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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Uso de experiências laboratoriais no processo de ensino e aprendizagem na disciplina


de Física, 8ª classe

Alfetrina Alberto Chiboleca ------ 708226315

Curso: Ensino de Física


Disciplina: MIC - II
Ano de Frequência: 2o

Maputo, Junho, 2023


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 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
académico
Conteúdo 2.0
(expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e
 Revisão bibliográfica
discussão
nacional e
internacionais 2.
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª
 Rigor e coerência das
Referências edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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ÍNDICE

1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................5
1.1 Problematização...........................................................................................................................6
1.1.1 Pergunta de Partida...............................................................................................................6
1.2 Hipótese........................................................................................................................................6
1.3 Objectivos.....................................................................................................................................6
1.3.1 Objectivo geral.....................................................................................................................6
1.3.2 Objectivos específicos..........................................................................................................6
1.4 Justificativa...................................................................................................................................7
1.5 Relevância....................................................................................................................................7
1.6 Metodologia..................................................................................................................................7
1.6.1 Método..................................................................................................................................7
1.7 Referencial teórico......................................................................................................................10
1.8 Enquadramento teórico...............................................................................................................10
1.8.1 Conceitos e leis na experimentação....................................................................................10
1.8.2 O papel da experimentação no ensino.................................................................................12
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................................15
1 INTRODUÇÃO

O presente projecto é subordinado ao tema Uso de experiências laboratoriais no processo


de ensino e aprendizagem na disciplina de Física, 8ª classe. As experiências laboratoriais
desempenham um papel fundamental no processo de ensino e aprendizagem da disciplina de
Física na 8ª classe. Elas permitem aos alunos aplicar os conceitos teóricos estudados em sala de
aula, fornecendo uma abordagem prática e tangível para o aprendizado.

Ao realizar experimentos, os estudantes têm a oportunidade de explorar fenómenos


físicos, testar hipóteses e observar resultados em primeira mão. Essa abordagem prática ajuda a
desenvolver habilidades científicas essenciais, como o pensamento crítico, o raciocínio lógico e a
capacidade de análise.

Além disso, as experiências laboratoriais despertam o interesse dos alunos pela disciplina,
tornando o aprendizado mais envolvente e estimulante. Elas proporcionam uma conexão directa
entre a teoria e a prática, ajudando os alunos a visualizar e compreender conceitos abstractos.

Concordando com o exposto acima, Sousa (2017) fala da necessidade das escolas ter um
laboratório:

As experiências promovem o trabalho em equipe, uma vez que muitas vezes são
realizadas em grupos. Isso encoraja a colaboração, a comunicação e a resolução de
problemas em conjunto, habilidades valiosas para o sucesso académico e
profissional. Ao utilizar o laboratório como ambiente de aprendizado, os
estudantes têm a oportunidade de desenvolver habilidades práticas, como o
manuseio de instrumentos de medição, a colecta de dados e a interpretação de
resultados. Essas habilidades são essenciais não apenas para a Física, mas também
para outras disciplinas científicas e para a vida quotidiana (Sousa, 2017, p. 45).

No entanto, é importante ressaltar que as experiências laboratoriais devem ser


cuidadosamente planejadas e supervisionadas. A segurança dos alunos deve ser uma prioridade, e
medidas de precaução devem ser tomadas para evitar acidentes. Além disso, é necessário que
haja um ambiente adequado, com os recursos e equipamentos necessários para a realização dos
experimentos (Wilsek, 2016 cit. em Sousa, 2017, p. 49).

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1.1 Problematização
O ensino de Física é uma disciplina que envolve conceitos teóricos complexos e a
compreensão prática desses conceitos é fundamental para uma aprendizagem eficaz. O uso de
experiências laboratoriais é frequentemente considerado uma abordagem valiosa para auxiliar no
processo de ensino e aprendizagem da Física, proporcionando aos alunos a oportunidade de
observar fenómenos físicos e realizar experimentos práticos (Sousa, 2017, p. 60), porém, a maior
parte das escolas em Moçambique, em particular as públicas, não leccionam as aulas práticas de
Físicas. Portanto, não entendo porquê disso, nasce a seguinte indagação:

1.1.1 Pergunta de Partida


 Por que razão, as aulas de Física na 8ª classe não são leccionadas em laboratórios?

1.2 Hipótese

 As escolas em Moçambique não leccionam nas aulas de Física em laboratórios devido a


falta de recursos e infraestrutura adequada para realizar as experiências laboratoriais.
Muitas escolas enfrentam restrições orçamentárias e restrições de espaço e equipamentos,
o que pode dificultar a implementação efectiva das actividades práticas. Além disso, a
falta de conhecimento e treinamento dos professores em relação ao planeamento e
condução das experiências laboratoriais pode comprometer a sua eficácia.

1.3 Objectivos

1.3.1 Objectivo geral


 Analisar os factores que condicionam com que não se leccione aulas de Física em
laboratórios.

1.3.2 Objectivos específicos


 Explicar a importância a realização dos experimentos nas aulas de Física na 8 classe;

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 Descrever os desafios que as escolas enfrentam para leccionar algumas aulas práticas de
Física;

1.4 Justificativa

O uso de experiências laboratoriais na disciplina de Física na 8ª classe é uma maneira


eficaz de promover o aprendizado activo e engajador. Elas proporcionam uma oportunidade única
para os alunos explorarem os princípios científicos de forma prática e concreta, além de
desenvolverem habilidades científicas e práticas essenciais para o seu crescimento académico e
pessoal. É de grande relevo estuar esse tema, visto que muitas escolas do ensino secundário,
principalmente as públicas, não possuem laboratórios para dar procedimento aos experimentos. É
por essa motivação que surge essa pesquisa, para analisar os porquês das escolas não possuírem
laboratórios para aulas experimentais de física.

1.5 Relevância

Com base nos resultados da pesquisa, será possível propor estratégias para superar os
desafios e melhorar a incorporação de experiências laboratoriais no ensino de Física para alunos
da 8ª classe. Essas estratégias podem incluir a busca de parcerias com instituições locais, a
criação de laboratórios simples e acessíveis, a disponibilização de materiais de baixo custo e a
realização de programas de capacitação para os professores, visando aprimorar suas habilidades
na condução de experimentos práticos.

Espera-se que esse estudo contribua para a promoção de um ensino mais dinâmico e
efectivo da disciplina de Física, proporcionando aos alunos da 8ª classe uma compreensão mais
sólida dos princípios físicos e preparando-os para futuros estudos e carreiras nas áreas científicas.

1.6 Metodologia

1.6.1 Método
Quanto a abordagem, o método a ser usado é hipotético-dedutiva, a qual inicia pela
percepção de uma lacuna nos conhecimentos acerca de um facto ou fenómeno e de seguida
formula-se as hipóteses, pelo processo de inferência dedutiva e por fim, testa-se a predição da
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ocorrência de fenómenos abrangidos pela pergunta de pesquisa. Para o efeito, partir-se-á da
concepção da pergunta de partida: Por que razão as aulas de Física na 8ª classe não são
leccionadas em laboratórios?

Quanto à natureza a pesquisa será aplicada. De acordo com Moresi (2003, p.43), a
pesquisa do ponto de vista da sua natureza, pode ser pesquisa aplicada, quando objectiva gerar
conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de problemas específicos, envolvendo
verdades e interesses locais.

Quanto aos objectivos será uma pesquisa exploratória e descritiva.

Será exploratória, porque, nesta pesquisa primeiro procuraremos fazer a revisão da


literatura (levantamento bibliográfico). A pesquisa exploratória tem como objectivo, proporcionar
maior familiaridade com o problema, levantamento bibliográfico ou entrevista, pesquisa
bibliográfico ou estudo de caso.

É descritiva, porque será caracterizada pela rigorosidade de apresentação de técnicas, de


métodos e paradigmas na colheita, análise e classificação dos dados, conforme alude Trivinos
(1987 cit. em Moresi, 2003, p. 51). Este autor, entende que o estudo descritivo exige do
pesquisador uma delimitação precisa de técnicas, métodos, modelos, teorias que orientarão a
colecta e interpretação dos dados, métodos, modelos e teorias que orientarão colecta e
interpretação dos dados, cujo objectivo é conferir validades científicas à pesquisa. Nesse sentido,
a população e amostra também devem ser delimitadas, assim como os objectivos, os termos, as
variáveis, as hipóteses e as questões de pesquisa.

1.6.1.1 Técnicas e instrumentos de recolha de dados


No que concerne aos instrumentos de recolha de dados, aplicamos a observação directa, a
entrevista e o inquérito.

A observação directa é uma técnica de cariz exploratório e descritivo. A observação é um


elemento básico da investigação científica utilizado na pesquisa de campo como abordagem
qualitativa conjugada a outras técnicas e desempenha um papel imprescindível no processo de

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pesquisa. Esta técnica utilizada na identificação e obtenção de provas a respeito dos objectivos da
pesquisa.

A segunda técnica de colecta de dados será a aplicação de um inquérito utilizado para


obter informações precisas sobre os sujeitos de investigação. Este, […] consiste num elenco de
questões que são precisas e submetidas a certo número de pessoas com o intuito de obter
respostas para a colecta de informações (Moresi, 2003, p. 53). A aplicação deste instrumento
será realizada de forma individual.

A terceira técnica será a entrevista do tipo semi-estruturado por achar que esta possibilita
uma conversa, favorecendo um diálogo espontâneo, uma maior interacção entre os agentes
envolvidos na pesquisa, uma vez que não é estabelecida como um roteiro fechado, mas sim abre
espaço para novas informações que podem surgir na entrevista, não fugindo do objectivo da
pesquisa. A entrevista é um instrumento indispensável, por esta ser capaz de possibilitar ao
pesquisador captar e compreender as opiniões e as impressões pessoais dos entrevistados.

1.6.1.2 Modelo de análise de dados

De acordo com Moresi (2003, p. 58) qualquer técnica de análise de dados, em última
instância, significa uma metodologia de interpretação.

Neste sentido, tendo em conta o objectivo fundamental da pesquisa e o instrumento de


recolha de dados definido (entrevista e inquérito) recorrer-se-á à análise de conteúdo em relação a
informação que será obtida por meio do inquérito e depoimentos das entrevistas. Para a análise de
dados, optaremos por análise temática simples. Assim, conforme recomenda Bardin (2009 cit. em
Moresin, 2003, p. 60) teremos as seguintes fases: pré-análise; exploração do material; e, por fim,
tratamento dos resultados: a inferência e a interpretação.

Na pré-análise estabelece-se a organização do material, a partir da escolha de


documentos/informações relevantes, permitindo-se uma “leitura flutuante” do material até que a
decisão sobre quais informações devem ser consideradas na análise fique mais clara.

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Na exploração, far-se-á a codificação, ou seja, sua transformação de dados brutos dos
textos por recortes, agregação ou enumeração, até que sua codificação atinja a representação do
conteúdo ou sua expressão.

No tratamento dos resultados, realizar-se-á as interpretações dos dados a partir da teoria


escolhida. Essa interpretação restringe-se às análises qualitativas dos dados como é ocaso da
nossa pesquisa.
1.6.1.3 População

População (ou universo da pesquisa) é a totalidade de indivíduos que possuem as mesmas


características definidas para um determinado estudo. A população é o conjunto de fenómenos a
serem trabalhados, definido como critério global da pesquisa. Para estudo, recorrer-se-á às
escolas Secundárias Públicas. Como amostra populacional, vai se inquerir os professores de
Física nas escolas Secundárias Públicas.

1.7 Referencial teórico

São vários os estudos sobre o uso de experimentos laboratoriais nas aulas de Física na 8ª
classe, porém, esse estudo é o único. Estudo similar foi desenvolvido por Sousa (2017) - papel da
experimentação no ensino da física. No seu estudo fala da importância dos experimentos
laboratoriais nas aulas de Física para desenvolver a capacidade analítica e crítica dos alunos.
Ademais, fala dos desafios de acesso à infra-estruturas laboratoriais. Para alguma escola que
existem, fala da falta do equipamento, o que dificulta o processo de ensino e aprendizagem. Para
ainda da falta de preparação dos professores no ensino de Física.

1.8 Enquadramento teórico

1.8.1 Conceitos e leis na experimentação


O princípio das ciências físicas está na articulação dos conceitos, leis e teorias. Para
compreender os papéis da experimentação no ensino de ciências é preciso levar em conta os
seguintes elementos:

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 Observa-se que o aluno, na prática da Física, aprende a utilizar esquemas, a servir-se de
relações matemáticas (principalmente a não se enganar nos cálculos). É preciso considerar
a importância das linguagens simbólicas na aprendizagem da Física (Séré, M. G. et al.,
2003 cit. em Silva, 2017, p. 29).
 “O mundo dos objectos” intervém na experimentação. Segundo Séré, M. G. et al., (2003
cit. em Silva, 2017, p. 29) denomina-se referencial empírico aquilo que é real, organizado
especificamente para a experimentação, de forma a permitir o estudo dos fenómenos. Em
um laboratório de Física, por exemplo, raramente observam-se, de forma directa, os
fenómenos a serem estudados.

Silva (2017) explica:


O estudo pressupõe vários aparelhos de medida e computadores: é a primeira visão que se
tem quando se entra em um laboratório. Francis Bacon, que vivia na época da rainha
Elisabeth I da Inglaterra, expressava uma ideia semelhante de forma figurada: dizia que
fazer ciência experimental não era simplesmente "observar o leão, mas também torcer o
seu rabo". Sobre um leão que dorme pode-se fazer algumas observações, mas ao torcer o
seu rabo obter-se-ão outras observações (Silva, 2017, p. 29-30).

Graças às actividades experimentais, o aluno é incitado a não permanecer no mundo dos


conceitos e no mundo das “linguagens”, tendo a oportunidade de relacionar esses dois mundos
com o mundo empírico. Compreende-se, então, como as actividades experimentais são
enriquecedoras para o aluno, uma vez que elas dão um verdadeiro sentido ao mundo abstracto e
formal das linguagens. Elas permitem o controle do meio ambiente, a autonomia face aos
objectos técnicos, ensinam as técnicas de investigação, possibilitam um olhar crítico sobre os
resultados. Assim, o aluno é preparado para poder tomar decisões na investigação e na discussão
dos resultados. O aluno só conseguirá questionar o mundo, manipular os modelos e desenvolver
os métodos se ele mesmo entrar nessa dinâmica de decisão, de escolha, de inter-relação entre a
teoria e o experimento (Silva, 2017, p. 30).

A partir desta descrição da experimentação, pode-se atribuir papéis diferentes à


experiência demonstrativa em sala de aula e ao experimento feito em laboratório.
Mostrou-se a grande riqueza das abordagens que podem ser adoptadas no decorrer de
actividades experimentais. Pode-se assim dizer que por meio de actividades experimentais
o aluno consegue mais facilmente ser “actor” na construção da ciência, já que a
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experiência demonstrativa seria mais propícia para um enfoque dos resultados de uma
“ciência acabada”. Para participar na construção da ciência, o aluno deve apropriar-se de
técnicas, "abordagens" e métodos. Ele deve também ter a possibilidade de debater a
validação do experimento e dos resultados experimentais. As palavras importantes são
técnicas, métodos e debates (Silva, 2017, p. 31).

 A prática está "a serviço" da aquisição dos conhecimentos conceituais quando se trata,
como no exemplo, de verificar uma teoria. O risco que se corre é de que o aluno
permaneça em um nível puramente conceitual, sem realmente ver o interesse desses
conhecimentos para a actividade experimental (Idem.).
 A teoria está "a serviço" da prática quando se permite ao aluno comparar modelos,
utilizando as leis e os modelos com uma finalidade prática. Ele pode discernir o interesse
específico da prática. Um exemplo em que a teoria está a serviço da prática é o da
avaliação de ordens de grandeza. Quando o aluno necessita realmente desta para organizar
o experimento, é indispensável que o mesmo utilize a própria teoria. Da mesma forma,
para fazer predições é preciso considerar alguns conhecimentos teóricos. É possível,
então, organizar o experimento com maior eficácia. Um outro caso ainda em que a teoria
está a serviço da prática é quando se escolhe um instrumento de medida. O próprio
princípio dos instrumentos de medida repousa sobre considerações teóricas. Compreendê-
los e manipulá-los supõe compreender os modelos e teorias subjacentes. Em todos esses
casos, a teoria se torna realmente útil para manipular e experimentar (Ibidem., p. 32).

1.8.2 O papel da experimentação no ensino


É de conhecimento dos professores de ciências o fato da experimentação despertar um
forte interesse entre os alunos em diversos níveis de escolarização. Em seus depoimentos, os
alunos também costumam atribuir à experimentação um carácter motivador, lúdico,
essencialmente vinculado aos sentidos. Por outro lado, não é incomum ouvir de professores a
afirmativa que a experimentação aumenta a capacidade de aprendizado, pois funciona como meio
de envolver o aluno nos temas que estão em pauta (Silva, 2017; Sousa, 2017).
A experimentação pode ser uma estratégia eficiente para a criação de problemas reais que
permitam a contextualização e o estímulo de questionamentos de investigação, segundo
Guimarães (2009 cit. em Sousa, 2017). Além disso, quando o experimento é realizado com a

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intenção de que os alunos obtenham os resultados esperados pelo professor, não há problema
algum a ser resolvido, e o aprendiz não é desafiado a testar suas próprias hipóteses ou encontrar
inconsistência entre sua forma de explicar e a aceita cientificamente. Terá apenas que constatar a
teoria e desprezar as divergências entre o que ele percebeu e o que acha que o professor espera
que ele obtenha (Silva, 2017, 34).
Segundo Izquierdo et al., (1999 cit. em Silva, 2017, p. 34), a experimentação na escola
pode ter diversas funções como a de ilustrar um princípio, desenvolver actividades práticas, testar
hipóteses ou como investigação. No entanto, essa última, acrescentam esses autores, é a que mais
ajuda o aluno a aprender. Ao ensinar ciência, no âmbito escolar, deve-se levar em consideração
que toda observação é feita a partir de um corpo teórico que orienta a observação. Se a pretensão
do educador é ensinar significativamente, basta que este avalie o que o aluno já sabe e então
ensine de acordo com esses conhecimentos. Ao utilizar a experimentação, associando os
conteúdos curriculares ao que o educando vivenciou, o educador trabalhará de forma
contextualizada, pois não é o problema proposto pelo livro ou a questão da lista de exercício, mas
os problemas e as explicações construídas pelos atores do aprender diante de situações concretas.

A experimentação pode ser utilizada para demonstrar os conteúdos trabalhados, mas


utilizar a experimentação na resolução de problemas pode tornar a acção do educando
mais activa. No entanto, para isso, é necessário desafiá-los com problemas reais; motivá-
los e ajudá-los a superar os problemas que parecem intransponíveis; permitir a cooperação
e o trabalho em grupo; avaliar não numa perspectiva de apenas dar uma nota, mas na
intenção de criar acções que intervenham na aprendizagem (Hoffmann, 2001 cit. em
Silva, 2017, p. 45).

A experimentação tem um papel fundamental no ensino de Ciências, de Física e Química,


pois necessita estabelecer elos entre as explicações teóricas a serem discutidas em sala de
aula e as observações possibilitadas por esse tipo de actividade. Há de se fazer uma
retomada dos conceitos e da observação que possibilite a interpretação, compreensão e
(re) significação do que foi proposto, de modo a tornar a actividade realizada adequada
para o desenvolvimento da aprendizagem; há de se compreender a função da
experimentação no desenvolvimento científico, isto é, um princípio que oriente a
aprendizagem, a exemplo da Química, cujo sentido dos experimentos nem sempre é bem
compreendido pelos estudantes (Sousa, 2017, p. 89).

Segundo Maldaner (2000 cit. em Silva) “[...] muitos professores acabam cedendo às
expectativas do senso comum dos alunos sobre essa matéria, que concebe a Química como

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fenómeno espectacular, com explosões multicoloridas, borbulhamentos de líquidos em vidros
estranhos, magia de transformações espectaculares e inexplicáveis, etc.”. Estas ideias são
reforçadas pela mídia, pelos filmes de ficção, pela divulgação de certas práticas alquimistas,
jogadas na imaginação das pessoas fora do contexto em que elas se deram. Além disso, os alunos
esperam receber sempre respostas exactas e verdadeiras às questões levantadas por terem essa
concepção de ciência, igualmente formada no senso comum e não problematizada.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Moresi, F, Pereira. (2003). Metodologia da pesquisa. Pró reitoria de pós graduação -PRPG.
Programa de pós-graduação Strictosensu em Gestão do Conhecimento e Tecnologia da
Informação. Universidade Católica De Brasília UCB.

Silva, Edson Diniz da. (2017). A importância das actividades experimentais na educação.
Universidade Cândido Mendes AVM – Faculdade Integrada. Pós-Graduação Lato Sensu. Rio
de Janeiro.

Sousa, A. D. (2017). O papel da experimentação no ensino da física. Caderno brasileiro de


ensino de física. v. 20, n. 1, abr. Brasil.

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