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INSTITUTO DE EDUCAÇÃO
DOUTORAMENTO EM EDUCAÇÃO
2015
UNIVERSIDADE DE LISBOA
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO
(SFRH/BD/76608/2011)
Tese orientada pelo Professor Doutor João Filipe Lacerda Matos, especialmente
Comunicação na Educação
2015
Retratar em pouco mais duma página todas as pessoas que fazem parte deste percurso
Ao Professor Doutor João Filipe Matos, orientador deste trabalho, por todo o apoio,
inspiração e confiança inabaláveis. Mas acima de tudo, por acreditar sempre, em mim, no
trabalho e na educação.
À Professora Doutora Neuza Pedro, que iniciou este percurso comigo há alguns anos
num outro local, pelo seu otimismo e incentivo constantes. E por se ter transformado durante
ao Nuno e ao Rui - que suportaram por tantas vezes o trabalho sozinhos; que são incapazes de
dizer não a todas as minhas ideias desafiantes, que lhes trazem menos descanso e uma maior
preocupação; por tomarem conta de mim todos os dias e em tantas circunstâncias; por não me
deixarem desistir, mesmo nos momentos mais críticos; mas acima de tudo, pela amizade
construída. O vosso apoio, em todas as suas formas, foi fundamental para concluir esta
diferentes, que partilharam (e hão-de partilhar) noites e dias de conversa sobre educação,
desde os catorze anos dividem sonhos, receios, ambições, desejos, pondo-me constantemente
em causa.
À Ana, à Carla e à Teresa, uma palavra especial, as três estão em mim e em tudo
educação.
Em particular à minha tia Francelina, que me mostrou que era possível ensinar matemática
Por último, à mãe, ao pai e à avó, porque cada vez que me vejo e me ouço vos
Piaget, 1977
i
Índice
Resumo ...................................................................................................................................... v
Abstract ..................................................................................................................................... vi
Capítulo I – Introdução .............................................................................................................. 1
1.1 Apresentação e contextualização............................................................................... 2
1.2 Estrutura Interna da Investigação .............................................................................. 7
Capítulo 2 - Enquadramento Teórico ....................................................................................... 10
2.1 Abordagem e apresentação do conceito de Competência ....................................... 11
2.1.1 Competências profissionais docentes. ..................................................................... 20
2.1.2 Competências para o Século XXI. .......................................................................... 31
2.2 Desenvolvimento Profissional docente: Delimitação do constructo ....................... 39
2.2.1 O desenvolvimento profissional como um processo contínuo. ............................... 40
2.2.2 Características do Desenvolvimento Profissional. .................................................. 46
2.2.3 Contributos do Modelo Ecológico para o Desenvolvimento Profissional Docente.
49
2.3 Competências do século XXI e Desenvolvimento Profissional docente ................ 54
Capítulo 3 - Problema, questões de investigação e objetivos .................................................. 58
3.1 Objetivos de Investigação ....................................................................................... 61
Capítulo 4 – Metodologia ........................................................................................................ 66
Abordagem metodológica .................................................................................................... 67
4.1 Participantes ............................................................................................................ 76
4.1.1 Professores do 2º e 3º ciclo do Ensino Básico. ....................................................... 77
4.1.2 Stakeholders. ........................................................................................................... 82
4.2 Apresentação dos Instrumentos ............................................................................... 83
4.2.1. Escala de perceção de competências docentes para o século XXI. ....................... 85
4.2.1.1 processo de validação do instrumento. ............................................. 92
4.2.2 Guião de entrevista. ................................................................................................ 96
4.2.2.1. Processo de validação do instrumento............................................... 99
4.3 Procedimentos de recolha e análise de dados ........................................................ 101
Capítulo 5 – Análise e Discussão de Resultados ................................................................... 106
ii
Índice de figuras
Índice de tabelas
Resumo
Abstract
educators by formulating a reference framework for the technical and pedagogical skills
needed by basic education teachers in the 21st century. In order to do so, we studied in depth
the theoretical viewpoint of the concept of competencies (defined into teaching competencies
and competencies for the 21st century), relating it to teachers’ professional development.
gathered (i) applying the scale of perception of teaching competencies for the 21st century to
2688 teachers of the 2nd and 3rd cycles of Basic Education and (ii) interviewing five
of teacher training, the Ministry of Education and Science and representatives of Parents’
Associations. Results were later crossed and thus the reference framework for 21st century
competencies for teachers of the 2nd and 3rd cycle of basic Education was formed, composed
for the use of the reference framework of competencies as a tool for the professional
development of teachers
Keywords: Competencies for the 21st century, teachers professional development, Basic
Capítulo I – Introdução
2
foram referidas igualmente por Jesus (2000) quando este salientou a necessidade de
variadas atividades sociais. Esta realidade tem sido objeto de estudo em áreas tão
este propósito, autores como Giddens (2002) e Castells (2002) têm vindo a sublinhar a
presença das tecnologias nas práticas sociais, indo assim ao encontro de uma
Nesta problemática está também presente a ideia de que se têm vindo a vincar as
diferenças nas linguagens usadas por professores por um lado e alunos por outro. Não
apenas têm reportórios distintos, derivados das diferenças entre as suas práticas, dos
Pedro, 2011) mas também organizam a sua experiência de formas muito distintas
ideia ecoa naquilo que Prensky (2001) referiu há quase quinze anos quando, ao alertar
natureza muito distinta. Encontra-se aqui também convergência com o que nos indicam
os resultados produzidos por Pedro, Wunch, Pedro e Matos (2010) que mostraram que
realidade aumentada ou a robótica educativa. Estes alunos não só nasceram num mundo
iPod ou mp3, Playstations ou plataformas Wii, não saindo com os pais sem levar a sua
DS’s ou PSP e utilizar o Twitter, o Facebook ou o Hi5 (Pedro et al., 2010). Uma
entre as práticas escolares e as não escolares (quer da parte dos alunos, quer da parte dos
4
estudo, a forma como as alterações e mudanças nas práticas sociais num mundo
a refletir sobre as necessidades decorrentes para este século, indo assim de encontro ao
salientado pela OECD (2011) quando refere a necessidade das escolas prepararem os
alunos para profissões ainda não criadas, tecnologias ainda não inventadas e problemas
Entende-se ainda que, para criar condições que permitam uma reflexão
modificações que esta profissão sofreu a par das mudanças ocorridas no sistema
educativo.
com frequência que a escola não é apenas um local de ensino, mas também um local de
passar cada vez mais tempo no espaço escolar (esgotando muitas vezes a sua motivação
para estar nele), enquanto os professores ensinam conteúdos científicos, educam social,
alterações potencia a modificação da visão da docência quer pela sociedade, quer pelos
professor não podia ser encarado como o foco principal desse processo, i.e. como o
detentor e transmissor de conhecimento, devendo ser encarado por outro lado como
como são encarados os problemas diários, teremos do mesmo modo que sugerir que
essas alterações tenham eco nas diferentes práticas escolares, dentro e fora da sala de
consequência a pensar nas necessidades decorrentes para este século, como salientado
A generation ago, teachers could expect that what they taught would last their
students lifetime. Today, because of rapid economic and social change, schools
have to prepare students for jobs that have not yet been created, technologies
that have not been invented and problems that we don’t yet know will arise
(par.7).
adaptação do conhecimento adquirido a novas situações, que muitas vezes ainda não
foram pensadas.
necessárias para que haja uma adequação às alterações sociais (Muñoz, 2003).
o ensino de qualidade era visto como o objetivo primordial da educação, tendo de ter em
consideração competências internas e externas dos e aos sujeitos, “learners are expected
to build their own learning environments, using traditional information sources and
XXI.
7
implica percecionar a docência como sendo caracterizada por vários fatores externos e
(Esteves, 2009).
sociedade durante os últimos anos tem sido um fator fulcral na exigência de novas
competências. Este estudo visou, desta forma, tecer contribuições para perspetivar o
seguida a estrutura que sustenta esta investigação, procurando assim definir o percurso
Composto por sete capítulos principais, este relatório inicia-se com o capítulo de
e às questões de investigação, que por sua vez orientaram todo o processo investigativo.
teórica e conceptualmente a presente investigação. Estes conceitos são por sua vez
modo clarificar possíveis relações entre conceitos e clarificando o papel que estes têm
operacionalização.
processos de pré-testagem subjacentes, quer por parte de especialistas quer por análise
Ensino Básico.
ensino-aprendizagem;
passado (Conceição & Sousa, 2012), o que leva a uma reflexão sobre as competências
sua definição consoante os autores que o utilizam nos seus trabalhos (Barnés, 2008). A
este conceito, considerado complexo, têm sido associadas diferentes definições, muitas
(2005) refere, por exemplo, que o conceito de competência foi por vezes associado, de
das tecnologias no mundo social (Giddens, 2002; Castells, 2002) e de alterações sociais,
repensar o conceito de competência visto terem surgido novos desafios aos sujeitos e à
sociedade.
dada situação versus os conhecimentos que cada um tem sobre determinado objeto, “the
term competence, which is given a generic or holisitc meaning and refers to a person
overaal capacity, and the term competency is (…) simply to describe any piece of
Esta mesma visão é partilhada por Ponte, Januário, Ferreira e Cruz (2000) que
remeterá sempre para um nível holístico, isto é, uma visão integral e geral da situação
atomista.
capacidade, de forma a clarificar os conceitos. Para este autor, por capacidades entende-
constitutivos das competências. Esta definição vai de encontro à de autores como Rué e
conjunto de situações, não podendo ser deste modo independente do contexto dos
intervenientes.
associadas por vezes a diferentes conceções como capacidades ou habilidades, têm a sua
15
resolver um problema (Costa, 2008). Ainda segundo este autor, a competência ao ser
assim “ligada a situações concretas nas quais se possa demonstrar, potenciando a sua
competências não serão assim saberes em si mesmos (Perrenoud, 2000), não podendo
existentes, através de operações mentais que permitam determinar e realizar uma dada
1983).
assimilação e de acomodação, cada sujeito assimila os inputs dados através do meio aos
esquemas mentais já existentes, que por sua vez os acomodam ao meio envolvente,
ao ser característica duma dada situação e mobilizando diferentes saberes, ocorre neste
o sujeito e o objeto, não podendo ser isolados do meio em que o indivíduo se encontra.
tecnicista, como é salientado por autores como Alonso, Imaginário, Magalhães, Barros,
Castro, Osório & Sequeira (2002) que referem que este constructo aponta para a
valores” (p.9).
de integração num dado contexto concreto: “não há competência senão posta em ato, a
(Boterf, 2005)
os recursos pertinentes à mesma, a partir da motivação pessoal para lidar com essa
mesma situação – isto é, o querer agir – sempre no quadro daquilo que o contexto
Europeia, 2005).
competências essenciais são aquelas que são necessárias a todas as pessoas para a
dos professores dos ensinos básico e secundário (DL 240/2001) que se sobrepõem e se
encontram interligadas:
científica e metodologicamente;
complexa, implica percecioná-la como sendo caracterizada por vários fatores externos e
incide na visão deste constructo como um processo cognitivo complexo, em que cada
conhecimento.
concretiza o direito à educação, que se exprime pela garantia de uma permanente ação
21
2005), implica contribuir para o desenvolvimento pleno dos vários eixos que o
mas também como consequências, das interações e das ações dos seus diversos atores
naquele sistema (Nóvoa, 2003). Estas alterações têm tornado inadiável a necessidade
profissional pode ajudar a clarificar o que se espera do professor de cada nível de ensino
e área disciplinar” (Ponte et al., 2000, p.8), destacando-se, deste modo, o conceito de
competência profissional.
profissionais não são, assim, saberes em si mesmos, mas elementos que se constroem
do docente.
pessoal do professor, reconhecendo assim a complexidade desta profissão. Esta ideia vai
de encontro ao salientado por Esteves (2009) que, citando Boterf (2003), refere que a
profissional será sempre aquele que numa determinada situação complexa, é capaz de
23
administrar e mobilizar uma série de saberes (Boterf, 2005) essenciais para que possa
assim existir desenvolvimento profissional: (i) Saber agir com pertinência; (ii) Saber
mobilizar num dado contexto; (iii) Saber combinar; (iv) Saber transpor; (v) Saber
fazer o que está definido a priori, mas, da mesma forma, sobrepor-se ao solicitado, já
antecipando a resolução da situação e sendo capaz de julgar a ação mais eficaz nesse
momento – Saber agir com pertinência – adequando a ação à situação específica, o que
ao motivacional relacionado com os dois últimos saberes. Há, deste modo, uma
scope e quality.
The scope dimension concerns what a person is competent in, the range
about the quality of that work on a continuum from being a novice, who
Segundo este autor, o termo competência remete para uma visão holística, em
que cada sujeito, perante uma determinada situação, analisa o todo e mobiliza
situação e esses saberes. Esta visão, aplicada à docência, permite compreender em que
Perrenoud (2000) salientou que os docentes não possuem apenas saberes, mas
também competências profissionais que não são redutíveis ao domínio dos conteúdos a
exigido hoje aos professores que possuam competências variadas que não eram
ter, está ligada às capacidades e habilidades que, perante situações complexas, permitem
docente desenvolvido por outros autores como Tardif, Lessard e Lahaye (1991), onde
esse conceito surge como um saber diferenciado que pressupõe uma mobilização de
integrando, contudo, estes recursos; (ii) cada mobilização pertence, de uma única
diferenças significativas de perceção com base nas características dos professores (área
disciplinar, nível de ensino e género), tendo estes demonstrado uma perceção global
desenvolvimento profissional, quer daquilo que irá proporcionar aos seus alunos.
métodos de aprendizagem.
esta realidade, recorrendo para isso ao suporte dos pares, o que consequentemente
aprendizagem.
29
alunos têm acesso (em maior ou menor escala) a múltiplas ferramentas tecnológicas
diferentes das que terão os jovens que estarão na escola daqui a 10 anos. Esta situação
terá impacto, quer nas orientações curriculares que constituem a base dos currículos
oferecidos pela escola para a formação dos jovens, quer nas competências de utilização
Lei 240/2001) remete para os fatores éticos da profissão, aproximando-se assim ao nono
conhecimento profissional sem ter em conta o modo como este é aprendido e como é
Este aspeto está em total concordância com o referido por Schleicher (2011),
não desenvolvidas ou para problemas que ainda não se sabe que existirão.
mudanças. Tapscott (1998) e Prensky (2004; 2005; 2009), por exemplo, salientaram que
em 2006, referiu também a emergência de entender que os alunos atuais não são iguais
are no longer little versions of us, as they may have been in the past. In fact,
they are so different from us, that we can no longer use either our 20th century
knowledge or our training as a guide to what is best for them educationally. (p.
1).
Este alerta já tinha sido dado por Jacques Delors (1996) no relatório elaborado
para a UNESCO no âmbito da Comissão Internacional sobre Educação para o séc. XXI.
(Delors, 1996, p. 14), implicam que o papel da escola seja evidenciado através da
preparação dos alunos para esta nova realidade, auxiliando-os a “entrar na vida, com
capacidade para interpretar os factos mais importantes relacionados quer com o seu
destino pessoal, quer com o destino colectivo” (Delors, 1996, p. 52). A Comissão
Europeia (2008) retomou esta preocupação ao sublinhar que “cada cidadão deverá estar
provido das competências necessárias para viver e trabalhar nesta nova sociedade da
informação” (p.2).
Esta perspetiva vai de encontro ao sublinhado por Morin (1999) que refere que, para se
assistimos no campo social terá inevitavelmente que ser transposta para a sala de aula,
Esta perspetiva é abordada por diferentes entidades como a Partnership for 21-st
century-skills (2009), a ISTE (2008), a enGauge 21st Century skills (2009) ou a OCDE
33
Segundo Silva (2009) o termo competência para o século XXI (ou XXI century
2009). Segundo estes autores, há quatro forças que em conjunto convergem para novas
no processo de Ensino-Aprendizagem.
34
século XXI.
destas duas dimensões em todas as competências docentes (Pedro, Matos, Pedro &
Abrantes, 2011).
frameworks de competências para o século XXI, com base numa revisão de literatura a
Figura 2: Análise de Frameworks de Competências para o século XXI (Pedro et al. 2011)
36
Embora os frameworks analisados não sejam específicos para docentes, têm servido
século XXI, quer numa dimensão mais técnica, quer numa dimensão pluridimensional.
CFT), documento revisto em 2011. Este referencial, apesar da sua forte componente
progressão docente, especificando deste modo as competências que cada professor deve
deve potenciar nos seus alunos. Assim, o referencial baseia-se em seis domínios de trabalho:
(i) Understanding ICT in education; (ii) Curriculum and assessment; (iii) Pedagogy; (iv)
ICT; (v) Organisation and administration; (vi) Teacher professional learning (UNESCO,
forma mais eficiente, com o apoio das tecnologias, refletindo sobre o contributo destas para
se assim com os processos metacognitivos. Por último, no terceiro nível procura-se que os
desse conhecimento.
37
referencial de competências TIC. Este referencial, desenvolvido por Costa (2008) no âmbito
macrocompetências necessárias para uma atuação competente dos professores (Costa, 2008):
utilização educativo;
profissional do professor;
de referência…);
e/ou de investigação;
tecnologias. Contudo, apesar de considerarmos que estas devem ser encaradas como
professor do Ensino Básico, não nos cingimos a elas. Entende-se que no domínio das
aspetos éticos e sociais devem ser consideradas como fundamentais, abarcando assim as
anos de lecionação e níveis de ensino). A ideia de que ser professor constitui uma profissão
complexa, que requer empenho, dedicação e formação, remete para a análise de competências
tendo por base o sujeito como ser social, influenciado direta e indiretamente pelos diferentes
referência de competências para o séc. XXI dos professores, torna-se fundamental explicitar o
Braz (2013) que refere o papel das transformações sociais no sistema educativo, já que estas
“têm conduzido à procura de uma nova identidade profissional, caminho que tem posto em
(p.63).
saberes, práticas, estratégias e fatores, que em conjunto contribuam para uma perceção clara
dimensões fundamentais. Por um lado possibilita uma análise do conceito enquanto processo
dinâmico, contínuo, pessoal, influenciado por fatores externos e internos ao docente e, por
outro, permite entender quais os saberes e domínios que o constituem e de que forma se
significância dúbia, o que tem incrementado a discussão sobre a temática. Meirinhos (2006)
salienta esta ideia ao referir que o termo “desenvolvimento profissional docente carece de
significado unívoco” (p. 31) entendendo assim que a referência ao desenvolvimento deve
termos que o envolvem pois se, por um lado, ao desenvolvimento se associam ideias relativas
(Almeida, 2012).
de aprendizagem existentes.
Estrela, 2006, p.75), não se estruturando assim apenas no domínio dos conhecimentos teóricos e
científicos, mas igualmente nos aspetos emocionais, atitudinais e relacionais dos docentes.
também dependentes do que o meio oferece e das relações que cada pessoa estabelece com o
que o rodeia. O conceito não se estrutura somente no domínio dos conhecimentos científicos,
mas igualmente nas atitudes, nas relações interpessoais e nas competências ligadas ao
processo pedagógico (Silva, 2002). Compreendem-se desta forma fatores de ordem interna e
docente associado à ideia de transformação, que ocorre em dois níveis distintos (o sistémico –
associado aos contextos em que o professor está inserido, e o holístico que se refere a todas as
dimensões da atividade do professor). Deste modo, este conceito irá para além da ideia de
Eraut, 1994; Estrela & Estrela, 2006; Fullan, 1990; Imbernón, 1999; Almeida, 2012), sendo
profissionais (p.20).
sua vida profissional, num processo de crescimento, quer pessoal, quer profissional que não
43
(Nóvoa, 2007).
contexto, o desenvolvimento profissional não poderá ser encarado como isolado do meio em
atividades e tarefas realizadas nos contextos organizacionais têm implicações nas práticas
docentes, que produzem mudança na forma de encarar a profissão e que levam a uma
contínua, ao longo da vida; (ii) ser autogerido, resultando da articulação do trabalho entre o
professor e a escola; (iii) ser apoiado pelos vários polos do sistema (escola, professor,
comunidade educativa, etc.); (iv) ter interesse para a escola e para o professor; (v) originar
44
características pessoais.
Aquele autor distingue assim a noção de carreira – a trajetória do sujeito numa dada
profissional e a vida pessoal do professor, sendo que é da interação entre estes três eixos –
carreira, exercício profissional, dimensão pessoal - que resulta o Ciclo de Vida do Professor.
professor se confronta a novidade das suas funções e das suas tarefas, confrontando as
situações com as expectativas que trazia da sua formação inicial. Desta fase podem advir dois
tipos de resposta dos docentes (podendo ambas existir em simultâneo), uma referente à
profissão, assumindo definitivamente a sua identidade profissional. Espera-se ainda que haja
de ensino-aprendizagem que levam por sua vez a uma maior confiança no desempenho
profissional.
45
processos motivacionais. Durante estes dois períodos, o professor sente-se capaz de inovar e
professores durante os primeiros cinco anos de carreira voltando novamente a aumentar tais
sentimentos de desconforto após cerca de 16 anos no ensino. Estes valores justificam-se por
competência profissional, o que pode resultar em mal-estar. Já durante a fase dos 16 aos 26
identificada são os que consideram mais motivados, arrojados, por já terem dissipado os seus
medos iniciais e terem uma estabilidade e segurança profissional mais satisfatórias; sentindo
dos insucessos.
aprendizagens que faz, conseguindo aplicá-las num contexto. Este percurso pode caracterizar-
se por alguma ansiedade, devido a receios que possam ser sentidos na implementação de
processo contínuo, caracterizado pela transformação e/ou evolução dos professores, não
sendo independente da trajetória pessoal e do contexto onde cada indivíduo está inserido.
processo ao longo da vida, para uma perceção clara do conceito é necessário analisar os seus
pessoais. No mesmo sentido, Fullan (1990) refere uma diferenciação entre desenvolvimento
47
reforçada por autores como Estrela e Estrela (2006) ou Flores (2007) que salientam a ideia do
estas.
aplicação; (iv) desenvolvimento teórico e reflexivo sobre a sua prática profissional; (v)
carreira.
Day (2001) entende, por sua vez, o desenvolvimento profissional como um processo
para a melhoria das práticas de sala de aula e para o desenvolvimento do docente profissional
e pessoalmente.
salientada também por Korthagen (2009). Este autor refere a importância da reflexão no
que podem ser mobilizados intencionalmente, consoante a situação: o ambiente, relativo aos
identidade pessoal e profissional; e, por fim, a missão, ligada aos ideais de cada professor.
48
individuais ou coletivas.
este nível remete para uma estruturação clara da vida pessoal e profissional.
desempenhado pelo meio, tendo este um caráter duplo: o contexto de trabalho (fatores
pedagógicas.
Docente.
Como referido anteriormente, autores como Day (2001), Imbernón (2005) ou Ponte
processo dinâmico que envolve várias etapas, estando sempre em construção e imerso em
contextos específicos. Deste modo, assume-se que a aprendizagem do docente tem um forte
organizacionais e das condições nas quais os professores exercem a sua profissão (Herdeiro
fatores essenciais ao seu desenvolvimento profissional, tornando-se assim ator do seu próprio
desenvolvimento e, neste processo, estão presentes diferentes dimensões das práticas em que
está envolvido, sejam-lhe estas externas ou internas. Encontramos deste modo uma
indivíduos como independentes dos contextos onde se encontram. Para que ocorra
(Pereira, 2012). O organismo humano deve então ser encarado como um todo funcional e
“human beings are not only the partial products, but also the partial producers of their
environments” (p.6).
relações que cada pessoa estabelece com ele são assim fatores determinantes de
A interação de cada pessoa com o ambiente é, desta forma, dual na medida em que a
adaptação é recíproca. Do mesmo modo que o sujeito é influenciado pelo meio, o meio é alvo
concebida “como uma série de estruturas encaixadas, uma dentro da outra, como um conjunto
de bonecas russas” (Bronfenbrenner, 1996, p.5), que contudo não se encontram fechadas,
O Microssistema refere-se ao nível mais íntimo e imediato que se foca nas interações
mais próximas que o sujeito estabelece. Estas interações detêm um significado explícito para
cada pessoa. No segundo nível, o Mesossistema, situam-se as relações que cada um dos
espaços significativos estabelece entre si e entre si e o sujeito. Assim, quanto mais concretas
e ricas forem as interações entre os diferentes sistemas, mais eficaz e relevante será o
desenvolvimento.
O Exossistema situa-se num contexto mais vasto, que apesar de não ser alvo de
Macrossistema integra os três sistemas anteriores, sendo constituído pelas crenças, valores e
importância dos fatores temporais e do papel que estes desempenham na influência dos
acontecimentos e das transições que cada sujeito faz ao longo da sua vida.
interação do sujeito com os diferentes contextos com que interage leva à modificação de
características pessoais, levando a uma participação mais ativa e consciente nos vários
sendo que estes conceitos têm igualmente uma relação direta com os níveis de
O processo refere-se a todas as interações que cada pessoa estabelece com outras
pessoas, com objetos e com símbolos do seu meio mais próximo. A pessoa salienta a
articulação sistemática e recíproca com o meio, contribui para o suporte deste modelo teórico
os fatores internos e externos ao indivíduo será indicativa da medida em que ele se pode
53
sujeito nunca pode ser encarado como isolado do contexto onde se insere, “the surrounding
107).
A opção por este modelo como apoio à sustentação teórica neste estudo prende-se
conhecimentos científicos, das atitudes, das relações interpessoais e nas competências ligadas
ao processo pedagógico.
providing an insight into all the factors that play a role in the growth and
development of individuals. It also shows how all the factors are related to each other
educativo, seja num nível micro (o do próprio professor), num nível meso (referente por
relação recíproca do professor com os vários sistemas que este se irá desenvolver. Esta ideia
240/2001), que salienta o caráter social do docente. O mesmo pode ser encontrado em
54
quer de forma pessoal, quer profissional, estabeleceremos sempre uma ligação à noção de
Tendo por base o objetivo central desta investigação, importa debruçar-nos sobre a
complexa, implica percecioná-la como sendo caracterizada por vários fatores externos e
referido em capítulos anteriores, Boterf (1997, citado por Esteves, 2009) perceciona seis
pertinência; ii) saber mobilizar num dado contexto; iii) saber combinar; iv) saber transpor; v)
saber aprender e saber aprender a aprender e, por fim, vi) saber empenhar-se. Estas
professor do Ensino Básico para o séc. XXI tem que se considerar uma definição clara de
XXI e as possíveis relações entre estes constructos. Entender, assim, competências como os
No caso dos professores, quando estes atuam no seu campo profissional, aplicando os seus
desenvolvem. Este autor salienta assim que as competências digitais dos professores devem
alicerçar-se num conjunto de fatores, nomeadamente “nas competências gerais, nos seus
muitas das quais contraditórias, que se fazem atualmente ao sistema educativo dificultam a
vai ao encontro da que se adotou no que concerne à temática de competências para o séc.
XXI para o professor do Ensino Básico, aproximando-nos assim da abordagem utilizada pela
Partnership for 21-st century-skills (2009) e pela ISTE (2008) que entendem como
Autores como Midina Rivilla, Garrido e Romero (2011) salientam como saberes
(2006) defendem, por seu lado, um novo paradigma educativo centrado na valorização
humana e na pessoa como sujeito da sua própria educação, centrando-se assim no seu próprio
desenvolvimento profissional.
e em simultâneo para um melhor sistema educativo (Comissão Europeia, 2008), sendo esta
estas variáveis. Essa interação contribui quer para o desenvolvimento do professor durante a
sua carreira, quer para uma maior reflexão e análise do professor sobre o seu
desenvolvimento, sendo, deste modo, uma relação iterativa. Percecionar competência como
conhecimento – onde se inclui a educação – têm feito emergir desafios que levam à
estrutura escolar (Prensky, 2001; 2006 ou Trilling & Fadel, 2009), sendo este ajuste
justificado pelas exigências da própria sociedade. Trilling e Fadel (2009) salientam, por
exemplo, que apesar do desconhecimento do que será a sociedade nos próximos anos,
atuais e nos futuros. Para aqueles autores, essas competências organizam-se em dois
conjunto de novas competências; a questão chave deste estudo é: tendo por base as
desenvolver?
Este problema será perspetivado através de (i) uma análise das conceções que os
para o século XXI - que constitui assim o objetivo central deste estudo. Contudo, o
objetivo central deve ter uma operacionalização estruturante, que confira uma direção
(Coutinho, 2005).
Assim, como forma de estabelecer uma orientação focada para este estudo,
formulado:
do séc. XXI?
século XXI?
competências docentes.
essencial para a compreensão da profissão, importa que nos debrucemos também sobre
Diversos estudos têm sido feitos nesta temática, havendo uma forte tendência de
(Alonso et al., 2002; Braslavsky, 2005; Jonnaert, 2002; Perrenoud, 2000). Assumindo
assume, situa-se nesta visão. Deste modo, procura-se cingir a investigação quer nas
A investigação no domínio das competências para o século XXI tem tido como
foco principal os futuros profissionais deste século, os alunos (ISTE, 2008; a enGauge
21st Century skills; Partnership for 21-st century-skills, 2009; Trilling & Fadel, 2009;
63
práticos, transversais e técnicos por um lado e, por outro, competências pessoais e não
competências que estes devem desenvolver. Sardo (2010) encontrou dados que indicam
uma perceção global positiva dos professores em relação às competências dos seus
encontro aos obtidos por Conceição e Sousa (2012) e por Mesquita (2010) que
mostraram um maior enfoque nas competências pedagógicas por parte dos docentes.
junto do campo empírico. Este terceiro objetivo procura estipular em que medida as
institucionais.
tempo as possíveis relações entre variáveis de trabalho. Na mesma linha, Costa (2008)
isto é, com um objecto com o qual podemos relacionar, comparar, a nossa actuação,
quer estejamos a falar de processos ou dos produtos dessa acção” (p. 54).
parte dos professores (Fernandes, 2006; Alves, 2008; Pedro, 2011; Piedade, 2012), tem-
se tornado cada vez mais evidente que a utilização das tecnologias pode contribuir para
Capítulo 4 – Metodologia
67
trabalhos” (Almeida & Freire, 2003, p. 79), sendo fundamental como elemento
metodologia utilizada na realização deste estudo. Organizar-se-á este capítulo tendo por
Num momento posterior será feita a caracterização dos participantes, a apresentação dos
Abordagem metodológica
vários paradigmas. Este debate epistemológico, como salienta Coutinho (2011), centra-
68
quantitativo e o qualitativo. Por seu lado, Pérez-Serrano (1998, citado por Coutinho,
como o terceiro paradigma na investigação, dado que esta “is the third wave or the third
research movement, a movement that moves past the paradigm wars by offering a
logical and pratical alternative” (p.17). Creswell (2003; 2010) considera igualmente
qualitativa e abordagem mista. Para este autor, a divisão em três orientações distintas
dos dados recolhidos é construída a partir das particularidades encontradas que são
positivista – através do seu caráter interpretativo dos dados, cuja finalidade se associa à
paradigma pragmático, cujo principal foco passa pelo problema de investigação e pelas
(Creswell, 2010).
design investigativo, definir uma base lógica para a utilização combinada dos métodos
metodologia mista envolve deste modo as duas abordagens conjuntamente, sendo mais
do que a recolha e análise dos dois tipos de dados (Creswell, 2010). Em consonância
70
com esta ideia, o objetivo desta abordagem de investigação não passa por substituir as
abordagens quantitativa ou qualitativa, mas sim desenvolver uma outra perspetiva que
por Campbell e Fiske (1959, cit. por Johnson, Onwnergbuzie & Turner, 2007) que
nos últimos anos a investigação empírica orientada para as metodologias mistas tem
71
encontrados posteriormente por Matos, Pedro, Pedro e Cabral (2012; 2014) numa
Morrison (2007) através da metáfora ‘fitness to purpose’ (p. 78), assinalando deste
modo que são os propósitos do estudo que devem determinar a metodologia e o design
abordagem à investigação deve ser assim (i) centrada no problema, visto o campo de
estudo ser vasto e complexo, coexistindo inúmeras variáveis externas e internas e (ii)
paradigmas.
72
multifacetado, no qual coexistem inúmeras variáveis que contribuem para a sua riqueza,
educação exigem, deste modo, que a abordagem à investigação seja também ela
qualitativos inicialmente como forma de explorar uma dada temática, usando num
pela convergência de métodos para realizar uma dada investigação, recorrendo a uma
por uma abordagem teórica que perspetiva toda a investigação, sendo para isso
questões definidas.
estruturado.
73
Tipologia Estratégia
convergências entre os mesmos. A fusão dos dados recolhidos procurou extrair deles
qualitativa, optando deste modo por uma metodologia mista, e pela multiplicidade de
determinada temática (Coutinho, 2005), neste caso as competências para o séc. XXI dos
articulação com uma análise oriunda do campo teórico, que se respondeu às restantes
4.1 Participantes
quer a amostragem aleatória. Este facto contribuiu para garantir a validade externa e
Responsáveis IES
[contributos relativos à
formação inicial]
MEC [contributos
sociopolíticos]
Stakeholders
Referencial de
EE [contributos dos
competências dos
encarregados de
professores (do
educação]
Ensino Básico Professores
Sindicatos [contributos
dos representantes dos
professores]
Figura 6: Relação dos dados a recolher na população com objetivo central da investigação
875
agrupamentos
regiões. Assim, foi no Norte e em Lisboa e Vale do Tejo que obtivemos mais respostas
(1065 e 818 respetivamente), seguido da região Centro com 495 professores. Sendo as
foram igualmente as que tiveram uma menor representatividade, 172 docentes da região
100,0
90,0
80,0
70,0
60,0
50,0 39,6
40,0 30,4
30,0 18,4
20,0 6,4 5,1
10,0
0,0
Norte Centro Lisboa e Alentejo Algarve
Vale do
Tejo
se no gráfico seguinte a distribuição por percentagens dos dados pelas faixas etárias.
80
100
90
80
70
60
50 41,1
40 29,9
26,3
30
20
1,0 1,6
10
0
Entre 21 e Entre 31 e Entre 41 e Entre 51 e Mais de 60
30 anos 40 anos 50 anos 60 anos anos
embora uma larga maioria - 75,5% - seja licenciada (2031 professores). Assinala-se
igualmente que 555 docentes têm formação pós-graduada, dos quais 521 têm mestrado e
Ministério da Educação e Ciência [MEC], dos 2688 participantes nesta investigação 869
procurou-se igualmente recolher informações sobre seu grupo disciplinar. Essa divisão
disciplinares do MEC.
81
100,0
docência) com 459 elementos, o Grupo 4 (Entre 16 e 20 anos) com 667 professores e,
4.1.2 Stakeholders.
Deste modo, optou-se por uma amostragem por conveniência (Cohen et al.,
2010; Creswell, 2010; Coutinho, 2011), garantindo assim que os participantes reuniam
entrevista, tendo estas opções sido clarificadas através da formulação das questões de
investigação.
dada população (Hill & Hill, 2005). De encontro esta ideia associa-se a definição de
retorno.
(Pedro & Matos, 2013) composta por duas partes distintas: parte I, onde se colocaram
http://c2ti.ie.ul.pt/questionarios/index.php/survey/index/sid/784988/lang/pt, ficando
deste modo disponível aos professores que participaram na investigação (Anexo A).
entrevista enquanto técnica de recolha de dados por parte destes participantes assenta na
problemática em análise (Bell, 2004; Bogdan & Biklen, 1994; Estrela, 1990 ou Fontana &
investigação desenhado.
este método prendeu-se com o facto do mesmo trazer vantagens à investigação, tais
encontra colocado. Contudo, não se pretendia analisar todos esses elementos no estudo,
institucionais (DR), sendo que cada um destes resultou da revisão de literatura feita
sobre a temática em causa, tendo para isso sido analisados: (i) referenciais teóricos
desenvolver uma scoping literature review (Arksey & Omalley, 2005; Rumrill,
Segundo Davis, Drey & Gould (2009, cit. por Rumrill et al., 2010) os estudos
assentes numa investigação baseada em scoping literature review têm por objetivo
área.
O corpus de dados ficou deste modo constituído por 13 referenciais, cujos dados
enGauge 21st Century Skills: Literacy in the North Central Regional Educational
Digital Age Laboratory through the Metiri Group.
Organizations (2007).
89
documento produzido no âmbito do projeto iTEC (Pedro, Matos, Pedro & Abrantes,
(Decreto-Lei nº 240/2001).
num conjunto de 59 itens referentes a diferentes ações, com quatro opções de resposta
itens a cotação das respostas é feita pela atribuição de 4 à opção de resposta “Muito
são possíveis de verificar nos itens seguintes: Q18 “Colaborar com todos
Dimensão Itens
2; 7; 9; 12; 13; 17; 19; 20; 21; 30; 40; 41; 45; 47; 48; 51; 53;
Domínio Profissional
55; 56; 59
5; 10; 14; 15; 16; 22; 23; 25; 26; 27; 29; 38; 42; 46; 54; 57;
Domínio Pedagógico
58
A opção por uma escala ordinal de quatro pontos justifica-se pelo facto desta
termos de importância das mesmas para si, sendo deste modo consciente a opção de não
92
cinco pontos).
Esta escala foi desenvolvida por Pedro e Matos (no prelo) e apresenta uma
natureza auto-descritiva, sendo que a sua finalidade passa por avaliar a perceção dos
instrumento analisado por cinco especialistas na área das TIC na educação, educação e
dimensões distintas.
93
(Almeida & Freire, 2008), segundo o qual se procura perceber qual o grau de
consistência evidenciado entre as respostas dos participantes e cada uma das dimensões
da escala.
perfeitos serão iguais a um, sendo que como é praticamente impossível a obtenção
aumentar a consistência interna da escala, atendendo ao valor de 0,96 razão pela qual se
Variância da
Correlação item- Alpha de Cronbach (se
Média da escala escala (se o item
total (Corrigido) o item for apagado)
for apagado)
Q1 258,30 375,589 ,309 ,959
Q2 258,45 368,155 ,658 ,958
Q3 258,75 370,092 ,419 ,959
Q4 258,25 377,566 ,211 ,960
Q5 258,25 367,461 ,856 ,958
Q6 258,25 371,250 ,612 ,959
Q7 258,20 370,800 ,721 ,959
Q8 258,35 367,082 ,766 ,958
Q9 259,05 364,366 ,585 ,959
Q10 258,50 372,368 ,430 ,959
Q11 258,85 367,818 ,480 ,959
Q12 258,40 372,147 ,380 ,959
Q13 258,40 376,674 ,221 ,960
Q14 258,40 370,147 ,569 ,959
Q15 258,20 371,116 ,698 ,959
Q16 259,35 365,397 ,453 ,959
Q17 258,75 364,408 ,648 ,958
Q18 258,65 368,871 ,517 ,959
Q19 258,65 369,608 ,582 ,959
Q20 258,95 363,208 ,635 ,958
Q21 258,55 368,366 ,633 ,959
Q22 258,35 373,397 ,412 ,959
Q23 258,55 372,050 ,444 ,959
Q24 258,70 372,432 ,318 ,960
Q25 258,20 371,116 ,698 ,959
Q26 258,40 370,042 ,575 ,959
Q27 258,65 365,187 ,680 ,958
Q28 258,75 374,513 ,350 ,959
Q29 258,25 371,461 ,599 ,959
Q30 259,25 371,039 ,357 ,960
Q31 258,65 368,239 ,545 ,959
Q32 258,60 380,147 ,013 ,961
Q33 258,35 379,292 ,087 ,960
Q34 258,70 374,116 ,292 ,960
Q35 258,40 367,305 ,598 ,959
Q36 258,60 368,358 ,637 ,959
Q37 258,45 369,734 ,575 ,959
Q38 258,25 375,461 ,344 ,959
95
Analisando a tabela anterior verifica-se que retirar qualquer um dos itens não
teria impacto no alpha encontrado, tendo-se por isso optado pela manutenção de todos.
cada uma das dimensões da escala, tendo todas estas apresentado valores de
Domínio Tecnológico 1; 3; 4; 24; 32; 33; 35; 37; 39; 44; 49 0,754
temática junto dos participantes da investigação, permitindo que estes tenham espaço e
aspetos que considerem relevantes (Quivy & Campenhold, 2008). A entrevista permite
97
1990). Isto vai de encontro a autores como Bogdan e Biklen (1994) que mencionam por
não deixa de ser necessário realçar que este método levanta igualmente algumas
referidos na literatura para construção destas estruturas (Bogdan & Biklen, 1994;
Estrela, 1990; Mack et al., 2005; Tuckman, 2000), procurando que estes fossem
objetivos da entrevista foram deste modo definidos a priori, permitindo assim criar
das dimensões foi indicativa, sendo adaptada mediante o decorrer da entrevista (Anexo
C):
com o mesmo rigor dum instrumento de caráter quantitativo, indo deste modo ao
encontro das preocupações assinaladas por autores como Cohen et al. (2007), Coutinho
(2008) ou Creswell (2007) que mencionam a falta de rigor científico encontrado por
características de análise.
Domínio de trabalho
Questões orientadoras
específico
Research Association (2011). Salienta-se por exemplo, neste campo: (i) a necessidade
prejuízo dos participantes; (v) o direito a um tratamento justo e equitativo e, por fim,
Posteriormente a escala foi colocada online, de forma a que pudesse ser enviado,
agrupamento. A base de dados dos agrupamentos de escola foi obtida num duplo
movimento, quer através da pesquisa nos sítios das antigas Direções Regionais de
Educação, quer através dos dados fornecidos pela Rede de Bibliotecas Escolares.
102
apenas tinham respondido ao pedido cerca de 1000 professores, foi enviado um pedido
numa primeira fase exportou-se os dados diretamente da aplicação Lime Survey para
Segundo Osgood, (1985, cit. por Vala, 1986) a análise de conteúdo pode
corpus de dados analisado; (ii) num processo de análise avaliativa, que possibilita
verificar que tipo de atitudes os sujeitos têm face a um determinado conceito; (iii) ou
encontrar uma estrutura de dados. Para este autor, qualquer que seja a estrutura de
quadro teórico orientador da pesquisa; (ii) constituir um corpus de dados; (iii) definir
conteúdo. Deste modo, existirão dois tipos de procedimentos base na análise de dados:
sendo estas estruturadoras da análise; e (ii) procedimentos abertos, onde embora haja
uma linha orientadora de trabalho, se segue um quadro de análise sem nada fixado,
Ghiglione & Matalon, 2001; Huberman & Miles, 1994), sugere-se que este
stakeholders à luz dessas categorias e das unidades de análise consequentes, dum ponto
quantitativos. Para isso seguiu-se as indicações de Creswell (2010) onde se salienta que,
problemática definida. Dada a natureza mista da investigação, a análise dos dados terá
abordagens (Creswell, 2010). Esta análise segue assim uma estratégia concomitante, em
interpretação dos dados quantitativos, permitindo deste modo uma comparação entre
(5.2).
Dimensão Pedagógica
Dimensão Profissional
Dimensão Tecnológica
docentes para o século XXI e as respostas dadas pelos 2688 participantes importa
109
analisar os valores obtidos relativamente à análise da consistência interna para cada uma
das suas dimensões, reforçando assim os dados obtidos aquando da validação da escala
de
Dimensões Itens
Cronbach
interna são elevados, situando-se entre 0.848 e 0.902. Estes dados reforçam a
perfeitos serão iguais a um, contudo dada a diminuta possibilidade de obtenção destes
caso dos resultados obtidos nas respostas dos 2688 participantes, realçam-se as
três pontos da escala (valor associado ao grau ‘Importante’), sendo que o valor de
resposta se pode situar entre o valor mínimo 1 (associado à opção de resposta "Nada
Relações Interpessoais e
3,380 0,360
Institucionais
prende-se com a parte pedagógica (média de 3,55 numa escala de quatro pontos). O seu
valor médio revela um grau de importância elevado, atendendo a que o valor em causa
importante’). Por outro lado, é o domínio Tecnológico (valor médio de 3,35) que releva
estudos que salientam a importância dada pelos docentes a estas quatro dimensões.
Conceição e Sousa (2012), numa investigação que procurou identificar junto de 179
111
profissão, realçaram (i) a valorização que os professores fazem das aprendizagens dos
hoje ainda não se envolve no trabalho em equipa, competência que pressupõe uma nova
obtidos nas entrevistas efetuadas aos stakeholders. Deste modo, o guião de entrevista
escolar e competências docentes para o séc. XXI, sendo esta última operacionalizada
resultados.
através da leitura dos dados obtidos nas entrevistas efetuadas com a leitura de
Domínio Profissional
estudo), contém os diferentes saberes profissionais da docência, sendo estes ligados aos
Domínio Pedagógico
Domínio Tecnológico
responsabilidade social.
Domínio Categorias
Pensamento crítico
Dimensão cívica
Gestão de riscos
Processos metacognitivos
Autonomia
Gestão do currículo
Atualização pedagógica
Saber pedagógico
Transdisciplinaridade de saberes
Fluência tecnológica
Consciência global
Tecnológico
Utilização ética e legal das tecnologias
Responsabilidade social
Relações Interpessoais e
Trabalho de pares/colaboração
Institucionais
Gestão de conflitos
114
Stakeholders
Ministério Escola
Domínio Subcategorias Instituição da Sindicato Superior
Ensino Associação Educação de de
Superior de Pais e Ciência Professores Educação
(IES) (AP) (MEC) (SP) (ESE)
Pensamento crítico
Dimensão cívica
Gestão de riscos
Atualização
profissional
Profissional
Processos
metacognitivos
Autonomia
Tomada de decisão
Negociação
Indicação de referência por parte dos stakeholders
registaram um nível de incidência assinalável, com cinco sendo mencionadas por três ou
mais entrevistados e apenas uma a não ser referida (Avaliação). Estes dados encontram-
onde a dimensão Pedagógica foi a que obteve um valor médio superior (3,550 numa
Stakeholders
Gestão do currículo
Diversificação de
estratégias pedagógicas
Conhecimento científico
Avaliação
Pedagógico
Atualização pedagógica
Envolvimento dos alunos
Saber pedagógico
Transdisciplinaridade de
saberes
Indicação de referência por parte dos stakeholders
116
respectivo nível e ciclo de ensino”. Associados a estas categorias, mas com menor
global não é referida por nenhum dos entrevistados, embora dois deles salientem a
necessidade dos aspetos éticos e legais da utilização das tecnologias como componentes
aos professores, onde a dimensão Tecnológica foi a que revelou valores mais baixos de
Stakeholders
Fluência tecnológica
Consciência global
Tecnológico Utilização ética e legal das
tecnologias
Utilização pedagógica das
tecnologias
Indicação de referência por parte dos stakeholders
trabalho colaborativo entre docentes, sendo esta categoria referida por quatro dos
Superior de Educação). Destaca-se por exemplo “as escolas, agrupamentos que já são
gigantescos e que poderão ter elas esta capacidade de, através de trabalho colaborativo,
Tabela 15: Presença de resposta dos Stakeholders para o Domínio Relações Interpessoais e
Institucionais
Stakeholders
Responsabilidade social
Trabalho de
Relações pares/colaboração
Interpessoais e Colaboração com os
Institucionais encarregados de educação
Gestão de conflitos
Indicação de referência por parte dos stakeholders
118
médios elevados – por parte dos docentes – e sendo referidos pelos cinco representantes
referida por diferentes autores (Esteves, 2009; Shulman, 1987; Mishra, Spiro &
Feltovich, 1996; Koehler& Mishra, 2009; Esteves, 2009; Koehler, Mishra & Cain,
2013).
docente como estruturada quer a partir da experiência do professor com o meio, quer a
sistema educativo desde o nível micro (do próprio professor), aos níveis meso (referente
por exemplo aos colegas), exo (ligado aos encarregados de educação) e macro (onde se
localizam as alterações sociais e politicas). Realça-se, contudo, que estes níveis terão
objetivo desta investigação, sendo este analisado através da articulação entre os dados
provenientes da (i) escala de competências docentes para o século XXI aplicada aos
dados serão analisados num movimento iterativo realizado entre os dados relativos aos
XXI, os dados provenientes das entrevistas efetuadas foram estruturados de acordo com
a obedecer aos princípios definidos por Tashakori e Teddlie (1998) ou por Creswell
estudo.
Sendo a escala de competências docentes para o século XXI (Pedro & Matos, no
prelo) uma self-report scale de quatro pontos (em que o 1 corresponde a Nada
D). Estes valores demonstram uma média favorável, registando resultados entre o ponto
sua profissão. Desta forma, optou-se como critério de seleção considerar todas as
respostas registadas com valor igual ou superior a 3,5 arredondado à casa decimal
(numa escala de 4 pontos, sendo o primeiro entendido como Nada Importante e o quarto
no gráfico] na maioria das competências deste domínio, como é possível ver na figura
seguinte.
3,00
2,50
2,00
1,50
1,00
Q5 Q10 Q14 Q15 Q16 Q22 Q23 Q25 Q26 Q27 Q29 Q38 Q42 Q46 Q54 Q57 Q58
desenvolvimento de autonomia dos alunos”) a que revela um valor médio superior, mais
(Valor 4 - Muito Importante), assumindo-se desta forma a sua grande importância para
com uma média de respostas de 3,27 e respetivo desvio-padrão de 0,599, estando ambos
Tabela 16: Competências docentes para o século XXI assinaladas (Domínio Pedagógico)
Identificação
item na Competências
escala
Q5 Promover o desenvolvimento de autonomia dos alunos
Criar situações de aprendizagem para os alunos desenvolverem pensamento crítico e
Q15
resolução de problemas
Q22 Procurar atualização de conhecimento científico
Q25 Mobilizar diferentes estratégias de envolvimento dos alunos nas atividades letivas
Flexibilizar as práticas letivas perante a diversidade de situações e saberes prévios dos
Q26
alunos
Q29 Elaborar atividades de aprendizagem que estimulem os alunos
escala foram cruzados com os obtidos através da análise às entrevistas realizadas com
competências elencadas no instrumento aplicado aos docentes, sendo que como fator de
Stakeholders
Competências
IES AP MEC SP ESE
Promover o desenvolvimento de autonomia dos
alunos
Utilizar a avaliação como elemento regulador das
aprendizagens
Utilizar métodos de avaliação inovadores
Criar situações de aprendizagem para os alunos
desenvolverem pensamento crítico e resolução de
problemas
Refletir criticamente sobre economia global e
respetivas consequências para a educação
próximos cinco anos, sendo que quatro desses itens apresentaram a concordância dos
Por outro lado, várias competências não são referidas por nenhum dos
por se ter optado pela não enumeração das competências aquando do questionamento
aos stakeholoders, a indicação dos itens foi feita por inferência das respostas dadas,
Deste modo e salientando o referido por Kibrick, Van es, e Warschauer (2010)
“in the context of 21st century teaching and learning, teachers are called on to re-
127
envision the goals of teaching and learning” (p. 160), abarcando uma necessidade de
aprendizagem por parte dos alunos, (ii) estabelecer estratégias inovadoras de ensino que
e pelos stakeholders, inicia-se este capítulo pela identificação dos dados obtidos na
sete obtiveram valores médios iguais ou superiores a 3,5, sendo que estes valores
diferiram de forma mais acentuada do que no domínio Pedagógico, tendo-se obtido uma
médio desta dimensão situou-se nos 3,386 (com um desvio-padrão de 0,335), valor
128
à importância significativo.
2,50
2,00
1,50
1,00
Q2 Q7 Q9 Q12 Q13 Q17 Q19 Q20 Q21 Q30 Q40 Q41 Q45 Q47 Q48 Q51 Q53 Q55 Q56 Q59
como mais significativas para os professores são “Refletir sobre as próprias práticas
estas questões encontram-se com valores próximos do ponto quarto da escala, referente
valor médio de 2,73 e desvio-padrão 0,722) apresentou os valores mais baixos desta
Identificação
item na Competências
escala
Q59 Reconhecer a dimensão cívica e formativa das suas funções enquanto professor
A partir das competências que emergem dos dados obtidos junto dos professores
(2012) obtiveram resultados junto dos 179 professores questionados que indicaram que
dados obtidos junto das entrevistas realizadas aos cinco stakeholders permitem antever
Stakeholders
Competências
IES AP MEC SP ESE
Participar em projetos de escola
Gerir equipas
formação contínua” e “Refletir sobre as suas práticas pedagógicas”, sendo que todos
estes itens se relacionam com aspetos relativos a fatores internos ao professor e à sua
sentido das características internas ao sujeito, embora com menor incidência, já que a
competência em questão foi referida por três dos cinco participantes (Associação de
sobre as próprias práticas docentes. Igualmente com três referências salienta-se ainda a
Superior de Educação.
não foram salientadas por nenhum dos entrevistados. Este facto pode ser justificado pela
ii. uma segunda relativa à gestão que o professor deve realizar sobre
profissional.
o seu autoconceito, de forma a ser capaz de refletir sobre si mesmo e sobre as suas
modo, “saber analisar e explicitar a sua prática permite o exercício de uma lucidez
Perrenoud, os dados obtidos por Mesquita em 2010 – numa investigação com futuros
domínios como essenciais à profissão professor estabelece o docente como ator do seu
stakeholders.
valor médio registado situou-se nos 3,347, com um desvio-padrão de 0,384, valor
sendo que, das 11 competências que compunham esta dimensão, três foram assinaladas
3,00
2,50
2,00
1,50
1,00
Q1 Q3 Q4 Q24 Q32 Q33 Q35 Q37 Q39 Q44 Q49
inovação suportado pela utilização das tecnologias” que é assinalada como mais
Contudo, estes valores apesar de serem superiores a 3,5 encontram-se muito próximos
digitais como ferramenta para desenvolver pensamento crítico dos alunos” registam os
professores.
Tabela 20: Competências docentes para o século XXI assinaladas (Domínio Tecnológico)
Identificação
item na Competências
escala
Potenciar a escola como espaço de enriquecimento e inovação suportado pela
Q1
utilização das tecnologias
resistência que estes ainda demonstram na utilização das tecnologias nas suas práticas
desenvolvimento de pensamento critico junto dos alunos não foram consideradas como
consonância com os apresentados por Brás, Miranda e Marôco (2014) que salientam
137
ainda apresentam resistências à alteração das suas práticas letivas. No mesmo sentido,
Paiva (2002) e Fernandes (2006) referem que a utilização das tecnologias por parte dos
professores incide na preparação de aulas, colocando para segundo plano o uso das TIC
na interação direta com os alunos. Do mesmo modo, Piedade em 2010 refere que a
utilização das tecnologias recai sobre a preparação das atividades letivas, na elaboração
alunos. Rodriguez, Almerich, Gargallo & Aliaga (2010) referem igualmente que os
das tecnologias, focando-se de forma mais sistemática na integração das TIC no plano
que experiências letivas inovadoras e eficazes ocorrem quando os docentes são capazes
de desenvolver e estruturar nas suas práticas de ensino as tecnologias (Daly, Pachler &
stakeholders.
seguida:
Stakeholders
Competências
IES AP MEC SSP EESE
Potenciar a escola como espaço de enriquecimento e
inovação suportado pela utilização das tecnologias
Possuir conhecimentos técnicos específicos para
trabalhar com alunos com necessidades educativas
especiais
Ser proficiente na utilização de ferramentas digitais e
de aplicações online
Utilizar as tecnologias como forma de comunicação
com pais, alunos e outros agentes educativos
Reconhecer a tecnologia como presente nas práticas
dos alunos
Aplicar ferramentas digitais e de aplicações online
no processo ensino-aprendizagem
Conhecer e explorar modelos de utilização de
tecnologias
Refletir sobre os contributos da utilização das
tecnologias no processo ensino-aprendizagem
revelou uma maior discrepância nas respostas dadas pelos stakeholders, sendo que
apenas numa questão houve ausência de registo “Ter consciência legal e ética na
utilização de tecnologias”.
139
entrevista. Por outro lado com quatro incidências, não tendo sido referido pelo
nas práticas letivas e não letivas”, que se associa, por um lado, a fatores de ordem
pedagógica e, por outro, aos processos reflexivos de ordem interna de cada professor.
Igualmente ligadas aos fatores pedagógicos são enunciadas por três vezes quatro
tecnologias para colaborar com outras estruturas educativas foram considerados apenas
tecnológica é destacada por diversos autores (Peralta & Costa, 2007; Coutinho, 2008;
Coutinho, 2011; Koehler & Mishra, 2009; Koehler, Mishra & Cain, 2013; Pedro et al.,
2011; Rodriguez et al., 2010; Rodriguez et al., 2013) que sustentam a necessidade de
construção de diferentes saberes, de forma a que haja uma integração efetiva das
e entre estes e os órgãos de gestão escolar e restante comunidade escolar, (ii) aspetos
relativos à organização do meio escolar e (iii) gestão das relações entre o docente e os
competências aplicada aos docentes e das entrevistas realizadas aos decisores políticos e
educativos.
nesta dimensão um valor médio de 3,380 com um desvio-padrão de 0,360, valor mais
baixo das quatro dimensões consideradas. Composta por 11 itens, cinco registaram
valores iguais ou superiores a 3,5, tendo um dos itens um valor perto dos 4 pontos,
4,00 3,83
3,55
3,50 3,46 3,50
3,34 3,30 3,23
3,50 3,29 3,22
2,99
3,00
2,50
2,00
1,50
1,00
Q6 Q8 Q11 Q18 Q28 Q31 Q34 Q36 Q43 Q50 Q52
superiores a 3,5, valor definido como padrão de muita importância (3,55 de média e
dimensão.
142
Tabela 22: Competências docentes para o século XXI assinaladas (Domínio Relações
Interpessoais e Institucionais)
Identificação
item na Competências
escala
com a comunidade envolvente e (ii) três das competências estarem relacionadas com o
contribuído para uma nova visão da docência e das competências que a constituem.
Nesta linha, Perrenoud (2001) na sua abordagem teórica relativa às dez novas
profissão. O autor defende que a partir destas quatro competências o professor será
processo pedagógico.
encontro aos apresentados por Conceição e Sousa (2012) que mostram, num estudo com
mostrando que ainda não existe um efetivo envolvimento dos professores com os seus
Torna-se igualmente necessário cruzar estes dados com os obtidos junto dos
relacionadas com a organização do meio escolar e/ou a gestão das relações entre o
frequências seguinte:
Stakeholders
Competências
IES AP MEC SP ESE
Esta última dimensão obteve o menor número de referências por parte dos
como fator de enriquecimento da profissão” foi referido pela totalidade dos decisores
educativos.
145
evolving digital culture and exhibit safe, legal and ethical behaviour” (p. 15) nas
docentes para o século XXI relativamente aos 2688 professores salientam valores
docência como fator fundamental desta profissão permitindo uma conceção desta como
146
referencial de competências – associado por sua vez a uma das questões de investigação
concomitante defendida por Creswell, 2010) adotados neste estudo remeteram para uma
influenciado pelo seu meio profissional e social. Neste sentido, encontramos nos
direta do meio.
convergência, numa relação dinâmica e interativa. Deste modo, as relações mútuas que
cada professor estabelece com o contexto são determinantes (i) para o seu
caráter normativo, onde se pretende criar orientações para uma estruturação de aspetos
conjunto de princípios que se procura que sejam orientadores para a sua utilização:
professor;
ii. o referencial tem um caráter flexível, já que não se pretende que seja um
relacionais.
151
Por se entender como necessário criar uma resposta que identificasse elementos
obtidos junto dos professores e dos stakeholders, comporta assim orientações para o
(Prensky, 2001; Coutinho, 2008; 2011; Matos & Pedro, 2011; Pedro et. al, 2012;
Kibrick et al., 2010; Schleicher, 2011; UNESCO, 2008; 2011; Aceto et al., 2014; Brás
et al., 2014).
cidadãos em geral, podemos antever que existe uniformidade nos resultados obtidos
encontrado nos trabalhos desenvolvidos por organizações como a Partnership for 21-st
century-skills (2009), a ISTE (2008), a enGauge 21st Century skills (2009) ou a OCDE,
práticas pedagógicas e letivas foi salientado, por exemplo, por Matos & Pedro em
de novas aprendizagens por parte do professor tornou-se fulcral. Esta exigência coloca
Deste modo, uma utilização efetiva das tecnologias pode contribuir para a
(UNESCO, 2011). Estes dados vão de igualmente aos encontrados no âmbito do projeto
práticas dos alunos. A utilização das tecnologias digitais como ferramenta para
de instituições como Partnership for 21st century skills ou Institute for Prospective
referidos nos dados desta investigação, colocando assim como fator secundário o
encontro ao estabelecido por diversos autores (Perrenoud, 2000; Esteve, 2009; Nóvoa,
2009) que referem que o trabalho entre pares pode funcionar como elemento
Podemos ainda verificar que as competências para o século XXI indicadas como
análise de dados realizado (i) a partir da revisão de literatura efetuada e (ii) a partir das
Capítulo 6 – Conclusões
157
investigação que orientaram este trabalho foram respondidas através dum design
& Onwengbuzie, 2004; Tashakkori & Teddlie, 1998), em que se recolheram, analisaram
e discutiram dados num movimento de triangulação que abarcou uma relação intrínseca
durante os últimos anos. Procurou-se, através da análise deste problema, contribuir para
2013) têm-nos mostrado que as tecnologias podem ser uma ferramenta estrutural à
mudanças nas escolas sem professores e não há mudanças nestes últimos sem uma forte
Entender as competências docentes para o século XXI como fator estrutural para
evolução tecnológica (Coutinho, 2011; Matos & Pedro, 2011; Patrocínio, Pedro &
contínua.
de obstáculos a ultrapassar com caráter de urgência para que possa ocorrer uma
competências em TIC e para o século XXI que suportem novos modelos de trabalho.
última década (BECTA, 2004; GEPE, 2009; Matos, 2004; OECD, 2009; Wang, 2002)
TPACK (Mishra & Koehler, 2006; Koehler & Mishra, 2009; Koehler, Mishra & Cain,
O modelo TPACK tem por base o trabalho desenvolvido por Shulman (1987),
onde se defende que o processo de ensino assenta numa combinação entre conteúdo,
nível de compreensão e interesse dos seus alunos. A este modelo, Mishra e os seus
conhecimentos esses que, por funcionarem numa relação interativa, são considerados
(Koehler et al., 2013), sendo que sempre que ocorrer uma alteração num destes fatores,
momento inicial, através de uma scoping literature review chegou-se aos quatro
estudo, através das respostas obtidas junto dos participantes. O movimento contínuo e
dual entre campo empírico e o campo teórico salientou assim o caráter múltiplo da
Portugal.
do ensino básico e dos decisores políticos sobre quais os aspetos a considerar para um
professor competente no século XXI. Neste ponto, obtivemos junto de 2688 professores
seja complexo e difícil de atingir, a relação intrínseca entre cada um dos fatores
docente.
indicadas. Assim, pode concluir-se que é considerado essencial para o professor (i)
dominar e desenvolver os conteúdos das disciplinas que leciona, (ii) construir e produzir
materiais pedagógicos que contribuam para a aprendizagem dos seus alunos, (iii)
estruturar estratégias de ensino inovadoras que contribuam para uma maior motivação
based learning) e (iv) refletir sobre os processos metacognitivos dos seus alunos.
importância dada à dimensão tecnológica, sendo que os resultados indicaram que para
aprendizagem de sucesso.
trabalho entre pares, não são ainda consideradas como fundamentais. Estes resultados
progressão, os professores continuam a ser uma profissão com pouca visão acerca das
e, por outro, se troque experiências, recursos e estratégias (Lave & Wenger, 1991).
agentes do seu próprio desenvolvimento (Leitão & Alarcão, 2006) representará uma
intervenientes.
165
mesmos.
design metodológico adotado. Tendo sido esta investigação desenvolvida com base num
convergências e articulações.
investigação, por trabalharem sobre amostras probabilísticas (no caso dos dados
de dados diversas.
uma amostragem aleatória junto dos professores, procedeu-se a uma amostragem por
investigação, obedecendo aos passos estruturados por autores como Creswell (2010),
Neste sentido, defende-se as considerações realizadas por Matos et al. (2014) quando
sugerem a necessidade de maior clareza e rigor metodológico nos estudos na área das
incide;
natureza da evidência obtida para dar origem aos resultados que o estudo
descreve.
167
relacionadas com o processo de recolha de dados. Tendo sido definido como objetivo de
século XXI. Autores como Wright (2005) referem que a principal limitação neste tipo
visto estes não terem sido obtidos na presença do investigador. Contudo, procurou-se
reduzir este enviesamento através do envio do instrumento por canais internos à escola
2688 respostas válidas. Ainda no que concerne à recolha de dados junto dos docentes,
stakeholders e alunos, tendo-se optado por retirar estes últimos do plano metodológico.
Considera-se contudo, que estudos futuros deviam debruçar-se sobre as perceções que
os alunos têm sobre as competências necessárias aos seus professores, replicando por
docente. Deste modo, levanta-se duas hipóteses de trabalho: uma ligada à formação
contexto universitário com o contexto escolar, potenciando assim o que Nóvoa (2009)
defende como uma formação dentro da profissão. No outro espectro, defende-se que
(por não responder às necessidades dos alunos), entende-se que as essas alterações
ocorram “com e pelos professores, com e pelas alterações das suas práticas” (Pedro,
promover espaços e tempos para reflexão sobre a sua prática letiva e não-letiva. Se os
ocupar um papel de acelerador, a par com outras orientações com sentido prospetivo,
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Legislação consultada
Ensino Básico
Docentes
Anexo A
Ensino Básico
Caro Professor,
Os destinatários deste questionário são todos os professores de 2º e 3º ciclo do ensino básico de Portugal
Continental.
Informamos que todos os dados que fornecer serão apenas utilizados nesta investigação, sendo tratados
com rigor e seriedade. De igual modo, toda a informação recolhida é anónima e confidencial, solicitando-
lhe assim que não indique qualquer elemento que o identifique.
Este inquérito encontra-se registado e aprovado pela Direção Geral de Educação, sob o
número 0365500001.
1. Sexo
Feminino
Masculino
2. Idade
Entre 21 e 30 anos
Entre 31 e 40 anos
Entre 41 e 50 anos
Entre 51 e 60 anos
Mais de 60 anos
3. Grau Académico
Bacharelato
Licenciatura
Mestrado
Doutoramento
Outro
2º Ciclo
3º Ciclo
6. Anos de Serviço
Menos de 5 anos
Entre 5 e 10 anos
Entre 11 e 15 anos
Entre 16 e 20 anos
Mais de 20 anos
Menos de 5 anos
Entre 5 e 10 anos
Entre 11 e 15 anos
Entre 16 e 20 anos
Mais de 20 anos
8. Região do país onde lecciona
Norte
Centro
Alentejo
Algarve
Competências docentes
Assinale em que medida perceciona as competências seguintes como importantes ao desenvolvimento da sua
24. Utilizar as tecnologias como forma de comunicação com pais, alunos e outros
agentes educativos
25. Mobilizar diferentes estratégias de envolvimento dos alunos nas atividades
letivas
26. Flexibilizar as práticas letivas perante a diversidade de situações e saberes
prévios dos alunos
Valid 30 100,0
Cases Excludeda 0 ,0
Total 30 100,0
Reliability Statistics
Cronbach's Alpha Cronbach's Alpha Based N of Items
on Standardized Items
,960 ,963 59
Domínio de trabalho
Questões orientadoras
específico
Frequencies
Statistics
Dom_Prof Dom_Ped Dom_Tec Dom_Rel
Dom_Prof
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
1,00 1 ,0 ,0 ,0
1,25 1 ,0 ,0 ,1
1,65 1 ,0 ,0 ,1
2,10 1 ,0 ,0 ,1
2,25 1 ,0 ,0 ,2
2,30 2 ,1 ,1 ,3
2,35 2 ,1 ,1 ,3
2,40 3 ,1 ,1 ,4
2,45 1 ,0 ,0 ,5
2,50 6 ,2 ,2 ,7
2,55 4 ,1 ,1 ,9
2,65 14 ,5 ,5 1,7
2,70 13 ,5 ,5 2,2
2,75 19 ,7 ,7 2,9
2,80 19 ,7 ,7 3,6
Dom_Ped
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
1,00 1 ,0 ,0 ,0
1,88 1 ,0 ,0 ,1
2,00 1 ,0 ,0 ,1
2,06 1 ,0 ,0 ,1
2,18 1 ,0 ,0 ,2
2,41 2 ,1 ,1 ,3
2,47 3 ,1 ,1 ,4
2,53 1 ,0 ,0 ,4
Valid 2,59 1 ,0 ,0 ,4
2,65 2 ,1 ,1 ,5
2,71 5 ,2 ,2 ,7
2,76 10 ,4 ,4 1,1
2,82 9 ,3 ,3 1,4
2,88 13 ,5 ,5 1,9
Dom_Tec
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
1,00 1 ,0 ,0 ,0
1,55 1 ,0 ,0 ,1
2,00 4 ,1 ,1 ,2
2,09 1 ,0 ,0 ,3
2,18 1 ,0 ,0 ,3
2,27 9 ,3 ,3 ,6
2,36 10 ,4 ,4 1,0
2,45 18 ,7 ,7 1,7
2,55 21 ,8 ,8 2,5
Valid
2,64 28 1,0 1,0 3,5
Dom_Rel
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
1,00 1 ,0 ,0 ,0
1,36 1 ,0 ,0 ,1
1,55 1 ,0 ,0 ,1
2,00 2 ,1 ,1 ,2
2,09 4 ,1 ,1 ,3
2,18 4 ,1 ,1 ,5
2,27 1 ,0 ,0 ,5
2,36 9 ,3 ,3 ,9
2,45 9 ,3 ,3 1,2
2,55 13 ,5 ,5 1,7
Descriptive Statistics
N Minimum Maximum Mean Std. Deviation
Descriptive Statistics
N Minimum Maximum Mean Std. Deviation
https://meocloud.pt/link/861a3293-7cc1-4f18-89a4-
9f26d1ac7d8b/Anexos%20Doutoramento%20Ana%20Pedro/