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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE ENSINO A DISTÂNCIA (IED)


CENTRO DE RECURSOS DE PEMBA

ESTUDO DO VERBO
Nome do Estudante: Francelina Americo Utumali
Nr. do Estudante: 708236889

Curso: Licenciatura em Ensino de Biologia


Disciplina: Técnica de Expressão em Língua
Ano de Frequência: 1º Ano
Regime: Ensino a distância
Tutor: Alfredo Anli Bacar

Pemba, Maio de 2023


FOLHA DE FEEDBACK

Classificação
Categorias Indicadores Padrões Pontuação Nota do
máxima
Subtotal
tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais
 Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
Introdução  Descrição dos
1.0
objectivos
 Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 2.0
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e
 Revisão bibliográfica
discussão
nacional e
internacionais 2.
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.0
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,

Aspectos gerais Formatação paragrafo, 1.0


espaçamento entre
linhas

Normas APA 6ª  Rigor e coerência das


Referências
edição em citações citações/referências 4.0
Bibliográficas
e bibliografia bibliográficas
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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Índice
INTRODUÇÃO.............................................................................................................................3
1.1. Objectivos..........................................................................................................................3
1.1.1. Objectivo geral..............................................................................................................3
1.1.2. Objectivos específicos....................................................................................................3
1.2. Metodologia.......................................................................................................................3
2. DEFINIÇÃO DO TERMO VERBO...................................................................................4
2.1. Flexões do Verbo...............................................................................................................4
2.1.1. O Número e a Pessoa....................................................................................................4
2.1.2. O Modo..........................................................................................................................5
2.1.3. O Tempo........................................................................................................................6
2.1.4. O Aspecto......................................................................................................................7
2.1.5. A Voz.............................................................................................................................9
3. Classificação do Verbo.........................................................................................................9
3.1. Verbos Regulares............................................................................................................10
3.2. Verbos Irregulares..........................................................................................................10
3.3. Verbos Defectivos...........................................................................................................11
4. FUNÇÃO DO VERBO.......................................................................................................11
4.1. Verbos Auxiliares...........................................................................................................12
4.2. Conjugações....................................................................................................................13
5. Distinguir dos transitivos dos intransitivos.......................................................................13
5.1. Verbos Intransitivos.......................................................................................................13
5.2. Verbos Transitivos..........................................................................................................14
5.2.1. Verbo Transitivo Directo...........................................................................................14
CONCLUSÃO.............................................................................................................................16
Referências bibliográficas............................................................................................................17
INTRODUÇÃO
O trabalho a seguir irá falar sobre verbos, assim especificando grande parte existente como a
sua estrutura e flexão, classificação, pessoas verbais, seus modos entre outras características e
Distinguir dos transitivos dos intransitivos. Procurou-se especificar todos os itens postos no
trabalho assim facilitando o entendimento dos leitores e ajudando na compreensão para que
seja exercido de forma certa.

Verbo é a classe de palavra que, do ponto de vista semântico, expressa acção, estado,
mudança de estado ou um fenómeno. Verbo aponta, também, do ponto de vista sintáctico, a
organização das orações. Além de, morfologicamente, ou seja, do ponto de vista morfológico,
possuir flexões que indicam pessoa, número, tempo, modo, voz, aspecto e género. (S/d).

1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo geral
 Compreender sobre estudo do Verbo
1.1.2. Objectivos específicos
 Conceituar o termo Verbo;
 Identificar as formas de classificação dos verbos;
 Descrever as formas de classificação dos verbos;
 Distinguir os verbos transitivos dos intransitivos.
1.2. Metodologia
Para a elaboração do presente trabalho para além dos conhecimentos práticos que possuímos,
baseamo-nos na pesquisa bibliográfica, onde trouxe-se interpretações sólidas e fundamentadas
por diferentes autores de destaque que debruçaram sobre o tema em alusão e também
recorremos a pesquisa documental, para recolher informações em diversos relatórios,
monografias e teses de doutoramento.
O trabalho está organizado em quatro partes, nomeadamente a introdução, onde de forma
objectiva apresentaremos o que pretendemos investigar, a parte de apresentação responsável
pela definição, e descrição do tema; a conclusão, onde de forma mais sintética traremos as
ideias essenciais da nossa investigação e referências bibliográficas, para alistamento das
obras usadas na produção do trabalho.

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2. DEFINIÇÃO DO TERMO VERBO

O verbo é uma palavra que pode variar em número, pessoa, modo, tempo e voz, indicando
acções, processos, estados, mudanças de estado, manifestação de fenômenos da natureza.

O verbo é, segundo Celso Cunha e Lindley Cintra (1999, p. 377), “uma palavra de
forma invariável que exprime o que se passa, isto é, um acontecimento representado no
tempo”.

Mário Vilela (1999) diz-nos que o verbo é uma categoria gramatical que
representa os modos da realidade objectiva no seu enquadramento temporal. Isto
significa que o verbo é uma palavra que exprime o que se passa, anunciando uma acção
ou exprimindo a qualidade, o estado ou a existência de uma pessoa, animal ou coisa.

Por exemplo:

 O aluno escreve. – Trata-se de uma acção praticada pelo sujeito no presente.


 O aluno é inteligente. – Exprime uma qualidade do sujeito no presente.
 O aluno esteve atento. – Exprime um estado no passado.
 Existirão bons alunos. – Exprime existência no futuro.

O verbo também se caracteriza por constituir o centro da frase, uma vez que todas as restantes
palavras se agrupam em seu redor, podendo mesmo, por si só, constituir uma
frase completa, como é o caso de, por exemplo, “Escutai!”. Para além da significação de
verbo, as gramáticas oferecem-nos a noção de que o verbo é a palavra mais variável da língua
portuguesa, pois varia, como referimos anteriormente, em modo, tempo, voz, número e
pessoa.

2.1. Flexões do Verbo

Para uma contextualização teórica do problema pensamos tornar-se necessário definir alguns
conceitos relacionados com o verbo, tal como número, pessoa, modo, tempo, aspecto e voz.

2.1.1. O Número e a Pessoa

No que respeita à definição de número, as várias gramáticas consultadas são unânimes em


dizer que o verbo aceita dois géneros: o singular e o plural. Afirmamos que um verbo está no

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singular quando possui por sujeito uma só pessoa ou coisa, dizemos que está no plural quando
se refere a mais de uma pessoa ou coisa.

Exemplo:

Singular Canto cantas canta


Plural Cantamos cantais cantam

Relativamente à pessoa, o verbo possui três pessoas, nomeadamente, a 1ª, a 2ª e a 3ª


pessoa, que estão directamente relacionadas com a pessoa gramatical que lhe serve de
sujeito. A primeira pessoa é aquela que fala e corresponde aos pronomes pessoais de
sujeito de eu, quando está no singular, e nós quando se refere a mais de uma pessoa ou
coisa, ou seja, quando está no plural. A segunda pessoa corresponde aos pronomes
pessoais tu e vós e refere-se àquela pessoa a quem se fala, no singular e no plural,
respectivamente. A terceira é aquela de quem se fala e corresponde aos pronomes
pessoais ele e ela para o singular e eles e elas quando é referente a mais pessoas ou
coisas, ou seja, para o plural.

Assim, por exemplo:

Singular eu (canto) tu (cantas) ele, ela (canta)


Plural nós (cantamos) vós (cantais) eles, elas (cantam)

2.1.2. O Modo

O modo é definido por Lindley Cintra e Celso Cunha como “as diferentes formas que
toma o verbo para indicar a atitude (...) da pessoa que fala em relação ao facto que
enuncia.” (1999, p. 378).

Assim, o modo em que se encontra o verbo permite-nos aferir a postura do sujeito


relativamente ao acontecimento que expressa, indicando a sua atitude que pode ser de certeza,
de dúvida, de suposição, de mando, etc.

Na língua portuguesa podem evidenciar-se três modos: o modo indicativo, o modo


conjuntivo, que em castelhano chamamos de subjuntivo, e o imperativo. O verbo apresenta
também formas nominais, como é o caso do particípio, do gerúndio e do infinitivo. Contudo,
o infinitivo é passível de flexão por meio das desinências pessoais, Particularidade que é
5
própria da língua portuguesa e que, por essa razão, não existe em castelhano o chamado
infinitivo conjugado.

a) O indicativo expresso a concepção da acção como uma realidade, uma certeza:


Estou a escrever uma carta.
b) O conjuntivo declara a acção como uma possibilidade, uma eventualidade, uma
expectativa, uma dúvida ou um desejo: É provável que passe no exame de Língua
Portuguesa.
c) O imperativo expõe a acção como uma ordem, um conselho ou um pedido: Diogo,
anda cá; porta-te bem; ouçam com atenção, por favor;
d) O condicional exprime a acção como dependente de uma condição: Nós iríamos à
praia se tivesse bom tempo.
e) O infinitivo revela uma acção em abstracto: Ir ao circo, eu?
2.1.3. O Tempo

O tempo indica o momento em que se realiza o facto expresso pelo verbo. Em português
existem três tempos a que Celso Cunha e Lindley Cintra chamam de tempos naturais e são
eles o tempo presente, o tempo pretérito ou passado e o tempo futuro. O presente é indivisível,
ao passo que o pretérito e o futuro subdividem-se no modo indicativo e no conjuntivo.

Segundo a Nova Gramática do Português Contemporâneo (1999, p. 379):

Fonte: Nova Gramática do Português Contemporâneo (1999, p. 379).

6
Fonte: Nova Gramática do Português Contemporâneo (1999, p. 379).

Pode constatar-se que o pretérito subdivide-se em pretérito imperfeito, pretérito perfeito


(simples e composto) e em pretérito mais-que-perfeito (simples e composto); e o futuro
fragmenta-se em futuro do presente (simples e composto) e futuro do pretérito (simples e
composto), no caso do modo indicativo. No modo conjuntivo divide-se em futuro simples e
composto.

À semelhança do que acontece na Nova Gramática do Português Contemporâneo, optamos


pela designação de futuro do pretérito em vez de modo condicional por se tratar, na nossa
opinião, de um tempo e não de um modo que se refere a factos passados, distanciando-se do
futuro do presente por este se referir a factos presentes. Atente-se às seguintes orações:
Se ele estudar, terá boas notas.

Se ele estudasse, teria boas notas.

2.1.4. O Aspecto

Relativamente ao aspecto, este denomina uma categoria gramatical que expressa o ponto de
vista do qual o locutor encara a acção expressa pelo verbo. O locutor pode considerá-la como
concluída ou não concluída, dependendo se a observação é feita no seu término ou na sua
duração. Assim, o aspecto diferencia-se das categorias do tempo, do modo e da voz, pois
apresenta a acção expressa pelo verbo no seu início, no seu desenvolvimento ou na sua
conclusão, encontrando-se intimamente relacionado com a categoria de tempo.

Lígia Arruda (2000) refere que o aspecto alude para uma classe gramatical que patenteia a
visão pela qual o locutor considera o facto referido pelo verbo e que, por isso, pode o locutor
considerá-la como concluída ou não concluída. Neste último caso observar-se-á a duração ou
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repetição do facto expresso pelo verbo. Podem, deste modo, distinguir-se dois aspectos
primordiais: o aspecto perfectivo, classificado como forma verbal perfeita ou mais-que-
perfeita e o aspecto imperfectivo. O primeiro, o perfectivo, exprime uma acção concluída: Já
fui ao teatro. E o segundo, o imperfectivo, exprime uma acção inacabada: Elas têm ido ao
teatro.
Dentro destes aspectos fundamentais, podemos distinguir as seguintes oposições:

a) Aspecto Pontual / Aspecto Durativo. Esta oposição do aspecto caracteriza-se pela


menor ou maior extensão de tempo ocupada pela acção verbal. Assim, no caso do
aspecto pontual, estamos perante uma acção breve ou um momento de uma acção: A
bandeira caiu; Acabo de escrever a carta. Relativamente ao aspecto durativo
encontramo-nos perante uma acção que se prolonga no tempo: Ele escrevia até
adormecer; Continuo a escrever a carta.
b) Aspecto Contínuo / Aspecto Descontínuo. Neste caso, a oposição aspectual recai
sobre o modo de desenvolvimento da acção. No primeiro caso encontramo-nos perante
uma acção que não acaba: Vou escrevendo a carta. No segundo caso, estamos perante
uma acção periódica, que não se desenvolve de forma continuada: Voltei a escrever a
carta.
c) Aspecto Incoativo / Aspecto Conclusivo. Aqui a oposição aspectual reside no facto
do aspecto incoativo apresentar uma acção na sua fase inicial: Comecei a escrever a
carta. Enquanto no aspecto conclusivo estamos perante um processo na sua fase final:
Acabei de escrever a carta. Enquanto no aspecto conclusivo estamos perante um
processo na sua fase final: Acabei de escrever a carta.

Ainda relativo ao aspecto, são também de natureza aspectual as oposições entre a forma
simples, por exemplo, Eu escrevo e a perífrase durativa Eu estou escrevendo. Assim, e de um
modo lato, podemos constatar que as perífrases construídas com o particípio expressam o
aspecto terminado; e as construídas com o infinitivo ou com o gerúndio indicam o aspecto não
finalizado.

Para sintetizar estes dois últimos pontos julgamos que é importante referir que para indicar o
tempo existe, na língua portuguesa, duas categorias linguísticas que são o tempo e o aspecto.
A diferença entre os dois reside no facto de o tempo situar o acontecimento em relação ao

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momento da fala, da enunciação, ou seja, no presente, no pretérito ou no futuro. O aspecto
remete para os conceitos de duração, de começo, de desenvolvimento e de fim das acções.

2.1.5. A Voz

Em relação à voz, existem na língua portuguesa três vozes: a voz activa, a voz passiva e a voz
reflexiva.

No primeiro caso, na activa, o facto expresso pelo verbo é praticado pelo sujeito: A Andreia
comeu um gelado; no segundo, o facto expresso pelo verbo é sofrido pelo sujeito O gelado foi
comido pela Andreia; no terceiro caso, na voz reflexiva, o facto expresso pelo verbo é
representado como praticado e sofrido pelo sujeito A Andreia penteou-se.

Quanto à voz passiva importa mencionar que o particípio concorda em género e em número
com o sujeito: O jardim foi regado; Os jardins foram regados. É também importante referir
que além do verbo ser, existem outros verbos auxiliares que, em combinação com o particípio,
podem formar a voz passiva, como é o caso dos verbos que exprimem estado (estar, andar,
etc.), mudança de estado (ficar) e movimento (ir, vir).

3. Classificação do Verbo

Quanto à classificação do verbo, estas divergem de gramática para gramática. A título de


exemplo a Nova Gramática do Português Contemporâneo diz-nos que o verbo, quanto à
flexão, pode ser regular, irregular, defectivo e abundante.

Na Gramática da Língua Portuguesa (Mário Vilela, 1999) o autor explica que o verbo flexiona
apenas em regular, irregular e defectivo. Por considerarmos a primeira mais completa é nela
que nos iremos basear para fazer um resumo da questão.

Cunha e Cintra (1985, p. 374) classificam o verbo em quatro categorias:

Os REGULARES flexionam-se de acordo com o PARADIGMA,


modelo que representa o tipo comum da conjugação [...].

São IRREGULARES os verbos que se afastam do paradigma de sua


conjugação [...]. Verbos DEFECTIVOS são aqueles que não têm
certas formas [...] Entre os DEFECTIVOS costumam os gramáticos
incluir os UNIPESSOAIS, especialmente os IMPESSOAIS, usados
apenas na 3ª pessoa do singular [...].

ABUNDANTES são os verbos que possuem duas ou mais formas


equivalentes. De regra, essa abundância ocorre no particípio.

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3.1. Verbos Regulares

Cunha e Cintra (1985, p. 377) organizam os verbos regulares em três grupos: o dos derivados
do presente do indicativo, o dos derivados do perfeito do indicativo e o dos derivados do
infinitivo. Essa divisão baseia-se no pressuposto de que o verbo em português “apresenta três
tempos primitivos, sendo os outros deles derivados”, mais especificamente a primeira pessoa
do presente do indicativo; a segunda pessoa do singular do pretérito perfeito e o infinitivo não
flexionado, ou uma forma do pretérito imperfeito.

Exemplo de conjugação de verbo regular

cantar vender partir pôr

Eu canto vendo parto ponho


Tu cantas vendes partes pões
ele, ela, você canta vende parte põe

cantamo
nós vendemos partimos
pomos s
(vós) cantais vendeis partis
pondes eles, elas, vocês
cantam vendem partem põem

3.2. Verbos Irregulares

Bechara, (1999, p. 225-6) de que irregular é o verbo que, “em algumas formas, apresenta
variação no radical ou na flexão”. Não há dúvida de que essa definição é mais adequada do
que aquela segundo a qual o verbo irregular “se afasta do respectivo paradigma, apresentando
flexões não consideradas modelares na respectiva conjugação”.

Vázquez C. e Mendes da Luz (1980, p. 438-9) advertem que:

[...] a maior parte das irregularidades que se observam nos verbos portugueses se
radicam nos perfeitos simples, que levam o acento no radical em vez de na
terminação e derivam directamente dos perfeitos fortes latinos. Noutras ocasiões, a
irregularidade que afecta a primeira pessoa do singular do presente do indicativo
passa a todo o presente do conjuntivo, tempos intimamente ligado com ele. [...]

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São irregulares no presente do indicativo e, em decorrência, no presente do subjuntivo e nos
imperativos afirmativo e negativo. do verbo crer (Cunha & Cintra, 1985).

Indicativo Subjuntiv Imperati


o vo
presente Presente AFIRMAT NEGATIV
IVO O
creio Creia
crês Creias crê não creias
crê Creia creia não creia
cremos Creiamos creiamos não creiamos
credes Creiais crede não creiais
crêem Creiam creiam não creiam
leio Leia
lês Leias lê não leias
lê Leia leia não leia
lemos Leiamos leiamos não leiamos
ledes Leiais lede não leiais
lêem Leiam leiam não leiam
3.3. Verbos Defectivos

Cunha; Cintra (1985 p. 431) lembra que, nos verbos impessoais (de uso restrito à 3ª pessoa do
singular) e unipessoais (de uso restrito à 3ª pessoa do singular e do plural), “é a própria ideia
expressa pelo verbo que não pode aplicar-se a determinadas pessoas”.

Está claro que essa classificação não é morfológica, mas sintáctico-semântica, como observa
Borba (1996: 65), quando trata dos verbos que indicam vozes de animais:

Têm comportamento sintáctico-semântico paralelo: todos são verbos de acção com um


só argumento – o sujeito agente, nome de indivíduo do reino animal, capaz de
produzir aquela voz; todos admitem o mesmo tipo de transferência para o traço
humano (cf. cacarejar → soltar sua voz (a galinha); produzir (uma pessoa) som
desagradável). [...]

Verbo defectivo é o mesmo que imperfeito, defeituoso. Portanto, os verbos defectivos são os
que não apresentam todas as formas verbais na conjugação.

4. FUNÇÃO DO VERBO

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Tendo em conta a sua significação, um verbo, quanto à sua função, pode ser principal ou
auxiliar.

O principal é aquele verbo que tem significação plena e que é nuclear de uma oração: Vou ao
cinema; Dancei uma valsa. O verbo auxiliar, como o próprio nome indica, serve para auxiliar
as formas nominais de um verbo principal, juntando-se a ele e formando locuções que
anunciam matizes significativas especiais: Tenho feito ginástica; Hão-de vir mais pesos. Os
verbos auxiliares mais comuns na língua portuguesa são os verbos ter, haver, ser e estar, dos
quais falaremos de seguida mais detalhadamente.

4.1. Verbos Auxiliares

As locuções verbais são formadas pela junção de um verbo auxiliar a um verbo principal.
Nestas locuções conjuga-se apenas o auxiliar, já que o verbo principal aparece numa das
formas nominais, ou seja, surge sempre no particípio, no gerúndio ou no infinitivo impessoal.

Em português, como referimos anteriormente, os verbos ter, haver, ser e estar são os verbos
auxiliares de uso mais frequente, mas devido à não uniformidade da norma linguística para
determinação dos limites dos verbos auxiliares, o rol dos verbos auxiliares costuma alterar de
gramática para gramática.

Os verbos auxiliares ter e haver aplicam-se com o particípio do verbo principal e denotam um
facto acabado, repetido ou contínuo, formando os tempos compostos na voz activa: Tenho
feito ginástica; Haviam comprado pesos. Contudo, se o infinitivo do verbo principal for
antecedido da preposição de, exprime, respectivamente, a obrigatoriedade ou o forte propósito
de praticar o facto: Tenho de fazer ginástica; Havemos de comprar pesos.

Quanto ao verbo auxiliar ser, este emprega-se com o particípio do verbo principal para formar
os tempos da voz passiva da acção: Ginástica foi feita por mim; Pesos foram comprados por
nós.

O auxiliar estar usa-se com o particípio do verbo principal, formando os tempos da voz
passiva de estado: Está arrependido do que disse. Porém, se for utilizado juntamente com o
gerúndio ou com o infinitivo do verbo principal antecedido da preposição a, indica uma acção
continuada, ou seja, com certa duração: Estava fazendo ginástica; Estava a fazer ginástica. Se
o infinitivo do verbo principal for antecedido da preposição para, exprime a iminência de um
feito ou o intuito de praticar a acção declarada pelo verbo principal: Os pesos estão para
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chegar; Ao tempo que os pesos estão para chegar. O infinitivo do verbo principal pode
também aparecer antecedido da preposição por, indicando uma acção que deveria ter sido
praticada mas que ainda não o foi: A redacção está por acabar.

A conjugação dos verbos auxiliares no pretérito perfeito da seguinte forma:

TER HAVER SER ESTAR


tive Houve fui estive
tiveste Houveste foste estiveste
teve Houve foi esteve
tivemos Houvemo fomos estivemos
s
tivestes Houvestes fostes estivestes
tiveram Houveram foram estiveram

Fonte: adaptado pela autora, 2023

4.2. Conjugações

Segundo a Nova Gramática do Português Contemporâneo quando falamos em conjugações


referimo-nos à conjugação de um verbo, ou seja, em dizer um verbo em todos os modos,
tempos, pessoas, números e vozes.

Existem, em português, três conjugações, caracterizadas pela vogal temática. Assim, a


primeira conjugação compreende os verbos que têm a vogal temática –a; a segunda
conjugação abarca os verbos que têm a vogal temática –e; a terceira conjugação compreende,
normalmente, os verbos que têm a vogal temática –i.

5. Distinguir dos transitivos dos intransitivos

Verbos transitivos são os verbos que precisam de complemento para transmitir uma
informação que faça sentido. Os verbos intransitivos são os que não precisam de
complemento, porque já transmitem a informação necessária para fazer sentido.

5.1. Verbos Intransitivos

Os verbos intransitivos são aqueles que não precisam de complemento algum, pois sozinhos
já são suficientes para dar sentido à oração.
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1. Não são seguidos de complemento;
2. 0 Sentido do verbo está todo concentrado na forma ver vai.

Exemplos de verbos intransitivos: andar/correr/dormir/morrer/nascer/chegar/sair/entrar/etc.

5.2. Verbos Transitivos

Os verbos transitivos são aqueles que precisam de um complemento para que a oração em que
ele está faça sentido completo. Esse complemento é chamado de objecto, que pode ser directo
ou indirecto.

1. São seguidos de complemento;


2. 0 seu sentido ê completado pelo complemento porque o processo verbal não estão
totalmente contido no verbo.

Exemplos de verbos transitivos: comer/dar/falar/dizer/escrever/ler/beber/etc.

De acordo com o tipo de complemento, os verbos transitivos podem ser:

 Verbos transitivos directos


 Verbos transitivos indirectos
 Verbos transitivos directos e indirectos
5.2.1. Verbo Transitivo Directo

Os verbos transitivos directos são aqueles que precisam de um objecto directo para completar
o sentido da oração, não sendo necessário o uso de preposição. O objecto directo indica qual
elemento sofre a acção verbal, respondendo as perguntas “o que?” e “quem?”.

 Verbos transitivos directos são os verbos transitivos cujo complemento não exige a
presença de preposição. Exemplo: Comprei o livro.

O verbo comprar é transitivo directo, porque o complemento “o livro” é essencial para o


completar e, nesse complemento, não há preposição.

Verbos transitivos indirectos são os verbos transitivos cujo complemento exige a presença
de preposição. Exemplo: Gostei do livro.

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O verbo gostar é transitivo indirecto, porque o complemento “do livro” é essencial para o
completar e, nesse complemento, há a preposição de (de + o = do).

Vázquez C. P. e Mendes da Luz, M. A. (1980). Verbos transitivos DIRETOS E INDIRETOS


são os verbos transitivos que precisam de dois complementos: um que exige a presença de
preposição e um que não exige a presença de preposição. Exemplo: Dei o livro para a Ana.

O verbo dar é transitivo directo e indirecto, porque há dois complementos essenciais para o
completar.

O primeiro complemento é “o livro”, em que não há preposição. O segundo complemento é


“para a Ana”, em que há a preposição para.

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CONCLUSÃO

No que concerne aos verbos auxiliares que compõe estes tempos compostos podemos concluir
que, apesar de a morfologia ser idêntica (verbo auxiliar no presente mais o particípio passado,
que se constrói da mesma maneira para as duas línguas), os verbos auxiliares utilizados são
distintos, apesar de apresentarem o mesmo valor temporal.

Os verbos são classificados em: regulares, irregulares, defectivos, abundantes e anómalos.

Verbos transitivos são os verbos que precisam de complemento para transmitir uma
informação que faça sentido. Os verbos intransitivos são os que não precisam de
complemento, porque já transmitem a informação necessária para fazer sentido.

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Referências bibliográficas

Arruda, Lígia (2000) Gramática de Português para Estrangeiros. Porto: Porto Editora.

Bechara, E. (1999). Moderna gramática portuguesa. (37. Ed). rev. e ampl. Rio de Janeiro:
Lucerna.

Borba, F. S. (2002). Dicionário de usos do português do Brasil. São Paulo: Ática,.


Colaboradores: Sebastião Expedito Ignácio, Maria Helena de Moura Neves, Beatriz
Nunes de Oliveira, Marina Bortolotti Bazzoli, Maria Celeste Consolim Dezotti.

Cunha e Cintra, L. (1985). Nova gramática do português contemporâneo. (2. Ed). Rio de
Janeiro: Nova Fronteira

Cunha, Celso; Cintra, Lindley (1999) Nova Gramática Português Contemporâneo. (15ª
edição), Lisboa: Edições João Sá da Costa, Lda.

Vázquez Cuesta, P. e Mendes da Luz, M. A. (1980). Gramática da língua portuguesa. São


Paulo: Martins Fontes.

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