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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema: Concepção Ambientalista de Desenvolvimento


Ana António Armando e Código N.º 708211417

Curso: Biologia
Disciplina: Psicologia de
Desenvolvimento
Ano de Frequência: 2º Ano
Tutora: Ângela Saide Ali Mucula

Gurué, Outubro, 2022


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 Bibliografia 0.5
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(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
académico
2.0
Conteúdo (expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e  Revisão
discussão bibliográfica
nacional e
2.
internacionais
relevantes na área
de estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª  Rigor e coerência
Referências edição em das
4.0
Bibliográficas citações e citações/referências
bibliografia bibliográficas

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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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Índice
1 Introdução ................................................................................................................................ 1

1.1 Objectivos do Estudo ........................................................................................................ 1

1.1.1 Objectivo Geral.......................................................................................................... 1

1.1.2 Objectivos específicos ............................................................................................... 1

2 Marco Teórico ......................................................................................................................... 2

2.1 Concepção Ambientalista de Desenvolvimento ............................................................... 2

2.1.1 Contextualização ....................................................................................................... 2

2.1.2 Concepção Ambientalista .......................................................................................... 2

2.1.3 Aprendizagem segundo ambientalistas ..................................................................... 3

2.2 Conceitos chaves na teoria ambientalista: estímulo, reforço e extinção ........................... 4

2.3 Implicações educacionais da concepção ambientalista de desenvolvimento ................... 5

3 Metodologia ............................................................................................................................. 6

4 Conclusão ................................................................................................................................ 7

5 Referências Bibliográficas ....................................................................................................... 8

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1 Introdução
O trabalho em causa é referente a cadeira de Psicologia de Desenvolvimento ministrada na
Universidade Católica de Moçambique – Instituto de Educação à Distância aos estudantes do
curso de Licenciatura em Ensino de Biologia. No entanto, sob as orientações do tutor desta
cadeira, far-se-á uma breve consideração sobre a Concepção Ambientalista de
Desenvolvimento.

O Desenvolvimento Humano, à luz das Teorias da Aprendizagem e da Psicologia da Educação,


dispõe basicamente de três concepções (ou abordagens) que concernem a ocorrência da
aprendizagem: a ambientalista, a inatista, a sócio-histórica (Coll; Palácios & Marchesi, 1995).

No entanto, o estudo e causa focaliza-se apenas na Concepção Ambientalista. Esta abordagem,


também denominada empirista ou comportamentalista, tem os fatores ambientais, os estímulos
externos, como os agentes responsáveis pela aprendizagem. Defende que a função ambiental
prepondera sobre a biológica e que o indivíduo desenvolve suas características, hábitos e
comportamento condicionado aos estímulos que recebe do meio em que está inserido.

1.1 Objectivos do Estudo

1.1.1 Objectivo Geral


Investigar a concepção ambientalista de desenvolvimento.

1.1.2 Objectivos específicos


 Explicar a concepção ambientalista de desenvolvimento;
 Mostrar as implicações da concepção ambientalista na Educação; e
 Apresentar os Conceitos chaves na teoria ambientalista: estímulo, reforço e extinção.
2 Marco Teórico
2.1 Concepção Ambientalista de Desenvolvimento

2.1.1 Contextualização
Atribui um imenso poder ao ambiente no desenvolvimento humano. O homem é concebido como
um ser extremamente plástico, que desenvolve suas características em função das condições
presentes no meio em que se encontra. Essa concepção deriva do empirismo. Na Psicologia, o
grande defensor da posição ambientalista é o norte-americano B. F. Skinner. Este propõe uma
ciência do comportamento. O papel do ambiente é muito mais importante do que a maturação
biológica (Fernandez Pellitero, 1986).

São os estímulos presentes em uma dada situação que levam ao aparecimento de um determinado
comportamento.

Segundo os ambientalistas ou comportamentalistas ou behavioristas, os indivíduos buscam


maximinizar o prazer e minimizar a dor, através da manipulação dos elementos presentes no
ambiente (Fernandez Pellitero, 1986).

Essa perspectiva enfatiza que o ser humano é produto do meio em que vive, ou seja, é moldado
pelos estímulos ambientais e pelos condicionamentos.

A criança nasce como uma folha em branco e, gradualmente, passa a ser modelada, estimulada e
corrigida pelo meio em que vive. Os estímulos e as condições presentes no meio são entendidos
como fontes de aprendizagem. Nessa concepção, a aprendizagem e o desenvolvimento ocorrem
simultaneamente e podem ser tratados como sinónimos. Isso significa que o desenvolvimento é
encarado como um acúmulo de respostas aprendidas.

2.1.2 Concepção Ambientalista


Segundo Davis (1994), a concepção ambientalista dá enorme importância ao ambiente ao
desenvolvimento humano. Esta ideia tem origem no empirismo, corrente filosófica que enfatiza a
experiência como fonte de conhecimento, sendo possível controlar estes fatores de
desenvolvimento por meio da manipulação.

A autora lembra que o principal precursor do ambientalismo é o norte-americano B.F. Skinner,


que se propôs a construir uma ciência do comportamento defendendo a ideia de medição,

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comparação, experimentação, previsão e controle. Assim, priorizando os aspectos observáveis,
Skinner desconsidera outros como raciocínio, desejos e fantasias.

Skinner e os defensores da concepção ambientalista crêem que o indivíduo sempre tentará


aumentar prazeres e diminuir dores e, para criar determinado comportamento, basta levar em
consideração esta ideia. Assim, ao manipular elementos do ambiente, chamados por eles de
estímulos é possível manipular o comportamento (Davis, 1994).

Davis (1994), esclarece que os ambientalistas tentam reforçar reações positivas e punir ações
negativas. Ela dá o exemplo de elogiar uma criança quando esta arruma seu quarto, para reforçar
ação positiva e fazer a criança pagar por ter quebrado uma vidraça, como punição para sua ação
negativa, pois assim, ela tomará mais cuidado ao jogar bola.

Há ainda o procedimento que pretende acabar com alguma ação. A extinção é usada, Por
exemplo, como conta a autora, para acabar com a bagunça de um aluno que pretende chamar a
atenção da professora com tal ação. Ao fingir que não percebe o comportamento do aluno, a
professora retira totalmente seu estímulo e a criança para de fazer bagunça para chamar a
atenção.

Davis (1994), conta que mais recentemente, teóricos também acreditaram que o comportamento
humano também é modificado pela observação de ações das pessoas. Quando o comportamento é
reforçado, tende a ser imitado, e quando punido, tende a ser evitados.

A autora ainda fala sobre o conceito de generalização, para explicar que quando um
comportamento é associado a um determinado estímulo, tende a reaparecer. Quando uma criança
aprende a palavra “cachorro”, tende a chamar qualquer animal de quatro patas de cachorro, até
distinguir as espécies.

2.1.3 Aprendizagem segundo ambientalistas


Assim, a aprendizagem é definida pelos ambientalistas como o processo pelo qual o
comportamento é modificado como resultado da experiência (Fernandez Pellitero, 1986). Para
que aprendizagem ocorra, Davis (1994), afirma que é preciso levar em consideração a natureza
dos estímulos, o tipo de resposta que se espera e o estado físico e psicológico do indivíduo e o
que resultará da própria aprendizagem, como elogios, notas altas e recompensas, por exemplo.

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Davis (1994), explica que a concepção ambientalista estimulou os professores a planejarem suas
aulas, valorizando seu papel, ao contrário da visão inatista. Por outro lado, a autora explica que as
teorias ambientalistas tiveram efeitos nocivos para a prática pedagógica, já que esta passou a ser
uma atividade com fórmula-padrão e deixou de ser reflexiva.

A principal critica, segundo a autora, à concepção ambientalista é que esta vê o homem como ser
passivo, que pode ser manipulado e controlado pela simples alteração do ambiente ou situação
em que se encontra. Não há na concepção ambientalista a preocupação em explicar os processos
pelos quais a criança raciocina esse apropria do conhecimento

2.2 Conceitos chaves na teoria ambientalista: estímulo, reforço e extinção

Os conceitos de estímulo, reforço e extinção são deveras importantes no entendimento da teoria


ambientalista.

Assim, estímulo é um elemento presente no ambiente, que manipulado pode controlar o


comportamento de um indivíduo, fazendo com que apareça ou desapareça em situações
consideradas adequadas, ou fazendo que com o comportamento seja refinado ou aprimorado.

Considera-se que no geral os indivíduos buscam maximizar o prazer e minimizar a dor. É esse
processo pode ser estimulado por algo que se encontra no meio (ambiente).

Sendo assim, as conseqüências ou os resultados positivos da mudança de comportamento são


denominadas de reforço. Este aumenta a frequência da manifestação de um determinado
comportamento.

E a extinção é o procedimento a partir do qual comportamentos inadequados são eliminados


totalmente nos indivíduos, nele o objetivo é quebrar o elo que se estabeleceu entre o
comportamento visto como indesejável e determinadas conseqüências do mesmo (Davis e
Oliveira, 1994).

Portanto, a pessoa é resultado de aprendizagens realizadas ao longo da vida, a partir de estímulos


que reforçam ou punem seus comportamentos anteriores, pois “quando os comportamentos
modelos são reforçados, tende-se a imitá-los e quando são punidos, procura-se evitá-los” (Davis e
Oliveira, 1994). E o comportamento é sempre resultado de associações que são estabelecidas

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entre algo que o provoca neste caso um estímulo antecedente e algo que segue e o mantém ou
seja, um estímulo conseqüente.

Outro conceito importante é o de generalização que é o fenómeno a partir do qual, certo


comportamento é associado a determinados estímulos e tendem a reaparecer na presença de
estímulos semelhantes.

2.3 Implicações educacionais da concepção ambientalista de desenvolvimento

Em termos educacionais a visão ambientalista de desenvolvimento concebe a aprendizagem


como processo pelo qual o comportamento é modificado como resultado da experiência (Davis e
Oliveira, 1994).

Assim, o ensino e a aprendizagem seriam processados por meio da manipulação dos estímulos
que antecedem ou sucedem o comportamento. Em termos educacionais essa concepção pode
trazer vantagens e desvantagens.

São vantagens da concepção ambientalista de desenvolvimento no processo educativo escolar:

a) A valorização da planificação do ensino;

b) A clareza nos objectivos, sequências de actividades.

c) A valorização do papel do professor, que reforça o comportamento dos alunos através de


elogios, notas, diplomas, etc.

E, entre as desvantagens pode-se destacar:

a) A concepção da educação como tecnologia, em que o professor domina a programação do


ensino a partir de uma fórmula-padrão;

b) A visão do ser humano como criatura passiva face ao ambiente, que pode ser manipulado
e controlado pela alteração das situações em que se encontra;

c) A desvalorização da aprendizagem espontânea e da cooperação entre as crianças.

Entre as teorias de aprendizagem que se alimentam da concepção ambientalista de


desenvolvimento estão o Associativismo e o Behaviorismo.

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3 Metodologia
Para analisar o tema sobre “Concepção Ambientalista de Desenvolvimento” privilegiou se uma
abordagem qualitativa. Esta é uma fonte directa para colecta de dados, interpretação de
fenómenos e atribuição de significados (Prodanov & Freitas, 2013). A interpretação dos
fenómenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa (Gil,
2008).

No que tange as técnicas de colecta de dados, pautou-se pelo uso da pesquisa bibliográfica e
documental, que se centrou na identificação, leitura e análise de livros e artigos. A pesquisa
bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de
livros e artigos científicos (Gil, 2008).

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4 Conclusão
Em suma, o ambientalismo propõe que o nosso comportamento pode ser influenciado pelo
ambiente em que estamos inseridos. Será que é possível? Pensem um pouco na própria história de
vocês. Conseguem identificar alguma característica ou algum comportamento que tenha sido
aprendido no ambiente em que foram cuidados e criados? Acreditam que é possível moldar uma
pessoa? E os fatores individuais? A partir dessas ideias, podemos repensar e reflectir sobre a
aplicação do ambientalismo na Educação. O sistema educacional poderia ser entendido como um
controlador do comportamento desejável? Qual seria o papel da escola e do professor?

Nessa perspectiva, o papel do ensino é supervalorizado. A função primordial da escola é a


preparação moral e intelectual do aluno. Nesse sentido, a escola estará comprometida com a
transmissão da cultura e com a modelagem comportamental das crianças.

O professor será o responsável pela transmissão de conhecimentos e poderá condicionar as


respostas que a criança apresentará, através da avaliação, da punição e do treinamento. Podemos
perceber que essa perspectiva direcciona um “poder” ao adulto, uma vez que ele é quem definirá
e controlará tudo o que a criança deve ou não aprender, através de técnicas eficazes.

Não existem dúvidas que nossos aspectos biológicos, genéticos e hereditários ajudam a explicar
nosso comportamento, mas não o determinam.

Da mesma forma, nossas experiências derivadas do meio, da cultura e de outros ambientes


externos, nos quais estamos inseridos, são significativos no nosso comportamento, mas não
únicos. Então, se uma única abordagem, seja o inatismo ou o ambientalismo, não consegue dar
conta das explicações do comportamento, é preciso repensar essa questão.

Por esse motivo, uma nova corrente teórica surge com o intuito de ampliar o escopo de
explicação.

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5 Referências Bibliográficas
Coll, C.; Palácios, J.; Marchesi, A. (1995). Desenvolvimento Psicológico e Educação: Psicologia
Evolutiva. Porto Alegre: Artes Médicas.
Davis, C.; Oliveira, Z.M.R. (1994). Concepções de Desenvolvimento: correntes teóricas e
repercussões na escola. (2ª ed.) São Paulo, Brasil: Cortez Editora.
Fernandez Pellitero, M. (1986). Ambiente y comportamiento humano. Salamanca: Varona,
Gil, A. C. (2008). Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. (6ª ed.) São Paulo, Brasil: Editora
Atlas.
Prodanov, C. C. & Freitas, E. C. (2013). Metodologia do Trabalho Científico: Métodos e técnicas
da pesquisa e do trabalho científico. (2ª ed.) Novo Hamburgo: Feevale.

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