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ii

Índice
DECLARAÇÃO.................................................................................................................iv

AGRADECIMENTOS........................................................................................................v

DEDICATÓRIA.................................................................................................................vi

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS.......................................................................vii

LISTAS DE GRÁFICOS.................................................................................................viii

RESUMO............................................................................................................................ix

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO.........................................................................................10

1.1. Problema.............................................................................................................10

1.2. Delimitação da Pesquisa.....................................................................................12

1.3. Justificativa.........................................................................................................12

1.4. Objectivos da Pesquisa........................................................................................14

1.4.1. Objectivo Geral............................................................................................14

1.4.2. Objectivos Específicos.................................................................................14

1.5. Hipóteses.............................................................................................................14

CAPÍTULO II: REVISÃO DE LITERATURA................................................................15

2.1. Definição dos Meios Didácticos.........................................................................15

2.1.1. Os meios de ensino desde o ponto de vista fisiológico...............................16

2.1.2. Os meios de ensino desde o ponto de vista psicológico..............................16

2.1.3. Os meios de ensino desde o ponto de vista pedagógico..............................17

2.2. Importância dos Meios de Ensino na Aprendizagem..........................................17

2.3. Objectivos dos Meios ou Recursos de Ensino-Aprendizagem...........................18

2.4. Classificação dos Meios de Ensino.....................................................................18

2.5. Vantagens do Uso dos Meios de Ensino.............................................................22

CAPÍTULO III: METODOLOGIA...................................................................................23


iii

3.1. Tipo de Pesquisa.................................................................................................23

3.1.1. Quanto à Modalidade de Pesquisa...............................................................23

3.1.2. Quanto aos Objectivos da Pesquisa.............................................................23

3.1.3. Quanto à Forma de Abordagem...................................................................24

3.2. Universo e Amostra............................................................................................24

3.2.1. Universo.......................................................................................................24

3.2.2. Amostra........................................................................................................24

3.3. Método de Colecta de Dados..............................................................................24

3.3.1. Observação directa.......................................................................................25

3.3.2. Entrevista.....................................................................................................25

3.3.3. Revisões Bibliográficas...............................................................................25

3.4. Tratamento de Dados..........................................................................................25

CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS......................................26

4.5. Breve Historial da ESGEM.................................................................................26

4.6. Apresentação dos dados......................................................................................26

CAPÍTULO V: DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.......................................................35

CAPÍTULO VI: CONCLUSÕES E SUGESTÕES...........................................................37

4.7. Conclusão............................................................................................................37

4.8. Sugestões.............................................................................................................38

Referências Bibliográficas.................................................................................................39

APÊNDICES.....................................................................................................................xli

Apêndice A: Questionário.............................................................................................xli

Apêndice B: Credencial usada para busca dos dados da pesquisa..............................xliii

Apêndice C: Imagens da ESGEM...............................................................................xliv


iv

DECLARAÇÃO
Declaro, por minha honra que esta monografia nunca foi apresentada para a obtenção de
qualquer grau, e que ela constitui o resultado da minha inteira investigação, para o grau de
Licenciatura em Ensino de História, pela Universidade Católica de Moçambique – Centro
de Ensino á Distancia Gurué, estando indicadas no texto e nas bibliografias as fontes por
mim utilizadas.

O autor

_________________________________

Vicente Mário Paulo


v

AGRADECIMENTOS
A DEUS, que sempre iluminou a minha vida...

A minha família que não mediu esforço para me ancorar nesta fase tao difícil e
importantíssima da minha vida.

Ao meu supervisor, dr Arcanjo Pinto pelo acompanhamento, paciência e dedicação durante


a elaboração do trabalho, pelas incansáveis correcções e sugestões feitas sem as quais não
seria possível a realização do mesmo.

Á direcção da Escola Secundária Geral Eduardo Mondlane, concretamente ao delegado da


disciplina de história, por ter aceite a realização do trabalho e, a todos os funcionários que
mesmo estando ocupados na realização das suas actividades aceitaram responder as
questões que lhes foram colocadas.

Aos meus amigos e colegas do curso que partilharam comigo os bons e maus momentos da
vida académica.

À todos aqueles que directa ou indirectamente deram o seu contributo à minha vida
académica.

MUITO OBRIGADO.
vi

DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho de conclusão de curso a minha esposa Cristina Moguela que não
poupou esforços para que eu concluísse este curso, pois, ela sempre dedicou a sua vida pela
felicidade da família mesmo nos momentos mais difíceis, sempre foi guerreira e vibra com
a minha vitória.
vii

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS


AEE - Aulas explicativas/expositivas.

AEEDSA - Aulas explicativas/expositivas e discussão em sala de aulas.

AEEFVD - Aulas explicativas/expositivas com auxílio de filmes, vídeos, documentários

AEELD - Aulas explicativas/expositivas com o auxílio de livro didáctico

CED – Centro de Ensino à Distância

DAE – Director Adjunto da Escola

Ed. – Edição

ESGEM - Escola Secundária Geral de Eduardo Mondlane

MINEDH – Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano

PEA – Processo de Ensino e Aprendizagem

Sd – Sem Data

UCM – Universidade Católica de Moçambique


viii

LISTAS DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Identificação dos entrevistados ……………………………………………….. 26

Gráfico 2: Sobre a metodologia de ensino usada pelos professores na sala de aulas ……. 27

Gráfico 03: Sobre reconhecimento da importância da utilização dos meios didácticos como
metodologia de ensino ……………………………………………………………………. 28

Gráfico 04: Sobre o uso dos meios didácticos de ensino como metodologia de ensino …. 29

Gráfico 05: Sobre os meios didácticos de ensino mais usados em suas aulas …………… 30

Gráfico 06: Sobre as dificuldades diárias encontradas na utilização dos meios de ensino...30

Gráfico 07: Sobre o conteúdo teórico com que o aluno aprende com mais facilidade …... 31

Gráfico 08: Sobre a importância de associar o conteúdo teórico expresso através de aulas
explicativas, juntamente com vídeos filmes, documentários ou imagens………………… 32

Gráfico 09: Sobre a importância da utilização de ferramentas tecnológicas como meios


didácticos de ensino …………………………………………………………………….... 32

Gráfico 10: Sobre a frequência do uso do laboratório de informática ………………...…. 33


ix

RESUMO
O trabalho apresentou como temática “Uso de Meios Didácticos no Ensino de História: o
caso Escola Secundária Geral de Eduardo Mondlane”. Apresentou como problema a
discussão sobre a apropriação do uso dos meios didácticos de ensino pelos professores em
sua prática diária, bem como dificuldades encontradas, e o clima motivacional gerado pela
junção entre aulas expositivas e auxiliadas por vídeos, filmes, imagens e documentários. O
objectivo desta pesquisa também se estendeu em compreender a importância do uso de
meios didácticos no ensino de história na Escola Secundária Geral de Eduardo Mondlane.
Quanto à modalidades de investigação: por um lado foi uma investigação exploratória, e
por outro lado investigação bibliográfica, tendo recorrido a uma investigação explicativa,
através de uma investigação quantitativa. Com esta pesquisa conclui-se que falta
disponibilidade de recursos a ser investido na educação, para que haja mudança no cenário
actual. Sugere-se que os professores devem ser criativos e adoptar formas de elaborar meios
didácticos de ensino adoptando próprias estratégias suas; e os gestores escolar com
destaque ao DAE devem sempre procurar alocarem material de ensino a fim de se conduzir
um PEA conconcreto e não meramente em textos transcritos.
Palavras-chave: Meio didáctico, Ensino, História.
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CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
O presente trabalho científico apresenta como tema o “Uso de Meios Didácticos no
Ensino de História: o caso Escola Secundária Geral Eduardo Mondlane”. O estudo
em volta dos meios de ensino é secular, tudo consistindo no melhoramento de um processo
que envolve o professor e o aluno, neste caso o processo de ensino e aprendizagem. É um
facto que em situações de ensino-aprendizagem existem limitações e dificuldades em
adequar e seleccionar os meios de ensino no estudo de determinados conteúdos. Estas
limitações, muitas vezes não facilitam o desenvolvimento, a compreensão e o domínio dos
conhecimentos e saberes leccionados durante as aulas de modo a permitir que os alunos se
apropriem e apliquem-se quando forem solicitados pelo professor, o mediador deste
processo.

A compreensão primeiro do conceito de meio de ensino abre caminhos para compreender a


sua aplicação no ensino, um ensino centrado no aluno e que propõe que o aluno
compreenda os conteúdos, e posteriormente aplique os conhecimentos adquiridos na vida
prática.

Esse trabalho, para além dos elementos pré-textuais, está articulado em 6 (seis) capítulos
designadamente: Capítulo I, referente a parte Introdutória; Capítulo II que traça o marco
teórico; Capítulo III sobre aspectos metodológicos; Capítulo IV que visa a apresentação e
análise dos dados; Capitulo V versando sobre a discussão dos resultados; e Capítulo VI que
trata das conclusões e sugestões; as Referências bibliográficas; Apêndices e anexos.

1.1. Problema

O professor de história queira, quer não, em seus planeamentos sempre escolhe uma teoria
historiográfica, seja ela positivista, marxista ou dos Annales. Essas teorias podem ser
claramente percebidas na acção do docente que produz uma aula de história centrada na
narrativa dos factos, na crítica social ou na reflexão. Esses modelos diferenciados de teorias
historiográficas que vão do positivismo até a Nova História, acredita-se que influenciam
nas práticas didáctico-pedagógicas no ensino de história.
11

No ensino de história influenciado pelo estado positivista, que só trata a história a partir de
documentos oficiais, delimita a acção do professor que com acções mecânicas, só reproduz
em modo descritivo: episódios, datas, fatos, guerras e heróis. Produzindo aulas que passam
a ser enfadonhas, uma vez que o professor só transmite informações do passado, e o aluno
absorve o conhecimento sem desenvolver uma análise crítica, só apenas decorando,
tornando essa história linear e cronológica e fortalecendo a dominação da história oficial.

Dentro das aulas de história podemos notar a dificuldade que alguns alunos têm para
superar ao clássico “decorar e repetir” ao qual foram sempre induzidos. O problema é que a
maioria dos professores continua seguindo as metodologias tradicionais, sem utilizar meios
didácticos diversificados para estimular a aprendizagem e atrair a atenção dos alunos.
“Vivendo no século XXI, em meio a discussões que se avolumam desde a década de 80, é
preciso mais que repensar o ensino. É necessária uma verdadeira mudança na educação,
uma revolução nas estruturas e conceitos educacionais” (Maltez, S.d, p. 1).

Faz-se necessário que se desconstrua a ideia de história como uma única narrativa, como
era na visão positivista. A história não se constrói apenas com documentos oficiais, mas
com relatos orais, textos literários, imagens, estatísticas e vários outros tipos de fontes,
onde cada uma delas traz em si um discurso histórico que pode conter opiniões distintas ou
linguagens diferentes para tratar de um mesmo assunto.

Segundo Bruce; Falcão e Didier (2006) “conhecimento histórico é um conhecimento


textual, mas o texto pode estar inscrito nas imagens, nos sons, na arquitectura, na literatura
permeado nas significações simbólicas construídas nas práticas culturais. Nesse sentido, a
literatura, a música, o cinema, a fotografia são tomados como objectos de análise para a
nova historiografia” (p. 6).

Os diferentes objectos de estudo que forem levados para a sala de aula possibilitarão
maiores oportunidades de o aluno entender e discutir as temáticas, além de possibilitar a ele
ver essas temáticas por vários ângulos diferentes.

Com o surgimento da Escola Nova, tornou-se possível e necessário a utilização de meios


didácticos que estimulem e possibilitem de forma criativa uma participação por parte do
aluno, e que ele sinta esse interesse em participar, o qual é uma das principais dificuldades
encontradas pelos professores, não só na área de história.
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Através de uma interacção e aproximação entre professor e aluno, pode se tornar mais fácil
o aparecimento desse interesse e participação tão desejados. Para isso faz-se necessário que
o professor compreenda que cada aluno já vem para a sala de aula com algumas opiniões
formadas pelo meio em que vive, por cada comunidade que participa, e o estimule a não
tomar sempre essas opiniões como verdades absolutas, mas sim, debater sobre essas
temáticas e tentar analisá-las por ângulos diferentes, vendo-as por variadas visões, para
então poder construir uma visão crítica própria.

Portanto, no campo das possibilidades, a intenção é pensar o ensino de história


como exercício de compreensão das construções culturais e das relações entre um
“nós” e um “outro” por meio das narrativas construídas, considerando a
complexidade dos processos de subjectivação e fabricação de identidades no
mundo contemporâneo. (Bruce; Falcão e Didier, 2006, p .12).
Para que o professor consiga despertar esse interesse no aluno, é de suma importância que
ele não se deixe basear somente pelo livro didáctico, que muitas vezes é bastante resumido,
ou só apresenta em sua maioria uma visão tradicionalista e positivista da história,
mostrando só uma história dos grandes e vencedores. Mas que também traga para sala de
aula outros livros, textos e até filmes que demonstrem o conteúdo de uma forma diferente e
despertem um interesse e curiosidade nos alunos. Em torno do contexto descrito acima,
emerge a seguinte indagação: Qual é importância do uso dos meios didácticos no ensino
de História?

1.2. Delimitação da Pesquisa

A presente proposta de projecto de pesquisa propõe como objecto de estudo, o Uso dos
meios didácticos no ensino de Historia: Estudo do Caso da Escola Secundária Geral de
Eduardo Mondlane no 2º Ciclo, questão a ser estudada na cidade Municipal de Gurué
durante o período de 2017 a 2019.

A Escola Secundária Geral Eduardo Mondlane (ESGEM) cita na zona norte da Província
da Zambézia na Cidade Municipal de Gurúè no bairro Mwela.

1.3. Justificativa

Esta pesquisa demonstra a sua importância para a escola, o professor, o MINEDH e a


sociedade em geral pelo facto de denotar-se no professor de história a falta de aproximação
13

com o problema histórico e a falta, muitas vezes, de contacto com os meios didácticos. Esse
contacto com os meios didácticos é extremamente importante para o ensino de história e
principalmente para estimular a curiosidade dos alunos. Por isso a importância do professor
ser também um pesquisador e produtor de conhecimentos, o que estimula bastante os
alunos e facilita a utilização desses meios didácticos dentro da sala de aula. Sempre que
ocorre essa interacção entre os alunos e os meios didácticos, há uma maior aprendizagem e
aproveitamento do conteúdo.

Quando o aluno se depara com os meios de ensino da história, ele deixa de fazer apenas
uma análise daquilo que já se produziu e repetir os conceitos dos historiadores, como se
fossem verdades absolutas, para produzir seu próprio conhecimento através das mesmas
fontes que os historiadores anteriores a eles, utilizaram.

O que motivou ao desenvolvimento deste tema é o facto de o autor ser estudante do curso
de Licenciatura em ensino de História, visto que usos de meios de ensino propiciam o PEA
não somente de história, mas sim no condicionamento de qualquer área do saber. Ainda
acredita-se que a forma de aproximar a história do aluno é a utilização de recursos de
ensino. Visto que a visualização da história através de fotos e ilustrações, de facto também
aproxima bastante a história com os alunos, pois os ajuda tanto a entender melhor os
acontecimentos, quanto o faz assimilar melhor o fato ocorrido. Essas imagens além de
poderem ser utilizadas como ilustrações podem ser utilizadas como fontes historiográficas,
o que abrangerá a concepção do aluno, a respeito do que é história e de como e através de
que ela é produzida. Segundo Maltez (sd) “o cinema, a fotografia, a música, a pintura,
usadas correctamente, possuem uma grande capacidade de despertar o interesse dos alunos
e de fazê-los construir o conhecimento histórico” (p. 04).

O ensino tanto de história, quanto de outras disciplinas necessita de diversificações, até


mesmo para ajudar os alunos a entender melhor as discussões, e entender que, por exemplo,
os assuntos de história não devem ser apenas decorados e reproduzidos, mas sim
assimilados e apreendidos.

Mas para que isso realmente aconteça o interesse inicial deve partir do próprio professor,
que deve buscar formas de atrair a atenção e de mostrar a importância das temáticas aos
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alunos. Ajudando-os também a assimilar os conteúdos e a entender as temáticas propostas,


aproximando-as sempre que possível da realidade.

Posto isso, pode-se analisar que quanto mais o professor trouxer as temáticas para a
realidade do educando, maiores são as possibilidades de uma melhor assimilação, e maior
será seu desenvolvimento crítico, por isso, há necessidade de trazer novas metodologias
para as aulas de história, com vista facilitar essa aproximação, tornando para o educando o
ensino da história mais prazeroso e estimulante.

1.4. Objectivos da Pesquisa

1.4.1. Objectivo Geral


Compreender a importância do uso de meios didácticos no ensino de história na Escola
Secundária Geral Eduardo Mondlane.

1.4.2. Objectivos Específicos


 Definir meios didácticos de ensino;
 Indicar os procedimentos de elaboração e utilização dos meios didácticos de ensino;
e
 Identificar os meios aplicáveis para o ensino de história.

1.5. Hipóteses

 Os meios didácticos de ensino, usados correctamente, possuem uma grande


capacidade de despertar o interesse dos alunos e de fazê-los construir o
conhecimento histórico.
 Os meios didácticos de ensino, além de poderem ser utilizadas como ilustrações
podem ser utilizados como fontes historiográficas, o que abrangerá a concepção do
aluno, a respeito do que é história e de como e através de que ela é produzida.
 A visualização da história através de fotos e ilustrações, de facto também aproxima
bastante a história com os alunos, pois os ajuda tanto a entender melhor os
acontecimentos, quanto o faz assimilar melhor o facto ocorrido.
15

CAPÍTULO II: REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Definição dos Meios Didácticos

Os meios de ensino, também conhecidos como médios ou recursos de ensino. Estes jogam
um papel preponderante na condução do processo de ensino-aprendizagem,
independentemente do nível escolar e da área de conhecimento. Estes podem ser definidos
como:

Piletti (1997), define-os como componentes do ambiente da aprendizagem que dão origem
à estimulação para o aluno.

Segundo Libâneo (1994, p. 173), são “materiais utilizados para a organização e condução
metódica do processo de ensino pelo professor e pelos alunos. São todos os recursos
pedagógicos que combinados com os métodos permitem ao professor e aos alunos alcançar
objectivos da aula de uma forma metódica, efectiva e racional”.

Segundo Castro (1986) “são o canal através do qual se transmitem as mensagens docentes,
são o sustento material no contexto da classe” (p. 85).

Nesta mesma linha Ausubel (s.d) considera como meios as vias gráficas, fotográficas,
electrónicas ou mecânicas para capturar, processar e reconstruir informação visual ou
verbal.

Ainda Castro (1986) define os Meios de Ensino como “Todos os componentes do processo
docente educativo que atuam como suporte material dos métodos (instrutivos ou
educativos) com o propósito de conseguir os objectivos propostos” (p. 48).

O ideal seria que toda aprendizagem se efectuasse em situação real de vida. Não sendo isso
possível, os materiais/meios ou recursos de ensino tem por fim substituir a  realidade, 
representando-a  da  melhor  forma  possível,  de  maneira  a facilitar a sua intuição por
parte do aluno. Para, além disso, os meios de ensino têm como meta tornar a aprendizagem
mais significativa para o aluno através de factos, através da uma suposta ‘’realidade’’
criada para facilitar esse processo, pois como defende Ausubel na sua Teoria de
Aprendizagem Significativa, “… a aprendizagem do aluno precisa fazer algum sentido para
si, e nesse processo, a informação deverá interagir e ancorar-se nos conceitos relevantes já
16

existentes na estrutura do aluno” (Ausubel, s.d, p. 46).  E acrescenta como uma das
condições indispensáveis o material didáctico desenvolvido, que deve ser, sobretudo,
significativo para o aluno. Para tal, apresentar-se-á diversas abordagens sobre a visão dos
meios de ensino.

2.1.1. Os meios de ensino desde o ponto de vista fisiológico


O papel da actividade prática no processo do conhecimento pode ser explicado também à
luz das teorias Pavlovianas que diz: A grande quantidade de reacções nervosas durante as
actividades práticas deixam no cérebro, especialmente o “aparelho motor” seus “rastros”
(Pavlov, s.d).

Também aqui as células nervosas estimuladas são finalmente reunidas em um sistema


dinâmico de enlaces nervosos. Segundo Castro (1986) “Este sistema, uma vez formado,
pode ser excitado a vontade para repetir a mesma actividade para a qual foi desenvolvido
ao princípio, chegando assim aos fundamentos fisiológicos da habilidade, a destreza e os
hábitos” (p. 36).

Os meios de ensino, do ponto de vista fisiológico, permitem ao aluno treinar, praticar as


teorias orientadas no processo de Ensino-Aprendizagem, e com isso ganhar habilidades e
adquirir não somente conhecimento no sentido teórico, mas também prático.

2.1.2. Os meios de ensino desde o ponto de vista psicológico


No psicológico, os meios de ensino encontram uma ampla justificativa no processo de
ensino. As funções emocionais destes na criação de motivações são tão elevadas, que
inclusive se valorizam muito acima de sua capacidade comunicativa e pedagógica
(Ausubel, s.d,). 

Na aprendizagem humana, a maior inter-relação com o mundo exterior está dada através do
órgão visual. Por isso o emprego dos meios de ensino e em especial dos meios visuais
facilita o óptimo aproveitamento dos mecanismos sensoriais. Aliás, quanto maior números
de sentidos forem envolvidos na aprendizagem, mais eficaz ela se torna. Os meios de
ensino criam interesses pelo conhecimento desde que se mostram aplicações das leis e
funções estudadas na classe à vida social e científica e sua influência para o indivíduo.
17

2.1.3. Os meios de ensino desde o ponto de vista pedagógico


Os pedagogos definem os meios de ensino de muitas maneiras, de acordo com suas funções
pedagógicas. O primeiro pedagogo que fez referência de forma aberta à necessidade dos
meios no processo de ensino foi Comenius, que em seu 8º  volume expressava que:

[...] Para aprender tudo com maior facilidade devem ser utilizado quantos mais sentidos
se possam, por exemplo: Devem ir juntos sempre, o ouvido com a vista e a língua com
a mão. Não somente recitando o que deva ser sabido para que o recolham os ouvidos,
senão o desenhando também para que se imprima na imaginação por médio dos olhos.
Quando aprendam saibam expressar com a língua e representar com a mão, de maneira
que não deixe nada sem que impressione suficientemente os ouvidos, olhos,
entendimento e memória (Comenius, 1983, p. 124).

2.2. Importância dos Meios de Ensino na Aprendizagem

Castro (1986) resume a importância dos meios de ensino quando afirma “de a percepção
viva ao pensamento abstracto e deste à prática, tal é caminho dialéctico do conhecimento da
verdade, do conhecimento da realidade objectiva” (p.165).

Pois, o uso dos meios de ensino permite através do prático perceber o abstracto e desta
forma a entender a realidade do conteúdo que é leccionado pelo professor.

Libâneo (1994) propõe no processo do conhecimento da realidade objectiva combinam-se a


percepção sensorial e o pensamento abstracto, a veracidade dos quais se comprova na
prática. Assim, pode se destacar como importância dos meios de ensino o facto de:

 Serem integrantes dos processos comunicativos que se dão no ensino;


 Facilitar e apresentar mensagens informativas que devem receber os alunos;
 Oferecem aos alunos experiências de conhecimento dificilmente alcançáveis pela
lonjura no tempo ou no espaço. Isto é, os meios permitem aos sujeitos obter
conhecimento através de experiências de aprendizagem meadas figurativa ou
simbolicamente;
 Os meios são potenciadores de habilidades intelectuais nos alunos. A obtenção do
conhecimento através dos meios exige nos sujeitos a descodificação das mensagens
simbolicamente representadas. A cada meio pela natureza de seu sistema simbólico,
pelo modo de representação e estruturação de ditos mensagens, demanda dos alunos
que activem diferentes estratégias e operações cognitivas para que o conhecimento
ofertado seja compreendido, armazenado significativamente recuperado e utilizado;
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 Os meios são suportes que mantém estável e inalterável a informação;


 Na escola, os meios de ensino não só devem ser recursos facilitadores de
aprendizagem académicos, senão também se converter em objecto de conhecimento
para os alunos;
 Os meios de ensino também podem ser convertidos em objecto de estudo dos
alunos;
 Os meios contribuem à segurança individual do aluno, a reafirmação pessoal na
capacidade de aprender e a criação de incentivos que activem a aprendizagem, por
outra parte, permitem ao estudante sentir-se partícipe activo do processo docente e
do trabalho científico, como qual se consegue uma maior participação.

2.3. Objectivos dos Meios ou Recursos de Ensino-Aprendizagem

Gani e Cossa (sd, p. 79) destacam que:

Os meios de ensino contribuem para uma aprendizagem mais eficiente, pois


apelando simultaneamente a visão e audição no processo de ensino-aprendizagem,
consegue-se aprender mais eficientemente e reter durante mais tempo o que se
aprende. O professor tem toda vantagem em recorrer com frequência os meios,
pois, estes lhe permitem diversificar as suas estratégias na aula.
Piletti (1997) destaca como objectivos dos meios de ensino os seguintes:

 Facilitar o processo de Ensino-Aprendizagem;


 Tornar que os objectivos preconizados sejam alcançados;
 Aproximar os alunos a realidade da vida a partir da abstracção para a concretização.

2.4. Classificação dos Meios de Ensino

A classificação dos meios de ensino, é bastante ampla, pode variar segundo as


circunstâncias, segundo os objectivos e experiências, ora vejamos:

Castro (1986) agrupa-os em etapas geracionais, segundo foram aparecendo no contexto


docente. Classificando-os como:

1) Meios de Ensino da primeira geração – não precisam máquinas nem dispositivos


electrónicos;
19

2) Meios de Ensino de segunda geração – produto de aparecimento da máquina de


reproduzir manuscritos, a imprensa, o que fez possível a universalização da através
de manuais, livros de classe, teste, impressos;
3) Meios de Ensino da terceira geração – fizeram possível uma nova forma de
comunicação em massa a base de imagens e sons;
4) Meios de Ensino de quarta geração – distinguem- se dos anteriores o homem e a
máquina.

Segundo Klingberg (1968) agrupa-se em cinco famílias atendendo a critérios didácticos,


elas são: Objectos Originais; Reproduções de objectos originais; Representações gráficas
orais e escritas; Símbolos; Médios cibernéticos de ensino. 

Fleming (1979) oferece uma classificação dos meios baseada na teoria do conhecimento
organizando- os em duas grandes categorias:

1) Os meios empíricos – onde a representação ou reprodução da natureza é de


forma concreta;
2) Os meios simbólicos – dados por representações no plano abstracto e cujos
símbolos são convencionais, determinados pela vida social (linguagem
escrita, falado).

Por outra parte, Cubero (1985) em seu artigo “A Selecção e Planeamento dos Meios de
Ensino, classifica-os por seu grau de objectividade sobre uma base psicológica, indo do
mais concreto ao mais abstracto” (p. 28).

Castro (1986) agrupa- os em cinco grupos atendendo a suas funções didácticas “Médios
de transmissão de Informação (Ardósia, fotografias, modelos, lâminas, rádio, TV, etc.);
Médios de experimentação escolar (Laboratórios e equipes de demonstração); Médios de
controle da aprendizagem; Médios de auto-aprendizagem e programação; e Médios de
treinamento” (p. 79).

2.4.1.1. Meios auditivos


Importa-nos a classificação dos meios de ensino audiovisuais na perspectiva de Gani e
Cossa (s.d) que os enquadram da seguinte forma:
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a) Gravador

O gravador é um dos meios auditivos mais frequentemente utilizados nas aulas, sendo
talvez um dos mais práticos e de grande eficácia. Tem consideráveis vantagens de que
destacamos a facilidade de transporte e de manejo, a possibilidade de registo de todas as
fontes sonoras e de fazer diversas montagens, a durabilidade de registo, as facilidades
resultantes da possibilidade de interromper ou repetir a gravação e o baixo custo do
material.

b) Gira-discos

O gira-discos, com possibilidades de utilização semelhantes ao gravador, torna-se eficaz


pelas limitações resultantes de maior sensibilidade do material, e das dificuldades em
encontrar no mercado discos susceptíveis de aplicação didáctica. A sua utilização fica em
regra reduzida à reprodução musical.

2.4.1.2. Meios visuais


Contudo, nem sempre a teoria coincide com a prática. Para Moreira (2001), a aula que
predomina é o expositivo aberto, isto é, a exposição do professor vai-se alternando com a
actividade dos alunos através de documentos escritos, iconográficos e audiovisuais, sendo
que dá-se a apresentação do conteúdo, analisa-se os documentos e questiona-se os mesmos
e depois elabora-se uma síntese. Eis alguns exemplos segundo Moreira (2001):

a) Quadro

O quadro normal de diversos materiais e cores é um excelente meio para a transmissão de


informação visual e nem sempre é correctamente utilizado pelo professor. Para uma
correcta utilização deste meio o professor deve estar atento ao tamanho das letras e dos
espaços para que todos os alunos consigam ler facilmente aquilo que é escrito no quadro;
deve usar giz (ou marcadores) de cores variadas e não deve sobrecarregar demasiado a
superfície do quadro.

a) Cartaz

O cartaz é um dos meios mais utilizados nos nossos dias pela facilidade com que atrai e
prende o olhar do espectador.
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A publicidade tem feito de cartaz um poderoso auxiliar para a divulgação de muitos


produtos ou ideias. Também no ensino, as suas possibilidades podem ser eficazmente
aproveitadas, desde que se tenha atenção a algumas regras fundamentais:

 Tema: cada cartaz deverá ter apenas um tema que permita uma fácil assimilação.
 Ilustração: pode resultar de desenho ou montagem (colagem ou outra) e ser de
elaboração individual ou colectiva.
 Texto: deve ser breve, simples directo e acessível. A sua função é apenas completar
a imagem.
 Cor: a combinação de cores é importante porque o cartaz deve ser colorido, mas
sem excesso para não prejudicar a transmissão da mensagem.
b) Mapa

O mapa é um meio indispensável para o ensino da História, estando a sua utilização ligada
a aquisição do conceito de espaço tão necessária a correcta compreensão dos fenómenos
históricos.

c) Globo

O globo apresenta a vantagem de nos permitir uma representação mais exacta da terra, mas,
para o ensino da História, a sua eficiência é, na maior parte dos casos, inferior à do mapa.

d) Retroprojector

O retroprojector é um aparelho concebido especialmente para o ensino e, por isso,


apresenta inúmeras vantagens na sua utilização. Este aparelho permite projectar num ecrã,
ou em qualquer superfície clara, transparências ou silhuetas de figuras opacas depositadas
sobre a plataforma de projecção. Vantagens deste aparelho:

 É facilmente manejável;
 Permite a projecção em salas iluminadas;
 O professor mantém-se de frente para os alunos durante a projecção;
 Substitui com eficiência o quadro normal, porque o professor ou os alunos podem
escrever sobre os acetatos na plataforma de projecção.
22

e) Episcópio

O episcópio é um aparelho que permite a projecção de opacos. Através dele podemos


projectar material didáctico de variadas espécies (desenhos, gráficos, esquemas de livros,
postais, fotografias, prospectos, cartas, gravuras, moedas).

f) Diascópio

Trata-se de um aparelho de fácil utilização. É bastante fácil encontrar colecções de


diapositivos adequados aos vários temas e quando não existam, o professor pode elaborar a
sua própria diapoteca (biblioteca de diapositivos). O diascópio permite uma boa reprodução
dos originais, mas apresenta a desvantagem de exigir uma sala escurecida.

g) Epidiascópio

Como o nome indica é um aparelho que combina as características do episcópio e do


diascópio permitindo a projecção de material opaco e transparente.

2.5. Vantagens do Uso dos Meios de Ensino

Sobre as vantagens da aplicação dos meios didácticos de ensino Gani e Cossa (sd, p. 82)
ilustram o seguinte:

a) Despertam a curiosidade e sustentam o interesse do aluno - a utilização dos


meios audiovisuais activa a curiosidade e o interesse dos alunos, pois a exposição
magistral do professor é abandonada e a aula torna-se menos rígida.
b) Mudam as relações entre o professor e o aluno - o contacto entre o aluno o meio
audiovisual quebra a tradição pedagógica em que o professor impõe sem cessar,
interpreta e controla tudo o que se passa na aula.
c) Obtém uma melhor eficácia pedagógica - o uso, por exemplo, de meios
audiovisuais permite levar para a aula aquilo que é impossível observar
directamente (função de documentário) e permite clarificar e organizar noções e
conceitos (função didáctica).
23

CAPÍTULO III: METODOLOGIA

3.1. Tipo de Pesquisa

3.1.1. Quanto à Modalidade de Pesquisa


Para Demo (2000) citado por Prodanov e Freitas (2013, p. 3) “Pesquisa é entendida tanto
como procedimento de fabricação do conhecimento, quanto como procedimento de
aprendizagem (princípio científico e educativo), sendo parte integrante de todo processo
reconstrutivo de conhecimento.”

A finalidade da pesquisa segundo Barros e Lehfeld, (2000) citado por Prodanov e Freitas
(2013, p. 4) é “resolver problemas e solucionar dúvidas, mediante a utilização de
procedimentos científicos” e a partir de interrogações formuladas em relação a pontos ou
factos que permanecem obscuros e necessitam de explicações plausíveis e respostas que
venham a elucidá-las. Para isso, há vários tipos de pesquisas que proporcionam a colecta de
dados sobre o que desejamos investigar.

O presente trabalho foi constituído por uma pesquisa que classifica-se em: Quanto à
modalidades de investigação: por um lado foi pesquisa exploratória, porque caracteriza,
classifica e define o problema em pesquisa e por outro lado pesquisa bibliográfica, dado
que recuperou o conhecimento científico acumulado sobre o problema em pesquisa.

3.1.2. Quanto aos Objectivos da Pesquisa

Rodrigues (2007) classifica a pesquisa quanto aos objectivos podendo ser explicativa,
descritiva.

Segundo Gil (2010) citado por Prodanov e Freitas (2013) “Pesquisa explicativa: quando o
pesquisador procura explicar os porquês das coisas e suas causas, por meio do registro, da
análise, da classificação e da interpretação dos fenómenos observados”. Visa a identificar
os factores que determinam ou contribuem para a ocorrência dos fenómenos; “aprofunda o
conhecimento da realidade porque explica a razão, o porquê das coisas” (Gil, 2010, p. 28).
24

O presente estudo recorreu se a investigação explicativa, visto que identifica factores


determinantes para a ocorrência de um fenómeno.

3.1.3. Quanto à Forma de Abordagem


Prodanov e Freitas (2013, p. 60) destacam que:

Dependendo das técnicas de colecta, análise e interpretação dos dados, a pesquisa


de campo poderá ser classificada como de abordagem predominantemente
quantitativa ou qualitativa. Numa pesquisa em que a abordagem é basicamente
quantitativa, o pesquisador se limita à descrição factual deste ou daquele evento,
ignorando a complexidade da realidade social.

Quanto à forma de abordagem, o presente estudo foi uma investigação quantitativa,


porque traduziu em números as opiniões e informações que foram classificadas e analisadas
através de técnicas estatísticas.

3.2. Universo e Amostra

3.2.1. Universo
Segundo prodanov e Freitas (2013, p. 98) “O universo ou a população-alvo é o conjunto
dos seres animados e inanimados que apresenta pelo menos uma característica em comum
[…]”.

O universo desta pesquisa foram 638 onde 30 são docentes do 2º Ciclo e 608 alunos do 2º
ciclo da Escola Secundária Geral Eduardo Mondlane.

3.2.2. Amostra
Segundo Lakatos e Marconi (2007) citados por Prodanov e Freitas a amostra “é uma
parcela convenientemente seleccionada do universo (população); é um subconjunto do
universo.” Amostra é parte da população ou do universo, seleccionada de acordo com uma
regra ou um plano.

A amostra da pesquisa foi composta por 5 (cinco) professores de história, dentre eles, uma
professora e quatro professores.
25

3.3. Método de Colecta de Dados

Para a colecta de dados foram usados: a observação directa, entrevista e revisão


bibliográfica.

3.3.1. Observação directa


Segundo Lakatos (2009, p. 107), “é uma técnica de colecta de informação.” E sendo assim,
consistiu na assistência de algumas aulas da disciplina de História, como também na
observação dos dados recolhidos durante a pesquisa e na forma de execução dos trabalhos.

3.3.2. Entrevista
Para Lakatos (2009, p.126), “é uma técnica de recolha de opiniões”, com tudo esta técnica
nos prestou na formulação de perguntas, perguntas estas que foram direccionadas ao grupo
alvo que foram os professores da disciplina de história.

3.3.3. Revisões Bibliográficas


Segundo Barros (1998, p. 191), “consiste em por o pesquisador a obter conhecimentos em
livros ou documentos.” E para tal, o autor consultou várias obras incluindo os livros
escolares da 8ª 9ª e 10ª classe do Sistema Nacional de Ensino em vigor, bem como os
respectivos Programas de Ensino e relatórios da escola.

3.4. Tratamento de Dados

Segundo Canastra, Haanstra e Vilanculos (2015, p. 21) “no caso dos estudos enquadrados
no enfoque quantitativo, normalmente, recorre-se a testes paramétricos ou não paramétricos
com suporte de pacotes estatísticos, para analisar os dados”. A presente pesquisa recorreu a
pacotes estatísticos.
26

CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS

4.5. Breve Historial da ESGEM

A Escola Secundária Geral Eduardo Mondlane localiza-se num pequeno bairro que ostenta
o nome de Muela, a oeste da cidade autárquica de Gurúè, com pouco mais de 4200
habitantes (levantamento de 2017). O bairro Muela, tal como é conhecido este povoado,
resultou da junção das populações procedentes dos regulados de Nacakwe e Carico, como
era a administração colonial, relativamente a estrutura do poder local tradicional.

Historicamente, diz-se que após a independência, este bairro estendia-se desde a orla da
cidade, englobando os actuais bairros 1º de Maio, Contap e Cadeia. Este grandioso bairro
era chamado Monteiro-Giro, em alusão ao facto de este ter-se conectado às instalações
então pertencentes ao tal consórcio Português, cujos vestígios são visíveis ao nível da
cidade, concretamente ao lado da Polícia, frente ao edifício onde funciona a Assembleia
Municipal.

4.6. Apresentação dos dados

Gráfico 1: Identificação dos entrevistados

Masculino Coluna1

0.8

20%

Masculino Femenino

Fonte: Autor da pesquisa (2020)

Na identificação dos entrevistados, constatou-se que o maior número dos inqueridos foi do
sexo masculino conforme ilustra o gráfico 1. O maior número é do sexo masculino, com
uma percentagem de 80% (oitenta porcento) contra 20% (vinte porcento) que corresponde
ao número das mulheres entrevistadas.
27

Na primeira questão, procurou-se saber Qual é a Metodologia de Ensino mais utilizada


pelo professor?

Gráfico 2: Sobre a metodologia de ensino usada pelos professores na sala de aulas

40%
30%
20% 40% 0.33
10% 0.15 0
0.02
0% Nenhum
AEEDA
AEEFV
AEELD
AEE

Fonte: Autor da pesquisa (2020)

De entre 5 (cinco) alternativas, a maioria dos inqueridos optou pela alternativa referente
“Aulas explicativas/expositivas com o auxílio de livro didáctico” conforme ilustra o gráfico
2, representando uma percentagem de 40%.

A metodologia utilizada é caracteriza o ensino pela transmissão do património cultural, pela


confrontação com modelos e raciocínios elaborados, baseada frequentemente na aula
expositiva e nas demonstrações do professor à classe que já traz o conteúdo pronto, o aluno
recebe as informações passivamente. O produto da aprendizagem é ponto fundamental
desse processo. A reprodução dos conteúdos feita pelo aluno, de forma automática e sem
variações, muitas vezes considerada suficiente indicador de que houve aprendizagem num
processo de “dar lição” e em “tomar lição”, com isso são reprimidos com os elementos da
vida emocional ou afectiva por se julgarem impeditivos de uma boa e útil direcção do
trabalho de ensino. A avaliação é realizada predominantemente visando à exactidão da
reprodução do conteúdo recebido em sala de aula através de prova, exames, chamadas
orais, exercícios etc., assim o exame passa a ter um fim em si mesmo e o ritual é mantido
(Mizukami, 2013).
28

A segunda questão, pretendeu saber se os professores reconheciam a importância da


utilização dos meios didácticos como metodologia de ensino.

Gráfico 03: Sobre reconhecimento da importância da utilização dos meios didácticos


como metodologia de ensino

45%
40%
35%
30%
25% 0.45
Sim, porém nem
20% 0.35 sempre é possível
15% utilizá-las
10%
0.2
0% Á s vezes
5% Não
0%
Sim
Sim Não Á s vezes Sim,
porém
nem
sempre é
possível
utilizá-las

Fonte: Autor da pesquisa (2020)

De entre as seguintes alternativas: Sim; Não; Às vezes; Sim, porém nem sempre é possível
utilizá-las. O maior número optou pela alternativa Sim, porém nem sempre é possível
utilizá-las conforme ilustra o gráfico 3 representando uma percentagem de 45%.

Se reparamos o pensamento de Guimarães (2013) onde nos alerta que as técnicas de ensino
correspondem a procedimentos muito específicos de determinadas áreas ou com vista a
alcançar determinado objectivo. É mais específico que as estratégias e que os métodos. As
técnicas são os recursos e meios materiais para atingir determinados objectivos.
As aulas expositivas dialogadas, os debates, a construção de mapas conceptuais, os
trabalhos de grupo, o estudo de caso, o fórum, o trabalho de pesquisa, as apresentações
orais são vários exemplos de recursos usados, no entanto são usados conforme o objectivo a
alcançar.

Mais adiante, inqueriu-se sobre o apropriar-se dos meios didácticos de ensino como
metodologia para ministrar suas aulas.
29

Gráfico 04: Sobre o uso dos meios didácticos de ensino como metodologia de ensino

60%
50%
40% 0.5 Á s vezes
Nã o
30%
20% 0.3 7 Sim
10% 13%
0%
Sim Não Á s vezes
Fonte: Autor da pesquisa (2020)

Dentro das seguintes opções: Sim; Não; e Às vezes. O maior número dos inqueridos optou
pela opção ás vezes. Vide o gráfico 4, representando uma percentagem de 57%.

Há uma ampliação do campo da história ensinada por meio da busca de temáticas novas, da
pluralização das fontes utilizadas. A multiplicidade de leituras e concepções
historiográficas presentes na bibliografia académica tem sido mais incorporada ao ensino
de história, por meio de livros paradidácticos e materiais de ampla divulgação. A história
única e globalizante que privilegia os vieses heróicos e os mitos nacionais passa a ser
combatida, a tendência é de ocorrer um redimensionamento nas relações passado/presente
na história ensinada. Hoje o objectivo de professores e alunos é discutir em diferentes
realidades o estudo da história a partir das problemáticas do presente como forma de
resgatar o passado e o próprio sentido da história. Com a utilização e incorporação de
diferentes linguagens como: a discussão e interpretação dos acontecimentos/notícias e,
sobretudo o significado da indústria cultural na nossa sociedade, alunos e professores
mergulham num nível de informação de elevadas proporções imprescindível no trabalho
cotidiano de sala de aula (Guimarães, 2013).

Nesta questão, procurou se saber quais os meios didácticos de ensino você utiliza em
suas aulas.
30

Gráfico 05: Sobre os meios didácticos de ensino mais usados em suas aulas
Auditivos Visuais Audiovisuais
Alguns Todos

0.6

0.12
26% 0
0.02
Auditivos Visuais Audivisuais Alguns Todos

Fonte: Autor da pesquisa (2020)

Nisso, dentro de quatro alternativas a saber: Auditivos; Visuais; Audiovisuais; Alguns; e


Todos. O foco recaiu para a alternativa alguns, conforme ilustra o gráfico 5, representando
uma percentagem de 60%.

Os recursos didácticos caracterizam-se por um conjunto de materiais utilizados pelo


professor, simultaneamente ou não, com vista a auxiliar o processo ensino-aprendizagem de
forma a estimular e motivar o aluno, sendo de diversos tipos.

O uso dos recursos didácticos pressupõe também a aplicação de determinados modelos,


métodos, estratégias, técnicas e estilos de ensino, pelo que não podemos falar dos recursos
didácticos como um fim em si mesmo.
Nesta questão, procurou-se entender quais eram as dificuldades diárias encontradas na
utilização desses meios (os referidos na questão anterior).

Gráfico 06: Sobre as dificuldades diárias encontradas na utilização dos meios de ensino
31

Falta de habilidade para


40% operar, e nã o há profissionais
46% 0.35 da á rea de informá tic a
20% 0.15
0.04 Equipamentos quebrados
0%
Falta de equipamentos

Nenhuma

Fonte: Autor da pesquisa (2020)

Onde, teve se como opções as seguintes opções: Nenhuma; Falta de equipamentos;


Equipamentos quebrados; e Falta de habilidade para operar, e não há profissionais da
área de informática. A opção mais destacada foi a seguinte: Falta de equipamentos na
escola, conforme detalha o gráfico 6 de 46%.

A sétima questão pretendia saber qual era a forma mais fácil para o aluno aprender o
conteúdo teórico.

Gráfico 07: Sobre o conteúdo teórico com que o aluno aprende com mais facilidade

80% Pesquisas na internet


70%
60%
50% 0.78 Filmes, vídeos, imagens e
40% documentários que complementam
30% o conteú do teó rico;
20%
10% 0.13 7% 0.02
0%
Livro didá ctico

Aulas expositivas/explicativas;

Fonte: Autor da pesquisa (2020)

Nisto de entre as alternativas: Através de aulas expositivas/explicativas; Através do livro


didáctico; Através de filmes, vídeos, imagens e documentários que complementam o
32

conteúdo teórico; Através de pesquisas na internet. O Gráfico 7 (abaixo) alimenta a


afirmativa de que é importante a utilização dos meios de didácticos de ensino para
proporcionar o conhecimento ao aluno. Isto se evidencia, pois, 78% dos questionados frente
a este item, responderam que o discente aprende com mais facilidade a partir da exploração
de filmes, vídeos, imagens e documentários complementando o conteúdo teórico.

Mais adiante, fez-se a seguinte questão: Na sua prática docente, é importante associar o
conteúdo teórico expresso através de aulas explicativas, juntamente com vídeos filmes,
documentários ou imagens.

Gráfico 08: Sobre a importância de associar o conteúdo teórico expresso através de


aulas explicativas, juntamente com vídeos filmes, documentários ou imagens

Depende do conteú do
60% a ser trabalhado
40% 0.6 Sim, poré m nem
sempre é possível
20% 0.2
5% 0.15
Nã o
0%
Sim Nã o Sim, Depende
poré m do Sim
nem conteú d...
sempre
é ...

Fonte: Autor da pesquisa (2020)

De entre as alternativas: Sim; Não; Sim, porém nem sempre é possível; Depende do
conteúdo a ser trabalhado. O questionamento levantado pelo Gráfico 8 (abaixo), nos
assegura afirmar, mais uma vez, a importância de se utilizar na metodologia do professor os
meios didácticos de ensino, pois 60% das respostas, afirmam ser de grande relevância a
associação do conteúdo teórico juntamente com vídeos, filmes, documentários e imagens.
Neste item, apenas 20% afirmam que tal prática vai depender do conteúdo a ser trabalhado,
ou seja, segundo esta minoria, nem todos os conteúdos precisam utilizar estes componentes
para garantir que os alunos aprendam. Pode-se dizer que nesta última, a importância maior
33

é direccionada para as aulas expositivas e explicativas, centralizando no professor a


responsabilidade de direccionar o ensino ao aluno.

Mais alem, fez-se o seguinte questionamento: Considera importante a utilização de


ferramentas tecnológicas como metodologia de ensino, objectivando formar cidadãos
críticos frente a sociedade?

Gráfico 09: Sobre a importância da utilização de ferramentas tecnológicas como meios


didácticos de ensino

100% Muita influência


80%
Pouca influência
60%
40% Não
20% Sim
0%
Sim Nã o Pouca influê ncia Muita influê ncia

Fonte: Autor da pesquisa (2020)

Esta questão levantada e exposta através do Gráfico 09, apresenta uma forte e positiva
consciência do professor em promover espaços em sala de aula para discussões com a
34

finalidade de formar cidadãos críticos frente aos conteúdos e consequentemente actuantes


em nossa sociedade. Isto por que, 100% dos professores responderam que consideram
importante o uso das ferramentas tecnológicas, não apenas pela facilidade que ela pode
promover a estes em sua metodologia de ensino, mas como fonte promissora de discussões,
tira dúvidas, reflexões, busca de conhecimento, como já citamos nesta monografia.
Podemos destacar neste questionamento uma problemática que nos remete a reflexão. Ao
perguntar aos docentes com qual frequência eles utilizam o laboratório de informática
como meio didáctico de ensino.

Gráfico 10: Sobre a frequência do uso do laboratório de informática

90%
60%
30%
0% Em todas as aulas.
Com pouca frequê ncia,
devido a disponibilidade do
laborató rio ser restrita
Sempre que possível
Sem frequê ncia

Fonte: Autor da pesquisa (2020)

Nisto, 100% dos participantes desta pesquisa foram unânimes em responder que com pouca
frequência, devido à disponibilidade do laboratório ser restrita.

Deste modo, verifica-se que os recursos tecnológicos têm pouca disponibilidade nas
escolas, principalmente em se tratar de laboratórios de informática, o que compromete a
metodologia de aula do professor. Esta situação está atrelada à falta de recursos financeiros
e investimentos na educação, factor este, fora do objectivo deste trabalho, porém, título que
merece ser pesquisado em outras oportunidades.
35

CAPÍTULO V: DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


Com esta secção, pretende-se discutir os resultados produzidos no capítulo anterior, tendo
como referente interpretativo o quadro teórico construído a partir da revisão da literatura.

A questão número um (1) procurou inteirar-se da Metodologia de Ensino mais utilizada


pelos professores de história da ESGEM. França e Simon (2005), apesar da resistência de
alguns professores, em dispor do convencional (como livros didácticos), a utilização de
novos meios de ensino cresce tanto em quantidade quanto em qualidade, entre as várias
metodologias que o professor dispõe, o computador por exemplo, é uma ferramenta dentre
as que podem contribuir para o processo do como fazer, e para construção do conhecimento
histórico. O professor deve estar pronto para desenvolver a pesquisa em um contexto que o
36

ensino de história deve ser aquele local que se preocupa com aprendizagem realizada pelo
sujeito.

Segundo Mizukami (2013) nos tempos atuais faz-se necessário um repensar imediato na
forma de ministrar as aulas na disciplina de História, discutir e analisar a metodologia a fim
de se obter uma qualidade de ensino em todos os níveis, onde o aluno possa desenvolver
seu raciocínio e sua capacidade critica imprescindíveis na formação do “cidadão critico”, e
no desenvolvimento intelectual do aluno, de modo que consiga ampliar capacidades de
observar, descrever, identificar semelhanças e diferenças entre acontecimentos atuais e
mais distantes no tempo, além de estabelecer relações entre presente e passado. Muitas são
as formas de se trabalhar os conteúdos escolares pelos professores, porém, mesmo com
tantas tecnologias a disposição dos profissionais da educação, observa-se que o
ensinamento de tais conteúdos se limita em aulas expositivas, e ainda, em alguns casos,
sem a intenção de proporcionar para o aluno uma forma crítica de conhecer o passado
histórico.

Sobre a importância da utilização dos meios didácticos como meios de ensino Guimarães
(2013), destaca que as técnicas de ensino correspondem a procedimentos muito específicos
de determinadas áreas ou com vista a alcançar determinado objectivo. É mais específico
que as estratégias e que os métodos. As técnicas são os recursos e meios materiais para
atingir determinados objectivos. As aulas expositivas dialogadas, os debates, a construção
de mapas conceptuais, os trabalhos de grupo, o estudo de caso, o fórum, o trabalho de
pesquisa, as apresentações orais são vários exemplos de recursos usados, no entanto são
usados conforme o objectivo a alcançar.

Sobre a questão de o professor de história apropriar-se dos meios didácticos de ensino


como metodologia para ministrar suas aulas constatou-se que são inevitáveis mudanças
pedagógicas para o desenvolvimento de novas competências na escola, como o uso de
novas ferramentas como meios de ensino, por exemplo, o computador. No entanto, há
conforme Libâneo, (1994) “o: [...] temor pela máquina e equipamentos electrónicos, medo
da despersonalização e de ser substituída pelo computador, ameaça ao emprego, precária
formação cultural e científica ou formação que inclui a tecnologia” (p. 68). Para Reis,
37

(2006) esta postura é questionável, pois o computador é apenas um meio, que precisa dos
comandos dos professores para ser iniciado para fornecer dados.

Grandes partes do planejamento escolares podem ser efectuadas, não por agentes humanos,
mas por programas criados por agentes humanos; e muito do que era cumprido antes por
compêndios e ocasionais passeios ao campo serão agora desempenhados em cenários de
realidade virtual. Pode-se perguntar: qual é o valor de “verdade” de matérias preparadas
inteiramente por entidades não-humanas? (Oliveira Netto, 2010)

De acordo com Sant’ Anna e Sant’ Anna (2004), a utilização de recursos de ensino é
necessária e independente de qual seja a opção pedagógica, porém, deve ser utilizado com
cautela pelo professor tradicional, porque somente o uso desses recursos não é suficiente
para se considerar actualizado pedagogicamente, pois permanecera subordinado a
pedagogia da transmissão.

De acordo com Gauthier e Tardif (2010), a missão da escola é de preparar melhor os


futuros cidadãos para os desafios do milénio, ela tem a obrigação de favorecer a associação
entre os meios didácticos de ensino e a pedagogia, e aproveitar esse gosto suscitado por
essas novas tecnologias. Enfim, é primordial que a escola esteja sempre a frente numa
sociedade onde os conhecimentos científicos ficam ultrapassados num curto espaço de
tempo, é inadmissível que justamente a escola, local onde se deveria produz conhecimento,
fique a margem da maior fonte de informações e não seja capaz de orientar sua utilização,
(Ferreira, 1997).

CAPÍTULO VI: CONCLUSÕES E SUGESTÕES

6.1. Conclusão

Ao iniciar esta pesquisa, manifestou-se uma expectativa que ao longo do seu


desenvolvimento se apresentou totalmente contrário sob o aspecto que se julgava ser a
problemática dos meios didácticos de ensino utilizados pelos professores ao ministrar suas
aulas. O julgamento inicial dava-se a considerar que eram os próprios docentes os
38

principais responsáveis por práticas de ensino sem motivação, dinâmica, entusiasmo,


iniciativas e até a falta de habilidade com os meios didácticos de ensino, considerados
ferramentas essenciais para proporcionar um ambiente favorável ao aprendizado.

O estudo de caso na Escola Secundária Geral de Eduardo Mondlane, nos proporcionou


conhecer as dificuldades enfrentadas pelos docentes, factor este, considerado por nós a
maior problemática em relação aos meios didácticos de ensino a serem utilizados. Tais
dificuldades foram atribuídas aos seguintes factores: falta de equipamentos como Data-
show suficientes para atender todas as salas de aulas, inexistência de computadores e TV
sucateados ou sem manutenção, falta de profissionais da área de informática para dar
suporte técnico aos professores no manuseio de tais equipamentos.

A pesquisa bibliográfica nos mostrou que a educação, o conhecimento e a metodologia de


ensino seguem a evolução do tempo, onde em nossa actualidade não é mais possível tolerar
práticas de ensino, principalmente na disciplina de História, com postura do profissional da
educação como reprodutor de saberes, se apropriando apenas de aulas explicativas,
actividades de perguntas e respostas e ainda, cópia do livro didáctico sem maiores
indagações e questionamentos. Frente á evolução tem o aperfeiçoamento constante das
tecnologias da informação que deve ser utilizada como meios didácticos de ensino, com a
finalidade de contribuir e proporcionar aulas dinâmicas, motivadas, e espaços de discussão,
questionamentos, tira-dúvidas para o público alunado. Ao se apropriar dos meios
tecnológicos como meios didácticos de ensino, o professor tem a oportunidade de
apresentar diferentes pensamentos e ideias acerca do conteúdo estudado, e com o apoio de
filmes, vídeos, imagens e documentários pode fazer com que o aluno consiga similar à
teoria com a realidade de um determinado país, época, ou cultura, originando
consequentemente um cidadão crítico frente à sociedade.

Nos questionários os professores se mostraram conscientes da importância desta prática, e


atribuem a dificuldade de não se apropriar constantemente desta metodologia pelas
dificuldades encontradas no espaço escolar.
39

6.2. Sugestões

O trabalho acima descrito traz-nos uma maior atenção na reflexão dos procedimentos
metodológicos e bem como a boa execução dos recursos didácticos disponíveis na área
onde estiver a desempenhar as suas funções, daí que recomenda-se o seguinte:

 Os professores devem ser criativos e adoptar formas de elaborar meios didácticos de


ensino adoptando próprias estratégias suas;
 Os gestores escolar com destaque ao DAE devem sempre procurar alocarem
material de ensino a fim de se conduzir um PEA conconcreto e não meramente em
textos transcritos.
 As actividades realizadas nessa disciplina devem buscar conscientizar o futuro
formando de que o trabalho pedagógico na área de História envolve o planeamento
sistemático de situações de aprendizagem, pautadas em diferentes linguagens e
voltadas para a construção de conceitos e o desenvolvimento de habilidades,
superando a prática da utilização de livros didácticos e apostilas como instrumentos
únicos e exclusivos e ampliando as possibilidades de ensino destas disciplinas.
 Em suma, como professores, pesquisadores e formadores nos propomos a contribuir
para a construção de conhecimentos significativos e para a formação consistente do
homem do futuro e temos consciência de que precisamos aprimorar nossas práticas
para efectivar um processo formativo realmente dinâmico, multidimensional e
crítico-reflexivo.

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Reis, S. C. (2006). Educação e tecnologia: o computador e a internet como ferramentas


pedagógicas. Monografia de especialização-Departamento de Educação da UEL/PR.

Rodrigues, A. (2007). Fundamentos de Metodologia Cientifica. (6ª Ed.) São Paulo.

Sampieri, H. R. (2006). Metodologia de Pesquisa. (3ª Ed.) Mc Graw-Hell. São Paulo:


Brasil.

Sant’ Anna, I. M.; Sant’ Anna, V. M. (2004). Recursos Educacionais para o ensino:
quando e Por quê? Petrópolis: Vozes.
xli

APÊNDICES

Apêndice A: Questionário

O presente questionário tem como papel conhecer as ferramentas utilizadas como


metodologia de ensino pelos professores actuantes no ensino público da área de História na
Escola Secundaria Geral Eduardo Mondlane.

O autor garante sigilo das informações que aqui forem dados e ainda que os resultados
deste são apenas de carácter académico.

Responde o questionário marcando X na opção que a achar correcta.

1. Qual é a Metodologia de Ensino mais utilizada pelo professor?

( ) Aulas explicativas/expositivas.

( ) Aulas explicativas/expositivas com o auxilio de livro didáctico.

( ) Aulas explicativas/expositivas com auxilio de filmes, vídeos, documentários e etc...

( ) Aulas explicativas/expositivas e discussão em sala de aulas.

( ) Nenhum.

2. Reconhece a importância da utilização os meios didácticos como metodologia


de ensino?

( ) Sim; ( ) Não; ( ) Ás vezes; ( ) Sim, porém nem sempre é possível utilizá-las.

3. Apropria-se dos meios didácticos de ensino como metodologia para ministrar


suas aulas?

( ) Sim; ( ) Não; ( ) Ás vezes; ( ) Frequentemente

4. Quais os meios didácticos de ensino que você utiliza em suas aulas?

( ) Auditivos; ( ) Visuais; ( ) Audiovisuais; ( ) Alguns; ( ) Todos

5. Quais as dificuldades diárias encontradas na utilização desses meios?

( ) Não há dificuldades encontradas.

( ) Falta de equipamentos disponíveis na escola.


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( ) Equipamentos disponíveis na escola quebrados ou com necessidades de reparo.

( ) Falta de habilidade ou conhecimento para operar os equipamentos, e não há profissionais


da área de informática para auxiliar os professores.

6. Para si aluno aprende o conteúdo teórico com mais facilidade de que forma?

( ) Através de aulas expositivas/explicativas.

( ) Através do livro didáctico.

( ) Através de filmes, vídeos, imagens e documentários que complementam o conteúdo


teórico.

( ) Através de pesquisas na internet.

7. Na sua prática docente, é importante associar o conteúdo teórico expresso


através de aulas explicativas, juntamente com vídeos filmes, documentários ou
imagens?

( ) Sim; ( ) Não; ( ) Sim, porém nem sempre é possível; ( ) Depende do conteúdo a


ser trabalhado.

8. Considera importante a utilização de ferramentas tecnológicas como


metodologia de ensino, objectivando formar cidadãos críticos frente a
sociedade?

( ) Sim; ( ) Não; ( )Pouca influência; ( )Muita influência


9. Com que frequência utiliza o laboratório de informática como metodologia de
ensino?

( ) Sem frequência; ( ) Sempre que possível; ( )Com pouca frequência, devido a


disponibilidade do laboratório ser restrita; ( ) Em todas as aulas.
Fim
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Apêndice B: Credencial usada para busca dos dados da pesquisa


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Anexos

Imagens da ESGEM

Fonte: Autor (2020)

Fonte: Autor (2020)


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Fonte: O autor (2020)

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