Você está na página 1de 15

Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema: A Pessoa humana nas Perspectivas da Filosofia e da Ética

Elsa Brito Duarte-708225429

Licenciatura em Ensino de
Português
Introdução à Filosofia
2º Ano

Nampula, Maio de 2023

I
Folha de Feedback
Classificação
Categorias Indicadores Padrões Pontuação Nota do
Subtotal
máxima tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
académico
Conteúdo 2.0
(expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e
 Revisão bibliográfica
discussão
nacional e
internacionais 2.
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª
 Rigor e coerência das
Referências edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia

II
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

III
Índice
1 Introdução................................................................................ Erro! Marcador não definido.
1.1 Objectivo geral: ................................................................................................................. 5
1.2 Objectivos específicos: ..................................................................................................... 5
1.3 Metodologias..................................................................................................................... 5
2 A Pessoa humana nas Perspectivas da Filosofia e da Ética ..................................................... 6
2.1 Conceito da pessoa humana .............................................................................................. 6
2.2 A Pessoa em suas relações ................................................................................................ 7

2.2.1 Relação do homem com o mundo ............................................................................. 7

2.2.2 A relação do homem consigo mesmo ........................................................................ 7


2.2.3 A relação do homem com Deus................................................................................. 8
2.3 A relação da pessoa humana com o trabalho ................................................................... 8
3 Consciência Moral ................................................................................................................... 9
3.1 Conceito da consciência moral ......................................................................................... 9
3.2 As etapas do desenvolvimento da consciência moral ....................................................... 9
3.3 Graus da consciência moral ............................................................................................ 10
3.3.1 Consciência passiva ................................................................................................. 10
3.3.2 Consciência vivida, mas não reflexiva .................................................................... 10
3.3.3 Consciência activa e reflexiva ................................................................................. 11
3.3.4 A diferença existente entre a ética e moral .............................................................. 11
4 A liberdade ............................................................................................................................ 12
4.1 Conceito da liberdade ..................................................................................................... 12
4.2 Liberdade jurídico-política.............................................................................................. 12
4.3 Liberdade moral .............................................................................................................. 13

5 Conclusão .............................................................................................................................. 14

6 Referências bibliográficas ..................................................................................................... 15

IV
1 Introdução

A palavra ética se origina do termo grego ethos, que significa "modo de ser", "caráter",
"costume", "comportamento". De fato, a ética é o estudo desses aspectos do ser humano: por um
lado, procurando descobrir o que está por trás do nosso modo de ser e de agir; por outro,
procurando estabelecer as maneiras mais convenientes de sermos e agirmos. Assim, pode-se dizer
que a ética trata do que é "bom" e do que é "mau" para nós. É neste contexto que o trabalho tem
como tema: A Pessoa humana nas Perspectivas da Filosofia e da Ética. Portanto, o trabalho
tem os os seguintes objectivos:

1.1 Objectivo geral:

 Analisar sobre a Pessoa humana nas Perspectivas da Filosofia e da Ética.

1.2 Objectivos específicos:

 O conceituar a pessoa nas mais variadas perspectiva (Suas relações e o trabalho);


 Interpretar as etapas do desenvolvimento da consciência moral, seus graus e a diferença
existente entre a ética e moral;
 Distinguir a liberdade (Liberdade jurídico-política e liberdade moral).

1.3 Metodologias

Para a produção do seguinte trabalho, usou-se o método bibliográfico que constituiu na pesquisa
de diferentes obras e autores diversificados que melhor abortam o assunto em causa.

Contudo, o trabalho encontra-se estruturado por uma introdução, desenvolvimento, conclusão e


as respectivas referências bibliográficas.

5
2 A Pessoa humana nas Perspectivas da Filosofia e da Ética

A filosofia antiga grega e greco-romana, que dá origem a chamada filosofia ocidental insere-
se neste período, mais especificamente parte do século VI a.C. e vai até o ano de 529 d.C., ano
em que o imperador Justiniano mandou fechar as escolas pagãs e dispersar seus seguidores
(Reale & Antiseri, s/d, ,p.13).

É neste período em que se verifica a primeira utilização do conceito de pessoa, contudo ainda
sem a mesma carga semântica que usamos na filosofia nos dias de hoje. Deste período, destacarei
dois momentos importantes onde se evidenciou o uso termo pessoa: no teatro, na Grécia Antiga,
ainda como uma tradução popular, onde o termo adquiriu o significado de máscara e
posteriormente, para os Romanos, quando há uma resinificação para o termo, onde se distingue
da pessoa natural e passa a designar também a pessoa jurídica e onde, a partir desta formulação se
desenvolveu o termo utilizado no Direito Civil contemporâneo.

2.1 Conceito da pessoa humana

Na linguagem do dia-a-dia, a palavra pessoa refere-se a um ser racional e consciente de si


mesmo, com identidade própria. O exemplo exclusivo costuma ser o próprio ser humano embora
haja quem estenda o conceito para outras espécies.

De facto a referência primeira e experimental aplica-se ao ser humano concreto enquanto é um


original animal racional, ético, cultural a estético, na medida que for tendo acesso à maturidade
intelectual, afectiva, social, política a religiosa

Para Kant (1980), o ser humano possui dignidade porque é capaz de dar fins a si mesmo, em vez
de se submeter às suas inclinações. Por isso, ele deve ser visto como um fim em si mesmo, não
como meio para a realização de projectos alheios.(p.74).

Portanto, a Pessoa é o ser pensante, dotado de razão e reflexão, que pode reconhecer-se a si
mesmo, agora, como o mesmo eu que era antes; e que essa acção passada foi executada pelo
mesmo "eu" que reflecte, agora sobre ela, no presente.

A pessoa humana em sua acção exige-se que seja responsável e livre de todas as suas escolhas e
opções. Ao ser acusado e julgado pelo que assume de forma livre e responsável, exige-se que seja
feita a justiça e sejam tomadas os sansões.(Rosa, s/d,p.44).
6
2.2 A Pessoa em suas relações

Kierkegaard (1813), é um dos filósofos que procurou analisar os problemas da relação existencial
do homem com o mundo, consigo mesmo e com Deus.

2.2.1 Relação do homem com o mundo


ʻʻA relação do homem com o mundo - outros seres humanos e na
natureza - são dominadas pela angústia. A angústia é entendida como o
sentimento profundo que temos ao perceber a instabilidade de viver num
mundo de acontecimentos possíveis, sem garantia de que nossas
expectativas sejam realizadas ˮ (Rosa,s/d,p.38).

“No possível, tudo é, possível”, escreve Kierkegaard. Assim, vivemos num mundo onde tanto é
possível a dor como o prazer, o bem como o mal, o amor como o ódio, o favorável como o
desfavorável.

Nesta perspectiva, a relação homem/mundo emerge quando a pessoa assume o corpo como
corporeidade pela qual se torna verdadeiramente humano. Destaca ainda a importância da cultura,
da natureza e da linguagem no processo de cuidar; vê a enfermeira e o cliente enquanto
corporeidades na união do ser e da acção.

2.2.2 A relação do homem consigo mesmo


Para Rosa(s/d), A relação do homem consigo mesmo é marcada pela inquietação e pelo
desespero. Isso acontece por duas razões: ou porque o homem nunca está plenamente satisfeito
com as possibilidades que realizou, ou porque não conseguiu realizar o que pretendia, esgotando
os limites do possível e fracassando diante de suas expectativas.

A relação da pessoa consigo próprio e com os outros significa dizer que não existe um
homem que vive no mundo sozinho e isolado. Neste contexto cada homem mantenha-se em
relação com os outros; é nesta base que o homem é chamado de ser social porque estabelece
relações significativas, verdadeira e profundas para viver com os outros. Neste trabalho iremos
também abordar sobre, as relações interpessoais e interculturais, no ser humano, vamos analisar
de que modo nos relaciona com os outros ao longo da vida e de que forma as interacções que
estabelecemos definem grande parte do que somos e seremos. Relação da pessoa consigo próprio
e com os outros O termo relação significa ligação entre os seres humanos, bem como ligação

7
entre os seres e o mundo. Portanto a relação da pessoa consigo próprio e com os outros significa
dizer que não existe um homem que vive no mundo sozinho e isolado. Neste contexto cada
homem mantém relação com os outros; é nesta base que o homem é chamado de “ser social”
porque estabelece relações significativas, verdadeira e profundas para viver com os outros. A
ética ensina-nos que o outro tem valor e dignidade própria e não deve ser encarado como inimigo,
mas sim como alguém importante para nós.

2.2.3 A relação do homem com Deus


Segundo Rosa (s/d), diz que ʻʻa relação do homem com Deus seria talvez a única via para a
superação da angústia e do desespero. Contudo, é marcado pelo paradoxo de ter de compreender
pela fé o que é incompreensível pela razãoˮ (p.38).

2.3 A relação da pessoa humana com o trabalho

ʻ̒ O termo trabalho vem do latim tripalium, que significa um instrumento de tortura feito de
três pausˮ (Rosa,s/d,p.39).

O trabalho é toda actividade no qual o ser humano utiliza sua energia física e psíquica para
satisfazer suas necessidades ou para atingir um determinado fim. Por intermédio do trabalho, o
homem acrescenta um “mundo novo” (a cultura) ao mundo natural já existente. O trabalho é,
portanto, elemento essencial da relação dialéctica entre o homem e a natureza, entre o saber e o
fazer, entre a teoria e a prática.

Nesse sentido, o trabalho é uma actividade tipicamente humana, porque implica a existência de
um projecto mental que determina a conduta a ser desenvolvida para se alcançar um objectivo
almejado. Pelo trabalho, o homem é capaz de expandir suas energias, desenvolver sua
criatividade e realizar suas potencialidades; pelo trabalho o ser humano é capaz de moldar a
natureza e, ao mesmo tempo, transformar a si próprio. Ou seja, trabalhando podemos transformar
o mundo e a nós mesmos.

Em seu aspecto social, isto é, como esforço conjunto dos membros de uma comunidade, o
trabalho teria como objectivos últimos a manutenção da vida e o desenvolvimento da sociedade.

Assim dentro da visão positiva, o trabalho poderia promover a realização do indivíduo, a


edificação da cultura e a solidariedade entre os homens.

8
3 Consciência Moral

3.1 Conceito da consciência moral

Segundo Rosa (s/d),diz que ʻʻ a consciência pode ser definida na perspectiva psicológica,
ético e moral, política e na da teoria de conhecimento.ˮ(p.40).

Na perspectiva psicológica, a consciência é um sentimento de nossa própria identidade: é o eu,


um fluxo temporal de estados corporais e mentais, que retém o passado na memória, percebe o
presente pela atenção e espera o futuro pela imaginação e pelo pensamento. O eu é o centro ou a
unidade de todos esses estados psíquicos. A consciência psicológica é formada por nossas
vivências.

Na perspectiva ético e moral, a consciência é a espontaneidade livre e racional, para escolher,


deliberar, e agir conforme à liberdade aos direitos alheios e deveres. É a pessoa dotada de
vontade livre e de responsabilidade. É a capacidade para compreender e interpretar sua situação e
condição (física, mental, social, cultural, histórica), viver na companhia dos outros segundo as
normas e os valores morais definidos por sua sociedade, agir tendo em vista fins escolhidos por
deliberação e decisão, realizar as virtudes e, quando necessário, contrapor-se e opor-se aos
valores estabelecidos em nome de outros, considerados mais adequados à liberdade e à
responsabilidade.

3.2 As etapas do desenvolvimento da consciência moral

Para Piaget( 1977), a evolução do desenvolvimento moral apresenta-se bem definida em três
etapas, ou seja: anomia, heteronomia e autonomia.

Do perspectiva política, a consciência é o cidadão, isto é, tanto o indivíduo situado no tecido das
relações sociais, como portador de direitos e deveres, relacionando-se com a esfera pública de
poder e das leis, quando o membro de uma classe social, definido por sua situação e posição
nessa classe, portador e defensor de interesses específicos de seu grupo ou de sua classe,
relacionando-se com a esfera pública do poder e das leis.

Na perspectiva da teoria de conhecimento, a consciência é uma actividade


sensível e intelectual dotada de poder de análise, síntese e representação.
É o sujeito, que se reconhece como diferente dos objectos, cria e descobre
significações, institui sentidos, elabora conceitos, ideias, juízos e teorias.

9
É dotado de capacidade de conhecer à si mesmo no acto de
conhecimento, ou seja, é capaz de reflexão. É saber de si e saber sobre o
mundo, manifestando-se como sujeito percebedor, imaginante,
memorioso, falante e pensante.(Rosa,s/d,p.44).
Portanto, A consciência moral (pessoa) e a consciência política (o cidadão) formam-se pelas
relações entre as vivências do eu e os valores e as instituições de sua sociedade ou de sociedade
ou de sua cultura. São as maneiras pelas quais nos relacionamos com os outros por meio de
comportamentos e práticas determinadas pelos códigos morais (que definem deveres, obrigações,
virtudes), e políticos (que definem direitos, deveres e instituições colectivas públicas), a partir de
modo como uma cultura e uma sociedade determinadas definem o bem e o mal, o justo e o
injusto, o legítimo e o ilegítimo, o legal e o ilegal, o privado e o público. O eu é uma vivência e
uma experiência que se realiza por comportamentos; a pessoa e o cidadão são consciência como
agente (moral e político), como práxis.

Em sua essência, a consciência é um vazio, um nada, um silêncio que nos possibilita sentir e
escutar, reflectir e querer. Nela ouvimos a voz do nosso ser. Na vida familiar, a consciência é
considerada apenas uma vivência.

Platão definiu a consciência como o “diálogo da alma consigo mesma”. A alma interroga a si
mesma sobre que relação e compromisso têm ela com essa outra realidade, que se dá a conhecer
no íntimo diálogo consigo mesma

3.3 Graus da consciência moral

Para Rosa (s/d), diz que os graus da consciência ʻʻ distinguem-se três graus da consciência:
conciencia passiva, vivida mas não reflexivas e activa e reflexivas ˮ(p.41).

3.3.1 Consciência passiva


É aquela na qual temos uma vaga e uma confusa percepção de nós mesmos e do que se
passa à nossa volta, como no devaneio, no momento que precede o sono ou o despertar, na
anestesia, e sobretudo, quando somos muita criança ou muito idosos (Rosa,s/d,p.41).

3.3.2 Consciência vivida, mas não reflexiva


Segundo Rosa (s/d),a consciência vivida, mas não reflexiva:

ʻʻ É nossa consciência afectiva, que tem a peculiaridade de ser


egocêntrica, isto é, de perceber os outros e as coisas apenas a partir de
10
nossos sentimentos com relação à elas, como por exemplo, a criança que
bate numa mesa ao tropeçar nela, julgando que a “mesa faz de propósito
para machucá-lo”(p.41).

Portanto, nesse grau de consciência não conseguimos superar o eu e o outro, o eu e as coisas. É


típico por exemplo, das pessoas apaixonadas, para as quais o mundo existe a partir de seus
sentimentos de amor, ódio, cólera, alegria, tristeza, etc.

3.3.3 Consciência activa e reflexiva


Para Rosa (s/d), a consciência activa e reflexiva é aquela que reconhece a diferença entre interior
e o exterior, entre si e os outros, entre si e as coisas. Esse grau de consciência é o que permite a
existência da consciência em suas quatro modalidades, que são: o eu, a pessoa, o cidadão e o
sujeito

3.3.4 A diferença existente entre a ética e moral


"Para pensarmos nas diferenças entre ética e moral, devemos recorrer, primeiro, à raiz
etimológica dessas palavras. Ética deriva da palavra grega êthos, que quer dizer “carácter”. Ela
era utilizada para representar os modos de agir de uma pessoa, ou seja, suas acções e
comportamentosˮ (Porfírio, s/d).Uma variante de êthos era a palavra éthos, que significa
“costume” e pode ser aplicada a uma sociedade. O termo latino que designa éthos é moris, de
onde retiramos a palavra moral.

Basicamente, ética é o comportamento individual e reflectido de uma pessoa com base em


um código de ética ou de conduta que deve ter aplicabilidade geral. É chamado de ética o campo
da Filosofia que se dedica a entender e a reflectir as acções humanas (acções morais) e a
classificá-las enquanto certas ou erradas. Por isso, podemos dizer que ética é uma espécie de
“filosofia moral”. Enquanto moral é, por sua vez, o costume ou hábito de um povo, de uma
sociedade, ou seja, de determinados povos em tempos determinados. A moral muda
constantemente, pois os hábitos sociais são renovados periodicamente e de acordo com o local
em que são observados."

11
4 A liberdade

4.1 Conceito da liberdade

ʻʻA palavra liberdade, etimologicamente significa: isenção de qualquer coacção ou negação de


determinação para uma coisa ˮ (Rosa,s/d,p.42).

Pode-se entender como a faculdade de fazer ou deixar de fazer alguma coisa. Ela tem sido
entendida como a possibilidade de autodeterminação e de escolha, acto voluntário,
espontaneidade, indeterminação, ausência de interferências, libertação de impedimentos,
realização de necessidades, direcção prática para uma meta, ideal de maturidade, autonomia
sapiencial ética, razão de ser da própria moralidade.

Portanto, a liberdade pode ser definida em dois sentidos imediatos: no nosso cotidiano e na
linguagem filosófica.

No nosso cotidiano, invocamos constantemente a palavra liberdade para reivindicar liberdade de


opinião, de reunião, de livre circulação, considerando-se nesse sentido comum, a liberdade como
ausência de constrangimentos externos.

Na linguagem filosófica, referimo-nos à liberdade em termos absolutos e, neste sentido, à um


poder de agir independentemente de quaisquer obstáculos ou determinismos. Ora, as escolhas do
ser humano exercem-se num campo onde há tendências e limitações de vária ordem (biológica,
psicológica e sociológica), e apesar disso são livres porque conseguem superar racionalmente
esses obstáculos que acabam por se transformar em força impulsionadora.

No âmbito da acção humana, podemos distinguir a liberdade em: liberdade jurídico-política


e liberdade moral. (Rosa,s/d,p.45).

4.2 Liberdade jurídico-política

A liberdade jurídico-política é a possibilidade de agir no quadro das leis estabelecidas pela


sociedade que definem o conjunto dos direitos de deveres e a responsabilidade civil. Esta forma
de liberdade, pressupõe logicamente a existência de certas condições e relaciona-se directamente
com a existência das leis que, por um lado, limitam a acção do individuo, mas por outro,
garantem (Rosa,s/d,p.45).

12
Este sentido de liberdade realiza-se no interior de uma comunidade ou Estado no qual as
indivíduas, embora se submetam às leis estabelecidas mediante convenção ou acordo social, vêm
asseguradas as chamadas liberdades concretas ou liberdades reais.

4.3 Liberdade moral

Para Rosa (s/d), A liberdade moral manifesta-se na adesão a valores e implica a orientação
da conduta pela razão, estabelecendo a consciente, intencional e voluntariamente metas para a
própria existência. É esta liberdade de escolha que faz do Homem, um ser autónomo, possuidor
de uma dignidade e originalidade ontológica, isto é, um ser que se auto-constrói, uma invenção
de si por si.

É por causa desta autodeterminação que o ser humano é o único responsável pelos seus
actos. Somente um ser livre, consequentemente, dotado de possibilidade de optar e de decidir
acerca dos valores a que quer aderir e das acções que quer concretizar, pode assumir
compromissos de responder ou prestar contas pelos próprios actos e pelos seus efeitos, aceitando
as suas consequências, isto é, a sua responsabilidade.

“Liberdade moral e responsabilidade ou imputabilidade simplesmente pressupõem asseidade. As


acções sempre provêm necessariamente do carácter, isto é, da constituição própria e, portanto,
inalterável do ser, sob a influência dos motivos e de acordo com eles.

13
5 Conclusão

Fim do trabalho, onde foi possível análise sobre a Pessoa humana nas Perspectivas da Filosofia e
da Ética, concluiu-se que a relação do homem com o mundo, outros seres humanos e na natureza
são dominadas pela angústia. A angústia é entendida como o sentimento profundo que temos ao
perceber a instabilidade de viver num mundo de acontecimentos possíveis, sem garantia de que
nossas expectativas sejam realizadas.

Neste contexto, O termo consciência moral é uma habilidade, capacidade, intuição, ou


julgamento do intelecto que distingue o certo do errado. Juízos morais desse tipo podem reflectir
valores ou normas sociais (princípios e regras). Em termos psicológicos a consciência é descrita
como conduzindo a sentimentos já de remorso, quando o indivíduo age contra seus valores
morais, já de rectidão ou integridade, quando a acção corresponde a essas normas

No entanto, a palavra liberdade, etimologicamente significa: isenção de qualquer coacção ou


negação de determinação para uma coisa.

Pode-se entender como a faculdade de fazer ou deixar de fazer alguma coisa. Ela tem sido
entendida como a possibilidade de autodeterminação e de escolha, acto voluntário,
espontaneidade, indeterminação, ausência de interferências, libertação de impedimentos,
realização de necessidades, direcção prática para uma meta, ideal de maturidade, autonomia
sapiencial ética, razão de ser da própria moralidade.

14
6 Referências bibliográficas

Rosa, A. L (s/d).Introdução à Filosofia. UCM. Moçambique. Beira.

Porfírio, Francisco (s/d).Diferença entre ética e moral. Brasil Escola. Disponível em: https://

brasilescola.uol.com.br/filosofia/diferenca-entre-etica-moral.htm. Acesso em 13 de Maio


de 2023.

15

Você também pode gostar