresentadas nas
necessária são pontos essenciais. respectivas salas”16.
Já na situação em que a feira seja esta-
Local dual, regional, nacional ou até mesmo
Antes de mais nada, deve-se analisar
os possíveis locais onde a feira de ciên- 16 NETO, Manoel Lopes Bezerra. Construção
cias e engenharia poderá ser realizada. O de uma feira de ciências que visa à integração
de atividades de iniciação científica e tecnoló-
local mais adequado para o evento poderá gica para o ensino médio a partir de questões
variar de acordo com o tamanho da feira ambientais e da prática social. Brasília: Univer-
sidade de Brasília, 2015.

57
internacional, a escolha de um espaço se fazem necessários para a realização da
amplo e especialmente estruturado e maioria dos tipos de feiras e já podem ser
preparado para a realização de eventos de adicionados ao checklist, tais como:
médio e grande porte é a mais indicada.
Nesse caso, as opções mais indicadas são • Climatização ou ventilação
um centro de convenções na cidade onde • Iluminação
será sediada a feira ou a montagem de • Banheiros
uma tenda de eventos em área de grande • Bebedouros
circulação do público-alvo da feira e de • Bombeiro e ambulância
fácil acesso aos avaliadores. • Segurança
Por isso, ao definir a abrangência da • Limpeza
feira, um ponto principal para se consi- • Recepção
derar é a existência de centros de con- • Alimentação (almoço, jantar, lanches,
venções na cidade ou região que sejam de etc.)
fácil acesso e possam oferecer a estrutura • Equipamentos de áudio, vídeo e
necessária ou a possibilidade de montar projeção
uma tenda de eventos em uma área reser- • Auditório
vada para essa finalidade. Em algumas edi- • Estandes
ções da FEBRACE, a mostra de finalistas • Transporte (no caso de feiras de
foi realizada em uma tenda de eventos de maior abrangência geográfica)
2.200 m2, montada no estacionamento da • Hospedagem (no caso de feiras de
Escola Politécnica da USP, preparada com grande porte, como nacionais e inter-
espaço para todos os estandes, convivên- nacionais)
cia, salas de imprensa, apoio, sistema de
climatização, ambulatório e toaletes. Dependendo do local que tiver sido
No entanto, a tenda de eventos repre- escolhido para realizar o evento e das
senta um custo significativo no orçamento vantagens que ele oferecer, é possível
e deve ser escolhida apenas se não for eliminar alguns itens desse checklist. Por
encontrado outro espaço adequado que exemplo, se a feira for realizada dentro da
atenda aos objetivos. escola, a equipe de limpeza e de segurança
já faz parte da infraestrutura da escola. No
Infraestrutura caso de um centro de convenções, o local
A dica de ouro para garantir que toda normalmente já oferece a grande maio-
a infraestrutura necessária seja montada, ria dos recursos de infraestrutura, como
sem esquecer qualquer detalhe, é criar um limpeza, climatização, segurança, bombei-
checklist de tudo o que será necessário ro, dentre outros, e provavelmente seria
durante o evento. Contudo, essa lista não necessário apenas se preocupar em alocar
é criada instantaneamente, em apenas os estandes e organizar a alimentação e o
um momento de reflexão. Recomenda-se transporte e hospedagem dos participan-
que ela vá sendo elaborada com o passar tes, se for o caso.
dos dias, conforme os organizadores e a Já no caso da tenda de eventos, como
equipe forem se lembrando de tudo o que ela precisa ser montada completamente
é importante e necessário para atender do zero, nenhum recurso de infraestru-
aos presentes no evento. tura existe dentro dela, o que faz com
Dependendo do tamanho e da abran- que seja indispensável listar no checklist
gência geográfica da feira, diferentes e providenciar todos os itens necessários
detalhes precisarão ser levados em consi- para a infraestrutura do evento.
deração e providenciados, mas há alguns Além de se preocupar com os itens
itens de infraestrutura que normalmente básicos, é importante lembrar-se também

58
de perguntar e considerar se, entre os autorização dos serviços de infraestrutura
participantes, há pessoas com deficiência contratados para a realização da feira. É
para que os recursos de acessibilidade preciso também verificar a necessidade
sejam incluídos na lista. Por exemplo, se de autorização da prefeitura e vistoria
algum dos participantes da feira tiver al- do corpo de bombeiros para emissão de
guma deficiência auditiva, provavelmente alvará.
será necessário providenciar um intér- Os finalistas da feira que sejam meno-
prete de Libras. Se existirem cadeirantes res de idade também precisam providen-
entre os participantes, será necessário ciar com antecedência algumas documen-
providenciar recursos de acessibilidade, tações especiais para garantir que suas
tais como rampas, caso o local do evento participações no evento aconteçam de
não os ofereça, e também será necessário forma regular e cumprindo todas as leis
um meio de transporte adaptado para os vigentes, tais como:
cadeirantes. Se for o caso, esses itens não
podem ser esquecidos e devem ser anota- • Autorização de Viagem e Participa-
dos no checklist. ção (para menores)
• Autorização de Hospedagem (para
Documentação especial menores)
Em alguns casos, pode ser preciso pro-
videnciar algumas documentações exigi- Esses documentos são necessários
das por autoridades da cidade ou região para cumprir as exigências do Estatuto da
para ter permissão de realizar o evento. Criança e do Adolescente, que estabelece
No caso da tenda de eventos da FEBRACE, que todo menor de 18 anos de idade preci-
por exemplo, que fica dentro do campus sa da autorização dos pais ou responsáveis
da Universidade de São Paulo (USP), a para viajar e se hospedar em outra cidade.
documentação é feita com base no atendi- Além de serem assinados pelos pais ou
mento aos itens elencados pela prefeitura responsáveis, é preciso também que sejam
do campus. São eles: autenticados com firma reconhecida em
cartório.
• Dados do evento (nome, número de Como exemplos a serem seguidos,
participantes, local do evento, etc.) confira os modelos desses documentos
• Estrutura do evento (palcos, estan- usados pela FEBRACE nos Apêndices 12 e
des, sanitários, bebedouros, etc.) 13 do Capítulo 10, Materiais de Apoio.
• Instalações elétricas
• Segurança contra incêndio EXPERIMENTE 26
• Atendimento médico Com base na abrangência, tipo e ta-
• Controle de acesso ao evento manho esperado da sua feira, bem como
• Alimentação e bebidas nos locais que você tem em mente para
• Limpeza que ela seja realizada, reflita sobre os itens
de infraestrutura que serão necessários
Além da documentação exigida pela e comece a criar seu checklist no Plano
Prefeitura do Campus da USP, a FEBRACE de Ação. Recomenda-se, novamente, que
também prepara toda a documentação você vá complementando essa lista com o
para a emissão do Auto de Vistoria do passar dos dias, na medida em que for se
Corpo de Bombeiros (AVCB). lembrando de tudo o que é importante e
Para não correr riscos, é fundamental necessário.
certificar-se da idoneidade dos fornece-
dores que prestarão serviços para o even-
to, bem como verificar os documentos de

59
7.2 Programação atividades que possam surgir até que a
programação esteja finalizada. O melhor
A programação consiste basicamente local para a divulgação da programação é
em um calendário com datas, horários o site da feira. Recomenda-se criar uma
e locais das atividades previstas duran- página específica para ela e colocar uma
te a feira. É um item indispensável para chamada na página de abertura. Também
que os participantes e visitantes possam é uma estratégia válida e importante usar
estar cientes das atividades programadas as redes sociais da feira para divulgar a
e, assim, possam conferi-las conforme programação e as atividades, sempre com
desejarem. um link de direcionamento para a página
A programação serve também como da programação completa no site oficial
um guia de divulgação e orientação aos da feira
participantes e de controle pela equipe de
organização. Por isso, é fundamental que
todos os membros da equipe de organiza- 7.3 Feira Virtual
ção tenham também uma cópia da progra-
mação com uma clara divisão de tarefas Devido ao contexto de isolamento
para cada dia. social imposto pela pandemia causada
É importante também que a programa- pelo novo coronavírus em 2020, os even-
ção divulgada seja o mais completa pos- tos virtuais assumiram uma importância
sível, com todas as palestras, workshops, necessária para a segurança de todos os
intervalos, além do tempo de duração envolvidos. Desse modo, até mesmo as
previsto para cada atividade. Isso não só feiras e mostras científicas, que em sua
ajudará os visitantes a se organizarem me- maioria são eventos presenciais, tiveram
lhor, como também dará aos convidados que se adaptar para serem realizadas de
que forem ministrar atividades um guia de forma totalmente virtual para a segurança
tempo para que não se estendam demais, dos organizadores, estudantes, profes-
além de evitar outros imprevistos. sores e outros envolvidos, com todas as
Dependendo das atividades que forem atividades (palestras, avaliação, visitação
acontecer durante a feira, a programação e premiação) acontecendo por meio de
poderá variar, no entanto, dentre os itens ferramentas como Zoom, YouTube e até
mais comuns que devem estar descritos mesmo plataformas virtuais próprias.
na programação com as respectivas des- A realização de forma totalmente virtu-
crições e informações de datas, horários e al, além de trazer grandes desafios, tam-
locais, estão: bém trouxe a possibilidade de que outras
feiras sejam também realizadas de forma
• Mostra de projetos totalmente ou parcialmente virtual, crian-
• Avaliações do a oportunidade de que o movimento da
• Almoço/jantar/lanches inovação e do empreendedorismo cientí-
• Visitas monitoradas fico chegue a ainda mais lugares do Brasil
• Transportes por meio da Internet.
• Nome dos palestrantes e título das Por conta de ser um espaço totalmente
palestras diferente do físico, as experiências ad-
quiridas em uma feira virtual não serão
É importante começar a disponibili- as mesmas daquelas adquiridas em uma
zar a programação para os participantes feira presencial. Por isso, o grande desafio
o quanto antes, podendo, inicialmente, da modalidade virtual é justamente tentar
chamá-la de “Programação Prelimi- ao máximo fazer com que as experiências
nar”, para depois ir acrescentando novas sejam análogas às presenciais. Além desse,

60
dentre os principais desafios para aqueles 100 participantes por até 40 minutos. O
que desejam criar uma feira virtual, estão: Zoom já é largamente utilizado por esco-
las e universidades para a realização de
• Realizar todas as atividades (ava- reuniões, aulas virtuais, apresentações de
liação, mostra virtual, palestras, aber- mestrado e doutorado, dentre outros.
tura e premiação) à distância e pos-
sibilitando interação funcional entre OBS Studio: Mais uma opção de plata-
estudantes, avaliadores, patrocinadores forma de transmissão de vídeos tanto ao
e público visitante. vivo quanto gravados de forma bastante
• Garantir que todos os projetos fi- eficiente. Ele permite o uso de múltiplas
nalistas sejam avaliados com isonomia. câmeras e a inclusão de trilha sonora,
• Identificar as plataformas tecno- efeitos visuais e textos nos vídeos.
lógicas mais adequadas.
• Organizar a equipe para realizar o Google Formulários: Serviço para a
atendimento aos finalistas, avaliadores, criação e gerenciamento de pesquisas,
imprensa, parceiros e público em geral. pode ser usado como ficha de inscrição,
formulário de avaliação, questionário,
Recursos tecnológicos dentre outros. A ferramenta armazena os
Enquanto uma feira presencial acon- resultados e permite a interação e o com-
tece em um espaço físico, a feira virtual partilhamento entre vários usuários.
acontece totalmente dentro do espaço da
Internet. Por isso, da mesma forma como é Google Drive: Serviço de edição,
preciso preparar o local e a infraestrutura armazenamento e compartilhamento de
para a feira presencial, também é preciso documentos em diversos formatos, como
preparar o espaço virtual e a logística das imagem, texto, planilha, apresentação,
atividades para que a experiência de todos etc. A possibilidade de compartilhar os
os participantes possa ser funcional. arquivos automaticamente entre vários
Como espaços virtuais onde se darão usuários torna essa ferramenta bastante
as atividades da feira virtual, existem algu- útil para o envio de relatórios de projeto,
mas soluções tecnológicas e ferramentas para a apresentação em slides e também
que, em 2020, estavam sendo amplamente para a comunicação e organização entre
utilizadas para situações e eventos se- os membros da equipe.
melhantes e que são recomendados, tais
como: Slack: Ferramenta para conectar,
integrar e organizar o trabalho em equi-
YouTube: Totalmente gratuito e de pe. O Slack é bastante usado para facili-
acesso ilimitado, com o seu recurso de tar a rotina em empresas, pois permite a
transmissão ao vivo, o YouTube é uma criação de espaços de trabalho com chats,
das plataformas mais interessantes para a compartilhamento de arquivos, realização
realização das diversas atividades de uma de chamadas de voz ou vídeo e a conexão
feira virtual, como abertura, premiação, com outros aplicativos de produtividade e
palestras, workshops, etc. Além da trans- organização.
missão ao vivo, é também possível progra-
mar para que vídeos já gravados estreiem WhatsApp: Um dos aplicativos de troca
em uma data e horário pré-determinados. de mensagens mais usados em 2020, o
WhatsApp pode exercer um papel funda-
Zoom: Ferramenta para a realização mental agilizando a comunicação entre a
de videoconferências que em sua versão equipe e com os participantes. O aplica-
gratuita permite a participação de até tivo também permite chamadas de voz,

61
vídeo e o compartilhamento de arquivos Além desses recursos já existentes, é
de forma bem simples e rápida, além da possível também contratar profissionais
criação de grupos ou listas de transmis- para o desenvolvimento de sistemas e pla-
são, que possibilitam o envio de uma men- taformas próprias para a feira. A FEBRACE,
sagem para diversas pessoas ao mesmo por exemplo, possui seus sistemas pró-
tempo. prios de submissão de projetos, cadastro
de feiras afiliadas e avaliação. Além disso,
Redes sociais (Facebook, Instagram, desde 2010, a plataforma da FEBRACE
Twitter): Além de serem fundamentais Virtual agrupa os projetos finalistas por
para a interação entre a organização da categoria em suas páginas on-line pró-
feira e o público, permitindo uma eficiente prias, com as informações sobre cada pro-
divulgação de notícias oficiais, as redes jeto e vídeos produzidos pelos finalistas e
sociais também podem ser particularmen- incorporados do YouTube.
te úteis para a interação com os projetos Apesar dos desafios, realizar uma feira
exibidos na feira, permitindo que o públi- totalmente ou parcialmente virtual tam-
co reaja com curtidas e comentários que bém traz diversas oportunidades e vanta-
podem ser contabilizados posteriormente gens para o universo da pesquisa científica
pelas ferramentas fornecidas pelos servi- e da educação, dentre as quais podemos
ços. destacar:

• A criação de uma nova experiência para estudantes e professores, possibilitando


novas oportunidades de interação e educação.
• A realização de cursos e formação em universidades renomadas no Brasil e no
exterior.
• A utilização e maior exploração de recursos tecnológicos para fazer novas pes-
quisas, buscar mais literatura, fazer simulações, fazer contatos e escrever propostas
para conseguir financiamento de apoio aos projetos.
• A expansão do alcance, possibilitando a interação dos estudantes e professores
com especialistas e profissionais que não poderiam estar presentes se as atividades
fossem realizadas localmente.

Acervo Feira Brasileira de Ciências e Engenharia – FEBRACE


62
8. Premiação

Chegou o grande dia! Realizar uma cerimônia de premiação


envolve um planejamento detalhado que deve começar desde o
início dos preparativos para a realização da feira, pois demanda
a previsão de tarefas como a reserva do local da cerimônia, a
escolha dos convidados, o envio de convites, a elaboração de
roteiros, a arrecadação e preparação dos prêmios, dentre outros.

8.1 Arrecadação de prêmios jetos de destaque em cada categoria


• Medalhas para projetos de destaque

A premiação da feira pode ser em cada categoria


constituída tanto de prêmios • Troféus para os projetos de destaque
oferecidos pela própria organização como em cada categoria
por prêmios oferecidos ou doados por
entidades, instituições e empresas apoia- Já quanto aos tipos de prêmios que
doras ou patrocinadoras. No Capítulo 3, podem ser oferecidos por fontes externas,
Captação de Recursos, exploramos mais ou seja, pelos apoiadores e patrocinadores
a fundo como conseguir apoio por meio da feira, destacamos:
do fornecimento de prêmios, no entanto,
vamos recapitular aqui as principais fontes • Certificados de associações, institui-
externas que podem contribuir oferecen- ções científicas e empresas apoiadoras
do prêmios para serem distribuídos na • Equipamentos eletrônicos (computa-
feira: dores, câmeras fotográficas, tablets)
• Bolsas de estudo
• Fundações de Amparo à Pesquisa • Estágios
• Agências nacionais e internacionais • Visitas técnicas
de financiamento • Credenciais para participação em
• Instituições e empresas públicas e outras feiras de ciências e engenharia
privadas
• Instituições governamentais A partir da lista de prêmios que pode-
• Pessoas físicas rão ser oferecidos na premiação da feira,
os organizadores devem elencar quais
Dentre os prêmios mais comuns que serão os premiados e quais prêmios eles
podem ser oferecidos e confeccionados receberão. Todos os estudantes, orienta-
pela própria organização do evento, con- dores e coorientadores participantes de
tendo a identidade visual e a logomarca projetos exibidos na mostra de finalistas
da feira e personalizados com o nome dos podem receber, ao final do evento, um
premiados e de seus projetos, destacamos: certificado de participação concedido pela
feira, no entanto, para outros itens mais
• Certificados de participação na feira relevantes, como os prêmios oferecidos
para todos os participantes pelas instituições e empresas apoiadoras,
• Certificados de premiação para pro- é importante que, na etapa de arrecadação

63
de prêmios, sejam estabelecidos critérios tantes para o resgate.
para a seleção dos projetos e participantes É fundamental também se lembrar de
que os receberão. que alguns prêmios, como os troféus e as
Um dos principais critérios é definir medalhas, exigem um tempo de produção
se o escolhido para ser contemplado com e, portanto, devem ser encomendados
determinado prêmio será definido pela com antecedência suficiente para que
comissão de avaliação da feira ou por al- estejam prontos a tempo de serem confe-
gum técnico ou representante da própria ridos e entregues na cerimônia de premia-
instituição apoiadora. Algumas institui- ção.
ções e empresas preferem participar
do processo de premiação e enviar seus
próprios representantes para conferir os 8.2 Cerimônia de premiação
projetos durante a mostra de finalistas e
escolher o premiado, já outras deixam essa A cerimônia de premiação é o momen-
escolha totalmente a cargo da organização to que encerra a mostra de finalistas da
da feira. Nesse último caso, é importante feira, quando os prêmios são entregues
que os avaliadores estejam cientes das aos melhores projetos escolhidos pelos
particularidades de cada prêmio e se há avaliadores durante a feira. Organizar
pré-requisitos para que o premiado seja uma cerimônia de premiação é uma tarefa
escolhido. Por exemplo, uma instituição bastante trabalhosa, que demanda muita
apoiadora que seja voltada ao incentivo da atenção aos detalhes e dedicação, pois
presença feminina na pesquisa científica é um momento muito importante e de
pode demandar que ao menos um ou até grande receptividade do público, assim,
mesmo todos os integrantes do projeto tudo deve ser organizado e planejado com
premiado sejam do sexo feminino. antecedência.
Durante a etapa de arrecadação de Na seção 2.1, Planejamento, vimos mais
prêmios, é preciso reservar um local a fundo sobre a definição da data em que
para acomodar os itens físicos que serão a feira ocorrerá e a escolha do local. Essas
distribuídos aos premiados e que tenham são duas informações importantes para
sido disponibilizados ou enviados para a poder dar prosseguimento ao planejamen-
organização da feira antes da realização to e definir os detalhes da cerimônia de
do evento, como computadores, tablets, premiação, pois ela ocorre nos dias que
livros, etc. É imprescindível manter um seguem o encerramento da realização da
registro organizado e detalhado de todos feira ou a mostra de projetos. Na maioria
esses itens para que não sejam perdidos dos casos, a cerimônia de premiação pode
ou acabem sendo atribuídos erroneamen- ocorrer no mesmo local onde a feira foi
te. Esse registro deve conter o nome e organizada, seja ele o espaço da escola,
uma breve descrição do item, o nome e os uma tenda de eventos ou um centro de
dados da instituição que o forneceu e os convenções, mas, se a organização da feira
critérios para que seja atribuído ao pre- quiser dar ainda mais destaque e formali-
miado. dade para esse momento tão importante
Para prêmios que não são físicos, do encerramento do evento, é possível
como bolsas de estudo, visitas técnicas, também reservar um local diferente para
credenciais, etc., é aconselhável preparar realizar a cerimônia de premiação, como
um voucher. O voucher é um documento um anfiteatro ou auditório.
que deve ser entregue aos premiados no
momento da premiação com o nome e a Convites a autoridades
descrição do prêmio e a instituição que o Uma das etapas que requer mais aten-
forneceu, bem como informações impor- ção e antecipação é a referente ao envio

64
de convites para as autoridades federais, manuseio, como os equipamentos eletrô-
estaduais e municipais e também os diri- nicos e certificados personalizados.
gentes das instituições parceiras que os
organizadores desejem que estejam pre- O cerimonial
sentes na cerimônia de premiação da feira. Dependendo do tamanho e da abran-
É fundamental enviar os convites com gência da feira, por exemplo, se for na-
antecedência de pelo menos 30 dias da cional ou internacional, é recomendada a
data de realização da cerimônia de pre- contratação de um serviço de cerimonial
miação para garantir que as autoridades especializado para garantir que tudo saia
possam reservar a data em suas agendas. conforme o esperado sem sobrecarregar
É recomendável que, primeiramente, os os membros da equipe. Os profissionais
convites sejam enviados por e-mail com que trabalham com esse tipo de serviço já
todos os detalhes importantes, como dia, possuem conhecimentos sobre as normas
horário e local da cerimônia, bem como de protocolo e se encarregam de contra-
informações de contato para que seja con- tar os outros serviços necessários para a
firmada a presença. Na sequência, devem realização de todas as etapas do cerimo-
ser enviadas também as versões impressas nial, como convites às autoridades, confir-
do convite por correio. O convite im- mação de participação, iluminação, proje-
presso dá ao evento uma conotação mais ção, sonorização, decoração e coquetel.
formal e solene. Outro ponto importante do cerimonial
é a necessidade de um mestre de cerimô-
Estrutura nias para fazer a apresentação do evento e
Os pontos principais para checar conduzi-lo. O mestre de cerimônias pode
com relação à estrutura da cerimônia de ser um profissional contratado especial-
premiação são iluminação, sonorização, mente para a ocasião, ou, caso a feira seja
projeção e coquetel. Para a realização des- de abrangência menor, por exemplo, local
ses serviços adequadamente, é necessário ou regional, o mestre de cerimônias pode
fazer um levantamento de fornecedores ser uma pessoa da própria escola ou da
especializados em cada item. É aconse- organização com as habilidades neces-
lhável dar preferência para aqueles que sárias para realizar essa função. Inde-
apresentarem mais profissionalismo na pendente de quem ele seja, e mesmo que
proposta e que mostrarem exemplos da seja um profissional contratado, é muito
realização de outros eventos. importante e indispensável ter um roteiro
Recomenda-se preparar o espaço da para guiar a sua fala.
cerimônia com um dia de antecedência O roteiro do cerimonial deve conter a
para que todos os itens possam ser testa- sequência de falas do mestre de cerimô-
dos e ajustados. Se for projetar ou passar nias e tem, como ordem básica, o seguin-
vídeos, esse é o momento ideal para testar te:
o funcionamento de todo o equipamento.
Além disso, é importante planejar adequa- 1. Introdução (boas-vindas, apresen-
damente a logística da entrega de prê- tação dos objetivos, patrocinadores e
mios. Para isso, eles devem ser separados realizadores do evento)
previamente por ordem de premiação. 2. Composição de mesa solene (quando
Para evitar atrasos no cumprimento do o cerimonial exigir formalidade)
cronograma, recomenda-se entregar ape- 3. Hino Nacional (quando necessário)
nas troféus e medalhas no palco e direcio- 4. Registro das autoridades que presti-
nar os estudantes para um espaço ao lado giam o evento
do palco para receber outros prêmios que 5. Pronunciamentos de autoridades
demandem mais cuidados ou trabalho no 6. Entrega de prêmios

65
7. Encerramento Não há a necessidade de chamar para
O coordenador da feira também pode compor a mesa diretiva os conferencis-
fazer um discurso de abertura e de en- tas ou palestrantes do evento, pois esses
cerramento, enfatizando a importância serão convidados para subir ao palco em
da realização da feira e agradecendo e momento oportuno. Por cortesia, a prefe-
enaltecendo todos os participantes. rência para a composição da mesa dire-
tiva é das autoridades externas. Quando
Mesa diretiva (ou solene) muitas autoridades prestigiarem o evento,
As mesas diretivas ou solenes reúnem não é preciso convidar todas para com-
pessoas que merecem um destaque es- por a mesa diretiva. Nesse caso, outras
pecial dentre as autoridades presentes na autoridades e convidados especiais que
cerimônia de premiação e são recomen- prestigiam o evento, mas não irão compor
dadas quando o cerimonial exigir formali- a mesa diretiva, devem ser acomodados
dade. Algumas das autoridades que podem na tribuna de honra, que é um prolon-
compor a mesa solene são: gamento da mesa diretiva e localiza-se
na primeira fila do auditório, demarcada
• Representante dos ministérios com placas ou adesivos com a indicação
(MCTI, MEC, etc.) “Reservado”.
• Representantes das secretarias de Quando o cerimonial não exigir forma-
educação e de C&T lidade, as autoridades, quando anunciadas,
• Prefeito da cidade devem subir ao palco, fazer o pronuncia-
• Representantes das instituições mento e depois aguardar na tribuna de
patrocinadoras honra.
• Reitor ou pró-reitor da universidade
parceira EXPERIMENTE 27
• Coordenador geral da feira Como vimos neste capítulo, para or-
ganizar uma cerimônia de premiação um
A chamada das autoridades é feita em planejamento precisa ser estabelecido
ordem decrescente, ou seja, chama-se da desde o início, pois é preciso prever tare-
autoridade de maior hierarquia para a me- fas como a reserva do local da premiação
nor (segundo ordem geral de precedên- e preparar os prêmios a serem oferecidos,
cia). As mesas diretivas podem ser pares entre outros. Para facilitar a organização,
ou ímpares. A disposição das autoridades inicie estabelecendo algumas tarefas que
é organizada em função desse número e coordenarão os primeiros passos da ceri-
respeitando a ordem hierárquica ou or- mônia e liste-as na tabela em seu Plano de
dem de precedência das autoridades. Ação.

Acervo Feira Brasileira de Ciências e Engenharia – FEBRACE


66
9. Prestação de Contas

Seu evento foi um sucesso, mas o trabalho ainda não acabou!


Antes ou em paralelo ao início dos preparativos para a próxima
edição, há ainda uma última etapa essencial para a consolidação
da sua feira e a manutenção do apoio e patrocínio para as edições
futuras: a prestação de contas.

A pós a realização do evento, ainda


há mais uma etapa fundamental a
ser cumprida antes de começar os pre-
fiscais dos itens custeados.

A seguir, vamos ver analisar cada um


parativos para a próxima edição, que é a deles com mais detalhes.
etapa da prestação de contas.
A prestação de contas consiste na
elaboração de relatórios que detalham e 9.1 Relatório técnico ou de atividades
comprovam a boa e regular aplicação dos
recursos que foram repassados aos orga- O relatório técnico ou de atividades é
nizadores pelas instituições apoiadoras um registro de tudo o que aconteceu na
para possibilitar a realização do evento. feira e também um documento de pres-
Sendo assim, esses relatórios se destinam tação de contas de todos os itens acor-
principalmente aos apoiadores e patroci- dados com uma determinada instituição
nadores que de alguma forma colabora- apoiadora ou patrocinadora. Sendo assim,
ram com quantias financeiras, prêmios ou esse relatório serve como instrumento de
outras formas para a realização da feira. comprovação de que todos os itens acor-
Geralmente, a prestação de contas é en- dados foram realmente implementados
caminhada ao técnico ou contato respon- pela organização da feira.
sável pelo projeto dentro da instituição Esse tipo de relatório é destinado tanto
apoiadora, seja ela pública ou privada. a instituições públicas como particulares,
Na prestação de contas, são elaborados podendo essas instituições já possuírem
dois relatórios: modelos de relatórios específicos ou não.
Normalmente, essas instituições possuem
• Relatório Técnico ou de Atividades: um técnico ou representante responsável
apresentado aos patrocinadores para pelo contato e o relatório deverá, então,
comprovar a execução dos recursos ser enviado a esse representante ou ser
recebidos para realização da feira, con- entregue pessoalmente por meio de uma
tendo o registro de tudo o que aconte- reunião.
ceu na feira e que serve também como É fundamental que todos os itens
estratégia para captar recursos para a acordados com a instituição tenham sua
próxima feira. criação ou execução comprovadas no
• Relatório Financeiro: elaborado jun- relatório técnico ou de atividades, com a
tamente com o relatório técnico, deve descrição de cada item (finalidade, quan-
conter todos os orçamentos e notas tidade, valor unitário, etc.) e fotos para

67
comprovar que eles realmente foram cria- divulgar a feira, tais como cartazes,
dos. Dentre as informações que o relatório folders, camisetas, anais, troféus, etc.,
técnico ou de atividades deve conter, é devem ser retratadas no relatório por
recomendável que ele tenha uma carta de meio da especificação de cada uma e
apresentação, a qual deve ser elaborada e de fotos ilustrativas.
assinada pelo coordenador geral da feira, e
informações sobre: • Imprensa e clippings: informações
sobre a quantidade de notas e matérias
• Dados estatísticos: dentre esses em meios de comunicação, tais como
dados, alguns dos mais relevantes e que citações em jornais e revistas, inser-
devem estar no relatório são os núme- ções em sites, notas em programas de
ros de alunos, professores, avaliadores, televisão, etc. É recomendado inserir
escolas, cidades, Estados, etc. alcança- no relatório de atividades imagens com
dos pela feira e os respectivos percen- a legenda e créditos do programa que
tuais por região; o número de estudan- publicou a reportagem para comprovar
tes finalistas por região; a distribuição a veracidade do clipping da mídia.
de projetos finalistas por categoria;
dentre outros. • Prêmios e projetos premiados:
podem ser representados por meio de
• Cerimônia de abertura: ela pode listas, uma com todos os prêmios arre-
ser retratada no relatório por meio de cadados, bem como o nome de todas
uma breve descrição com os nomes das as instituições que fizeram a doação
autoridades, patrocinadores e especia- desses prêmios, e outra com os títulos
listas presentes, acompanhada de fotos de todos os projetos premiados e quais
do momento. prêmios os estudantes receberam.

• Programação da feira: é importante Por possuir diversas informações rele-


incluir no relatório de atividades os vantes sobre a feira e o seu desempenho e
eventos que aconteceram durante a alcance, o relatório técnico ou de ativida-
feira, como palestras, painéis, ativida- des se configura também como um ótimo
des educativas, cursos e capacitações, material para ser usado como estratégia
etc. Para cada um deles, recomenda-se para captar recursos para o próximo even-
que sejam informados títulos, nomes to. Portanto, ele deve ser confeccionado
dos palestrantes ou ministrantes, local, com material de boa qualidade e ter um
data, horário, descrição do evento e visual atrativo para que possa chamar a
quantidade de participantes. É também atenção de novos investidores. Também é
relevante e recomendável que cada recomendado tê-lo em versão digital.
atividade seja acompanhada por fotos. Dependendo do quão bem elaborado e
bem apresentado seja o relatório técnico
• Infraestrutura: deve-se incluir no ou de atividades, é possível até mesmo que
relatório técnico ou de atividades a alguma empresa se interesse em comprar
descrição e imagens da infraestrutura um espaço nele para fazer um anúncio de
da feira, tais como entrada da tenda seu produto ou serviço. Nesse caso, os
ou do espaço do evento, estandes, organizadores podem oferecer e nego-
recepção, sala de avaliadores, sala de ciar esse espaço, usando essa vantagem
imprensa, etc. como mais uma alternativa de captação de
recursos para a realização das próximas
• Materiais de comunicação: todas edições da feira.
as peças de comunicação criadas para Confira um modelo de relatório técnico

68
ou de atividades no Apêndice 14 do Capí- geral da feira, que também deverá assinar
tulo 10, Materiais de Apoio. o relatório.
O relatório financeiro deve conter:
EXPERIMENTE 28
Pesquise previamente o modelo de • A especificação dos recursos recebi-
relatório técnico ou de atividades das dos da instituição.
instituições que você pretende contatar • A relação dos gastos realizados no
para captar recursos. É muito importante período com seus respectivos orça-
que você tome conhecimento dos detalhes mentos e cópias de documentos que os
de como deve ser feito o relatório antes comprovem (notas fiscais e recibos).
de acordar os itens de contrapartida e • A relação de bens adquiridos, produ-
visibilidade da marca com a instituição zidos ou construídos com os recursos
patrocinadora. Liste no Plano de Ação as captados e os respectivos documentos
instituições com as quais você pretende que os comprovem.
estabelecer parceria e quais são as pe-
culiaridades exigidas por elas em seus Todas as despesas só poderão ser re-
relatórios técnicos. alizadas durante a vigência do contrato e
Reflita também sobre todos os itens depois de recebido o recurso enviado pela
que farão parte do relatório técnico ou instituição. Para toda aquisição de bens
de atividades e identifique na equipe os e serviços é obrigatório o levantamento
responsáveis pela produção de cada parte. de preços, ou seja, a realização de orça-
Liste-os no Plano de Ação. É importan- mento, em três fornecedores diferentes.
te que, antes de iniciar a feira, a equipe Esse levantamento deverá acompanhar o
interna e a equipe contratada estejam relatório financeiro. Além disso, depen-
preparadas e informadas para levantarem dendo do valor do bem ou do serviço e da
e registrarem, durante a realização do fonte do recurso, é necessária a realização
evento, as informações necessárias para a de licitação para justificar o gasto.
posterior produção do relatório de ativi-
dades. EXPERIMENTE 29
Pesquise previamente o modelo de
relatório financeiro das instituições que
9.2 Relatório financeiro você pretende contatar para captar recur-
sos e disponibilize-o para os responsáveis
O relatório financeiro é um comple- pela elaboração desse relatório. É muito
mento do relatório técnico e, portanto, importante que o responsável financeiro
deve ser elaborado concomitantemente possa tomar conhecimento dos detalhes
com o mesmo. Deve ser enviado também de como deve ser feita a prestação de
às instituições apoiadoras e patrocina- contas antes de iniciar a compra dos bens
doras. Ele consiste em um documento ou e serviços. Liste no Plano de Ação as ins-
atestado que relaciona todos os itens que tituições e as peculiaridades exigidas por
foram adquiridos com a verba recebida cada uma delas em seus relatórios finan-
pela instituição apoiadora ou patrocina- ceiros. Liste também os possíveis respon-
dora, comprovando que a verba realmente sáveis pela elaboração desse relatório.
foi utilizada para custear os itens acorda-
dos. Todos os comprovantes das despe-
sas e gastos com a especificação da data 9.3 Enviando os relatórios
e valor da despesa também devem ser
anexados ao relatório financeiro e todos Agora que já vimos como elaborar os
devem ser assinados pelo coordenador relatórios técnico/de atividades e finan-

69
ceiro e as principais informações que sejam levados pessoalmente e que sejam
cada um deles deve conter, é importante apresentados em uma reunião com os pa-
também saber a forma correta de envi- trocinadores. Essa ação é também impor-
á-los para as instituições apoiadoras ou tante para manter um bom relacionamen-
patrocinadoras. to com os apoiadores e patrocinadores da
Nos casos dos relatórios técnico/de feira e mostrar a evolução da iniciativa,
atividades e financeiro que devem ser garantindo, assim, que eles continuem
enviados para agências de fomento, é co- apoiando as próximas edições.
mum que eles sejam primeiro preenchidos No momento da apresentação do
via web, por meio de um formulário espe- relatório em reunião com as instituições
cífico da instituição em questão, e poste- ou empresas apoiadoras e patrocinadoras,
riormente, tenham uma versão impressa é também recomendável que seja levado
encaminhada por correio para o endereço um kit contendo um exemplar de todas as
da instituição. Para outras instituições que peças e materiais confeccionados para a
não as agências de fomento, os relatórios feira, cartazes de divulgação, camisetas,
podem ter sua versão física enviada por anais, etc., bem como um exemplar do
correio para um técnico ou representante troféu da feira, o qual deve ser entregue
responsável pelo contato. aos dirigentes das instituições mais repre-
Quanto à entrega dos relatórios para sentativas.
instituições privadas, sugere-se que eles

70
10. Materiais de Apoio

Apêndice 1 – Modalidades, categorias, tipos e abrangência de feiras17

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e o Conselho


Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) possuem, cada um, sua
própria e extensa lista de áreas e subáreas do conhecimento.

Para conferir as listagens atualizadas, acesse os links abaixo. É importante checá-las no


mínimo anualmente para conferir se houve alguma mudança na divisão de áreas oficial.

https://fapesp.br/areas

http://lattes.cnpq.br/documents/11871/24930/TabeladeAreasdoConhecimento.pdf/
d192ff6b-3e0a-4074-a74d-c280521bd5f7

Apêndice 2 – Regras Gerais da FEBRACE

Acesse em: https://febrace.org.br/regras/

Apêndice 3 – Regulamento para Feiras Afiliadas da FEBRACE

Acesse em: https://febrace.org.br/feiras-afiliadas/

Apêndice 4 – Modelo de Ficha de Inscrição para Feiras Afiliadas


FICHA DE INSCRIÇÃO PARA FEIRAS AFILIADAS

1. Nome da feira:

2. Website da feira:

3. Endereço de correspondência
Rua: nº:
CEP: Cidade: Estado: País:

4. Instituição, entidade ou escola organizadora


Nome:
E-mail:
Rua: nº:
CEP: Cidade: Estado: País:

5. Coordenador responsável
Nome:
E-mail: Telefone:

17 Disponíveis também para consulta em: https://fapesp.br/areas e http://lattes.cnpq.br/docu-


ments/11871/24930/TabeladeAreasdoConhecimento.pdf

71
FICHA DE INSCRIÇÃO PARA FEIRAS AFILIADAS

6. Pessoa para contato


Nome:
E-mail: Telefone:

7. Datas e periodicidade
Próxima edição: _____ / _____ / __________
Primeira edição: _____ / _____ / __________
Duração (em dias):

8. Tipo da feira
( ) Presencial ( ) Virtual ( ) Presencial e Virtual
Local do evento presencial:
Local do evento virtual (website/plataforma):

9. Abrangência da feira
( ) Escolar ( ) Municipal ( ) Regional ( ) Estadual ( ) Nacional ( ) Internacional
Quantidade de escolas participantes: __ Públicas __ Particulares __ Fundações
Quantidade de cidades participantes:
Quantidade de Estados participantes:
Quantidade de países participantes:

10. Projetos
Número de projetos submetidos:
Número de projetos que participam da feira:
Participação dos alunos no projeto: ( ) Grupo ( ) Individual
Período de elaboração dos projetos apresentados na feira:
Categorias dos projetos expostos na feira:
( ) Ciências Exatas e da Terra
( ) Ciências Biológicas
( ) Ciências da Saúde
( ) Ciências Agrárias
( ) Ciências Sociais Aplicadas
( ) Ciências Humanas
( ) Engenharia

11. Alunos participantes


Quantidade de alunos participantes:
Faixa etária dos alunos:
Escolaridade: ( ) Fundamental I ( ) Fundamental II ( ) Médio ( ) Técnico

12. Avaliação de projetos


Quantidade de avaliadores participantes na pré-avaliação:
Quantidade de avaliadores participantes na mostra:
Quantidade média de avaliações por projeto:
Nível mínimo de formação exigido dos avaliadores:
A feira possui comitê de revisão científica? ( ) Sim ( ) Não

13. Visitação
Quantidade de visitantes da feira presencial:
Quantidade de visitantes/visualizações da feira virtual:

72
FICHA DE INSCRIÇÃO PARA FEIRAS AFILIADAS

14. A feira já foi contemplada por algum edital do CNPq?


( ) Não
( ) Sim. Qual?

15. A feira cobra taxa de participação para finalistas e orientadores?


( ) Não
( ) Sim. Quanto?

16. Descreva como é realizado o processo para a seleção dos projetos inscritos na
feira.

17. Qual o formato de apresentação dos projetos na feira?

18. Os projetos são avaliados durante a feira? Em caso afirmativo, como é feita essa
avaliação (critérios, por quem, etc.)?

19. Cite cinco escolas que participam como expositoras na sua feira e quantos pro-
jetos elas expõem.

Observações:

Apêndice 5 – Direitos e Deveres das Feiras Afiliadas à FEBRACE

Acesse em: https://febrace.org.br/feiras-afiliadas/

73
Apêndice 6 – Modelo de Planilha de Despesas

Recursos de Bens e Serviços

Valor
Descrição Quantidade Valor Total
Unitário

COMUNICAÇÃO

Vídeo institucional - captação, editoração e finali-


R$ -
zação

Site - design gráfico + implementação + hospeda-


R$ -
gem

Impressão de cartazes e Folders com manuseio de


R$ -
peças gráficas

Anais R$ -

Banners R$ -

Camisetas R$ -

Medalhas R$ -

Pin R$ -

Troféus R$ -

Crachás/Credenciais R$ -

Materiais promocionais – sacolas do evento, cane-


R$ -
tas, chaveiros

Convites eletrônico R$ -

Convites para feira e cerimônia de premiação im-


R$ -
presso

Camisetas R$ -

Bonés R$ -

Volantes com o mapa de localização dos projetos R$ -

74
Recursos de Bens e Serviços

Programa da cerimônia de premiação R$ -

Certificados R$ -

Material de sinalização do centro de exposições ou


R$ -
tenda de eventos

Material de sinalização do entorno – outdoor, front


R$ -
light, placa de rua

MATERIAL DE CONSUMO

Envelopes R$ -

Etiquetas R$ -

Papel R$ -

Tinta para impressora R$ -

Toner R$ -

RECURSOS HUMANOS/ ORGANIZAÇÃO E PRODUÇÃO

Serviços de criação e design gráfico R$ -

Serviços de assessoria de imprensa R$ -

Serviços de comunicação R$ -

Serviços de informática R$ -

Estagiários - Relações Públicas, Jornalismo, Biblio-


teconomia, Webmaster, Cientista da Computação, R$ -
Engenheiros

75
Recursos de Bens e Serviços

INFRAESTRUTURA LOCAL (Física)

Aluguel de centro de exposições ou tenda de


eventos, com estandes, banheiros, ar-condicionado, R$ -
iluminação, elétrica, comunicação visual

Aluguel do auditório para palestras, cursos e ceri-


R$ -
mônias de abertura e premiação

Coquetel para convidados R$ -

Aluguel de áudio, projetores e telão R$ -

Alimentação durante o evento (lanche e/ou almoço


R$ -
para estudantes, professores e organizadores)

Locação de ônibus R$ -

Locação da ambulância e bombeiro R$ -

Serviços de vigilância R$ -

Serviços de recepção R$ -

Registro do evento em vídeo R$ -

Registro do evento em foto R$ -

Correios e fotocópias R$ -

76
Recursos de Bens e Serviços

PRÊMIOS

Equipamentos R$ -

Bolsas de estudo R$ -

Estágios R$ -

PARTICIPAÇÃO EM FEIRAS NACIONAIS E INTERNACIONAIS

Credenciais R$ -

Passagens R$ -

Diárias R$ -

77
Apêndice 7 – Autorização para uso de direitos intelectuais

Para menores de 18 anos


Acesse em: https://febrace.org.br/arquivos/site/_conteudo/pdf/audimenor18.pdf

FEBRACE 2021

TERMO DE CIÊNCIA E AUTORIZAÇÃO – FEBRACE 2021


FINALISTAS – Estudantes menores de 18 anos

Pelo presente instrumento, AUTORIZO, como RESPONSÁVEL LEGAL pelo expositor (dados abaixo), sendo este menor de 18
anos, estudante finalista da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia – FEBRACE 2021, a utilização de quaisquer direitos
intelectuais relativos a obras literárias, artísticas ou científicas, obras audiovisuais, textos de palestras, fotografias etc.,
conteúdos, direitos de personalidade, interpretações, execuções, marcas, sinais distintivos, a qualquer título, de sua autoria
ou propriedade, relacionados ao evento na proporção e extensão de suas respectivas criações e participações.
AUTORIZO, também por este instrumento o uso de sua imagem (fotos e voz), para fins de eventos, divulgações, propagandas
e retrospectivas relacionadas ao referido evento da FEBRACE, atendendo às mesmas finalidades do parágrafo anterior, a título
gratuito e por tempo indeterminado.
As imagens/fotografias e sons poderão ser fixados, reproduzidos e modificados com qualquer meio técnico. Poderão ser
reproduzidas parcialmente ou na sua totalidade em qualquer suporte (papel, digital, magnético, tecido, plástico, etc.) e
integradas a qualquer outro material (fotografia, desenho, ilustração, pintura, vídeo, animação, etc.) conhecido ou que venha
a existir no futuro.
Os direitos aqui cedidos e autorizados por meio deste instrumento, são a título gratuito, sem que seja devida qualquer
remuneração e por tempo indeterminado, podendo ser explorados em qualquer parte do mundo e em todos os ramos
(publicidade, edição, imprensa, design, etc.).
Declaro que a presente AUTORIZAÇÃO isenta os organizadores/responsáveis pelo evento de quaisquer responsabilidades
acerca de qualquer direito demandado relativo a presente AUTORIZAÇÃO, inclusive quanto a eventuais reclamações de
terceiros interessados, valendo a mesma exclusivamente para o evento supracitado e, posteriormente, aos materiais
eventualmente veiculados e atrelados ao mesmo.

Afirmo ter ciência e estar de acordo com a Política de Privacidade da FEBRACE e autorizo neste ato o tratamento dos
dados pessoais do menor, nos termos da Política de Privacidade por tempo superior ao término do evento ao qual se
encontra inscrito para finalidade de análise evolutiva (estudantil e de carreira) dos participantes, bem como para receber
comunicação futura e para o compartilhamento com parceiros gerando oportunidades de participação em novos
eventos e programas associados ao tema.

Local: Data / / (data da assinatura)

Nome Completo do menor:

RG (se possuir) CPF (se possuir)


Nome Completo do Responsável legal:

RG CPF Assinatura do Responsável Legal

Endereço:

Cidade UF
Este documento refere-se à transparência dando ciência da Política de Privacidade também para autorização de tratamento de
dados pessoais para situações específicas, incluindo uso de imagem, além de autorização para publicação dos resumos dos
projetos, nomes, imagens e depoimentos dos estudantes e orientadores finalistas para utilização em publicações da FEBRACE,
em Press Releases para a imprensa, em publicações institucionais dos parceiros e relatórios da FEBRACE.
Você encontra a Política de Privacidade completa da FEBRACE publicada em: https://febrace.org.br/privacidade/

ENTREGA OBRIGATÓRIA PARA ESTUDANTES MENORES DE 18 ANOS – ENVIO OBRIGATÓRIO: Seu Termo deverá
ser enviado pelo Sistema de Finalistas (www.febrace.org.br/finalistas) até o dia 01/Mar/2021.

TERMO DE CIÊNCIA E AUTORIZAÇÃO – FEBRACE 2021 - Versão para Participantes Menores de 18 anos

78
Para maiores de 18 anos
Acesse em: https://febrace.org.br/arquivos/site/_conteudo/pdf/audimaior18.pdf

FEBRACE 2021

TERMO DE CIÊNCIA E AUTORIZAÇÃO – FEBRACE 2021


Finalistas– para maiores de 18 anos

Pelo presente instrumento, AUTORIZO, como expositor – estudante e/ou orientador finalista da Feira Brasileira de
Ciências e Engenharia – FEBRACE 2021, a utilização de quaisquer direitos intelectuais relativos a obras literárias,
artísticas ou científicas, obras audiovisuais, textos de palestras, fotografias etc., conteúdos, direitos de
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evento ao qual me inscrevi para finalidade de análise evolutiva (estudantil e de carreira) dos participantes,
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FEBRACE.
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ENVIO OBRIGATÓRIO: Seu Termo deverá ser enviado pelo Sistema de Finalistas (www.febrace.org.br/finalistas)
até o dia 01/Mar/2021..
Todos os finalistas – estudantes, orientadores e coorientadores - maiores de idade, devem enviar este documento.

TERMO DE CIÊNCIA E AUTORIZAÇÃO – FEBRACE 2021 - Versão para Participantes Maiores de 18 anos

79
Apêndice 8 – Termo de Autenticidade do Projeto

Acesse em: https://febrace.org.br/arquivos/site/_conteudo/pdf/autenticidade.pdf

FEBRACE 2021

Termo de Autenticidade do Projeto

Acesse a página: www.febrace.org.br/finalistas/, utilizando o mesmo usuário e senha de cadastro criados na fase de Submissão de Projetos
para enviar os documentos assinados ATÉ 01/03/2021.

• Para projetos desenvolvidos por 2 ou 3 estudantes, as respectivas Declarações podem ser encontradas na página seguinte. Não é
necessário autenticar as assinaturas.
• Este Termo deve ser enviado por todos os estudantes autores.
• A declaração do Orientador deve ser assinada preferencialmente pelo Orientador, podendo também ser assinada pelo
Coorientador.
• O Sistema aceita apenas um arquivo do Termo. Para projetos desenvolvidos por 2 ou 3 estudantes, ambas as páginas deverão ser
digitalizadas como um único documento.

Nome do Estudante Finalista 1:

Declaração e Termo de Autenticidade e Autoria Própria


Eu , portador do RG no__________________,
expedido pela ________/_______, matriculado no ano de 2020 na Escola:
declaro que sou autor do projeto
finalista da FEBRACE 2021, apresentado sob o título:

,
desenvolvido de / / (data de início) a / /
(data de término) sob a orientação de:
(nome do orientador). Toda a documentação
apresentada é resultado do nosso próprio esforço e pesquisa e não há cópia de obras literárias impressas ou
eletrônicas. Estou ciente que:
Não serão toleradas fraude científica e má conduta na pesquisa realizada ou durante a exposição de
projetos. Plágio, utilizando pesquisas de terceiros como realização própria e fabricação de dados também
não serãotolerados. Projetos fraudulentos serão desclassificados e não poderão concorrer a prêmios.

_______________________________ __________________________________
Local e Data Assinatura

Nome do Orientador:

Declaração e Termo de Autenticidade e Autoria Própria - ORIENTADOR


Eu , portador do RG no__________________,
expedido pela ________/_______, declaro que sou orientei o(s) estudantes(s):

no desenvolvimento do projeto finalista da FEBRACE 2021, apresentado sob o título:

,
desenvolvido de / / (data de início) a / / (data de término). Toda a
documentação apresentada é resultado do esforço e pesquisa dos estudantes e não há cópia de obras literárias
impressas ou eletrônicas.
_______________________________ ______________________________________
Local e Data Assinatura

Termo de Autenticidade do Projeto - FEBRACE 2021 01 / 02

80
FEBRACE 2021

Termo de Autenticidade do Projeto – ESTUDANTE 2 e 3

Nome do Estudante Finalista 2:

Declaração e Termo de Autenticidade e Autoria Própria


Eu , portador do RG no__________________,
expedido pela ________/_______, matriculado no ano de 2020 na Escola:
declaro que sou autor do projeto
finalista da FEBRACE 2021, apresentado sob o título:

,
desenvolvido de / / (data de início) a / / (data de término) sob a orientação de:
(nome do orientador). Toda a documentação
apresentada é resultado do nosso próprio esforço e pesquisa e não há cópia de obras literárias impressas ou
eletrônicas. Estou ciente que:
Não serão toleradas fraude científica e má conduta na pesquisa realizada ou durante a exposição de
projetos. Plágio, utilizando pesquisas de terceiros como realização própria e fabricação de dados também
não serãotolerados. Projetos fraudulentos serão desclassificados e não poderão concorrer a prêmios.

_______________________________ __________________________________
Local e Data Assinatura

Nome do Estudante Finalista 3:

Declaração e Termo de Autenticidade e Autoria Própria


Eu , portador do RG no__________________,
expedido pela ________/_______, matriculado no ano de 2020 na Escola:
declaro que sou autor do projeto
finalista da FEBRACE 2021, apresentado sob o título:

,
desenvolvido de / / (data de início) a / / (data de término) sob a orientação de:
(nome do orientador). Toda a documentação
apresentada é resultado do nosso próprio esforço e pesquisa e não há cópia de obras literárias impressas ou
eletrônicas. Estou ciente que:
Não serão toleradas fraude científica e má conduta na pesquisa realizada ou durante a exposição de
projetos. Plágio, utilizando pesquisas de terceiros como realização própria e fabricação de dados também
não serãotolerados. Projetos fraudulentos serão desclassificados e não poderão concorrer a prêmios.

_______________________________ __________________________________
Local e Data Assinatura

Termo de Autenticidade do Projeto - FEBRACE 2021 02 / 02

81
Apêndice 9 – Modelo de Ficha de Submissão de Projeto

FICHA DE SUBMISSÃO DE PROJETO

DADOS DOS INTEGRANTES (responder para cada participante)

Nome completo: __________________________________________


Data de nascimento: ___/___/______
Email: ___________________________________________________
Telefone: (___) ______ - ______
Estudante 1
Série na mostra de finalistas: ______________________________
Escola: __________________________________________________
Cidade: _________________________________________________
Estado: __________________________________________________

Nome completo: __________________________________________


Data de nascimento: ___/___/______
Email: ___________________________________________________
Estudante 2 Telefone: (___) ______ - ______
(se houver) Série na mostra de finalistas: ______________________________
Escola: __________________________________________________
Cidade: _________________________________________________
Estado: __________________________________________________

Nome completo: __________________________________________


Data de nascimento: ___/___/______
Email: ___________________________________________________
Estudante 3 Telefone: (___) ______ - ______
(se houver) Série na mostra de finalistas: ______________________________
Escola: __________________________________________________
Cidade: _________________________________________________
Estado: __________________________________________________

Nome completo: __________________________________________


Data de nascimento: ___/___/______
Email: ___________________________________________________
Telefone: (___) ______ - ______
Orientador
Série na mostra de finalistas: ______________________________
Escola: __________________________________________________
Cidade: _________________________________________________
Estado: __________________________________________________

82
FICHA DE SUBMISSÃO DE PROJETO

Nome completo: __________________________________________


Data de nascimento: ___/___/______
Email: ___________________________________________________
Coorientador Telefone: (___) ______ - ______
(se houver) Série na mostra de finalistas: ______________________________
Escola: __________________________________________________
Cidade: _________________________________________________
Estado: __________________________________________________

DADOS DA INSTITUIÇÃO

Nome da Instituição: __________________________


___________________________________________
Tipo de Escola: ( ) Pública ( ) Privada ( ) Outros
Qual? ________________________
Endereço: __________________________________
___________________________________________
Escola Número: ___________
Complemento: _______________________________
Bairro: _____________________________________
Cidade: ____________________________________
Estado: ____________________________________
CEP: _________ - _______
Telefone: (___) ______ - ______

Cargo: ____________________________________
Nome completo: _____________________________
___________________________________________
Representante da Data de nascimento: ___/___/______
escola Email: _____________________________________
Telefone: (___) ______ - ______
Cidade: ____________________________________
Estado: ____________________________________

DADOS DO PROJETO

Título

( ) EXATAS
( ) BIOLÓGICAS
( ) SAÚDE
Categoria ( ) AGRÁRIAS
( ) SOCIAIS
( ) HUMANAS
( ) ENGENHARIA

83
FICHA DE SUBMISSÃO DE PROJETO

Subcategoria

Número de ( )1 ( )2 ( )3
estudantes

Data de início ___/___/______

Data de término ___/___/______

Cidade/Estado _____________________________ / _______

( ) Sim ( ) Não
Continuação de pro- Se sim, nome do projeto anterior: ___________________________
jeto anterior? __________________________________________________________
__________________________________________________________

PLANO DE PESQUISA

1. Questão ou pro-
blema identificado

2. Hipótese ou obje-
tivo

3. Descrição deta-
lhada dos materiais
e métodos (procedi-
mentos) que serão
utilizados

4. Bibliografia (as
três referências mais
importantes)

84
FICHA DE SUBMISSÃO DE PROJETO

RESUMO DO PROJETO (máximo 2.000 caracteres)

Três palavras-cha- 1. ________________________________________


ves referentes ao 2. ________________________________________
projeto 3. ________________________________________

( ) Não envolve
( ) Pesquisa com participação humana
( ) Pesquisa com animais vertebrados
Formulários adicio- ( ) Pesquisas com agentes biológicos potencialmente perigo-
nais sos (inclui substâncias patogênicas, recombinação de DNA, e
tecidos humanos ou de animais)
( ) Pesquisas com substâncias, equipamentos controlados ou
perigosos (inclui atividades perigosas)

( ) Escola
( ) Instituto de pesquisa, laboratório de universidade, centro
médico e/ou indústria
Local de pesquisa
( ) Clube de Ciência
( ) Campo
( ) Casa

Anexar relatório ou artigo em PDF

85
AVALIADOR: _________________________________________________________ ID:______
Favor preencher os critérios com as seguintes notas:
5 - Supera expectativas | 4 - Ótimo | 3 - Bom | 2 - Regular | 1 - Fraco | 0 - Insuficiente ou Inexistente
PROJETO ESTUDANTES MATERIAIS

RELATÓRIO / ARTIGO
DIÁRIO DE BORDO
APRESENTAÇÃO
PLANEJAMENTO

CRIATIVIDADE
EXECUÇÃO

CIENTÍFICA
INOVAÇÃO

ATITUDE

PÔSTER
ORAL
CATEGORIA ESTANDE TÍTULO TOTAL
Apêndice 10 – Modelo de Ficha de Avaliação

Comunicado a organização
Data ____/____/____

86
__________________________
Assinatura
Apêndice 11 – Critérios de Avaliação

PROJETO

PLANEJAMENTO DA PESQUISA PLANEJAMENTO DO PROJETO


CIENTÍFICA DE ENGENHARIA
• A questão e a hipótese estão claras e • O problema está descrito de forma clara
bem definidas. e objetiva.
• Os objetivos são claros e relacionados • Foram levantadas alternativas de solu-
com pesquisas similares. ções.
• A justificativa está embasada em dados • A solução proposta foi relacionada a
científicos e pesquisa bibliográfica. outras soluções.
• Foram escolhidos e planejados métodos • A solução proposta é adequada ao
de coleta, registro e análise de dados. problema.
• As variáveis para serem estudadas fo- • Foram planejadas etapas necessárias
ram definidas. para desenvolvimento do protótipo / mo-
delo (desenho de solução, protótipo).
• Foi estabelecido um cronograma.
• Foram definidos os materiais necessá-
rios.
• Foram estabelecidos um cronograma e
um orçamento.

EXECUÇÃO DA PESQUISA CIENTÍFICA EXECUÇÃO DO PROJETO DE


ENGENHARIA
• Realizou a coleta e registro de dados,
com análise matemática e estatística. • Simulou, prototipou, construiu e testou o
protótipo em várias condições / ensaios.
• Coletou dados suficientes e consistentes
para sustentar interpretações e conclu- • Utilizou métodos matemáticos e esta-
sões, e a reprodutibilidade de resultados. tísticos para análise e interpretação dos
testes.
• A conclusão foi relacionada com a pro-
posta ou a pergunta do início do trabalho. • O protótipo demonstra habilidade e
viabilidade econômica.
• O aluno consegue vislumbrar possibili-
dades de continuidade de seu projeto.

INOVAÇÃO INOVAÇÃO
• Apresenta uma resposta original à ques- • Apresenta uma solução criativa ao
tão levantada (pesquisa científica). problema identificado (projeto de enge-
nharia).
• A proposta tem relevância social e
potencial para transformar a realidade da • A proposta tem relevância social e
comunidade em que o aluno vive. potencial para transformar a realidade da
comunidade em que o aluno vive.

87
ESTUDANTES

ATITUDE CIENTÍFICA E HABILIDADES


• Acredita no projeto, demonstra entusiasmo e determinação para superar as dificulda-
des do projeto.
• Demonstra competência para analisar criticamente dados e informações.
• Compreende diferentes pontos de vista, sabe distinguir e compreender situações
novas.
• É capaz de formular considerações sobre a experiência realizada e compará-la com
experiências similares.
• Utilizou equipamentos, técnicas de laboratório ou sistemas computacionais adequa-
damente.
• Foi capaz de engajar pessoas da sua família, escola ou comunidade no projeto.

CRIATIVIDADE
• Inovou na abordagem (recursos, equipamentos, método) da pesquisa.
• Relacionou informações de maneira original para superar as dificuldades do projeto.
• Improvisou materiais ou equipamentos para alcançar o resultado final.

APRESENTAÇÃO ORAL
• Organizou as informações relevantes sobre o desenvolvimento e resultados do proje-
to.
• Domina o assunto do projeto.
• Consegue expressar suas ideias de forma objetiva e sintética.
• Entende quais são os limites de seu projeto.

MATERIAIS

PÔSTER
• Apresenta de forma sucinta os objetivos, o desenvolvimento, os resultados e as con-
clusões do projeto.
• Dados mais relevantes da pesquisa foram sintetizados.
• As informações estão organizadas de forma coerente e atrativa.

DIÁRIO DE BORDO
• Organizado em ordem cronológica.
• Descreve os procedimentos adotados e as observações.
• Demonstra rigor no registro de experimentos, testes, medidas e observações.

RELATÓRIO / ARTIGO
• Está bem estruturado: Resumo; Lista de Tabelas/Figuras; Sumário; Introdução; Ma-
teriais e métodos; Fundamentação teórica; Resultado e Análise dos dados; Discussão;
Conclusões; Referências Bibliográficas; Anexos e Apêndices (quando houver).

88
Apêndice 12 – Autorização de Viagem e Participação

Acesse em: https://febrace.org.br/arquivos/site/_conteudo/pdf/viagem18.pdf

Autorização de Viagem e Participação


FEBRACE 2020
Autorização de Viagem e Participação na FEBRACE 2020
(para menores de 18 anos)

Todo estudante que não tenha 18 anos completos até ocasião da feira, deverá preencher esta autorização e providenciar as assinaturas dos
pais ou responsáveis legais, bem como reconhecimento de firma das assinaturas em cartório, por autenticidade, ANTES da viagem. Para
mais detalhes, consulte o “Estatuto da criança e do adolescente” - Lei nº8.069, de 13.07.1990, Título III, Capítulo II, Seção III.

Estudantes menores de 18 anos residentes do estado de São Paulo não precisarão apresentar este documento. Estudantes que completam
18 anos até 12/03 também não precisam apresentar este documento.

A FEBRACE não recolherá esta autorização, mas a verificará com antecedência. A sua Autorização de Viagem e Participação deverá ser
enviada até o dia 28/Fev/2020 pelo Sistema de Finalistas (www.febrace.org.br/finalistas).

O Adulto responsável autorizado (com mais de 21 anos, preferencialmente o orientador do projeto) que acompanhará o estudante a
FEBRACE 2020, deverá permanecer o tempo todo com uma cópia deste documento.

• Não é necessário autenticar as assinaturas.


• Na impossibilidade de envio do documento digital dentro do prazo, uma cópia impressa poderá ser entregue durante o
credenciamento no dia 16/03.
• Estudantes menores de 18 anos, que possuem emancipação legal, podem enviar um termo ou documento equivalente que
comprova esta situação.

Nome do Estudante Finalista:

AUTORIZAÇÃO DE VIAGEM E PARTICIPAÇÃO NA FEBRACE 2020

Eu , portador do RG no ____________, expedido pela


o
_____/_____, CPF n ___________________________ residente na

, AUTORIZO meu (minha) filho(a)


_______ , data de nascimento: ______/______/_______ RG nº___________________________, a viajar para o
município de São Paulo

( ) sob a responsabilidade de _______ _______________________________________________, portador do RG


nº________________, expedido pela _____/_____,

( ) desacompanhado,

a fim de participar da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia – FEBRACE 2020, que acontecerá de 16 a 20 de março de 2020 em São
Paulo, SP.

_______________________________ ______________________________________
Local e Data Assinatura

( ) Esta autorização é válida para ida e volta


( ) Esta autorização é válida até ___ /03/2020

Autorização de Viagem e Participação


89
Apêndice 13 – Autorização para Hospedagem

Acesse em: https://febrace.org.br/arquivos/site/_conteudo/pdf/modelo_auth_hos-


pedagem.pdf

AUTORIZAÇÃO PARA HOSPEDAGEM NACIONAL DE CRIANÇA


OU ADOLESCENTE DESACOMPANHADO
(em hotel, motel, pensão ou estabelecimento congênere – Art. 82 ECA)

Eu,___________________________________________________________
portador (a) da Cédula de Identidade n.º _________________________, residente à
____________________________________________________________________ na
cidade de ______________________________________,UF________, com telefone
para contato n.º (___)_____________________________, na qualidade de ( ) pai, ( )
mãe ( )tutor(a), ( )Guardiã(o) AUTORIZO que o(a) menor
________________________________________________________________________
________nascido(a) em ____/____/_______, sexo: ( )masculino ( )feminino, natural de
______________________________________,UF____________, com Identidade n.º
______________________, a hospedar-se desacompanhado no Hotel
________________________________________________ no período de
____/____/______ a ____/____/______, ou na companhia de
______________________________________________________________________,
portador(a) da Identidade n.º ______________________, residente à
_________________________________________________________________, na
cidade de ______________________________________, UF___________.

____________________________, ________de ________________de 20____.


(Local/Data)
Assinatura:
____________________________________________
Pai/Mãe

* Reconhecer assinatura em cartório de registro civil

90
Apêndice 14 – Modelo de Relatório Técnico ou de Atividades

• Apresentação

• Descrição do projeto e das atividades realizadas


Mostra de projetos científicos (título, fotos, local, data)
Palestras e painéis (título, fotos, nome do palestrante, local, data e horário)
Atividades educativas (título, descrição, quantidade de participantes e fotos)
Cursos e capacitações (título, descrição, quantidade de participantes, fotos)

• Divulgação
Registro da divulgação em mailings e anúncios em rádio, jornais e revistas
Registro de atividade(s) em redes sociais (YouTube, Facebook, Instagram, IGTV,
Vimeo ou outros)

• Estatísticas
Número de alunos, professores, avaliadores, voluntários, escolas, cidades, esta-
dos, etc. atingidos com o projeto

• Pesquisa de Avaliação
Resultado de pesquisa de avaliação realizada com o público-alvo do projeto

• Materiais de comunicação
Imagens de cartazes, folders, camisetas, anais, troféus, sites (incluindo blogs,
páginas ou perfis em sites de mídia social), etc.

• Clipping
Citações em jornais e revistas, inserções em sites, participação em programas de
rádio e televisão, etc

• Registro em foto e vídeo


Link para Galeria de Fotos (Flickr, Facebook, Instagram, Google Photos ou ou-
tros) e Vídeo - YouTube

• Créditos
Registrar o nome das pessoas envolvidas na organização, seleção e avaliação
Registrar o nome das instituições patrocinadoras e apoiadoras

91
Apêndice 15 – Plano de Ação
Imprima as páginas a seguir para fazer suas anotações.

EXPERIMENTE 1
Objetivos:

Modalidade definida para a feira:

92
EXPERIMENTE 2
Categorias que melhor se adequam à feira que desejo criar:

93
EXPERIMENTE 3
Dificuldades e facilidades que a comissão organizadora possui:

Tipo definido para a feira:

94
EXPERIMENTE 4
Possibilidades:

Abrangência definida para a feira:

95
EXPERIMENTE 5
Principais características já definidas para a feira:

Faça aqui as combinações de palavras:

Melhores nomes para a feira:

96
EXPERIMENTE 6
Datas livres:

Anotações

Melhor data para a feira:

97
EXPERIMENTE 7

Tarefas Responsáveis Prazos

98
EXPERIMENTE 8

Comissão Responsáveis

Coordenação

Técnica e de Avaliação

Relações Públicas, Divulgação


e Atividades Culturais

Administrativa

Tecnologia

99
EXPERIMENTE 9
Instituições e empresas que podem fornecer voluntários:

100
EXPERIMENTE 10
Anotações para o regimento da feira:

101
EXPERIMENTE 11

POTENCIAIS FEIRAS AFILIADAS POTENCIAIS FEIRAS PARA SE AFILIAR

FEBRACE

EXPERIMENTE 12

RECURSOS RECURSOS RECURSOS RECURSOS


FINANCEIROS FÍSICOS HUMANOS DE CAPITAL

102
EXPERIMENTE 13
Anotações para a criação da planilha de despesas:

103
EXPERIMENTE 14
Possíveis fontes de recursos:

104
EXPERIMENTE 15
Meios, materiais e estratégias de divulgação para a feira:

105
EXPERIMENTE 16
Critérios para submissão de projetos à feira:

106
EXPERIMENTE 17
Documentos e itens obrigatórios para a submissão de projetos à feira:

107
EXPERIMENTE 18
Anotações sobre o Diário de Bordo:

108
EXPERIMENTE 19
Anotações sobre o pôster do projeto:

109
EXPERIMENTE 20
Anotações sobre o vídeo de apresentação do projeto:

110
EXPERIMENTE 21
Anotações sobre o uso do método científico ou de engenharia:

111
EXPERIMENTE 22
Critérios eliminatórios que devem ser observados pela equipe de triagem:

Equipe de triagem:

112
EXPERIMENTE 23
Itens que devem ser considerados durante pré-avaliação:

113
EXPERIMENTE 24
Itens que devem ser considerados durante a seleção de projetos finalistas:

Quantidade total de projetos da sua feira e quantidade de projetos aprovados pelo


comitê de seleção, por feira afiliada e pelo recurso:

114
EXPERIMENTE 25
Critérios de avaliação de projetos e sistemática de atribuição de notas:

115
EXPERIMENTE 26
Checklist de infraestrutura da feira:

116
EXPERIMENTE 27

Locais possíveis para a


realização da cerimônia de
premiação

Datas possíveis para a


realização da cerimônia de
premiação

Horário do evento

Prêmios a serem entregues

Orador e pessoa respon-


sável pela entrega dos
prêmios

Autoridades a serem con-


vidadas

Outras sugestões de pre-


parativos

117
EXPERIMENTE 28
Instituições com as quais você pretende estabelecer parceria e as peculiaridades exi-
gidas por cada uma em seus relatórios técnicos ou de atividades:

Itens que farão parte do relatório técnico ou de atividades e responsáveis:

118
EXPERIMENTE 29
Instituições com as quais você pretende estabelecer parceria e as peculiaridades exi-
gidas por cada uma em seus relatórios financeiros:

Itens que farão parte do relatório financeiro e responsáveis:

119
121
Promoção Realização Apoio Institucional

Edição março 2021


122

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