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Barra do Bugres
2018
ÁGUILA PRISCILLA SILVA DE ABREU
Barra do Bugres
2018
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Dedico esta pesquisa primeiramente а
Deus, por ser essencial em minha vida,
autor da minha fé, meu guia, socorro
presente na hora da angústia. Aо meu pai
Marinaldo Lins de Abreu, minha mãe
Cícera Marta Silva de Abreu, ao meu
esposo Diego Vinicius Berigo e a minha
irmã Ana Raquel Silva de Abreu.
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus que permitiu tudo isso acontecer ао longo da minha vida,
е não somente nestes anos como universitária, mas que em todos os momentos é o
maior mestre que alguém pode conhecer.
À minha família, por sua capacidade de acreditar е investir em mim. Mãe, seu
cuidado, dedicação e suas orações me deram, em diversos momentos, а esperança
para seguir. Pai, sua presença significou segurança е certeza de que não estou
sozinha nessa caminhada. Irmã, sua alegria e otimismo sempre me fizeram acreditar
que tudo daria certo.
Ao meu esposo Diego, pessoa com quem amo partilhar а vida. Obrigado pelo
carinho, а paciência е por sua capacidade de me trazer paz na correria de cada
semestre.
Ао meu amigo Alex, pelas dores, tristezas е alegrias compartilhadas ao longo de
cada semestre que estivemos juntos.
À minha amiga Jaqueline, pela sua paciência em me ajudar a desenvolver essa
pesquisa. Pela sua cumplicidade, humildade e amizade, que é tão importante pra mim.
Aos amigos que conheci ao longo dessa jornada, companheiros de trabalhos е
irmãos na amizade qυе fizeram parte da minha formação е qυе vão continuar
presentes em minha vida com certeza.
Ao professor Acelmo, pela orientação, apoio е confiança.
A todos qυе diretamente, оυ indiretamente, fizeram parte da minha formação, о
meu muito obrigado.
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“Feliz aquele que transfere o que sabe e
aprende o que ensina.”
(Cora Coralina)
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RESUMO
7
ABSTRACT
In the present research we aimed to analyze the activities that use digital
technologies proposed in the textbooks of mathematics, in order to find answers to the
following guiding question: How are the TDs addressed in the Didactic Books of
Mathematics in High School? We carried out a qualitative research in the form of Study
documents, and these documents were approved textbooks in the last National
Program of Didactic Book (PNLD), launched in 2015 constituting the Corpus of the
research. The data were analyzed through the procedures of Content Analysis from
the perspective of Bardin (1977). In our analysis, we created three Categories of
Analysis - (i) Digital Technologies to verify properties, (ii) Digital Technologies for
calculations and operations, and (iii) Softwares for spreadsheets and graphs - which
were analyzed verifying relationships with existing activities in Didactic Books of
Mathematics of High School. The results of the research indicated that few digital
technological approaches were found in relation to the number of books analyzed,
contrasting with PNLD's emphasis on the use of TDs. There was not much variability
of digital technological approaches and we concluded that the digital technologies are
in a slow process of insertion in the textbooks.
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LISTA DE FIGURAS
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LISTA DE QUADROS
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LISTA DE TABELAS
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 13
1 O LIVRO DIDÁTICO E AS TECNOLOGIAS DIGITAIS ..................................... 16
1.1 O LIVRO DIDÁTICO ......................................................................................... 16
1.1.1 LIVRO DIDÁTICO DE MATEMÁTICA DO ENSINO MÉDIO ........................ 19
1.2 TECNOLOGIAS DIGITAIS (TD) E A EDUCAÇÃO MATEMÁTICA ................. 22
1.3 TECNOLOGIAS DIGITAIS E O LIVRO DIDÁTICO DE MATEMÁTICA ........... 24
2 ASPECTOS METOLOGICOS ............................................................................ 27
2.1 MÉTODO DA PESQUISA ................................................................................ 27
2.2 PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS ................................................... 29
2.2.1 COLEÇÃO - MATEMÁTICA: CONTEXTO E APLICAÇÕES ........................ 30
2.2.2 COLEÇÃO – MATEMÁTICA: CIÊNCIA E APLICAÇÕES............................. 37
2.2.3 COLEÇÃO – CONEXÕES COM A MATEMÁTICA ...................................... 41
3 DESCRIÇÃO E ANÁLISE INTERPRETATIVA DOS DADOS ........................... 49
3.1 TECNOLOGIAS DIGITAIS PARA VERIFICAR PROPRIEDADES .................. 49
3.2 TECNOLOGIAS DIGITAIS PARA CÁLCULOS E OPERAÇÕES .................... 51
3.3 SOFTWARE PARA CONSTRUÇÃO DE PLANILHAS E GRÁFICOS ............. 53
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 56
5 REFERÊNCIAS ................................................................................................. 58
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INTRODUÇÃO
As tecnologias são tão antigas quanto a espécie humana. A busca por viver mais,
levou o homem a criação das mais variadas tecnologias. Atualmente, alguns recursos
tecnológicos que utilizamos diariamente já se tornaram ‘automáticos’ que nem mais
percebemos sua presença, como por exemplo: luz elétrica, fogão, água encanada,
dentre outros.
A sociedade contemporânea vem sendo marcada pela presença das tecnologias
digitais e as utilizamos como meio de comunicação, entretenimento e também de
informação. Além de serem usadas para a troca de experiências elas também podem
auxiliar na construção do conhecimento. Isso ocorre devido à ampliação do acesso
das tecnologias da informação e comunicação.
Podemos perceber a evolução constante das Tecnologias Digitais (TD), que
consistem em equipamentos eletrônicos que dizem respeito a um conjunto de
diferentes mídias, tais como: smartphones, computadores, notebooks, dentre outros.
Nos últimos anos temos vistos a presença das evoluções tecnológicas em diversas
áreas, inclusive na educação. Discussões sobre a inserção de tecnologias digitais na
prática docente são tratados por diversos autores e pesquisas na área de educação
matemática.
Ralejo (2015) cita que o livro é uma das maiores invenções humanas que resiste
à extinção de forma extraordinária. É uma eficiente máquina de transportar
informações, cômodo por ser folheado, que pode ser lido em qualquer lugar, resiste
ao tempo e danos. Nesse sentido, referindo-se a tecnologias, o livro didático pode ser
considerado o material didático tecnológico mais utilizado pelos professores no
processo de ensino e aprendizagem.
Na aprendizagem da Matemática, o livro didático também exerce papel influente,
mas, de acordo com Silva (2014), há uma necessidade pela busca de novos recursos
auxiliadores pois o ensino de matemática é considerado por muitos um desafio, devido
às dificuldades encontradas em se inovar e proporcionar novas metodologias para se
apresentar os conteúdos matemáticos.
Nessa perspectiva, Papert (2008) nos diz que além de “treinar” os professores
utilizando-se de habilidades técnicas, é necessário que eles desenvolvam estratégias
13
que provoquem mudanças pedagógicas profundas e que sejam benéficas aos
estudantes. Nesse sentido, percebemos que o professor pode utilizar as tecnologias
digitais para promover outras possibilidades no ensino e aprendizagem juntamente
com o livro didático.
A medida que a humanidade avança cientificamente, ela aprimora seu
conhecimento sobre tecnologias, buscando suprir suas necessidades. Esses avanços
causam mudanças nos grupos sociais, como afirma Borba, Scucuglia e Gadanidis.
[...] Tentamos ver a tecnologia como uma marca do nosso tempo, que
constrói e é construída pelo ser humano. A noção de seres-humanos-com-
mídia tenta enfatizar que vivemos sempre em conjunto de humanos e que
somos frutos de um momento histórico, que tem as tecnologias
historicamente definidas como copartícipes dessa busca pela educação. As
tecnologias digitais são parte do processo de educação do ser humano, e
também partes constituintes da incompletude e da superação dessa
incompletude ontológica do ser humano (2014, p. 133).
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1 O LIVRO DIDÁTICO E AS TECNOLOGIAS DIGITAIS
O presente capítulo apresenta o aporte teórico, que será divido em três tópicos
para uma melhor organização e compreensão, abordando a importância e influência
dos livros didáticos de Matemática no âmbito escolar e sua relação com as
Tecnologias Digitais, com base em autores e em documentos nacionais como o PNLD
(Programa Nacional do Livro Didático).
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Europa e interesse nas preocupações dos leitores aumentou. Isso ocorreu devido à
Johannes Gutenberg que inventou a imprensa.
Durante esse período, os burgueses e membros do clero eram os candidatos à
alfabetização. Os burgueses frequentavam escolas, não somente para aprender a ler
e escrever, mas com a intenção de ter um preparo maior para liderar, administrar e
subordinar os demais. O clero por sua vez, dependia das letras para ler as sagradas
escrituras e transmiti-las, induzindo assim, os que não sabiam ler, a ter uma crença
maior em sua doutrina.
Michel (2015) cita em seu artigo que alguns autores sugerem que o livro didático
surgiu no século XIX como complemento aos ensinamentos que não constavam na
Bíblia.
No século XIX, o livro didático surgiu como um adicional à Bíblia, até então,
o único livro aceito pelas comunidades e usado nas escolas. Somente por
volta de 1847, os livros didáticos passaram a assumir um papel de grande
importância na aprendizagem e na política educacional. Os primeiros livros
didáticos, escritos sobretudo para os alunos das escolas de elite, procuram
complementar os ensinamentos não disponíveis nos Livros Sagrados.
(OLIVEIRA et al, 1997, p. 26).
Porém, há outros autores dizem que o livro didático sempre fez parte da cultura
escola, mesmo antes da invenção da imprensa. Segundo Bittencourt (1993) sua
origem está vinculada ao poder instituído. A articulação entre a produção didática e o
nascimento do sistema educacional, estabelecido pelo estado, distingue o livro
didático dos demais livros, nos quais há menor nitidez da interferência de agentes
externos em sua elaboração. Para os livros didáticos, os dicionários, as obras literárias
e os livros em braile tornarem-se aliados dos alunos e dos professores das escolas
públicas brasileiras, como acontece hoje, percorreu-se uma longa trajetória.
De acordo com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE)
essa trajetória começa em 1929, com a criação do Instituto Nacional do Livro (INL)
que, a princípio, não saiu do papel. Apenas com a nomeação de Gustavo Capanema
para Ministro da Educação em 1934, no governo do presidente Getúlio Vargas, o INL
começou a executar suas primeiras atribuições, tais como: a expansão do número de
bibliotecas públicas, a elaboração de uma enciclopédia nacional, a edição de obras
literárias para a formação cultural da população e um dicionário nacional.
Em 1938, o livro didático passou a figurar na pauta do governo federal com o
Decreto-Lei nº 1.006/38 de 30/12/1938, conhecida como a Lei do Livro Didático, que
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instituiu a Comissão Nacional do Livro Didático para tratar da produção, do controle e
da circulação dos livros didáticos. Só em 1996, sessenta e sete anos após a criação
do Instituto, com a extinção do FAE – Fundo de Assistência ao Estudante e a
transferência das suas ações em 1997, para o FNDE – Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação é que começaram a produção e distribuição dos livros
de forma contínua e dinâmica. A partir daí, todos os estudantes do ensino fundamental
passarão a receber livros didáticos de todas as disciplinas (www.fnde.gov.br, acesso
em 18 nov. 2017)
Nesta mesma década, com o objetivo de garantir a qualidade dos livros didáticos
a serem adotados principalmente pelas escolas públicas foi criado o Programa
Nacional de Livro Didático (PNLD), que se comprometia em fazer uma avaliação
pedagógica dos livros antes de chegar à sala de aula.
A responsabilidade pela política de execução do PNLD é transferida
integralmente para o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
(FNDE). O programa é ampliado e o Ministério da Educação passa a adquirir,
de forma continuada, livros didáticos de alfabetização, língua portuguesa,
matemática, ciências, estudos sociais, história e geografia para todos os
alunos de 1ª a 8ª série do ensino fundamental público. (FNDE, 2017, acesso
em 10 fev. 2017).
Com a criação do PNLD os livros didáticos voltaram a ter maior atenção por parte
do Ministério da Educação (MEC) que despertou o interesse de estudiosos em
investigar o propósito do programa, bem como a qualidade do livro didático que chega
a sala de aula (Albuquerque, 2002). De acordo com o Guia dos Livros Didático de
2015, a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), em seu artigo 35º, atribui ao ensino médio as
finalidades de consolidação e aprimoramento dos conhecimentos, a preparação para
o trabalho e a cidadania, o aprimoramento como ser humano e a autonomia
intelectual:
Art. 35. O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração mínima
de três anos, terá como finalidades:
I – a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no
ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;
II – a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para
continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade
a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;
III – o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a
formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do
pensamento crítico;
IV – a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos
produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.
(PNLD – Apresentação, 2015, p. 09).
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Ao escolher as coleções de livros didáticos para o ensino médio, é importante
que o professor identifique, nos textos das resenhas das obras, indicativos que se
associem com os estabelecidos no PNLD, intentando estabelecer uma aproximação
o mais efetiva possível entre o livro didático e o projeto político-pedagógico da escola.
São apresentadas, a seguir, os critérios de avaliação de todos os componentes
curriculares do Ensino Médio estabelecidos no PNLD (2015, p.10).
1. respeito à legislação, às diretrizes e às normas oficiais relativas ao ensino
médio;
2. observância de princípios éticos necessários à construção da cidadania e
ao convívio social republicano;
3. coerência e adequação da abordagem teórico-metodológica assumida pela
obra, no que diz respeito à proposta didático-pedagógica explicitada e aos
objetivos visados;
4. correção e atualização de conceitos, informações e procedimentos;
5. observância das características e finalidades específicas do Manual do
Professor e adequação da obra à linha pedagógica nela apresentada;
6. adequação da estrutura editorial e do projeto gráfico aos objetivos didático-
pedagógicos da obra. (PNLD - Matemática, 2015, p. 11).
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seja um livro que, além de respeitar o desenvolvimento cognitivo do aluno, não
apresente conceitos errados e não reduza a matemática a um conjunto de regras e
definições sem ligação lógica entre si.
Corroborando com as ideias de Bihel e Bayer, Brandão (2014) nos diz que antes
de utilizar o livro didático como um material de apoio nas aulas, o professor precisa
conhecê-lo previamente, ou seja, conhecer sua estrutura, é necessário analisá-lo
cuidadosamente. Acreditamos que as funções do livro didático no processo de ensino
e aprendizagem dependem de como o professor irá utilizá-lo. O livro pode ser
classificado como bom ou ruim, porém a prática do professor poderá mudar estas
classificações e pode ser constituído como um material de apoio ao docente,
contribuindo para a complementação do processo de ensino e aprendizagem, e tem
por objetivo, auxiliar no contexto escolar, perpassando uma ideologia sobre como
proceder diante da proposta dos conteúdos.
Podemos atribuir outra função ao livro didático de e acordo com o Guia de Livros
Didáticos de Matemática, onde o mesmo nos diz que “no processo de ensino e
aprendizagem, o livro didático é um interlocutor que dialoga com o professor e com o
aluno. Nesse diálogo, o livro é portador de uma perspectiva sobre o saber a ser
estudado e sobre o modo mais eficaz de aprendê-lo.” (PNLD Matemática 2014, p.12).
Para escolher qual livro didático será utilizado nas escolas públicas do Brasil em
um determinado período, têm-se o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), que
é o mais antigo dos programas voltados à distribuição de obras didáticas aos
estudantes da rede pública de ensino brasileira. Atualmente, o PNLD é voltado à
educação básica brasileira, ensino fundamental e médio, tendo como única exceção
os alunos da educação infantil.
Conforme o Decreto 7084, de 27 de janeiro de 2010, explicado de maneira
sucinta por Silva, o programa funciona de acordo com as seguintes etapas:
I - As escolas da rede pública que desejam participar do programa deverão
manifestar este interesse mediante adesão formal, observados os prazos,
normas, obrigações e procedimentos estabelecidos pelo Ministério da
Educação e essa adesão deve ser atualizada sempre até o final do mês de
maio do ano anterior àquele em que a entidade deseja ser atendida. II - São
estabelecidos regulamentos, prazos e regras em editais para as inscrições
dos livros didáticos no programa. Esses editais são publicados no Diário
Oficial da União e também disponibilizados pela internet no Portal do FNDE
(Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação). III - Nos editais constam
exigências técnicas e físicas que as obras inscritas devem seguir. É feita uma
triagem dessas obras pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de
São Paulo (IPT) para se constatar se as mesmas se enquadram nessas
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exigências, após os livros selecionados são encaminhados à Secretaria de
Educação Básica (SEB/MEC), é a SEB que escolhe os especialistas para
analisar as obras, conforme critérios divulgados no edital e estes elaboram
as resenhas dos livros aprovados, que passam a compor o guia de livros
didáticos. IV - O Guia do livro didático tem como objetivo orientar professores
e Diretores na análise e escolha dos livros didáticos que serão utilizadas
pelos alunos em sua escola. O Guia é disponibilizado no portal do FNDE na
internet e impresso nas escolas cadastradas no censo escolar. V - Após a
escolha dos livros é feita a formalização via internet, por meio de senha
previamente enviada pelo FNDE às escolas e assim é iniciado o processo de
aquisição que é realizada por inexigibilidade de licitação, prevista na Lei
8.666/93. Concluído esse processo inicia-se a produção desses livros, que
são supervisionados por técnicos do FNDE que analisam também sua
qualidade física. (Silva, 2014).
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Para escolher os livros didáticos para o Ensino Médio, é importante que o
professor identifique, nos textos das resenhas das obras, indicativos que se associem
com os estabelecidos no Guia do Livro Didático, visando estabelecer uma
aproximação o mais efetiva possível entre o livro didático e o projeto político-
pedagógico da escola.
Para seleção da coleção que estará vigente nos próximos três anos, há uma
Resolução garantindo a autonomia dos professores no processo de escolha.
Conforme a Resolução CD/FNDE 42/2012, compete às escolas e às
secretarias garantir que o corpo docente da escola participe do processo de
escolha. Para registrar a participação dos professores na escolha e dar
transparência ao processo, sugerimos que a decisão sobre a escolha das
coleções seja documentada por meio da Ata de Escolha de Livros Didáticos.
(PNLD, 2015, p. 27).
Com isso temos que as tecnologias se tornam uma grande aliada a espécie
humana, pois o homem consegue utiliza-la como um apoio para acompanhar o
desenvolvimento do mundo, adaptando-se aos complexos avanços tecnológicos
impostos a todos. No contexto educacional há um desafio, pois é preciso que o
professor esteja preparado para o domínio e assimilação crítica dessa linguagem.
Segundo D’Ambrósio (2005) a sociedade passa por grandes transformações,
com grandes reflexos na educação e reforçando essa discussão, professores e
pesquisadores em Educação Matemática vêm trabalhando na perspectiva de mudar
esse quadro, ou de pelo menos, contribuir com essa mudança.
Borba, Scucuglia e Gadanidis (2014) afirmam que a velocidade que as inovações
tecnológicas vêm tomando espaço ultimamente, cria uma característica marcante na
sociedade. Nesse sentido, as tecnologias digitais cada vez mais estão ganhando um
corpo na comunidade tecnológica.
Ao observarmos as diversas pesquisas na Educação Matemática desenvolvidas
no Brasil, pode-se perceber vários contextos, propostas e perspectivas com relação
ao uso didático e pedagógico das tecnologias.
As tecnologias aumentam a nossa capacidade de aprender e ampliam nosso
conhecimento, oferecendo formas variadas para desenvolver o processo de ensino e
aprendizagem. Concernente a essa fala Borba (2015) comenta que as inovações
tecnológicas permitem o surgimento de cenários alternativos para o ensino e
aprendizagem de Matemática. Diante desse contexto, é interessante que os
professores tenham acesso a uma formação que priorize a inserção das tecnologias
digitais no cotidiano da sala de aula de forma intensiva, sendo assim, seria importante
23
que existisse, na formação inicial de professores, disciplinas que conceituem,
apliquem e demonstrem como a educação matemática e as tecnologias digitais
andam juntas.
Corroborando com a perspectiva de Borba (2015), durante a minha experiência
na Universidade do Estado de Mato Groso (UNEMAT), participei de uma disciplina
que envolviam conceitos sobre uso tecnologias digitais dentro de sala de aula,
ministrada pela professora Doutora Daise Lago Pereira Souto. Os próprio corpo
docente da universidade utilizavam as tecnologias digitais para se comunicarem com
os alunos, para exposição de vídeos (vodcasts), exposição de notas, dentre outras
atividades.
Cada vez mais a tecnologia e o ensino determinam uma relação entre dois
universos diferentes, mas não opostos, envolvendo uma tradição contemporânea
entre os livros didáticos e as tecnologias digitais. Diversos autores e editoras buscam
meios de dialogar com essas demandas e criar formas para seu público alvo migrar
para essa nova realidade. Compactuando com as ideias de Ralejo (2015), através das
editoras o diálogo entre a tecnologia e o ensino de matemática vêm sendo
estabelecido.
As TD’s desenvolvem um constante movimento de renovação através de uso de
recursos diversificados, mas de acordo com Knauss (2009) não significa que haja
também uma renovação curricular. De acordo com o autor, o uso desses recursos
serve mais como uma tentativa de disfarçar a abordagem tradicional e linear dos
conteúdos didáticos de matemática. Ou seja, apesar dos livros inovarem cada vez
mais com design inovador, mais colorido e atrativo para o aluno, a abordagem dos
conteúdos ainda se mantém tradicional e cronológica.
Por enquanto, as características gerais dos livros didáticos de matemática
permanecem. Em um primeiro momento, o que mudou foram as formas de apresentar
as informações as atividades didáticas, mostrando assim uma mudança nas
concepções sobre professores e alunos. (COSTA & RALEJO, 2013).
24
No processo de avaliação do PNLD das obras de Matemática, há critérios sobre o uso
de tecnologias e diferentes mídias educacionais como processo de dinamização dos
ambientes de aprendizagem e construção de novos saberes.
Entendendo que o projeto político-pedagógico de cada unidade escolar deve
materializar-se no processo de formação humana coletiva, o entrelaçamento
entre trabalho, ciência e cultura realizar-se-á com os seguintes indicativos:
[...] ofertar atividades de estudo com utilização de novas tecnologias de
comunicação. (PNLD, 2015, p. 10-11).
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Quadro 1: Informações sobre as coleções aprovadas pelo PNLD 2015
COLEÇÕES APROVADAS PELO PNLD 2015
COLEÇÕES AUTOR(ES) VISÃO GERAL OBRAS CONTEÚDOS ABORDADOS
Números, Funções, Equações Algébricas,
1º ANO
Geometria, Estatística e Probabilidade
A coleção apresenta boas questões
Conexões Fábio Números, Funções, Equações Algébricas,
contextualizadas nas práticas sociais e em 2º ANO
com a Martins de Geometria, Estatística e Probabilidade
outras áreas do conhecimento. (PNLD,
Matemática Leonardo Números, Funções, Equações Algébricas,
2015, p. 22).
3º ANO Geometria Analítica, Estatística e
Probabilidade
Números, Funções, Equações Álgebricas,
1º ANO Geometria Analítica, Estatística e
Os conteúdos da coleção são
Probabilidade
apresentados de maneira clara e
Matemática: Números, Funções, Equações Álgebricas,
Luiz Roberto contextualizada, porém, a quantidade de
Contexto e 2º ANO Geometria Analítica, Estatística e
Dante conceitos abordados e de atividades
Aplicações Probabilidade
propostas é excessiva. (PNLD, 2015, p.
Números, Funções, Equações Algébricas,
30).
3º ANO Geometria Analítica, Estatística e
Probabilidade
As explanações teóricas, acompanhadas Números, Funções, Equações Algébricas,
1º ANO
de exemplos, problemas resolvidos e Geometria.
Manoel questões propostas são a opção Números, Funções, Equações Algébricas,
Matemática - 2º ANO
Rodrigues metodológica que predomina na obra. Geometria, Estatística e Probabilidade
Paiva
Paiva Desse modo, a participação mais ativa do Números, Funções, Equações Algébricas,
aluno no processo de sua aprendizagem 3º ANO Geometria Analítica, Estatística e
fica limitada. (PNLD, 2015, p. 39). Probabilidade
Gelson Iezzi Números, Funções, Equações Algébricas,
1º ANO
Osvaldo Geometria, Estatística e Probabilidade
Dolce Números, Funções, Equações Algébricas,
A obra destaca-se pela escolha de um 2º ANO
Matemática: David Mauro Geometria, Estatística e Probabilidade
acentuado rigor matemático, porém
Ciência e Degenszajn
adequado ao nível de ensino a que se
Aplicações Roberto Números, Funções, Equações Algébricas,
destina. (PNLD, 2015, p. 48).
Périgo 3º ANO Geometria Analítica, Estatística e
Nilze Silveira Probabilidade
de Almeida
Os itens que formam cada unidade Números, Funções, Geometria, Estatística e
1º ANO
Kátia Cristina iniciam-se com uma explanação teórica, Probabilidade
Stocco Smole muitas vezes precedida por textos, Números, Funções, Equações Algébricas,
2º ANO
Matemática - Maria Ignez situações-problema ou exemplos Geometria, Estatística e Probabilidade
Ensino Médio de Souza instigantes. Entretanto, muitos
Números, Funções, Equações Algébricas,
Vieira dos conteúdos a serem estudados são
3º ANO Geometria Analítica, Estatística e
Diniz excessivamente detalhados. (PNLD, 2015,
Probabilidade
p. 57).
Números, Funções, Equações Algébricas,
São frequentes e adequadas as 1º ANO
Geometria
contextualizações dos conteúdos
Novo Olhar - matemáticos, tanto na apresentação Números, Funções, Equações Algébricas,
Joamir Souza 2º ANO
Matemática inicial dos conceitos quanto nas Geometria, Estatística e Probabilidade
atividades resolvidas Números, Equações Algébricas, Geometria
e propostas. (PNLD, 2015, p. 66). 3º ANO Analítica, Geometria, Estatística e
Probabilidade
Fonte: Elaborado pelos autores.
26
2 ASPECTOS METOLOGICOS
27
autênticos. Appolinário (2009, p. 85) defende que, “sempre que uma pesquisa se
utiliza apenas de fontes documentais (livros, revistas, documentos legais, arquivos em
mídia eletrônica), diz-se que a pesquisa possui estratégia documental”.
Como procedimentos de análise de dados, utilizamos a Análise de Conteúdo na
perspectiva qualitativa, pois “na análise qualitativa o que serve de informação é a
presença ou a ausência de uma dada característica num determinado fragmento de
mensagem que é tomado em consideração”. (BARDIN, 1977, p. 38).
Para a referida autora, a Análise de Conteúdo pode ser concebida como sendo:
Um conjunto de técnicas de análise das comunicações, visando obter, por
procedimentos objetivos e sistemáticos de descrição do conteúdo das
mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de
conhecimentos relativos às condições de produção/recepção destas
mensagens (BARDIN, 1977, p.42).
28
2.2 PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS
Fazendo uma analogia com Bardin (1977), o corpus dessa pesquisa foram os
livros didáticos selecionados, o critério de seleção foi o livro ser aprovado pelo PNLD
e utilizado na rede estadual de ensino de Tangará da Serra – MT. As etapas do
processo de coleta de dados estão descritas no fluxograma abaixo:
ETAPAS DO
PROCESSO DE
COLETA DOS
DADOS
29
médio em que a atividade se enquadrar. Esses parâmetros foram organizados em
uma planilha eletrônica conforme pode-se observar na figura 02:
30
Figura 3: Obras da coleção Matemática: Contexto e Aplicações
31
abordado a função quadrática e foi registrado apenas uma atividade sugerindo o uso
de software para construção do gráfico de uma função quadrática, o Geogebra.
Função Exponencial era o título da terceira unidade, que era composta de dois
capítulos, sequenciais aos das unidades anteriores. O quinto capitulo ainda seguia o
conceito de funções abordando as funções exponenciais. Foi registrado apenas uma
atividade que utilizada o software Geogebra para construção de gráfico. O sexto
capítulo abordava o conceito de logaritmos e função logarítmica. Para o conteúdo de
logaritmos, foram registradas três atividades que sugeriam a mesma tecnologia, a
calculadora, porém distintas em seus objetivos. A primeira era para efetuar operações
com logaritmos, a segunda envolvia a visualização de suas propriedades, e a terceira
era uma aplicação de química. Haviam outras atividades, porém não foram
registradas, pois sugeriam a mesma tecnologia e tinham objetivos semelhantes entre
si. Para o conteúdo de funções logarítmicas, foi registrado apenas uma atividade que
utilizada o software Geogebra para construção de gráfico.
A quarta e última unidade, Sequências e Trigonometria, também possuía dois
capítulos, sequenciais aos das unidades anteriores, onde no sétimo capitulo foi
apresentado o conteúdo de sequências e foi registrado apenas uma atividade que
sugeria o uso de calculadora. O oitavo capitulo abordava o conceito de trigonometria
no triângulo retângulo. Foram observadas sete atividades sugerindo o uso de
calculadora, mas foram registradas apenas duas por haver redundância de objetivos
nas demais atividades.
Todas as atividades e abordagens tecnológicas encontradas nessa obra foram
tabuladas, seguindo os parâmetros exemplificados na figura 01, que será apresentada
no quadro 02:
32
Quadro 2: Atividades do volume 1 da Coleção Contexto e Aplicações
ANÁLISE DOS LIVROS DE MATEMÁTICA DIDÁTICOS DO ENSINO MÉDIO DAS ESCOLAS ESTADUAIS DE
TANGARÁ DA SERRA
ANO DE
COLEÇÃO AUTOR(ES) SÉRIE ATIVIDADE PROPOSTA CONTEÚDO TECNOLOGIA
PUBLICAÇÃO
Usar a calculadora para
verificar afirmações CALCULADORA
(conjecturas)
CONJUNTOS
Examinar a calculadora e
NÚMERICOS
utilizar as teclas de memória
CALCULADORA
para determinar o valor de
expressões complexas
Construir um gráfico de uma
Software
função afim utilizando um FUNÇÃO AFIM
LibreOffice
software
Construir um gráfico de uma
FUNÇÃO Software
função quadrática utilizando
QUADRÁTICA Geogebra
um software
Construir um gráfico de uma
FUNÇÃO Software
função exponencial
EXPONENCIAL Geogebra
utilizando um software
Usar a calculadora para
encontrar valores para CALCULADORA
MATEMÁTICA Luiz
logaritmos
Contexto e Roberto 2015 1º ANO
Usar a calculadora para
Aplicações Dante
calcular logaritmos usando a LOGARÍTMOS CALCULADORA
mudança de base
Encontrar o pH de uma
solução utilizando o CALCULADORA
logaritmo
Construir um gráfico de uma
FUNÇÃO Software
função logarítmica utilizando
LOGARÍTMICA Geogebra
um software
Dividir termos de sequências
SEQUÊNCIAS CALCULADORA
utilizando a calculadora
Utilizar a calculadora para
calcular os ângulos não
CALCULADORA
notáveis de figuras TRIGONOMETRI
geométricas A NO
Utilizar a calculadora para TRIÂNGULO
calcular a distância entre RETÂNGULO
CALCULADORA
dois pontos de uma figura
geométrica
Fonte: Elaborado pelos autores.
O livro da segunda série do Ensino Médio foi analisado de forma análoga à obra
anterior, onde a primeira unidade recebeu o título Trigonometria, e possuía quatro
capítulos. O primeiro capitulo conceituou a trigonometria em triângulos quaisquer.
Foram observadas cinco atividades, mas foram registradas somente três pois haviam
distinção em seus objetivos. O segundo capitulo apresentou conceitos trigonométricos
básicos. Em suas atividades não houve sugestões de tecnologias digitais. O terceiro
capitulo abordou o conteúdo de funções trigonométricas. Foi registrado apenas uma
atividade que sugeria o uso de um software para construção de gráficos, o Geogebra.
33
O quarto capitulo apresentou as relações trigonométricas e não houve abordagem de
tecnologias digitais em suas atividades.
A segunda unidade, Matrizes, Determinantes e Sistemas Lineares, possuía dois
capítulos, sequenciais aos da unidade anterior, onde o quinto abordou matrizes e
determinantes e o sexto apresentou os sistemas lineares. Em ambos os capítulos, não
houve abordagem de tecnologias digitais.
Geometria Plana e Espacial era o título da terceira unidade, que possuía quatro
capítulos, sequenciais aos das unidades anteriores. O sétimo capitulo abordou
polígonos inscritos e áreas e o oitavo apresentou geometria especial de posição. Em
ambos os capítulos não houve abordagem de tecnologias digitais. O nono capitulo
falava sobre poliedros, mais especificamente sobre prismas e pirâmides. Foram
observadas três atividades que sugeriam o uso de calculadora, mas só registramos
duas, pois havia distinção em seus objetivos. O décimo capitulo abordou corpos
redondos. Havia apenas duas atividades que sugeriam o uso de tecnologias e as
mesmas foram registradas.
Na unidade quatro, Análise Combinatória e Probabilidade, analisamos os dois
últimos capítulos presentes na obra. O capitulo onze apresentou a análise
combinatória e o capitulo doze abordou a probabilidade. Em suas atividades não
houve abordagem de tecnologias digitais.
As atividades que continham abordagens tecnológicas encontradas nessa obra
foram organizadas na tabela exemplificada na figura 01, sendo apresentada no quadro
03:
34
Quadro 3: Atividades do volume 2 da Coleção Contexto e Aplicações
ANÁLISE DOS LIVROS DE MATEMÁTICA DIDÁTICOS DO ENSINO MÉDIO DAS ESCOLAS ESTADUAIS DE TANGARÁ DA
SERRA
ANO DE
COLEÇÃO AUTOR(ES) SÉRIE ATIVIDADE PROPOSTA CONTEÚDO TECNOLOGIA
PUBLICAÇÃO
Uso de calculadora para
determinar a distância
CALCULADORA
entre dois vértices de
um triângulo TRIGONOMETRIA -
Uso de calculadora para RESOLUÇÃO DE
encontrar a área de TRIÂNGULOS CALCULADORA
uma região triangular QUAISQUER
Uso de calculadora para
determinar valor de x CALCULADORA
no triângulo obtuso
Construção de funções
MATEMÁTICA Luiz
trigonométricas e seus FUNÇÃO Software
Contexto e Roberto 2015 2º ANO
respectivos gráficos TRIGONOMÉTRICA Geogebra
Aplicações Dante
utilizando um software
Determinar a área total
de uma pirâmide POLIEDROS: CALCULADORA
regular hexagonal. PIRÂMIDES E
Determinar o volume de PRISMAS
CALCULADORA
uma pirâmide
Determinar a área total
da superfície de um CALCULADORA
cone. CORPOS REDONDOS
Determinar o volume de
CALCULADORA
um cone
Fonte: Elaborado pelos autores.
35
Cônicas e Números Complexos era o título da terceira unidade, que possuía dois
capítulos. O quinto capitulo correspondeu ao conteúdo geometria analítica: secções
cônicas. Foi encontrada e coletada apenas uma atividade que sugeria o uso do
software Geogebra para construção de gráficos de parábolas e elipses. Já o sexto
capitulo apresentou os números complexos e não houve abordagem de tecnologias
digitais.
A quarta e última unidade, Polinômios e Equações Algébricas, era composta de
dois capítulos, sequenciais aos das unidades anteriores, onde o capitulo sete
apresentou os polinômios e foi encontrada e coletada apenas uma atividade que
sugeria o uso do software Geogebra para construir gráficos de funções polinomiais. O
oitavo capitulo abordou equações algébricas e em não houve abordagem de
tecnologias digitais.
Todas as atividades que possuíam uma abordagem tecnológica digital foram
organizadas em uma tabela, exemplificada na figura 01, como podemos observar no
quadro 04:
36
Podemos observar que nos Quadros 2, 3 e 4, apresentados anteriormente, o
item Atividade Proposta nos apresenta apenas um excerto da questão na integra,
sendo esse excerto denominado, de acordo com a Análise de Conteúdo definida por
Bardin (1977), Unidade de Contexto.
37
encontram-se mais exercícios propostos como desafios. Ao final de cada livro, estão
todas as respostas às questões do texto. Por fim, há um índice remissivo.
Analogamente a obra anterior, a análise transcorreu-se, de forma minuciosa e
sequencial, a partir de todos os capítulos contidos na obra, seguindo o mesmo critério
citado anteriormente. As obras da coleção eram divididas por capítulos,
diferentemente da coleção anterior que se dividia por unidade.
O livro da primeira série tinha como título do primeiro capitulo Noções de
Conjuntos, e não foi encontrada nenhuma abordagem sobre o uso de tecnologias. No
capítulo dois, Conjuntos Numéricos, foi encontrada apenas uma atividade que sugeria
o uso de calculadora para obter aproximações racionais do número irracional: raiz
quadrada de três. No terceiro capitulo, denominado Funções, foi encontrado apenas
uma atividade que sugeria o uso de calculadora para calcular possíveis valores de
uma função.
O capitulo quatro, Função Afim e o capitulo cinco, Função Quadrática, não
possuíam abordagens que sugeriam o uso de tecnologias. Já no sexto capítulo
Função Modular, foi encontrada apenas uma atividade que sugeria o uso de
calculadora para calcular o imposto de renda em uma situação-problema.
No sétimo capitulo, Função Exponencial, foram encontradas duas atividade que
sugeriam o uso de calculadora e tinham o mesmo objetivo em sua proposto, com isso
foi coletada apenas uma. No capitulo oito, Função Logarítmica e nove, Complementos
Sobre Funções, não foram encontradas abordagens que sugeriam o uso de
tecnologias.
Progressões era o título do décimo capitulo, e foi encontrada apenas uma
atividade que sugeria o uso de calculadora para encontrar valores de uma progressão
geométrica. No décimo primeiro capitulo, Matemática Comercial, foi encontrada
apenas uma atividade que sugeria o uso de calculadora para encontrar aumentos e
descontos através de porcentagens.
O décimo segundo capitulo, Semelhança e Triângulos Retângulos, não sugeriu
abordagens sobre o uso de tecnologias, assim como o capitulo treze, Trigonometria
no Triangulo Retângulo, e no capitulo catorze, Estatística Básica.
As atividades e abordagens tecnológicas encontradas na obra dessa coleção
foram tabuladas, sendo apresentadas no quadro 05:
38
Quadro 5: Atividades do volume 1 da Coleção Ciência e Aplicações
ANÁLISE DOS LIVROS DE MATEMÁTICA DIDÁTICOS DO ENSINO MÉDIO DAS ESCOLAS ESTADUAIS DE TANGARÁ DA
SERRA
ANO DE
COLEÇÃO AUTOR(ES) SÉRIE ATIVIDADE PROPOSTA CONTEÚDO TECNOLOGIA
PUBLICAÇÃO
Usar a calculadora para
calcular aproximações CONJUNTOS
CALCULADORA
racionais do número NÚMERICOS
irracional raiz de três
Usar a calculadora para
calcular as tentativas de
Gelson FUNÇÕES CALCULADORA
uma função proposta em
Iezzi uma situação-problema
Osvaldo Usar a calculadora para
Dolce calcular imposto de renda
MATEMÁTICA FUNÇÃO MODULAR CALCULADORA
David
Ciência e 2013 1º ANO proposto em uma situação-
Degenszajn problema
Aplicações
Roberto
Usar a calculadora para
Périgo
calcular valores da função FUNÇÃO
Nilze de CALCULADORA
exponencial proposta em EXPONENCIAL
Almeida
uma situação-problema
Usar a calculadora para
PROGRESSÕES CALCULADORA
calcular valores de uma P.G.
Usar a calculadora para
MATEMÁTICA
calcular a porcentagem de CALCULADORA
COMERCIAL
situações-problemas
Fonte: Elaborado pelos autores.
39
As abordagens tecnológicas encontradas na obra dessa coleção foram
tabuladas, sendo apresentadas no quadro 06:
40
Quadro 7: Atividades do volume 3 da Coleção Ciência e Aplicações
ANÁLISE DOS LIVROS DE MATEMÁTICA DIDÁTICOS DO ENSINO MÉDIO DAS ESCOLAS ESTADUAIS DE TANGARÁ DA
SERRA
ANO DE
COLEÇÃO AUTOR(ES) SÉRIE ATIVIDADE PROPOSTA CONTEÚDO TECNOLOGIA
PUBLICAÇÃO
Gelson Iezzi Utilizar a calculadora para
Osvaldo Dolce resolver exercícios de ESTATÍSTICA CALCULADORA
MATEMÁTICA David Estatística
Ciência e Degenszajn 2013 3º ANO
Utilizar a calculadora para
Aplicações Roberto MATEMÁTICA
resolver exercícios contendo CALCULADORA
Périgo Nilze FINANCEIRA
porcentagem
de Almeida
Fonte: Elaborado pelos autores.
42
Quadro 8: Atividades do volume 1 da Coleção Conexões com a Matemática
ANÁLISE DOS LIVROS DE MATEMÁTICA DIDÁTICOS DO ENSINO MÉDIO DAS ESCOLAS ESTADUAIS DE TANGARÁ DA
SERRA
ANO DE
COLEÇÃO AUTOR(ES) SÉRIE ATIVIDADE PROPOSTA CONTEÚDO TECNOLOGIA
PUBLICAÇÃO
Usar planilha eletrônica
para obter a frequência ESTATÍSTICA PLANILHA ELETRÔNICA
relativa e absoluta
Estudar o sinal da função
através de gráficos criados FUNÇÕES Software
em softwares
Uso de software para
FUNÇÃO
construção de gráfico de Software
MODULAR
uma função modular
Conexões Fábio
Usar planilha eletrônica
com a Martins de 2013 1º ANO FUNÇÃO
para obter a estimativa de PLANILHA ELETRÔNICA
Matemática Leonardo EXPONENCIAL
uma população
Uso de calculadora para
encontrar o valor
LOGARITMOS CALCULADORA
aproximado de logaritmos
na base 10
Uso de uma planilha
eletrônica para
SEQUENCIAS PLANILHA ELETRÔNICA
determinar os termos de
uma sequencia
Fonte: Elaborado pelos autores.
43
O quadro 09 apresenta as atividades tabuladas seguindo os parâmetros
exemplificados na figura 01:
44
de acordo com a Análise de Conteúdo definida por Bardin (1977), Unidade de
Contexto.
Constituímos, com base nas atividades selecionadas, algumas Unidades de
Registro provenientes das partes significativas das atividades propostas nos livros.
Assim sendo, apresentamos, a seguir no Quadro 11, as inter-relações entre as
Unidades de Contexto das atividades na íntegra e as Unidades de Registro
elaboradas.
45
Usar a calculadora para calcular
aproximações racionais do número CALCULADORA PARA CALCULOS E OPERAÇÕES
irracional raiz de três
Usar a calculadora para calcular as
tentativas de uma função proposta em CALCULADORA PARA CALCULOS E OPERAÇÕES
uma situação-problema
Usar a calculadora para calcular imposto
de renda proposto em uma situação- CALCULADORA PARA CALCULOS E OPERAÇÕES
problema
Usar a calculadora para calcular valores da
função exponencial proposta em uma CALCULADORA PARA CALCULOS E OPERAÇÕES
situação-problema
Usar a calculadora para calcular valores de
CALCULADORA PARA CALCULOS E OPERAÇÕES
uma P.G.
Usar a calculadora para calcular a
CALCULADORA PARA CALCULOS E OPERAÇÕES
porcentagem de situações-problemas
Usar a calculadora para resolver uma
situação problema envolvendo números CALCULADORA PARA CALCULOS E OPERAÇÕES
em radianos
Usar a calculadora para calcular valores de
CALCULADORA PARA CALCULOS E OPERAÇÕES
ângulos
Usar a calculadora para encontrar as
medidas de um triângulo qualquer (LEI CALCULADORA PARA CALCULOS E OPERAÇÕES
DOS SENOS)
Calcular o produto de matrizes utilizando
CALCULADORA PARA CALCULOS E OPERAÇÕES
a calculadora
Utilizar a calculadora para resolver
CALCULADORA PARA CALCULOS E OPERAÇÕES
exercícios de Estatística
Utilizar a calculadora para resolver
CALCULADORA PARA CALCULOS E OPERAÇÕES
exercícios contendo porcentagem
Uso de calculadora para encontrar o valor
CALCULADORA PARA CALCULOS E OPERAÇÕES
aproximado de logaritmos na base 10
Usar a calculadora para encontrar valores
CALCULADORA PARA CALCULOS E OPERAÇÕES
de seno, cosseno e tangente
Usar a calculadora para resolver uma
situação-problema envolvendo seno, CALCULADORA PARA CALCULOS E OPERAÇÕES
cosseno e tangente
Construir um gráfico de uma função afim SOFTWARE PARA CONSTRUÇÃO DE GRÁFICO
Software utilizando um software
LibreOffice Elaborar uma planilha e construir um
SOFTWARE PARA CONSTRUÇÃO DE PLANILHAS
gráfico utilizando um software
Construir um gráfico de uma função SOFTWARE PARA CONSTRUÇÃO DE GRÁFICO
quadrática utilizando um software
Construir um gráfico de uma função
SOFTWARE PARA CONSTRUÇÃO DE GRÁFICO
exponencial utilizando um software
Construir um gráfico de uma função SOFTWARE PARA CONSTRUÇÃO DE GRÁFICO
Software logarítmica utilizando um software
Geogebra Construção de funções trigonométricas e
seus respectivos gráficos utilizando um SOFTWARE PARA CONSTRUÇÃO DE GRÁFICO
software
Construir um gráfico de parábolas e
SOFTWARE PARA CONSTRUÇÃO DE GRÁFICO
elipses utilizando um software
Construir um gráfico de uma função
SOFTWARE PARA CONSTRUÇÃO DE GRÁFICO
polinomial utilizando um software
PLANILHA Usar planilha eletrônica para obter a
PLANILHA ELETRÔNICA PARA OPERAÇÕES MATEMÁTICAS
ELETRÔNICA frequência relativa e absoluta
46
Usar planilha eletrônica para obter a
PLANILHA ELETRÔNICA PARA OPERAÇÕES MATEMÁTICAS
estimativa de uma população
Uso de uma planilha eletrônica para
PLANILHA ELETRÔNICA PARA OPERAÇÕES MATEMÁTICAS
determinar os termos de uma sequencia
Usar uma planilha eletrônica para mostrar
que números dispostos de maneira PLANILHA ELETRÔNICA PARA VERIFICAR PROPRIEDADES
retangular é uma matriz
Usar uma planilha eletrônica para fazer a
PLANILHA ELETRÔNICA PARA OPERAÇÕES MATEMÁTICAS
distribuição de frequências
Estudar o sinal da função através de
SOFTWARE PARA CONSTRUÇÃO DE GRÁFICO
gráficos criados em softwares
Uso de software para construção de
Software SOFTWARE PARA CONSTRUÇÃO DE GRÁFICO
gráfico de uma função modular
Uso de software para construção de
SOFTWARE PARA CONSTRUÇÃO DE GRÁFICO
gráficos de funções trigonométricas
Fonte: Elaborado pelos autores.
47
Quadro 12: Articulações entre as Unidades de Registro e as Categorias de Análise
UNIDADES DE REGISTRO CATEGORIAS DE ANÁLISE
CALCULADORA PARA VERIFICAR PROPRIEDADES Tecnologias Digitais para verificar
PLANILHA ELETRÔNICA PARA VERIFICAR PROPRIEDADES propriedades
CALCULADORA PARA CALCULOS E OPERAÇÕES Tecnologias Digitais para cálculos e
PLANILHA ELETRÔNICA PARA OPERAÇÕES MATEMÁTICAS operações
SOFTWARE PARA CONSTRUÇÃO DE PLANILHAS Software para construção de
SOFTWARE PARA CONSTRUÇÃO DE GRÁFICO planilha e gráficos
Fonte: Elaborado pelos autores.
48
3 DESCRIÇÃO E ANÁLISE INTERPRETATIVA DOS DADOS
51
A segunda atividade, exemplificando essa categoria de análise, foi retirada do
livro do primeiro ano do Ensino Médio, coleção Conexões com a Matemática, escrito
pelo autor Fábio Martins de Leonardo, sendo apresentada na figura 08:
52
foram encontradas nenhuma Competência e Habilidade que se encaixasse no objetivo
da atividade.
Ambas atividades propõem o uso de tecnologias digitais para resolver cálculos
e operações matemáticas e embora uma das atividades foi classificada na Matriz de
Referência do Ensino Médio, a categoria de análise em que ambas estão incluídas
também não possui nenhuma Competência e Habilidade que atenda à sua
característica principal, que é o uso de tecnologias digitais para efetuar cálculos.
53
O exercício aborda o uso de um Software intitulado Geogebra para construção
de gráficos de funções quadráticas e também possui uma característica de “tutorial”,
onde explica passo a passo a construção dos gráficos no referido software.
Analisando a Matriz de Referência, podemos observar que a atividade não se
enquadra em nenhuma Competência e Habilidade, pois suas características não
condizem com as opções apresentadas pela Matriz.
A segunda atividade, conforme segue na figura 10, foi retirada do livro do terceiro
ano do Ensino Médio, pertencente a mesma coleção da atividade anterior,
Matemática: Contexto e Aplicação, do autor Luiz Roberto Dante.
54
obtidas da leitura de gráficos e tabelas, realizando previsão de tendência,
extrapolação, interpolação e interpretação” e Habilidade 24, “Resolver situação-
problema com dados apresentados em forma de tabela de dupla entrada ou gráfico”,
ambas do Eixo Cognitivo 3, “Selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e
informações representados de diferentes formas, para tomar decisões e enfrentar
situações-problema”.
Em ambas atividades vemos que há uma abordagem quanto ao uso de
tecnologias digitais construção de planilhas e gráficos e visualizamos também que
apenas uma das atividades foi classificada na Matriz de Referência do Ensino Médio,
sem levar em consideração à tecnologia utilizada. Entretanto a categoria de análise
em que ambas constituem não possui nenhuma Competência e Habilidade que
atenda à sua característica principal, que é o uso de Tecnologias Digitais para
construção de gráficos e planilhas.
55
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
56
Entendemos que pode haver mais abordagens tecnológicas digitais nas outras
coleções sugeridas pelo PNLD (BRASIL, 2015), que utilizamos como principal fonte
para selecionar os documentos a serem analisados, visto que o mesmo propôs seis
coleções para serem escolhidas pelos professores em serviço da rede estadual. No
entanto, utilizamos apenas três para constituir o corpus dessa pesquisa, uma vez que
os livros foram cedidos pelas escolas estaduais da cidade de Tangará da Serra.
Uma TD de fácil acesso e que muitos alunos e professores têm a seu alcance é
o Smartphone, porém, nos resultados de nossa pesquisa, vimos que nenhuma
coleção selecionada abordou o uso do celular como ferramenta tecnológica para
auxiliar o aluno durante o conteúdo estudado, visto que já temos, disponibilizado pelo
PNLD, os livros digitais (E-books) que podem ser acessados pelos Smartphones.
Entretanto, há muitas escolas que proíbem os alunos de usarem seus celulares em
aula, argumentando que os alunos não sabem usufruir desse meio tecnológico com
objetivo educativo.
Encontramos também alguns problemas quanto à formação dos professores em
serviço que, em sua maioria, não tiveram durante a graduação, disciplinas que
abordassem o uso de tecnologias digitais como um recurso auxiliador dentro de sala
de aula. Assim sendo, temos que os resultados dessa pesquisa permitiu nos concluir
que por mais que haja muitas pesquisas, sejam artigos, dissertações e teses, a
respeito do uso de TD’s na educação, ainda há uma resistência quanto às instituições
de ensino em adotar esse novo sistema de ensino, visto que é um processo lento e
exige recursos financeiros e estruturais das escolas.
57
5 REFERÊNCIAS
58
BRASIL. Guia de livros didáticos - PNLD 2014: Matemática Ensino fundamental
anos finais. Brasília- DF: Ministério da Educação, Secretária de Educação Básica,
2013.
59
FREITAS, O. Equipamentos e materiais didáticos. Brasília: Universidade de
Brasília, 2007. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/profunc/equip_mat_dit.pdf >. Acesso em:
26 jan. 2017.
IEZZI, G. et al. Matemática: ciência e aplicações, volume 1. 7. ed. São Paulo – SP.
Saraiva, 2013.
IEZZI, G. et al. Matemática: ciência e aplicações, volume 2. 7. ed. São Paulo – SP.
Saraiva, 2013.
IEZZI, G. et al. Matemática: ciência e aplicações, volume 3. 7. ed. São Paulo – SP.
Saraiva, 2013.
60
LIMA, I. C. D.; AZEREDO, R. A evolução do livro escrito. SAPIENTIA - CESAT -
PIO XII – UNICES, em revista, - nº 5, 2006.
61