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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA


CENTRO DE RECURSOS DE PEMBA

ESTUDO DE METAZOÁRIOS

Nome do Estudante: Lúcia Tina Ricardo


Nr. do Estudante: 708221044

Curso: Ensino de Biologia


Disciplina: Zoologia Sistemática
Ano de Frequência: 2o ano
Tutor:

Pemba, Agosto, 2023


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Aspectos  Introdução 0.5


Estrutura
organizacionais 0.5
 Discussão
 Conclusão 0.5

 Bibliografia 0.5

 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
Introdução  Descrição dos 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
académico 2.0
Conteúdo (expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e  Revisão
discussão bibliográfica
nacional e 2.
internacionais
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos 2.0
dados
Conclusão  Contributos teóricos 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª
 Rigor e coerência
Referências edição em das 4.0
Bibliográficas citações e citações/referências
bibliografia bibliográficas
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO................................................................................................................................3

1.1.Objectivos...................................................................................................................................3

1.1.1.Objectivo geral:.......................................................................................................................3

1.1.2.Objectivos específicos:............................................................................................................3

1.2.METODOLOGIAS DO TRABALHO.......................................................................................4

2.REFERENCIAL TEÓRICO..........................................................................................................5

2.1.Biodiversidade............................................................................................................................5

2.2.Os metazoários...........................................................................................................................6

2.3.Origens evolutivas......................................................................................................................6

3.REPRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO................................................................................7

3.1.Ontogenia e Filogenia.................................................................................................................8

3.2.Características gerais dos artrópodas:........................................................................................8

3.3.Classificação dos artrópodes....................................................................................................10

3.4.Funcionamento de olhos facetados...........................................................................................11

3.4.1.Um par de olhos compostos:.................................................................................................12

3.4.2.Três olhos simples:................................................................................................................12

4.IMPORTÂNCIA ECOLÓGICA DOS ARTRÓPODES.............................................................12

CONCLUSÃO................................................................................................................................15

Referencia Bibliográfica.................................................................................................................16
INTRODUÇÃO

O presente trabalho da cadeira de Zoologia Sistemática tem como tópico central: “Estudo de
Metazoários” Os Metazoários são eucariotas móveis, multicelulares e heterotróficos. Seu corpo é
formado por células funcionalmente especializadas, cada qual dedicada a uma ou algumas
funções. Normalmente, os metazoários são organismos que desenvolvem m tamanho bastante
superior ao dos protozoários.

O desenvolvimento dos metazoários ocorre por meio de vários estágios cujas variações sofrem
pressões pela selecção natural. Desta forma, durante o período de irradiação dos metazoários
essas variantes originaram formas que se adaptaram ao ambiente e produziram os grupos
taxonómicos que conhecemos actualmente.

É bem aceita a hipótese de que Metazoa é um grupo monofilético. Vários caracteres são
propostos como sendo sinapomórficos para todos eles: a organização multicelular, com cada uma
de suas células desempenhando funções distintas, a presença de colágeno, uma proteína fibrosa, a
presença de espermatozóides uniflagelados (sinapomorfias 1). Com base em espécimes fósseis,
avalia-se que a origem dos animais tenha ocorrido há 565 milhões de anos, durante o período
Vendiano da era Neoproterozoica (Pré-Cambriano). Estudos moleculares, no entanto, têm levado
pesquisadores a propor uma origem bem mais precoce para os metazoários, há 900 milhões de
anos. Independente da controvérsia sobre a data de origem, o grupo-irmão dos animais parece ser
Choanoflagellata, um táxon de organismos unicelulares monoflagelados. Alguns representantes
desse táxon podem formar colónias. Supõe-se que os metazoários teriam surgido de uma colónia
cujos integrantes tenham-se diferenciado entre células somáticas (isto é corporais, não
reprodutivas) e células reprodutivas. Essa diferenciação teria permitido uma maior capacidade
para realizar funções como percepção, alimentação ou defesa sem se ocupar com a reprodução.
(Eric, Peterson, & Cameron, 1995).

1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo geral:
 Compreender o estudo de Metazoários

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1.1.2. Objectivos específicos:

 Explicar a Evolução e biodiversidade dos metazoários;


 Identificar as Características gerais dos metazoários;
 Classificar os artrópodes;
 Apresentar a Estrutura e Funcionamento de olhos facetados;
 Descrever a Importância ecológica dos artrópodes.
1.2. METODOLOGIAS DO TRABALHO

Quanto a metologia usada na realizacao do presente trabalho de Zoologia Sistematica, foi a a


consulta de referencias bibliográficas não só como também foi útil a internet, que consistiu na
leitura e significação dos dados, os respectivos autores estão citados dentro do trabalho assim
como na referencias bibliográfica.

O trabalho apresenta a seguinte estrutura: Introdução onde contem o tema do trabalho,


Desenvolvimento, conclusão que contem a síntese em relação ao tema e por fim a Referência
Bibliográfica onde constam a obra usadas na elaboração do trabalho.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. Biodiversidade

A palavra biodiversidade é a forma contraída de diversidade biológica que ganhou expressividade


em 1987 a partir do livro organizado pelo biólogo Edward O. Wilson (1929 -). Com o título
Biodiversity, a obra foi composta de artigos escritos por 60 especialistas no tema e reuniu a
fundamentação teórica sobre biodiversidade e os desafios à sua preservação, a dependência
humana da biodiversidade, valores, bem como ecologia de restauração, alternativas à destruição,
políticas para proteger a diversidade, problemas atuais e perspectivas (Acot, 1990).

Consolida-se a ideia de que biodiversidade vai além das definições e do âmbito puramente
biológico. A obra proporcionou um importante momento de reflexão para ampliar os esforços de
conservação da natureza e é também a fundamentação da governança sobre esse tema. Apesar da
alta complexidade da temática abrangida, o termo biodiversidade tornou-se um conceito
unificador.

Durante os anos 1980, a questão da diversidade da vida esteve em pauta, como objecto de
pesquisa para os cientistas e como motivo de preocupação para activistas e cientistas.
Ações para salvar espécies da extinção, sobretudo espécies mais carismáticas da fauna e
da flora – como mamíferos, pássaros, árvores grandiosas ou plantas com belas flores – não
eram novas. Faziam parte da tradição relacionada com a criação de parques nacionais e
reservas, que, além da preservação da fauna e da flora selvagens, objectivava a protecção
de paisagens e aspectos geológicos de grande beleza. Para tanto, a noção de “património
natural” era bastante apropriada e suficientemente ampla. Termos como diversidade
natural ou diversidade da vida eram comuns quando se tratava de aludir aos componentes
vivos da natureza, ou seja, à diversidade de organismos ou espécies (Acot, 1990).

A noção de biodiversidade ou diversidade biológica permanece bastante vaga, e a medição da


biodiversidade no “mundo real” não é tarefa fácil.

Wilson (1994), em 1992, no livro The diversity of life, indicou a espécie como a unidade
fundamental da biodiversidade:
[...] o conceito de espécie é crucial para o estudo da biodiversidade. É o graal da biologia
sistemática. Não ter uma tal unidade natural seria lançar uma grande parte da biologia em
queda livre, passando do ecossistema directo para o organismo. Seria aceitar a ideia de
variação amorfa e limites arbitrários para entidades intuitivamente óbvias como os olmos
americanos (espécie: Ulmus americana), as borboletas brancas (Pietris rapae) e os seres
humanos (Homo sapiens). Sem as espécies naturais, os ecossistemas só poderiam ser
analisados nos termos mais amplos, usando-se descrições grosseiras e mutáveis dos
organismos que os constituem. Os biólogos encontrariam dificuldades em comparar os

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resultados de um estudo com os de outros. Como poderíamos avaliar, por exemplo, os
milhares de monografias sobre a Drosophila, que formam boa parte do alicerce da
genética moderna, se ninguém pudesse distinguir um tipo de Drosophila de outro?
(Wilson, 1994, p. 48).
2.2. Os metazoários

Hickman, Roberts, e Larson, (2004), A definição actual de metazoários é: ser vivo eucarioto,
multicelular, heterotrófico, provido de células gaméticas, com tecidos distintos e que apresenta
reprodução sexual por meiose.

Ruppert; Barnes, e Fox (2005), Os metazoários são animais multicelulares descendentes de


alguns protozoários eucariontes unicelulares. Representam praticamente 99% de todos os animais
encontrados no planeta. Sua provável origem provável foi no Periodo Pré-Cambriano (1200 a 900
milhões anos).

2.3. Origens evolutivas

As diversas hipóteses sobre a origem dos metazoários se diferenciam pelos "atores" envolvidos e
pela definição das estruturas para o estabelecimento de homologia, isto é, quais estruturas dos
possíveis ancestrais protistas (unicelulares) seriam homólogas a quais estruturas dos metazoários
(multicelulares). Essas hipóteses fundamentam-se na homologia entre o corpo dos protistas e as
diversas células dos metazoários. Através da relação de homologia entre estas células se procura
inferir quem seria, entre os protistas, o ancestral provável dos metazoários. No entanto, como não
se conhece o(s) primeiro(s) metazoário(s), é necessário não apenas reconhecer o seu ancestral,
mas também com qual grupo actual de metazoários o primeiro deles apresentaria maior
semelhança (Ferreira Jr, 2010).

Na óptica de Ferreira Jr (2010) Existem actualmente três teorias aceitas sobre a origem dos
metazoários, todas surgiram a partir de protozoários que sofreram algum tipo de modificação ou
especializações.

 Teoria colonial clássica: os produtos da divisão de um único protista poderiam


permanecer justapostos após a divisão, e através de um estágio colonial surgiria a
condição multicelular. É a hipótese mais aceita entre os zoólogos.

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 Teoria sincicial: os metazoários evoluíram de um plasmódio unicelular multinucleado.
Posteriormente, as membranas evoluíram para produzir um limite celular ao redor de cada
um dos núcleos.
 Teoria alternativa: diferentes tipos de protistas poderiam em conjunto, simbioticamente,
formar um organismo composto, de maneira semelhante aos líquens.

3. REPRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO

Ruppert et al., (2005) A reprodução nos metazoários pode ocorrer de forma sexuada e assexuada.
A reprodução assexuada ocorre por fragmentação, fissão, brotamento ou partenogénese. Este tipo
de reprodução ocorre por mitoses sucessivas dos tecidos e reestruturação do organismo ou
desenvolvimento de um novo. A meiose é restrita à formação de gametas haplóides. A
fertilização restabelece a diploidia e produz um zigoto. O eixo polar do zigoto forma os pólos
animais e vegetal.

 O zigoto divide-se por mitoses e forma um embrião multicelular antes de adoptar uma
forma de jovem ou larva;
 Tipos de ovos: microlécitos (pouco vitelo) e mesolécitos (tamanho médio e quantidade
moderada de vitelo restrita ao pólo vegetal);
 Clivagem meroblástica: quando ocorre uma divisão incompleta e em uma região
específica da superfície do ovo.
 Forma-se um blastodisco no pólo animal;
 Tipo de ovo: macrolécitos (grandes e com muito vitelo com relações de volume
desiguais).

Ruppert et al., (2005) As primeiras divisões são denominadas clivagens e as células resultantes
conhecidas como blastómeros.

Os tipos de clivagens que ocorrem nos metazoários são:

 Clivagem holoblástica: quando a distribuição do zigoto é simétrica, completa e forma dois


e quatro blastômeros;

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3.1. Ontogenia e Filogenia

O desenvolvimento dos metazoários ocorre por meio de vários estágios cujas variações sofrem
pressões pela selecção natural. Desta forma, durante o período de irradiação dos metazoários
essas variantes originaram formas que se adaptaram ao ambiente e produziram os grupos
taxonómicos que conhecemos actualmente. Apresentamos aqui os conceitos de ontogenia e
alguns exemplos que ilustram o processo. (Ruppert et al., 2005).

 Ontogenia: significa o curso de tempo do desenvolvimento;


 Heterocronia: são as mudanças no período de eventos do desenvolvimento;
 Pedomorfose: Estágio larval ou juvenil retida;
 Peramorfose: qualquer característica do descendente se desenvolve além daquela do
ancestral.

3.2. Características gerais dos artrópodas:

São animais invertebrados que se caracterizam por apresentarem as patas articuladas. São
triblásticos, celomados com simetria bilateral, protostómios e neuromérios, metamerizados.
Habitam todos os ambientes, sendo considerado o filo com maior número de representantes.
Alguns zoólogos admitem que o mundo fosse adaptado aos artrópodes devido ao seu volume de
indivíduos. (Ruppert et al., 2005).

Apresentam o corpo dividido em três partes: Cabeça, tórax e abdómen. A cabeça e o tórax podem
estar fundidos em uma estrutura denominada de cefalotórax, sendo então agrupados em duas
partes: Cefalotórax e abdómen.

Importante destacar nesse caso o grave erro de muitas pessoas em afirmar que não comem a
“cabeça do camarão”. Realmente essas pessoas têm razão, pois o camarão não tem cabeça como
muitos acham, mas sim cefalotórax (Ruppert et al., 2005).

Apresentam um exosqueleto quitinoso, mudando periodicamente, caracterizando um fenómeno


conhecido como ecdise ou muda periódica.

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Isto quer dizer que, os artrópodes crescem, estabilizam e, voltam a crescer quando destroem o seu
exosqueleto quitinoso (ou calcário, como no caso de alguns crustáceos). Esse fenómeno acontece
devido a um hormônio conhecido como ecdisona (Ruppert et al., 2005).

Quando o exosqueleto for mudado, o artrópode fica vulnerável, pois seu exosqueleto torna-se
maleável. Esse novo exosqueleto é denominado de exúvia, e vai se tornar rígido com o passar do
tempo

Possuem simetria bilateral (apresentam correspondência entre as partes de seu corpo,


situadas em lados opostos), corpo segmentado, são protostómios (blastóporo dá origem à
boca durante o processo de gastrulação), triblásticos (apresentam três folhetos
embrionários: ectoderme, endoderme e mesoderme) e celomados (possuem uma cavidade
entre a parede do corpo e os órgãos internos denominada de celoma). (Ruppert et al.,
2005).

Para Nielsen, C. (1995) Além dessas características, também se destacam:

 Possuem corpo segmentado em cabeça, tórax e abdome, que podem estar fundidos em
alguns grupos.

 Apresentam extremidades articuladas, que se apresentam de formas diversificadas.

 Possuem exosqueleto quitinoso, que lhes confere protecção, apresentando músculo


estriado em seu interior.

 Apresentam sistema digestório complete.

 Possuem também sistema nervoso bem desenvolvido, apresentando olhos (simples e


compostos) e outros órgãos sensoriais, como antenas e pelos sensitivos. O sistema
nervoso conta com gânglios pares, localizados dorsalmente à boca, que se conectam por
meio de um par de cordões nervosos ventrais a gânglios que se encontram concentrados
ou distribuídos em cada segmento.

 A excreção ocorre por meio de glândulas coxais, também chamadas de glândulas verdes,
dos túbulos de Malpighi.

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 A respiração é realizada pelas traqueias, brânquias, pulmões foliáceos, bem como
directamente pela superfície do corpo.

 Apresentam um sistema circulatório aberto, no qual o sangue circula, ora por vasos, ora
por lacunas do corpo. Possuem também um coração dorsal e hemoglobina.

 Geralmente apresentam sexos separados e fecundação interna. O desenvolvimento pode


ser directo ou indirecto, havendo uma fase larval cuja metamorfose pode ser gradual ou
abrupta.

3.3. Classificação dos artrópodes

Os artrópodes (Filo Arthrophoda) são animais invertebrados e de grande distribuição no planeta.


Actualmente cerca de um milhão de espécies são conhecidas, as quais habitam os mais diversos
ambientes. Eles apresentam simetria bilateral, o corpo é segmentado, as suas extremidades são
articuladas, além de contarem com um exosqueleto quitinoso e resistente, que lhes confere
protecção. (Brusca & Brusca, 1990).

Esses animais estão classificados em cinco grupos: insectos, crustáceos, aracnídeos, diplópodes e
quilópodes. Entre esses, o mais diverso é o grupo dos insectos. Os artrópodes apresentam grande
importância, pois nesse grupo podemos encontrar desde organismos transmissores de doenças a
organismos responsáveis pela polinização de diversas espécies.

Ferreira J. N. (2010). Os artrópodes podem ser classificados em cinco grupos, como veremos a
seguir.

 Crustáceos: apresentam o corpo dividido em cefalotórax (possuem a cabeça e o tórax


fundidos) e abdome. Também possuem dois pares de antenas, um par de patas por
segmento, além de mandíbulas, maxilas e dois pares de maxilípedes como peças bucais. A
respiração é branquial ou ocorre directamente pela superfície do corpo. Geralmente
apresentam desenvolvimento indirecto, e a maioria habita ambientes aquáticos, sejam de
água doce, sejam de água salgada. Seus principais representantes são siris, lagostas e
camarões.

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 Insectos: o grupo mais diverso entre os animais. Apresentam o corpo dividido em cabeça,
tórax e abdome. Possuem um par de antenas e três pares de patas no abdome, além de
asas. As suas peças bucais podem apresentar-se de diversas formas, dependendo de seus
hábitos alimentares, como aparelhos mastigadores (adaptados a cortar e manipular o
alimento) e aparelhos sugadores (adaptados para a sucção de líquidos). A respiração é
traqueal. Geralmente apresentam desenvolvimento indirecto e são encontrados nos mais
diversos ambientes, desde terrestres a aquáticos. Entre seus inúmeros representantes,
podemos citar as borboletas, besouros, joaninhas, abelhas, pulgas, libélulas, cupins,
piolhos e mosquitos.

 Aracnídeos: apresentam o corpo dividido em cefalotórax (apresentam a cabeça e o tórax


fundidos) e abdome. Não possuem antenas e detêm quatro pares de patas no cefalotórax.
Suas peças bucais são as quelíceras e pedipalpos. A respiração é traqueal ou ocorre por
pulmões foliáceos. Geralmente o desenvolvimento é directo. São representantes desse
grupo, que é principalmente terrestre, as aranhas e escorpiões.

 Quilópodes: apresentam o corpo dividido em cabeça e tronco longo. Além disso,


possuem um par de antenas, um par de patas por segmento, mandíbulas e dois pares de
maxilas como peças bucais. A respiração é traqueal, e o desenvolvimento é directo. São
animais terrestres. As centopeias são as representantes desse grupo.

 Diplópodes: apresentam o corpo dividido em cabeça, tórax e abdome longo. Possuem


também um par de antenas, dois pares de patas por segmento, mandíbulas e um par de
maxilas como peças bucais. A respiração é traqueal, e o desenvolvimento é directo. São
animais terrestres. Os piolhos-de-cobra são os representantes desse grupo.

3.4. Funcionamento de olhos facetados

O olho composto ou facetado é próprio dos insectos e de alguns animais marinhos. Cada olho
composto é formado por pequenas facetas receptoras de luz chamadas omatídios.

Ruppert et al., (2005).

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Ex.: a libélula 28.000 omatídios, a mutuca 7.000 omatídios, a mosca 4.000 omatídios e a
formiga subterrânea 6 omatídios; Na extremidade de cada omatídio está a córnea, e logo
abaixo o cone cristalino, que atuam como lentes para focalizar os raios luminosos para o
rabdoma (elemento fotossensível).

Cada omatídio capta uma imagem diminuta do campo visual a sua frente que é transmitida
através de fibras nervosas até o cérebro, onde forma, juntamente com as imagens dos outros
omatídios, um mosaico que é a imagem global.

3.4.1. Um par de olhos compostos:

Os dois olhos compostos ou facetados são formados por unidades menores, denominadas de
omatídios, que na presença da luz alta cada omatídio capta parte da imagem (formação de
imagem parcial), que são levadas ao cérebro e formam a imagem global de carácter único.

Na presença da luz baixa cada omatídio forma uma imagem, originando em cada olho composto
uma média de quatro mil imagens, aumentando a percepção do artrópode, que conseguirá
inclusive enxergar em 360º. O pigmento rodopsina é o pigmento relacionado à visão dos insectos
(Ruppert et al., 2005).

3.4.2. Três olhos simples:

São olhos apenas receptores de luminosidade, isto é, captam luminosidade, mas não conseguem
formar imagens. (Nielsen, 1995).

4. IMPORTÂNCIA ECOLÓGICA DOS ARTRÓPODES

Os insectos desempenham importante papel ecológico nos ecossistemas terrestres polinização da


maioria das plantas floríferas.

A manutenção do equilíbrio ecológico num determinado ecossistema é dependente da diversidade


de espécies. Os diversos tipos de interacções e nichos ecológicos desempenhados por essas
espécies criam um nível de estabilidade na comunidade florística e faunística.

Actualmente, a expansão da fronteira agrícola, é considerada uma das causas mais importantes da
perda da biodiversidade. As áreas de monocultivos crescem a cada ano e concomitantemente

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aumentam a demanda de insumos que geram impactos negativos sobre a biodiversidade do
ambiente, por exemplo, fertilizantes, herbicidas e insecticidas (Sánchez et al. 2013).

Devido a isso, há uma urgente necessidade de priorizar o desenvolvimento de acções que


incentive formas de gestão agrícola mais correta do ponto de vista ecológico e que permitam
harmonizar a produção agrária com o desenvolvimento rural e a conservação dos recursos
naturais (Sans, 2007).

Buzzi e MiyazakI, (1993), Os artrópodes correspondem a 75% dos animais sobre a terra, sendo
que destes 89% são insectos dessa forma, a importância da preservação e conservação desse
grupo de animais torna-se necessário até mesmo nos ambientes manejados pelo homem, por
exemplo, em sistemas agro-florestais.

Em vista de que o funcionamento dos ecossistemas naturais ou manejado é dependente do papel


ecológico dos insectos, pois muitos deles são predadores, parasitóides, saprófagos e polinizador o
uso dos serviços ecológicos oferecidos por esses animais são imprescindíveis para o
desenvolvimento rural sustentável. (Ehrlich et al. 1980; Boer, 1981),

Segundo Thomazini e Thomazini (2000), os insectos são mais susceptíveis às acções antrópicas
porque esses animais ocorrem em densidades populacionais relativamente baixas. Outro factor
que indica essa maior susceptibilidade é o fato das populações de insectos participarem de
interacções ecológicas estreitas e de certa forma complexas tanto ao nível interespecífico como
intra-específico.

Dessa forma, os sistemas agro-florestais podem ser importantes na manutenção da diversidade de


artrópodes, os quais podem oferecer serviços ecológicos para esses agro-ecossistemas, uma vez
que é possível estabilizar as populações de insectos em função do desenho e da construção de
arquitecturas vegetais (Andow, 1991).

Além disso, o planeamento de cultivos em sequência temporal ou espacial pode permitir que os
agentes de controlo biológico residentes no local mantenham sua população alta sobre os
hospedeiros ou presas alternativas e persistir nos ambientes agrícolas de maneira efectiva e
permanente.

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Também, outras espécies de animais tanto invertebrados como vertebrados, desempenham seus
serviços ecológicos que são essencialmente importantes na manutenção do equilíbrio ecológico
do ambiente. Dessa forma, um bom planeamento envolve a manutenção de vegetação natural
perto de áreas cultivadas, visando à diversificação e o aumento da eficiência dos serviços
ecológicos de todos os organismos do ambiente.

Esse fato relaciona-se com a ideologia de práticas agrícolas mais conservacionistas e


preservacionistas da biodiversidade. Nesse contexto, a agricultura orgânica também tem
importância na conservação de grupos biológicos como os artrópodes que podem ser indicadores
da sustentabilidade ambiental do sistema (Sánchez et al. 2013).

Assim, observa-se que a comunidade de insectos cumpre papel importante como indicadores do
equilíbrio ecológico nos agro-ecossistemas, devido ao seu ciclo de vida ser fortemente
influenciado pela estrutura e qualidade do habitat.

Considerando a relevância dos serviços ecológicos desempenhado pelos insectos em ambientes


naturais e manejados, objectivou-se nesse trabalho fazer uma revisão bibliográfica para reunir
alguns exemplos de como a forma de uso da terra pode influenciar de maneira positiva na
manutenção da biodiversidade de insectos e outros artrópodes no ambiente e como eles podem
ser benéficos para os agro-ecossistemas.

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CONCLUSÃO
Biodiversidade, ou diversidade biológica, pode ser definida como a variabilidade entre os seres
vivos de todas as origens, a terrestre, a marinha e outros ecossistemas aquáticos e os complexos
ecológicos dos quais fazem parte.

Os Metazoários representam a maioria dos animais na Terra. A evolução dos primeiros


metazoários resultou em uma enorme irradiação evolutiva que representa os Filos actuais. Os
Metazoários são eucariotas móveis, multicelulares e heterotróficos. Seu corpo é formado por
células funcionalmente especializadas, cada qual dedicada a uma ou algumas funções. Existem
actualmente três teorias aceitas sobre a origem dos metazoários: teoria clássica, sincicial e uma
alternativa.

A importância dos artrópodes (cadeia alimentar, pragas agrícolas, vectores de doenças, uso na
alimentação humana, produção de mel e seda e por fim, artrópodes como bioindicadores)

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Referencia Bibliográfica

Amorim, D. S. (2002). Fundamentos de Sistemática Filogenética. Holos Editora. Ribeirão Preto.


SP. Brasil. p. 153.

Brusca, R.C. & Brusca, G.J. (1990). Invertebrates. Sanderland, Massachussets: Sinauer
Associates Inc.. 922p.

Eric, H.D.; Peterson, K.J. & Cameron, R.A. (1995). Origin of Bilaterian Body Plans: Evolution
of Developmental Regulatory Mechanisms. Science. v. 270, p. 1319-1325.

Ferreira J. N. (2010). Introdução à zoologia. Volume 2. Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ.

Hickman, C. P., Roberts, L. S., Larson, A. (2004). Princípios integrados de Zoologia. (11ª Ed).
Guanabara Koogan, Rio de Janeiro: p. 846

Nielsen, C. (1995). Animal evolution: interrelationships of the living phyla. Oxford: Oxford
Univerdity Press.

Ruppert E. E., Barnes, R.D. & Fox, R. S. (2005). Zoologia dos Invertebrados: Uma Abordagem
Funcional-Evolutiva. (7 ed). Editora Roca. Rio de Janeiro: p. 1168.

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