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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Faculdade de Gestão de Turismo e Informática

Gestão de Tesouraria em empresas do sector público: uma análise sobre a


aplicabilidade da demonstração de fluxos de caixa na empresa Electricidade de
Moçambique – EDM E. P (2016 – 2018)

Clarice Cristene J.Consula Momade

Pemba, Outubro de 2021


UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Faculdade de Gestão de Turismo e Informática

Gestão de Tesouraria em empresas do sector público: uma análise sobre a


aplicabilidade da demonstração de fluxos de caixa na empresa Electricidade de
Moçambique – EDM E. P (2016 – 2018)

Clarice Cristene J.Consula Momade

Projecto submetido a Universidade


Católica de Moçambique, Faculdade de
Gestão de Turismo e Informática, como
requisito parcial para a obtenção do grau
de Licenciatura em Contabilidade e
Auditoria.

Supervisora: Tomásia Rhongo, MBA

Pemba, Outubro de 2021


ÍNDICE

DECLARAÇÃO DE AUTORIA......................................................................................................i
DEDICATÓRIA..............................................................................................................................ii
AGRADECIMENTO.....................................................................................................................iii
LISTA DE ABREVIATURA.........................................................................................................iv
RESUMO.........................................................................................................................................v
ABSTRACT.....................................................................................................................................vi
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO......................................................................................................1
1. Introdução.................................................................................................................................1
1.1. Contextualização...............................................................................................................1
1.2. Problematização e Problema.............................................................................................2
1.3. Objectivos.........................................................................................................................3
1.3.1. Geral..........................................................................................................................3
1.3.2. Específicos.................................................................................................................4
1.4. Perguntas de Investigação.................................................................................................4
1.5. Justificativa.......................................................................................................................4
1.6. Delimitação da pesquisa....................................................................................................5
CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA..............................................................................6
2. Revisão de Literatura................................................................................................................6
2.1. Revisão Teórica.................................................................................................................6
2.1.1. Administração financeira (conceito)..........................................................................6
2.1.2. Gestão de Tesouraria.................................................................................................7
2.1.2.1. Objectivos da gestão de tesouraria.........................................................................8
2.1.3. Fluxo de caixa............................................................................................................9
2.2. Revisão Empírica............................................................................................................18
CAPÍTULO III: METODOLOGIA DE PESQUISA....................................................................22
3. Metodologia............................................................................................................................22
3.1. Quanto à Natureza...........................................................................................................22
3.2. Quanto à abordagem.......................................................................................................22
3.3. Quanto aos objectivos.....................................................................................................23
3.4. Quanto aos procedimentos técnicos................................................................................23
3.4.1. Pesquisa Bibliográfica.................................................................................................24
3.4.2. Estudo de caso.............................................................................................................24
3.4.3. Pesquisa documental................................................................................................25
3.5. Técnicas de recolha de dados..........................................................................................25
3.5.1. Entrevistas................................................................................................................25
3.5.2. Observação não participante....................................................................................25
3.6. População do estudo........................................................................................................26
3.7. Amostra ou Participantes do estudo................................................................................26
3.7.1. Amostra/Participantes..............................................................................................26
3.8. Técnicas e Instrumentos de Análise de Dados................................................................27
CAPÍTULO IV: ANALISE E INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS....................................28
4. Analise e interpretação de resultados.....................................................................................28
4.1. Descrição da empresa......................................................................................................28
4.1.1. Dados primários da pesquisa...................................................................................28
4.2. Apresentação e categorização de dados..........................................................................29
4.2.1. Categoria A: processo de elaboração da demonstração de fluxos de caixa na EDM
29
4.2.2. Categoria B: relação existente entre a gestão de tesouraria e a demonstração de
fluxos de caixa em empresas do sector público.....................................................................30
4.2.3. Categoria C: necessidade da gestão de tesouraria nas empresas públicas...............32
CAPÍTULO V: DISCUSSÃO DE RESULTADOS......................................................................33
5. Introdução...............................................................................................................................33
5.1. Categoria A: processo de elaboração da demonstração de fluxos de caixa na EDM.....33
5.2. Categoria B: relação existente entre a gestão de tesouraria e a demonstração de fluxos
de caixa em empresas do sector público....................................................................................34
5.3. Categoria C: necessidade da gestão de tesouraria nas empresas públicas......................36
CAPÍTULO VI: CONCLUSÃO E SUGESTÕES.........................................................................38
6. Introdução...............................................................................................................................38
Conclusão...................................................................................................................................38
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................................39
Apêndices......................................................................................................................................42
APÊNDICE A: Guião de Entrevista para EDM E.P - Pemba.......................................................vii
DECLARAÇÃO DE AUTORIA

Eu,Clarice Cristene J. Consula Momade, declaro, por minha honra, que esta Monografia de
Fim do Curso é resultado de uma investigação pessoal de carácter original, e nunca foi
apresentada como tal nesta instituição superior ou em nenhuma outra instituição de ensino
superior, estando referenciadas no texto e nas Referências Bibliográficas as fontes utilizadas. Por
ser verdade, vai por mim assinado.

A proponente:

Assinatura: __________________________

Clarice Cristene J. ConsulaMomade

A supervisora:

Assinatura: __________________________

Tomásia Rhongo, MBA

Data: ___/___/_______

i
DEDICATÓRIA

Quero em primeiro lugar dedicar este trabalho do final do curso à DEUS, ao meu esposo Isac
Essimela Momade e à minha filha Alessya Isac.

ii
AGRADECIMENTOS

Agradecer primeiramente à Deus que permitiu que tudo isso acontecesse, ao longo da minha
vida, e não somente nestes anos como Universitária, mas em todos os momentos, é o maior
mestre que alguém pode conhecer e ter em sua vida;

À EDM – EP pela permissão na cadência de dados para consubstanciar a presente pesquisa;

Agradeço à Universidade Católica de Moçambique – FGTI em particular aos docentes do Curso


de Contabilidade e Auditoria pelo conhecimento que comigo partilharam, à Direcção, à
Administração pela oportunidade de fazer o curso e à equipe da Biblioteca que abriram as portas
do seu espaço. Um agradecimento especial à minha supervisora Tomásia Pereira Rhongo, MBA
pela dedicação, paciência e comprometimento, apoio e disponibilidade que demonstrou ao longo
do desenvolvimento desta pesquisa;

Obrigada à minha Sogra que tem sido minha mãe pelo apoio incondicional, aos meus amigos,
colegas em e a todos que aqui não pude citar que de forma directa ou indirecta me concederam o
suporte necessário para chegar aqui.

iii
LISTA DE ABREVIATURAS

ADM – Aeroportos de Moçambique

AR – Aeródromos

ARP – Aeroporto

DFC – Demonstrações de Fluxo de Caixa

E.P – Empresa Pública

FGTI – Faculdade de Gestão de Turismo e Informática

FM – Fundo de Maneio

FMI – Fundo Monetário Internacional

MCASP - Manual de Contabilidade Aplicado ao Sector Público

NCRF – Normas Contabilísticas de Relato Financeiro

NFM – Necessidade de Fundo de Maneio

R – Respondente

SISTAFE – Sistema de Administração Financeira do Estado

TL – Tesouraria Líquida

UCM – Universidade Católica de Moçambique

iv
RESUMO

A capacidade de geração de fluxos de caixa e obtenção de recursos financeiros condicionam o sucesso,


crescimento e sobrevivência das empresas cujas actividades deverão ser geridas de forma sustentável
independentemente de operar no sector público ou privado. Movidas pela crescente necessidade de
utilizar instrumentos financeiros que auxiliem o controlo dos seus recursos, estas empresas, investem em
técnicas de gestão financeira, sobretudo as de curto prazo permitindo assim uma gestão efectiva dos seus
recursos. A pesquisa teve como tema Gestão de Tesouraria em empresas do sector público: uma análise
sobre a aplicabilidade da demonstração de fluxos de caixa na empresa Electricidade de Moçambique –
EDM E. P (2016 – 2018), teve como objectivo analisar a Gestão de Tesouraria em empresas do sector
público através da aplicabilidade da demonstração de fluxos de caixa na empresa Electricidade de
Moçambique – EDM E. P (2016 – 2018), foi aplicada a metodologia com abordagem qualitativa, com
carácter exploratória, como procedimento de recolha de dados recorreu-se à Pesquisa Bibliográfica,
Estudo de caso e Pesquisa Documental e a análise de dados foi suportada pela técnica de análise de
conteúdo. Com a pesquisa constatou-se que a gestão de tesouraria é um instrumento de imensa
importância no controlo da saúde financeira da EDM e que para sua efectivação é dependente da
demonstração de fluxo de caixa.

Palavras-chave: Gestão de Tesouraria; Fluxo de Caixa e Electricidade de Moçambique

v
ABSTRACT

The ability to generate cash flows and obtain financial resources condition the success, growth and
survival of companies whose activities must be managed sustainably, regardless of whether they operate
in the public or private sector. Driven by the growing need to use financial instruments that help the
control of their resources, these companies invest in financial management techniques, especially short-
termones, thus allowing an effective management of their resources. Of the cash flow statement at the
company Electricidade de Moçambique – EDM E. P (2016 – 2018), aimed to analyze the Treasury
Management in public sector companies through the applicability of the cash flow statement at the
company Electricidade de Moçambique – EDM EP (2016 – 2018), the methodology with a qualitative
approach was applied, with ca. As a data collection procedure, bibliographic research, case study and
documental research were used, and data analysis was supported by the technique of content analysis.
With the research, it was found that treasury management is an instrument of immense importance in the
control of EDM's financial health and that for its effectiveness it depends on the cash flow statement.

Keywords: Treasury Management; Mozambique Cash Flow and Electricity

vi
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO

1. Introdução
1.1. Contextualização

O fluxo de caixa é a demonstração das receitas e despesas de um determinado período. De acordo


Santi Filho (2002) Fluxo de Caixa é a previsão de entradas e saídas de recursos monetários, por
um determinado período. Essa previsão deve ser feita com base nos dados levantados nas
projecções económico-financeiras actuais da empresa, levando, porém em consideração a
memória de dados que respaldará essa mesma previsão.

Conceitualmente, o fluxo de caixa é um instrumento que relaciona os


ingressos e saídas (desembolsos) de recursos monetários no âmbito de
uma empresa em determinado intervalo de tempo. A partir da elaboração
do fluxo de caixa é possível prognosticar eventuais excedentes ou
escassez de caixa, determinando-se medidas saneadoras a serem tomadas
(Neto e Silva, 2006, p. 39).

Portanto, na visão de Maness e Zietlow (2005) as decisões financeiras de curto prazo consistem
tanto em decisões de investimento, como em decisões de financiamento. As decisões de
investimento e de financiamento de curto prazo assentam fortemente no desenvolvimento da
actividade operacional da empresa e a sua gestão criteriosa será uma base crucial para as decisões
tomadas para médio e longo prazo. O investimento e financiamento de curto prazo surgem como
resposta ao excesso ou défice de tesouraria, isto porque os recebimentos e pagamentos de caixa
não são sincronizados.

Assim, pode-se dizer que a gestão financeira de curto prazo é responsável por administrar o
activo circulante, a gestão de disponibilidades, a gestão e controlo de stocks de existências, como
também a gestão do passivo de curto prazo.

Por sua vez Batista (2020) destacou que uma das bases das empresas de sucesso é a gestão
financeira! Todas as empresas que conseguem se manter saudáveis e em constante crescimento,
mantêm o controlo de dinheiro, de vendas, entradas e saídas, pagamentos diversos, entre outros.
Por isso é fundamental ter um fluxo de caixa para manter a organização das finanças.

1
Para este autor graças ao fluxo de caixa adiantado, é possível criar expectativas positivas ou
negativas sobre o sector financeiro do empreendimento. Por isso, se faz tão necessário o acesso
facilitado aos dados financeiros, o que será decisivo no crescimento ou queda da empresa. Com o
preenchimento correcto do fluxo de caixa, é possível calcular antecipadamente o que se pode
esperar da empresa para os próximos dias, meses ou anos.

Nesse caso para o sucesso empresarial das empresas públicas, é necessário que se trate o fluxo de
caixa e consequentemente a gestão de tesouraria como importante instrumento de avaliação da
gestão, capaz de conduzir aos gestores a observação das finanças, alertando a possíveis ajustes,
de forma que as receitas não sejam super estimadas, nem haja acumulo excessivo de passivos
financeiros, possibilitando projecção de cenários, inferindo em decisões de alocações de recursos,
investimentos e financiamentos, de forma a prevenir insolvência futura.

Assim sendo, o governo moçambicano aprovou o Estatuto Orgânico da Inspecção-Geral de


Finanças, o correspondente Regulamento Interno, pelo Decreto n.º 40/99, de 29 de Junho, e o
Diploma Ministerial n.º 57/2000, de21 de Junho, respectivamente, observou-se mais um avanço
no fortalecimento do controlo interno em Moçambique, uma vez que a função de zelar pela
observância rigorosa da disciplina financeira do Estado e outros entes públicos já fora conferida
ao órgão acima referenciado pelo próprio Estatuto Orgânico do Ministério das Finanças.

Ao abrigo das alíneas f) do artigo 47 e h) do artigo 48, ambos da Lei n.º 9/2002, de 12 de
Fevereiro, que cria o Sistema de Administração Financeira do Estado (SISTAFE), a Conta Geral
do Estado deve conter uma informação completa sobre “adiantamentos e suas regularizações” e
“o mapa consolidado anual do movimento de fundos por operações de tesouraria”

Portanto, de acordo com o Fundo Monetário Internacional – FMI (2019) a economia de


Moçambique encontra-se num ponto de viragem, e os esforços para abordar as vulnerabilidades
em matéria de governação e corrupção podem ter um impacto positivo duradouro. Os níveis
actuais da dívida pública, fazer e examinar a fundo o quadro de governação e anti-corrupção, e
motivou uma série de reformas para abordar as vulnerabilidades expostas desse mesmo quadro.
De um modo geral, os males que enfrentam a sociedade e, particularmente, da corrupção, têm
sido recentemente objecto de análises pormenorizadas e, sem dúvida, revestem-se de importância
macroeconómica crítica.
2
É neste contexto, que o presente estudo abordará sobre a “Gestão de Tesouraria em empresas do
sector público: uma análise sobre a aplicabilidade da demonstração de fluxos de caixa na
empresa Electricidade de Moçambique – EDM E. P (2016 – 2018)” e visa analisar a
aplicabilidade da demonstração de fluxos de caixa na empresa Electricidade de Moçambique –
EDM E. P. No que respeita a estrutura da monografia, este trabalho cumpre a seguinte ordem:

O primeiro capítulo, que compreende a parte introdutória da pesquisa onde consta a


contextualização, problemática, justificativa, questões de pesquisa e a delimitação do estudo; o
segundo capítulo, que compreende a Revisão de Literatura. Neste capítulo se encontram o
contexto teórico do estudo com variedades de opiniões dos Autores e é aqui onde esta o foco da
revisão; o terceiro capítulo, que descreve a Metodologia de investigação que foi usada para
produção desta investigação, fazendo uma descrição geral do estudo de campo, assim como a
classificação do estudo. Nesse mesmo capítulo está incluso o tipo de pesquisa usada, as técnicas
de colecta de dados assim como de análise de dados e o cronograma de actividades baseado para
a produção da pesquisa assim como as referências bibliográficas usadas para a elaboração do
mesmo; o quarto capítulo, referente a apresentação e analise se dados óbitos através da entrevista
semi-estruturada e pesquisa documental; o quinto capítulo onde foi feita a discussão de dados,
que consistiu na harmonização dos dados colhidos no campo com a revisão bibliográficas e entre
outros documentos analisados; e o sexto capítulo referente a conclusão do estudo, ou seja, é onde
constam as considerações finais do estudo, as respostas das perguntas de pesquisa e as
recomendações para o grupo-alvo interessado nos resultados da pesquisa.

1.2. Problematização e Problema

A importância atribuída a gestão de tesouraria faz com que esta área esteja directamente ligada a
sectores estratégicos e decisórios da empresa pois ela realiza o controlo das informações
financeiras oriundas de todos os departamentos e também administra a aplicação dos recursos
operacionais. Portanto, perceber e dominar a natureza e origens dos problemas de gestão de
tesouraria é um meio caminho andado às soluções destes problemas.

Com todos os problemas que a EDM enfrenta, ainda sofre influência do Governo, que intervém
em muitos aspectos da vida da empresa. As instituições do Estado acumulam facturas ao longo de

3
meses, e até de anos, e a EDM não pode cortar o fornecimento de electricidade porque o
Governo, a nível de Pemba, intervém para impedir que a EDM faça cobrança coerciva de facturas
atrasadas e essa situação tem reflexo directo nas contas da empresa e no desempenho financeiro
da mesma.

Partindo do pressuposto dessas reflexões e tendo em consideração que o fluxo de caixa é um


instrumento que informa toda a movimentação de dinheiro, sempre considerando um período
determinado e indica a origem de todas as entradas na empresa, coloca-se a seguinte questão de
partida: Qual é o a aplicabilidade das técnicas de gestão de tesouraria nas empresas públicas?

1.3. Objectivos
1.3.1. Geral
 Analisar a Gestão de Tesouraria em empresas do sector público através da aplicabilidade
da demonstração de fluxos de caixa na empresa Electricidade de Moçambique – EDM E.
P (2016 – 2018).

1.3.2. Específicos
 Descrever o processo de elaboração da demonstração de fluxos de caixa na EDM;
 Estabelecer a relação existente entre a gestão de tesouraria e a demonstração de fluxos de
caixa em empresas do sector público;
 Verificar a necessidade da gestão de tesouraria nas empresas públicas;

1.4. Perguntas de Investigação


 Como é o processo de elaboração da demonstração de fluxos de caixa na EDM?
 Qual é o a relação existente entre a gestão de tesouraria e a demonstração de fluxos de
caixa em empresas do sector público?
 Qual é a necessidade da gestão de tesouraria nas empresas públicas?

1.5. Justificativa

4
Este estudo tem bastante relevância por constituir um problema da actualidade e pode contribuir
para o enriquecimento em termos académicos e profissionais, além do mais poderá ser de grande
contributo para os gestores da empresa.

Tal como descreve Peixoto (2009) devido ao fenómeno da internacionalização e globalização da


economia, a procura de produtividade e de maior eficiência de gestão dos serviços públicos é um
assunto relevante para a actual realidade económica e para as boas práticas de gestão
(considerando as dificuldades e restrições reais das entidades públicas), que induziu a uma
mudança de gestão da administração pública, segundo “a qual as organizações do sector público e
do sector privado podem e devem ser geridas através de princípios similares na sua essência,
apesar das organizações públicas terem o interesse público como objectivo e fim das suas
actividades e de serem relativamente controladas pelo poder político”.

Sob ponto de vista pessoal, esse estudo constitui um desafio académico e que poderá contribuir
para aprofundar a dinâmica da gestão do fluxo de caixa nas empresas públicas, partindo do
princípio de que a escolha deste tema se originou de estudos e leituras feitas sobre o tema ligadas
a cadeira de contabilidade financeira e gestão financeira.

No que toca a sociedade, o presente estudo de pesquisa pode ser considerado uma fonte de
informação e inspiração para novos estudos e para compreender o funcionamento da gestão de
fluxo de caixa na EDM.

1.6. Delimitação da pesquisa

O estudo subordina-se ao tema: Gestão de Tesouraria em empresas do sector público: uma


análise sobre a aplicabilidade da demonstração de fluxos de caixa na empresa Electricidade de
Moçambique – EDM E. P (2016 – 2018)e enquadra-se nos conteúdos das cadeiras de
Contabilidade Financeira e Gestão Financeira leccionadas na UCM – FGTI Pemba.

Quanto ao espaço: o estudo foi realizado na delegação da EDM, no bairro cimento,


concretamente na Avenida 7 de Abril na cidade de Pemba, província Cabo Delgado.

5
Em relação ao tempo, o estudo abrangeu os períodos entre 2016 à 2018. Período esse, que,
devido à crise financeira e o aparecimento da tónica das dívidas ocultas, tem colocado em cheque
a transparência da gestão das entidades públicas.

6
CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA
2. Revisão de Literatura

Neste capítulo são abordados pressupostos teóricos que deram o alicerce à presente pesquisa,
discorrendo sobre temas e definições cujo conhecimento foi essencial à sua realização.

2.1. Revisão Teórica


2.1.1. Administração financeira (conceito)

Como ilustram vários estudos relacionados com a temática, historicamente, a função da área
financeira na empresa tem sido administrar, de modo centralizado, todos os seus recursos
financeiros. Essa função tem variado conforme o tipo de empresa e as circunstâncias em que ela
se encontra, havendo fases de maior ou menor predomínio e controlo da área financeira sobre as
demais áreas da empresa.

Gitman (2013) estabelece que oobjectivo da administração financeira está ligado ao objectivo da
empresa: maximização de seu lucro e de seus accionistas. Sua função é criar mecanismos de
análise e controle, para orientar e influir nas tomadas de decisão que resultem em maior retorno
financeiro para a empresa.

No entanto, além do retorno financeiro, a administração financeira deve cuidar também da


manutenção de um certo nível de liquidez da empresa, a fim de permitir disponibilidade de
recursos para sustentar suas actividades do dia-a-dia, como produção, marketing, compras e
desenvolvimento de produtos.

Em síntese, Neto e Silva (2002) afirmam que a função da administração financeira é fornecer à
empresa recursos de caixa suficientes para o cumprimento dos compromissos assumidos e ainda a
maximização da riqueza da empresa.

Para Gitman, (2004) a administração financeira diz respeito as responsabilidades e tarefas


de controlo visando a melhoria do resultado da empresa. Entretanto, para Lemes Júnior
(2002) “a administração financeira direcciona a empresa e estabelece o modo pelo qual os
objectivos financeiros podem ser alcançados. Em sua maioria, as decisões demoram
bastante para serem implantadas. Numa situação de incerteza, isso exige que as decisões
sejam analisadas com grande antecedência” (p. 243).

7
De modo compacto pode-se afirmar que, controlar finanças de uma empresa, guardada as suas
devidas proporções, é como controlar as suas contas de finanças pessoais. Partindo do
pressuposto de que todos precisam ganhar dinheiro para conseguir pagar as suas contas e, além
disso, todos deveriam gastar menos do que ganham, é necessário obter-se ganhos maiores do que
gastos, para ter um saldo positivo (uma sobra de dinheiro).

Sendo assim, segundo Cheng e Mendes (1989):

A Gestão financeira pode ser definida como a gestão dos fluxos Monetários
derivados da actividade operacional da empresa, em termos de suas respectivas
ocorrências no tempo. Ela objectiva encontrar o equilíbrio entre a “rentabilidade”
(maximização dos retornos dos proprietários da empresa) e a “liquidez” (que se
refere à capacidade de a empresa honrar seus compromissos nos prazos
contratados). Isto é, está implícita na necessidade da Gestão financeira a busca do
equilíbrio entre gerar lucros e manter caixa.

Pode-se dizer que a gestão financeira está preocupada com a administração das entradas e saídas
de recursos monetários provenientes da actividade operacional da empresa, ou seja, com a
administração do fluxo de disponibilidade da empresa (Cheng & Mendes, 1989).

2.1.2. Gestão de Tesouraria

A gestão de tesouraria é um componente bastante importante para o bom desenvolvimento da


organização e por isso, o seu papel envolve uma análise e controlo dos fluxos financeiros de
forma a também garantir uma vantagem competitiva numa economia de mercado, onde o
equilíbrio financeiro é uma condição indispensável.

Segundo Ramos (2019) a gestão de tesouraria define-se basicamente, por uma componente
essencial para o bom funcionamento da entidade sendo que, existe uma preocupação de manter o
equilíbrio entre a segurança/liquidez e a rentabilidade/remuneração dos fundos disponíveis.

De acordo com Neves (2012) a gestão de tesouraria ou gestão de disponibilidades como sendo
uma função financeira assemelhando-se ao papel de tesoureiro, no qual, a principal função
consiste em efectuar os recebimentos e pagamentos decorrentes do exercício de actividade da
organização, existindo uma preocupação de manutenção de um saldo que permita assegurar o
fluxo normal de pagamentos/recebimentos da organização. No entanto, esta noção tradicional

8
veio ser ampliada, emergindo uma preocupação com as decisões de financiamento, isto é, a
análise do custo do financiamento de capitais.

2.1.2.1. Objectivos da gestão de tesouraria

De acordo com De Paula (2019) objectivo da tesouraria é ter certeza de que os recursos
financeiros da empresa estão sendo o suficiente para abater seus compromissos. Da forma que, o
que “sobrar”, deverá ser investido de maneira eficaz e que traga retorno ao negócio. Em um
panorama geral, a tesouraria cuida de todo o dinheiro da empresa: do controle ao gerenciamento e
investimentos.

Isso representa também questões como empréstimos, por exemplo. Caso a empresa pegue
um empréstimo, em quanto tempo ele será pago? E as taxas de juros, valem a pena e irão
afectar o saldo mínimo de caixa pelos próximos meses? Essas questões são papel da
tesouraria avaliar e definir se são ou não a melhor escolha. No fim, é a tesouraria a área
responsável por pagar as contas sem deixar o caixa no vermelho. E, como um bom
Lannister, a tesouraria de uma empresa também “sempre paga suas dívidas (De Paula, 2019,
p. 2).

Assim, o objectivo e função da tesouraria é projectas o fluxo de caixa para um determinado


período, onde deve ser apresentada uma visão de como será o comportamento do caixa num
futuro próximo, com vista a possibilitar prever possíveis perdas e/ou ganhos.

2.1.2.2. Orçamento de tesouraria

Sá (2010), menciona que o orçamento de tesouraria deve ser integrado no plano financeiro numa
perspectiva global e a longo prazo, reconhecendo as seguintes funções:

 Prever na generalidade os influxos mais relevantes que provenha das vendas e serviços
são efectuadas pela direcção comercial;
 Prever exfluxos: pagamentos a fornecedores, despesas com pessoal e outras despesas de
exploração, reembolsos de empréstimos, entre outros pagamentos que ocorram no
decorrer da actividade e sejam previsíveis;

Depois de obtida os recebimentos e despesas, o gestor financeiro deve gerir convenientemente a


tesouraria para que possa dispor de informação como a situação de créditos existentes, contributo
de cada uma das modalidades de financiamento para a estrutura de financiamento e quais as
alternativas de aplicações para eventuais excedentes que possam ocorrer (Sá, 2010).
9
Caiado (2009, citado em Ramos, 2019), afirma o seguinte:

“os orçamentos de tesouraria devem ser elaborados por pessoal especializado, no entanto, o
autor defende que seja discutido pelo pessoal que participa nas actividades intermédias e
finais, assim, possibilita uma acção eficaz e encoraja à definição de objectivos e controlo de
gestão. Ainda segundo este autor, os orçamentos são “relatórios dos resultados esperados e
expressos de maneira quantificada. É a tradução em números de todos os outros tipos de
planos. O processo tem três fases: a primeira caracteriza-se pela elaboração do orçamento
para um período específico, constituindo um padrão; segunda, quantificar e registar a
actividade real comparando com o orçamentado; e por fim, análise dos desvios apurados e
tomar decisões correctivas para que se possam prevenir futuramente” ( p. 17).

2.1.3. Fluxo de caixa

De acordo com Zdanowicz (2000) denomina-se fluxo de caixa de uma empresa ao conjunto de
ingressos e desembolsos de numerário ao longo de um período determinado.

Frauches (2014) afirma que:


O fluxo de caixa é uma demonstração dinâmica que oferece a administração, informações
reais da situação da empresa, auxiliando na visualização e compreensão das movimentações
financeiras num período preestabelecido, ajudando, portanto, na tomada de decisões. O
mesmo apresenta a administração o nível de recursos necessários para saldar correctamente
os compromissos assumidos pela empresa dando condições de gerir o negocia de forma
organizada e estruturada (p.30).

Para administrar o caixa é importante a utilização do orçamento ou planeamento de caixa, pois


demonstra as entradas e saídas de caixa projectadas da empresa durante algum período de tempo
especificado (Brigham, Gapenski & Ehrhardt, 2001).

Olhando para os posicionamentos dos autores citados, percebe-se que o fluxo de caixa trata-se do
fluxo que o dinheiro percorre dentro da empresa, desde a sua chegada ao caixa da empresa até a
sua saída, ou seja, fluxo de caixa é o acompanhamento de todas as movimentações ocorridas no
Caixa da empresa, correspondendo ao montante de dinheiro que entrou e saiu do caixa.

As principais contas patrimoniais operacionais que possuem forte impacto no caixa são: contas a
receber, contas a pagar e estoque. Quando comprado à vista, o estoque tem forte impacto no
caixa, pois é sentido imediatamente, e quando comprado a prazo, o impacto será mediante o
pagamento da duplicata. As contas a receber são advindas das vendas a prazo e as contas a pagar
são provenientes de compras a prazo, obrigações fiscais e trabalhistas e fornecem recursos para
financiar os activos operacionais (Silva, 2006).
10
2.1.3.1. Importância do Fluxo de Caixa

Empresas de sucesso sabem que sem um fluxo de caixa, não há possibilidade de dosar o que está
sendo lucrativo ou desperdiçado em suas rotinas administrativas. Além disso, é por meio desse
fluxo de caixa que muitos investidores sentem a oportunidade ou não, de investir em determinada
empresa.

Segundo Batista (2020), a maioria dos grandes investidores só colocam o seu dinheiro em
acções quando se tem acesso aos ganhos e perdas que tal empreendimento teve durante
um período. Assim, é importante definir quais serão as categorias dos custos e dos
recebimentos. Neste caso, será possível, ao fazer uma avaliação do fluxo de caixa,
identificar pontos, gargalos e locais onde se está a perder lucratividade .

É fundamental que qualquer empresa deva ter um fluxo de caixa inteligente e muito bem
estruturado, para que possa manter sua saúde financeira.

Batista (2020) refere que uma empresa sadia financeiramente, que é sustentável e que se mantém
no mercado por muitos anos, é aquela que tem no fluxo de caixa, sua principal ferramenta de
controlo estratégico das finanças. Para isso, as empresas desenvolvem métodos específicos.
Porém, o que vem ganhando muita força com o advento da tecnologia, são os softwares que
fazem isso.

2.1.4. O processo de elaboração da demonstração de fluxos de caixa nas empresas


públicas

De acordo com Silva e Martins (2012) como consequência da insuficiência da informação


retirada do balanço e das demonstrações de resultados, no que toca aos fluxos financeiros de uma
entidade, a DFC traz uma mudança nas práticas de divulgação das demonstrações financeiras,
sendo por excepção elaborada na base de caixa.

No entanto de acordo com Caiado e Gil (2014) as informações necessárias para preparar a DFC
advêm de três principais fontes: dos balanços comparativos, da demonstração de resultados e de
outros dados complementares.

Conforme os mesmos autores, os balanços comparativos contêm informações que indicam o


montante das variações nas rubricas do activo, do passivo e do capital próprio do início para o
final do período. As informações da demonstração de resultados ajudam a determinar o montante
11
de caixa originado ou a ser utilizado pelas operações durante o período. Os outros dados
complementares são obtidos através das contas do razão e fornecem informações adicionais
detalhadas que são necessárias para determinar como o caixa e equivalentes foi provisionado ou
utilizado durante o período.

Após caracterizar as três principais fontes de informação, é importante definir as principais fases
para a elaboração da Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC). Silva e Martins (2012) e Caiado e
Gil (2014) afirmam o seguinte:

“a primeira fase de elaboração da DFC consiste na determinação da variação de


caixa e seus equivalentes. Esta é conseguida através da diferença entre o caixa
dos balanços inicial e final. A segunda fase consiste na determinação dos fluxos
de caixa por actividades. Esta fase envolve a análise da demonstração dos
resultados do período, dos balanços comparativos e ainda, de alguns dados das
operações. A terceira, e última fase, consiste na realização da demonstração de
fluxos de caixa das actividades de investimento e de financiamento. É importante
que todas as outras variações das contas do balanço sejam analisadas para
determinar o correspondente efeito em caixa” (p. 27) .

2.1.4.1. Métodos de elaboração das demonstrações de fluxo de caixa

A diferença entre a utilização do método directo e do método indirecto reside na determinação e


apresentação dos fluxos líquidos das actividades operacionais.

Na utilização do método directo a DFC demonstra todos os recebimentos e


pagamentos consequentes das actividades operacionais, permitindo aos utentes
compreender o modo de como a empresa gera e utiliza os seus meios e
pagamentos. Os mesmos autores expõem duas vias possíveis para a determinação
dos fluxos de caixa: directamente dos registos contabilísticos, mediante a adopção
de contas apropriadas, ou pelo ajustamento de rubricas da demonstração de
resultados (Caiado & Gil, 2014, p. 33).

Para Silva e Martins (2012) o método indirecto é aquele em que o resultado líquido do exercício é
ajustado de forma a excluírem-se os efeitos de transacções que não sejam dinheiro, acréscimos ou
diferimentos relacionados com recebimentos ou pagamentos passados ou futuros e contas de
rendimentos ou gastos relacionados com fluxos de caixa respeitantes às actividades de
investimento ou de financiamento.

2.1.4.2. Análise e Equilíbrio financeiro: Fundo de Maneio, Necessidade de


Fundo de Maneio e Tesouraria Líquida

12
O objectivo principal da função financeira é garantir que os fluxos monetários (entradas e saídas)
não apresentem desequilíbrios sistemáticos, uma vez que, pode colocar a entidade numa posição
desfavorável. Silva (2010), define o equilíbrio financeiro como a capacidade de satisfazer as suas
obrigações nas datas combinadas, ou seja, uma empresa encontra-se em equilíbrio financeiro
quando, de forma estável e continuada, os meios financeiros líquidos são suficientes para pagar
as dívidas que se vão vencendo.

Na mesma perspectiva, Neves (2007), define que o equilíbrio financeiro é fundamental para uma
análise da estabilidade da entidade, é um ajuste dos fluxos financeiros que tem como objectivo
garantir que a empresa reúna as condições necessárias para fazer face as dividas que se vão
vencendo, representado por liquidez.

Os indicadores de liquidez de acordo com Neves (2007) e Nabais e Nabais (2011) representam a
análise do equilíbrio financeiro a curto prazo: Fundo de Maneio (FM); Necessidade de Fundo de
Maneio (NFM) e Tesouraria Líquida (TL).

O FM representa a margem de segurança da entidade, sendo que quanto maior for a capacidade
de a organização gerar um elevado FM, mais forte será a sua estrutura financeira. Este pode ser
considerado constante no curto prazo. Segundo o autor Neves (2007), o FM é obtido pela
diferença entre os capitais permanentes e o activo fixo. Os capitais permanentes são os recursos
fixos determinados pela política de financiamento, por exemplo os empréstimos de médio e longo
prazo, e os activos fixos são o resultado das aplicações de investimento que são em função das
decisões de investimento.

Mortal (2006) por sua vez, considera que o FM tem um papel importante como indicador de
liquidez, dado que, permite avaliar a capacidade de a empresa fazer face às suas obrigações de
pagamento, numa perspectiva de curto prazo.

Pode-se dizer que as NFM estão relacionadas com as necessidades de financiamento do ciclo de
exploração, ou seja, os pagamentos que são necessários efectuar, como por exemplo,
fornecedores, outros credores, pessoal, antes de receber de clientes.

Por último, a TL resulta da diferença entre os recursos libertos pelas decisões de investimento e
financiamento a médio longo prazo (FM) e as NFM indicam aposição da TL. A análise deste
13
indicador não poder ser analisada de forma isolada, mas sim, em termos comparativos com o
próprio FM, ou seja, os montantes destes indicadores devem confrontarem-se (Menezes, 2005).

2.1.5. A demonstração de fluxos de caixa como instrumento de gestão de tesouraria


em empresas públicas

Na administração pública os gestores necessitam de instrumentos que os forneçam uma elevada


gama de informações para o desenvolvimento dos planeamentos de suas acções de governo.

Para Silva (2010) analisar o impacto das decisões operacionais na tesouraria é também uma das
tarefas do gestor financeiro, assim como as políticas de financiamento/investimento que se
referem ao médio/longo prazo, uma vez que asseguram a continuidade da empresa e a sua
sustentabilidade.

A gestão de tesouraria administra a movimentação dos recursos financeiros, que são


fundamentais para manutenção da liquidez nas operações diárias. De acordo com Santos, Ferreira
e Faria (2009, p. 76), a gestão de caixa deve existir pelas seguintes razões:

 Obter descontos dos fornecedores, tendo em vista que o custo de não os utilizar é alto;
 Manter a classificação de crédito, por meio da liquidez corrente e sua liquidez seca
alinhadas com as de outras empresas de seu sector;
 Aproveitar oportunidades de negócios favoráveis, como promoções especiais dos
fornecedores ou a chance de adquirir outra empresa;
 Enfrentar emergências como greves, incêndios ou campanhas de marketing dos
concorrentes e também para suportar quedas sazonais ou cíclicas no nível de actividade.

Neste contexto, pode-se dizer que a tesouraria tem como principal instrumento de gestão o Fluxo
de Caixa, que é utilizado para controlo e planeamento das movimentações financeiras ocorridas
num determinado horizonte de tempo. Esse instrumento pode ser estruturado de modo diário,
semanal, mensal e anual, com valores acumulados ou não. Para Gitman (2010), o fluxo de caixa é
a preocupação básica do administrador financeiro na gestão das finanças do quotidiano, em
questões de planeamento financeiro e na tomada de decisões estratégicas voltadas para a criação
de valor para os proprietários.

14
A DFC procura explicar a forma como é gerado e utilizado o dinheiro, demonstrando os fluxos de
recebimentos e de pagamentos de determinada entidade no seu exercício económico. Segundo
Nabais e Nabais (2004) a DFC dá informações sobre a formação e evolução das disponibilidades,
sobre os efeitos das decisões de gestão e qual o valor dos fluxos por ciclo operacional, de
investimentos e de financiamento.

De acordo com Oliveira (2017) a previsão dos fluxos de caixa, proporciona aos utilizadores a
informação financeira necessária para determinar a capacidade da empresa em gerar fluxos
monetários e identificar/avaliar as suas necessidades e consequentemente, escolher alternativas
que auxiliem no processo de tomada de decisão na gestão financeira da entidade. A análise dos
fluxos de caixa permite que o gestor consiga perceber a necessidade de captar um empréstimo ou
então, aplicar o excedente de caixa em operações lucrativas e proporcionar um fluxo monetário
equilibrado.

Gonçalves e Conti (2011) acrescentam que o fluxo de caixa permite também que se estimem os
valores dos influxos e exfluxos (saída de caixa) para períodos futuros, permitindo ao gestor fazer
previsões minimizando a margem de erro nas suas tomadas de decisão.

De acordo com Baptista (2021) com o fluxo de caixa em mãos o empreendedor poderia
responder:

 O quanto terá de dinheiro no curto, médio e longo prazo (previsão financeira)?


 Qual o prazo dos pagamentos?
 Qual a possibilidade de dar mais prazo com os clientes?
 Se há necessidade de renegociar prazos com os fornecedores?
 Preciso captar recursos de terceiros para financiar as actividades operacionais?
 Quanto de dinheiro tem disponível (saldo actual)?

É através do Fluxo de Caixa que o gestor consegue visualizar quais os gargalos financeiros da
empresa e quais devem ter maiores investimentos, além daqueles com gastos superiores ao
necessário. Desta forma, é possível optimizar os processos cortando custos indevidos em
determinadas áreas e direccionar recursos para outros sectores ou operações prioritárias e que
estão deficitárias (Baptista, 2021).
15
Diferente da contabilidade privada, na contabilidade aplicada aos entes públicos estatais, percebe-
se que a legislação é ainda mais presente, tendo em vista a obrigatoriedade de os gestores
públicos realizarem apenas o permitido em lei, obedecendo ao princípio da legalidade. A
legislação da contabilidade pública estatal aborda aspectos orçamentários, financeiros,
contabilísticos entre outros factores fundamentais para que os registos contabilísticos ocorram de
modo padronizado nas entidades do sector público (Gonçalves, 2010).

Conforme Manual de Contabilidade Aplicado ao Sector Público 4ª edição (MCASP) a,


"Demonstração dos fluxos de caixa tem o objectivo de contribuir para a transparência da gestão
pública, pois permite uma melhor gestão e controlo financeiro dos órgãos e entidades do sector
público" (p. 582). Com isto fica evidente que a DFC é um instrumento importante para o controlo
administrativo, pois mostrará aos gestores da entidade as entradas e saídas de caixa, se há um
excedente de caixa para novos investimentos ou a necessidade de buscar novos recursos para
cobrir a falta de dinheiro para quitar suas despesas.

Conforme MCASP a Demonstração dos Fluxos de Caixa visa analisar o desempenho financeiro
do sector público, permitindo:

 Ter uma visão da situação das finanças públicas, possibilitando efectuar comparações
entre ingressos e desembolsos por tipos de actividades (operacionais, de investimento e de
financiamento), e avaliar as decisões de investimento e financiamento público;
 Avaliar a situação presente e futura do caixa da entidade, permitindo análise de liquidez;
conhecer a capacidade de expansão das despesas com recursos próprios gerados pelas
operações;
 A análise imediata da disponibilidade e do impacto da mesma nas finanças da entidade,
quando da inserção de nova despesa na programação;
 Avaliar a previsão de quando é possível contrair novas despesas sem que isso
comprometa as finanças públicas.

2.1.6. Necessidade da gestão de tesouraria nas empresas públicas

De acordo com Gonçalves (2010) os demonstrativos exigidos pela legislação da contabilidade


pública possuem abrangência maior que aqueles do sector empresarial, pois além de
16
evidenciarem os resultados de determinado período, tem como objectivo prestar contas à
sociedade dos recursos geridos nos respectivos períodos. Dessa forma, entende-se que as
informações publicadas não se limitam às informações usualmente publicadas pelas empresas,
pois além dos balanços, as entidades públicas do sector estatal são obrigadas a divulgar
informações inerentes ao cumprimento de metas e orçamentos, bem como o acompanhamento de
despesas limitadas pela legislação.

Nesse contexto no tocante as entidades do sector público, a importância da gestão de tesouraria e


em particular a demonstração de fluxo de caixa é notável, pois os recursos geridos são de carácter
público e devem ser alocados da melhor maneira possível.

Por sua vez Mildenberger (2018) refere que dentro da grande complexidade de uma Gestão
Pública, a Tesouraria se torna um dos mais valiosos instrumentos de controlo, organização e
panejamento, todos dos dados necessários para as mais variadas tomadas de decisões dos
administradores, dependerão da exactidão dos trabalhos executados dentro da Tesouraria –
registos – lançamentos – pagamentos – apropriação correcta das fontes de recursos.

Na visão desse autor através do trabalho da Tesouraria, obtém-se a visualização das mudanças de
Activo e Passivo dentro da visão patrimonialista que traz a nova contabilidade pública, que
trouxe grandes mudanças de execução na gestão pública, através da padronização das normas
internacionais.

Entretanto, gerir uma empresa é revelar uma constante preocupação por três parâmetros
essenciais: a rendibilidade, a segurança (risco global) e o ritmo de crescimento (Menezes, 1996,
citado em Fernandes, 2014)). A gestão da tesouraria prende-se essencialmente com a ponderação
entre a rentabilidade e o risco, enquanto o ritmo de crescimento tem a ver com o investimento em
AI (Auditoria Interna).

A gestão da tesouraria trata da gestão do Activo Corrente e do Passivo Corrente (note-se que
estes incluem as necessidades e os recursos financeiros totais). Neves (2000), argumenta que esta
gestão se centra no equilíbrio financeiro, o qual resulta da harmonização entre o tempo de
transformação de activos em dinheiro e o ritmo de transformação das dívidas em exigível. E isto
só é possível através do controlo dos fluxos financeiros.

17
Hoje, dentro do sector público, para atender todas as normas legais, o modelo ideal de
tesouraria deve adoptar instrumentos de controlo de suas rotinas, como um ‘planeamento
de tesouraria’, o que permite projectar temporalmente todas as receitas e despesas de
todas as fontes de recurso, visualizando e separando por secretaria as despesas fixas e o
vencimento dos contratos a serem cumpridos (Mildenberger, 2018, p. 1).

No que diz respeito a entidades públicas, Andrade (2002, p. 128) afirma o seguinte:

O processo de planeamento económico e financeiro das entidades públicas passa


invariavelmente pela gestão das contas Caixa e Bancos. É notório que essas duas contas
têm evidentes provas de liquidez, estando por isso no rol das mais importantes para a
entidade pública, figurando inclusive, no ápice do plano de contas governamental.

Perante Menezes (1996, citado em Fernandes, 2014), pode-se resumir as quatro regras de gestão
de tesouraria(GT):

 Reduzir, no máximo possível as disponibilidades totais.


 Receber dos clientes o mais rapidamente possível, mas sem prejudicar a rendibilidade, o
nível de actividade da empresa e a sua quota de mercado.
 Acelerar, no máximo possível, a rotação dos diversos stocks, mas sem prejuízo dos ritmos
normais de aprovisionamento, produção e comercialização. Atrasar, no máximo possível,
os pagamentos aos fornecedores correntes, mas sem afectar a rendibilidade e a imagem da
empresa.

2.2. Revisão Empírica

Campos (2014) realizou um estudo no Brasil sobre a demonstração do fluxo de caixa como
importante instrumento de avaliação da gestão pública, onde destaca que o planeamento e
equilíbrio são palavras de ordem e que irão garantir a evolução de uma gestão eficiente voltada
não só para o foco orçamentário, mas para o desempenho financeiro, a capacidade de expansão,
de responsabilização dos compromissos assumidos, evitando um endividamento e um déficit
público que não permitirá o cumprimento das metas e directrizes estabelecidas pelo Plano
Plurianual, pela Lei de Directrizes Orçamentárias e pelo Orçamento Anual, instrumentos
balizadores das acções públicas.

Acrescentou dizendo que inúmeras vantagens foram demonstradas ao longo do seu estudo sobre a
utilização periódica do fluxo de caixa de maneira, e resumidamente pode-se entender que é

18
empregar da melhor forma possível os recursos financeiros disponíveis para as entidades
públicas. No caso prático ficou claro que não existe tal acompanhamento, motivo esse que
comprova uma dura realidade brasileira, que com o passar dos anos a dívida pública nas
entidades, só aumentam devido talvez a uma falta de cultura ou até zelo com a coisa pública.

2.2.1. Fluxo de caixa como ferramenta de gestão financeira

De acordo com Silva e Neiva (2000) no estudo feito no Brasil sobre O fluxo de caixa como
ferramenta de gestão financeira e estratégia nas empresas, afirma que o propósito da
Demonstração dos Fluxos de Caixa é propiciar informações sobre os recebimentos e pagamentos
de uma empresa durante determinado período. Secundariamente, objectiva prover ao usuário
discernimento sobre os investimentos e actividades financeiras da empresa. Mais
especificamente, a Demonstração do Fluxo de Caixa pode ajudar investidores e credores a avaliar
a capacidade da empresa de gerar fluxo futuro de caixa positivo, saldar as obrigações e pagar
dividendos.

Na visão desses autores, por intermédio da Demonstração do Fluxo de Caixa, a empresa relata
informações para o usuário acerca da origem do caixa gerado e como esse caixa foi consumido.
Além de suas próprias operações, isto é, manufactura, compra e venda de bens ou prestação de
serviços a empresa pode gerar caixa pela venda de activos, emissão de acções, contratação de
empréstimos e financiamentos, entre outros. O uso das informações contidas na Demonstração do
Fluxo de Caixa, conjuntamente com as demais demonstrações contabilísticos, pode ser uma
ferramenta eficaz para a avaliação da liquidez, solvência e flexibilidade financeira da empresa.

Por outro lado, é importante ressaltar que o fluxo de caixa também apresenta suas limitações.
Uma delas é a incapacidade de fornecer informações precisas sobre o lucro e sobre os custos dos
produtos da empresa. Isto porque as apurações e demonstrações são realizadas pelo regime de
caixa e não pelo regime de competência. Porém, o fluxo de caixa é um instrumento de controlo e
análise financeira que juntamente com as demais demonstrações (Silva & Neiva, 2000).

Fernandes (2014) no seu estudo sobre Gestão da Tesouraria: Natureza e Origens dos Problemas
de Gestão de Tesouraria – Caso Electra, SARL, realizado em Cabo Verde, refere que a Gestão de
tesouraria é uma área bastante sensível e problemática e a sua má gestão pode levar à insolvência
ou até mesmo a falência das empresas. A insolvência/ falência das empresas pode ser solucionada
19
através de uma gestão da tesouraria eficiente e eficaz. Contudo, reconhece que esta é uma prática
difícil de se realizar, pois, existem problemas constantes de tesouraria, caracterizados pelas
difíceis situações em que a empresa se encontra. Por essa razão, e para preparar as bases para as
soluções dos problemas, torna-se crucial averiguar o tipo de problemas assim como suas origens.

Este autor analisou o FM, NFM e a TL e verificou um desequilíbrio financeiro causado por
insuficiência de capitais permanentes no financiamento do activo fixo perigando o seu equilíbrio
financeiro. A regra de equilíbrio mínimo não se verifica. As necessidades de fundo de maneio
eram também negativas, inferiores ao fundo de maneio, donde a empresa teve que recorrer aos
financiadores para obter e recursos para as suas necessidades correntes e também para o
financiamento dos investimentos, que foi, tanto com recursos de médio e longo prazo, como
também utilizou recursos de curto prazo.

Pestana (2014) afirma que no anterior referencial contabilístico português, a DC 14 de Julho de


1993, tal como a IAS 7, prevê duas formas de elaboração da DFC: pelo método directo ou pelo
método indirecto. Posteriormente, o legislador do SNC eliminou a apresentação da DFC pelo
método indirecto devido ao facto do método directo proporcionar informações mais detalhadas e
completas. Assim, reconhece-se uma das divergências entre a IAS 7 e a NCRF 2.

2.3. Revisão focalizada

Esta componente visa abordar sobre pesquisas desenvolvidas em Moçambique que estão
relacionadas com a pesquisa temática de investigação.

De acordo com o Decreto 70/2009 de 22 de Dezembro a informação dos fluxos de caixa


proporciona aos utilizadores das demonstrações financeiras a base para a avaliação da capacidade
da entidade para gerar caixa e equivalentes de caixa e das necessidades dessa entidade em utilizar
esses fluxos. A NCRF 2 – Demonstração de fluxos de caixa, estabelece os requisitos para a
apresentação e a divulgação dos fluxos de caixa. O objectivo desta Norma é o de exigir a
prestação de informação sobre as alterações históricas em caixa e equivalentes de caixa de uma
entidade através de uma demonstração de fluxos de caixa que classifique esses fluxos durante o
período por actividades operacionais, actividades de investimento e actividades de financiamento.

20
Segundo a NCRF 2 do Decreto 70/2009 a informação sobre os fluxos de caixa de uma entidade é
útil ao proporcionar aos utilizadores uma base para avaliarem a capacidade da entidade em gerar
caixa e equivalentes de caixa e para avaliarem as necessidades da entidade quanto à utilização
desses fluxos de caixa.

Uma demonstração de fluxos de caixa, quando usada em conjunto com as restantes


demonstrações financeiras, proporciona informação que permite aos utilizadores avaliarem as
alterações nos activos líquidos de uma entidade, a sua estrutura financeira (incluindo a sua
liquidez e solvabilidade) e a sua capacidade para afectar as quantias e os períodos dos fluxos de
forma a adaptarem-se às alterações das circunstâncias e às oportunidades (NCRF 2 do Decreto
70/2009).

A informação histórica de fluxos de caixa é muitas vezes usada como um indicador da quantia,
período e grau de certeza dos fluxos de caixa futuros. É também usada para verificar a correcção
de avaliações passadas dos fluxos de caixa futuros e para examinar a relação entre a rendibilidade
e o fluxo de caixa líquido bem como o impacto das alterações dos preços (NCRF 2 do Decreto
70/2009).

Todavia, de acordo com o parágrafo 1 da NCRF (Normas Contabilísticas de Relato Financeiro) 2


citada em Pestana (2014), os fluxos de caixa devem ser classificados de acordo com o tipo de
actividade que os originou. Os fluxos de caixa apresentados na DFC são classificados por três
categorias: as actividades operacionais, as actividades de investimento e as actividades de
financiamento. De forma a entender-se melhor estas três categorias é necessário transcrever a sua
definição através da informação obtida no parágrafo 3 da NCRF 2:

 Actividades operacionais: são as principais actividades produtoras de rédito da entidade e


outras actividades que não sejam de investimento ou de financiamento.
 Actividades de investimento: são a aquisição e alienação de activos a longo prazo e de
outros investimentos não incluídos em equivalentes de caixa.
 Actividades de financiamento: são as actividades que têm como consequência alterações
na dimensão e composição de capital próprio contribuído e nos empréstimos obtidos pela
entidade.

21
Mafumo (2012) realizou um estudo sobre sistema de controlo interno sobre a gestão de tesouraria
que teve como objecto de estudo os Aeroportos de Moçambique, E.P (ADM), onde fez um estudo
de caso e bibliográfico, recorrendo a um questionário que foi distribuído aos participantes.

Segundo este autor o processo de gestão de tesouraria nos ADM, está relacionado com
procedimentos que são levados acabo em operações de recebimentos (toda a transacção de
entrada de valores na empresa, em numerário ou documentos, desde que devidamente
certificados, reconhecidos e conferidos como originais) e operações de pagamentos (toda a
transacção que envolve saída de valores da empresa, querem numerário ou documentos).

E acrescenta que as medidas de controlo interno para recebimentos nos ADM são verificadas
com exactidão, mas no passado aconteceu que certas cobranças feitas (exactamente no
Aeródromo de Inhaca) eram depositadas em contas não controladas pelos ADM, mas a mesma
situação foi colmatada graças ao trabalho dos auditores enviados da sede. Outra situação
constatada durante a realização do trabalho, tem a ver com o atraso no envio dos comprovativos
de depósitos por parte dos Aeródromos/Aeroportos, sendo que esta situação faz com que a nível
da sede apresentem créditos não contabilizados por falta do respectivo suporte. A despesa é
realizada mediante a emissão do Pedido de Adiantamento de fundos pelo requisitante e
consequente verificação do cabimento de verba e aprovação da compra pelo Chefe dos Serviços
Administrativos. O Director do ARP/ARD ou o Chefe dos Serviços Administrativos é que deve
aprovar o pagamento conforme os limites de competência. Uma vez aprovado o pagamento, a
tesouraria emite o cheque para assinatura e pagamento ao fornecedor. Dos aspectos retirados das
entrevistas, constata-se um acompanhamento dos procedimentos por parte dos gestores, em
conformidade ao prescrito no Manual de Procedimentos Financeiros dos ADM.

22
CAPÍTULO III: METODOLOGIA DE PESQUISA
3. Metodologia

Neste capítulo apresenta-se o resumo dos aspectos metodológicos que norteiam o presente
trabalho, pretendendo-se, no entanto, dar uma visão sobre o tipo de pesquisa que foi levada a
cabo no trabalho, os participantes privilegiados na pesquisa, as técnicas de recolha de dados,
modelo de análise e interpretação de dados bem como os aspectos éticos observados
rigorosamente ao longo da pesquisa do tema ora abordado.

3.1. Quanto à Natureza

Olhando para sua natureza, o presente estudo é de característica aplicada, pois visa solucionar um
problema específico. Tal como defende Lundin (2016), a pesquisa aplicada tem como propósito
gerar conhecimentos para uma aplicação prática dirigidos a solução de problemas específicos.
Envolve, normalmente, mais assuntos e interesses específicos/Locais.

Pesquisa aplicada (pt-BR) ou investigação aplicada (pt) segundo Tumelero (2019) tem como
conceito ser o método científico específico que envolve a aplicação prática da ciência. Segundo
este autor, esse tipo de pesquisa é útil para encontrar soluções para problemas quotidianos,
geralmente direccionado para a um problema prático.

3.2. Quanto à abordagem

Por ser um estudo que focou-se em conhecimentos teóricos e a não utilização de instrumentos
estatísticos na análise dos dados, a presente pesquisa classifica-se como sendo qualitativa, pois
visa fundamentalmente analisar a Gestão de Tesouraria em empresas do sector público através da
aplicabilidade da demonstração de fluxos de caixa.

Segundo Mathias (2016) a pesquisa qualitativa é mais difícil de definir, mas de maneira simples,
o foco dela é entender o comportamento do consumidor,  ao invés de mensurar / medir. Por isso,
esse método de pesquisa não apresenta resultados em números exactos, e a colecta de dados pode
ser feita de maneiras variadas, como por exemplo por meio de grupos de discussão (focus
groups), entrevistas qualitativas individuais em profundidade e observação de comportamentos
(Mathias, 2016).
23
De acordo com Tatiana e Denise (2009 p. 31), “os pesquisadores que utilizam os métodos
qualitativos buscam explicar o porquê das coisas, exprimem quantificam os valores e as trocas
simbólicas nem se submetem à prova de factos, pois os dados analisados são não-métricos
(suscitados e de interacção) e se valem de diferentes abordagens”.

Moreira (2002) apresenta algumas características básicas da pesquisa qualitativa:

 Um foco na interpretação, em vez de na quantificação;


 Ênfase na subjectividade, em vez de na objectividade;
 Flexibilidade no processo de conduzir a pesquisa;
 Orientação para o processo e não para o resultado;
 Preocupação com o contexto;
 Reconhecimento do impacto do processo de pesquisa sobre a situação de pesquisa.

3.3. Quanto aos objectivos

Quanto aos objectivos classifica-se como pesquisa exploratória. A pesquisa exploratória é, em


geral, a fase inicial de uma pesquisa mais ampla. Nela, o pesquisador busca se familiarizar com o
fenómeno que será estudado. É comum que o objecto de estudo ainda não esteja definido. Ela, na
verdade, serve para guiar o pesquisador rumo a uma hipótese (Priscila, 2019).

De acordo com Tumelero (2019), a pesquisa exploratória é uma metodologia que costuma
envolver levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas
com o problema pesquisado e análise de exemplos que estimulem a compreensão.

3.4. Quanto aos procedimentos técnicos

Para a materialização do presente estudo foram usados os seguintes procedimentos: Pesquisa


Bibliográfica, Estudo de caso e Pesquisa Documental. Como expõe Gil (2002) os procedimentos
técnicos permitem o delineamento da investigação empírica, sendo divididos em dois grupos,
quais sejam: aqueles que se valem de fontes de papel e aqueles cujos dados são fornecidos por
pessoas. E integram o primeiro grupo, a pesquisa bibliográfica e documental e, por sua vez, o
segundo grupo é composto por pesquisa experimental, ex-post-facto, survey, estudo de caso,
pesquisa-ação e pesquisa participante.
24
3.4.1. Pesquisa Bibliográfica

A escolha deste procedimento foi motivada pela necessidade de se pretender recorrer a


informações patentes nas literaturas já existentes, manuais que abordam a temática de gestão de
tesouraria e fluxo de caixa. Tal como refere Fonseca (2002, p. 44) “qualquer trabalho científico
inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se
estudou sobre. Existem, porém, pesquisas científicas que se baseiam unicamente na pesquisa
bibliográficas, procurando referencias teóricas publicadas com o objectivo de recolher
informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeita do qual se procura.

Segundo Fonseca (2002) qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica,
que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre. Existem, porém, pesquisas
científicas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando referências teóricas
publicadas com o objectivo de recolher informações ou conhecimentos prévios sobre o problema
a respeito do qual se procura.

A pesquisa bibliográfica é um procedimento exclusivamente teórico, compreendida como a


junção, ou reunião, do que se tem falado sobre determinado tema (Tumelero, 2019).

3.4.2. Estudo de caso

Gil (2002) diz que consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objectos, de maneira
que permita seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante outras
metodologias, sendo esta uma modalidade de pesquisa utilizada nas ciências sociais e
biomédicas, o mesmo autor explícita que essa modalidade pode ser dividida em várias etapas
como: formulação do problema, definição da unidade/caso, determinação do número de casos,
elaboração do protocolo, colecta de dados, avaliação e análise dos dados e preparação do
relatório.

A escolha desse procedimento, baseou-se na capacidade que o mesmo tem de fornecer o


conhecimento aprofundado de uma realidade delimitada que os resultados atingidos podem
permitir e formular hipóteses para o encaminhamento de outras pesquisas.

De acordo com Yin (2005) em estudos de casos, são especialmente importantes cinco
componentes de um projecto de pesquisa:
25
 As questões de um estudo;
 Suas proposições;
 Sua unidade de análise;
 A lógica que une os dados às proposições;
 Os critérios para interpretar as constatações.

3.4.3. Pesquisa documental

O uso desta técnica permitiu obter informações e dados exclusivos da instituição em estudo que
foram relevantes para a pesquisa como foi o caso das demonstrações de fluxo de caixa, normas de
funcionamento do departamento de administração e finanças, as demonstrações de resultados,
entre outros. Segundo Gil (2002) na pesquisa documental a natureza das fontes, são materiais que
não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo
com os objectivos da pesquisa que podem ser documentos de arquivos, relatório de empresas, etc.

3.5. Técnicas de recolha de dados

Para o alcance dos objectivos propostos pela pesquisa, o estudo teve como suporte a entrevista
semi-estruturada, observação não participante e por último a pesquisa documental.

3.5.1. Entrevistas

Segundo Prodanov e Freitas (2013) na entrevista não padronizada ou não estruturada não existe
rigidez de roteiro; o investigador pode explorar mais amplamente algumas questões, tem mais
liberdade para desenvolver a entrevista em qualquer direcção. Em geral, as perguntas são abertas.
Na visão de Koche (2012) é a conversa formal ou informal que o pesquisador mantém com os
participantes de modo a recolher os dados que precisa, e esta entrevista pode ser estruturada
assim como semi-estruturada.

A escolha desta técnica de recolha de dados permitiu realizar entrevistas em algum momento
informais, que permitiram facilitar a obtenção de melhores informações para materialização do
estudo.

3.5.2. Observação não participante

26
Segundo Gil (2002) observação é um instrumento de pesquisa utilizada para colecta de dados
subjectivos, sendo considerada uma das melhores técnicas para entender o comportamento
humano. Nela o investigador tem que imergir como sujeito na pesquisa.

Percebe-se que na observação não participante o investigador assume o papel de observador


exterior, não tomando assim qualquer iniciativa no evoluir das situações que observa.

3.6. População do estudo

Na visão de Tybel (2017) a população na pesquisa é um conjunto completo de elementos que


possuem um parâmetro comum. A população de pesquisa não precisa ser necessariamente
humana. Pode ser qualquer colecta de dados que tenha um parâmetro comum, como o número
total de lojas de animais em uma cidade o universo ou população da pesquisa é caracterizado pela
definição da área ou população/alvo, descrevendo a quantidade de pessoas que actuam na
pesquisa.

Assim como reforçam as pesquisadoras Marconi e Lakatos (2003), universo ou população é o


conjunto de seres animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma característica em
comum. Seguindo os posicionamentos desses autores, considera-se população dessa pesquisa
todos os funcionários da EDM na Cidade de Pemba.

3.7. Amostra ou Participantes do estudo


3.7.1. Amostra/Participantes

De acordo com vergara (2010), amostra ou população amostral, é uma parte do universo
escolhida segundo algum critério de representatividade. Já Tybel (2017) acrescenta que amostra
pesquisada é uma parcela da população que será utilizada em uma pesquisa de opinião. Esta parte
da população pode ser descrita também como uma parte da população que tem alguma
característica em comum.

De maneira mais perceptível, pode-se dizer que uma amostra é um subgrupo ou subconjunto da
população, que pode ser estudado para investigar as características ou o comportamento dos
dados populacionais.

27
Esse tipo de amostra pesquisada é muito comum quando é necessário fazer algum tipo de
pesquisa de opinião (Tybel, 2017). Partindo do princípio de que amostra é um subconjunto
representativo, a presente pesquisa contou com uma amostra de cinco (5) elementos, todos
funcionários da EDM nas áreas de planificação e desenvolvimento e administração e finanças.

TABELA 1: PARTICIPANTES

Ordem Departamento Nr de Entrevistados Código


1 Administração e finanças 1 R1
2 Planificação e desenvolvimento 1 R2
3 Planificação e desenvolvimento 1 R3
4 Administração e finanças 1 R4
5 Administração e finanças 1 R5

Fonte: Adaptação da Autora (2021)

3.8. Técnicas e Instrumentos de Análise de Dados

Neste estudo foi utilizada a técnica de análise de conteúdo, já que a análise de conteúdo é uma
técnica de análise de dados rica, importante e adequada para pesquisa qualitativa. Tal como
referem Mozzat e Grzybovski (2011) a análise de conteúdo é uma técnica refinada, que exige
muita dedicação, paciência e tempo do pesquisador, o qual tem de se valer da intuição,
imaginação e criatividade, principalmente na definição de categorias de análise. Para tanto,
disciplina, perseverança e rigor são essenciais.

Bardin (2006, p. 38) refere que a análise de conteúdo consiste em: um conjunto de técnicas de
análise das comunicações, que utiliza procedimentos sistemáticos e objectivos de descrição do
conteúdo das mensagens. A intenção da análise de conteúdo é a inferência de conhecimentos
relativos às condições de produção (ou eventualmente, de recepção), inferência, esta que recorre
a indicadores (quantitativos ou não).

Desta feita, foram compiladas três (3) categorias alinhadas aos objectivos específicos e treze (13)
subcategorias alinhadas às questões do guião de entrevista.

28
CAPÍTULO IV: ANALISE E INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS

4. Analise e interpretação de resultados

Neste capítulo fez-se o levantamento, a análise e a interpretação dos dados colhidos através da
entrevista feita aos colaboradores da EDM.

4.1. Descrição da empresa

4.1.1. Dados primários da pesquisa


A EDM é a empresa moçambicana com a nobre e desafiante missão de levar energia eléctrica
para todos os pontos de Moçambique. Trata-se, efectivamente, de uma gratificante missão esta de
instituição pilar para o desenvolvimento do País, daí o slogan Iluminando a Transformação de
Moçambique.

A EDM herdou um património constituído por equipamento das mais variadas origens, modelos e
tipos, em estado precário, e salvo raras excepções, sem aprovisionamento de peças sobressalentes
necessárias e adequadas. Ao mesmo tempo, a competência e capacidade profissional eram
limitadas e os poucos técnicos qualificados existentes começaram a abandonar a Empresa. Foi
criada em 27 de Agosto de 1977, há sensivelmente dois anos depois da independência de
Moçambique. O seu objectivo era o estabelecimento e a exploração do serviço público de
Produção, Transporte e Distribuição de energia eléctrica.

Ao longo dos 44 anos da sua criação, todo o seu comprometimento, concentração e recursos tem
sido empregue no prosseguimento deste desiderato nacional. Como resultado deste engajamento,
hoje, encontram-se interligadas à Rede Eléctrica Nacional, 151 das 154 Sedes Distritais
existentes no País, estando as restantes três em processo de conclusão. Dos 431 Postos
Administrativos, 258 (60%) estão electrificados e outros 14 têm projectos em curso para os
electrificar. Ficam, assim, 159 Postos Administrativos (37%) por electrificar; o que o faremos
proximamente.

A Estrutura da EDM-E.P. organiza-se em quatro funções de comando em que há


responsabilidade funcional e controlo directo entre os Administradores e os seus Pelouros. Com
29
esta estrutura pretende-se assegurar a autonomia e descentralização operacionais necessárias a um
funcionamento dinâmico, permitindo, por outro lado, reduzir o peso operacional da função dos
Administradores fazendo com que estes se ocupem com assuntos estratégicos dos negócios da
Empresa.
Com a mudança do modo de gestão da Empresa, iniciou-se um trabalho de reorganização,
tomando em consideração os principais problemas, preocupações e constrangimentos de cada
momento, perspectivas e desafios bem como as orientações definidas para o sector eléctrico no
quadro do plano quinquenal do Governo.

As atenções focalizaram-se na reabilitação das infra-estruturas danificadas durante a guerra, na


melhoria da qualidade do serviço e na rentabilização económica e financeira da Empresa.

4.2. Apresentação e categorização de dados

Tendo em vista o desenvolvimento e concretização do presente estudo foram compiladas três


categorias, nomeadamente: Categoria A, Categoria B e Categoria C.

4.2.1. Categoria A: processo de elaboração da demonstração de fluxos de caixa na


EDM

Nesta categoria enquadram-se todos aspectos (perguntas e respostas) que visam descrever
processo de elaboração da demonstração de fluxos de caixa na EDM. E para sua efectivação foi
dividida em seis (6) subcategorias:

Subcategoria A1: Qual é o sector responsável pela Contabilidade na sua empresa?

[…] “Departamento de Administração e Finanças – DAF” (R1; R2; R3; R4; R5).

Subcategoria A2: Quais instrumentos financeiros são actualmente utilizados na sua empresa?

[…] “Os principais instrumentos financeiros utilizados pela EDM são Controlo
de Estoque, Controlo de Contas a Receber e a Pagar, Fluxo de Caixa e Balanço
Patrimonial” (R1; R5).

30
Subcategoria A3: A empresa possui uma contabilidade organizada que permite a elaboração das
Demonstrações de fluxo de caixa?

[…] “Sim” (R1; R3; R5)

[…] “Já que temos um departamento que vela pela contabilidade, então posso
afirmar que a nossa contabilidade é organizada o suficiente” (R4)

Subcategoria A4: Com que periodicidade são elaboradas as demonstrações de fluxo de caixa?

[…] “Por ser uma empresa pública é obrigada por lei a divulgar a DFC todo
trimestre” (R2).

[…] “Além da DFC ser apresentada de maneira trimestral, ela também é


apresentada de maneira acumulada em seis meses” (R1).

[…] “Ao final de cada ano as empresas divulgam a DFC anual, compreendendo o
período de 12 meses” (R5).

Subcategoria A5: Quais são os principais utilizadores da DFC na sua empresa?

[…] “O governo, os investidores, os financiadores e os funcionários da EDM”


(R1; R2; R3; R4; R5).

Subcategoria A6: Quais são os modelos que usam?

[…] “Utilizamos um modelo que permite efectuar as operações diárias para


apresentar os resultados trimestralmente” (R1).

[…] “Fluxo de caixa livre e fluxo de caixa directo” (R2; R4).

4.2.2. Categoria B: relação existente entre a gestão de tesouraria e a demonstração


de fluxos de caixa em empresas do sector público

31
Nesta categoria enquadram-se todos aspectos (perguntas e respostas) que visam descrever relação
existente entre a gestão de tesouraria e a demonstração de fluxos de caixa em empresas do sector
público. E para sua efectivação foi dividida em quatro (4) subcategorias:

Subcategoria B1: Sendo uma empresa publica que instrumentos usa na gestão de tesouraria?

[…] “A gestão de tesouraria é acompanhada pelo planeamento do fluxo de caixa,


gestão de recursos e acompanhamento de contas e encargos” (R1; R4).

[…] “Quanto a gestão de tesouraria recorre-se a actividades que rotina, que são:
Controle diário de todas saídas e entradas, controlo das vendas, controlo
bancário e controlo mensal das despesas e contas a pagar” (R5).

Subcategoria B2: A demonstração de fluxo de caixa tem ajudado a sua empresa na gestão de
tesouraria?

[…] “Sim” (R1; R2; R3; R4; R5).

Subcategoria B2.1. Em caso afirmativo, de que forma? Ou de que forma a demonstração de fluxo
de caixa ajuda na gestão de tesouraria da sua entidade?

[…] “A demonstração de fluxo de caixa ajuda na gestão de tesouraria da empresa


na medida em que ela permite monitorar as entradas e saídas, que inclui os
pagamentos e a previsão das vendas” (R4; R5).

Subcategoria B3: Qual a principal contribuição que a demonstração de fluxo de caixa traz para a
sua empresa?

[…] “O fluxo de caixa traz detalhes do que foi gasto e recebido” (R2; R3).

[…]“Com os demonstrativos de fluxo de caixa é possível compreender a saúde


financeira do negócio” (R4).

[…] “A demonstração de fluxo contribui para acompanhar a movimentação dos


recursos da empresa, desempenhando um papel imprescindível no controlo da
parte financeira” (R1; R5).
32
Subcategoria B4ː Acredita que as demonstrações de fluxo de caixa permitem identificar as fontes
de financiamento mais relevantes para evitar um possível défice de tesouraria?

[…] “Sim” (R5)

Subcategoria B4.1ː Caso a sua resposta seja afirmativa, descreva essas fontes.

[…] “Crédito de fornecedores e Credito bancário, exemplo de descoberto de


conta de depósito à ordem” (R5).

4.2.3. Categoria C: necessidade da gestão de tesouraria nas empresas públicas

Nesta categoria enquadram-se todos aspectos (perguntas e respostas) que visam descrever
necessidade da gestão de tesouraria nas empresas públicas. E para sua efectivação foi dividida em
três (3) subcategorias:

Subcategoria C1: Que procedimentos de gestão de tesouraria a empresa adopta?

[…] “Os procedimentos de gestão de tesouraria a empresa adoptados pela


empresa são: acompanhamento das actividades financeiras para garantir que os
pagamentos e recebimentos estejam dentro do prazo, documentar as saídas e
entradas através do fluxo de caixa, reconciliação bancária” (R5)

Subcategoria C2: Quais as componentes de gestão de tesouraria que acredita que trazem
vantagens a sua empresa?

[…] “Todos os componentes são importantes, mas é importante destacar as


Demonstrações de Fluxo de Caixa” (R5).

Subcategoria C3: Existe algum instrumento específico de gestão de tesouraria que acredita ser
próprio de instituições públicas?

[…] “Nenhum em especial, pois todos são aplicáveis” (R5).

33
34
CAPÍTULO V: DISCUSSÃO DE RESULTADOS

5. Introdução
Neste capítulo fez-se a conjugação dos dados colhidos a partir da entrevista feita aos
colaboradores da EDM, com os dados adquiridos a partir da observação não participante,
pesquisa documental e a revisão de literatura com vista a formular as considerações finais.

5.1. Categoria A: processo de elaboração da demonstração de fluxos de caixa na


EDM

Em relação ao processo de elaboração da demonstração de fluxos de caixa na EDM os dados da


pesquisa mostram que os principais instrumentos financeiros utilizados pela EDM são Controlo
de Estoque, Controlo de Contas a Receber e a Pagar, Fluxo de Caixa e Balanço Patrimonial, os
principais utilizadores da DFC são o governo, os investidores, os financiadores e os funcionários
da EDM e os modelos de demonstrativos de fluxo que a empresa utiliza são Fluxo de caixa livre
e fluxo de caixa directo e um modelo que permite efectuar as operações diárias para apresentar os
resultados trimestralmente.

De acordo com Silva e Martins (2012) como consequência da insuficiência da informação


retirada do balanço e das demonstrações de resultados, no que toca aos fluxos financeiros de uma
entidade, a DFC traz uma mudança nas práticas de divulgação das demonstrações financeiras,
sendo por excepção elaborada na base de caixa.

No entanto de acordo com Caiado e Gil (2014) as informações necessárias para preparar a DFC
advêm de três principais fontes: dos balanços comparativos, da demonstração de resultados e de
outros dados complementares.

Conforme os mesmos autores, os balanços comparativos contêm informações que


indicam o montante das variações nas rubricas do activo, do passivo e do capital
próprio do início para o final do período. As informações da demonstração de
resultados ajudam a determinar o montante de caixa originado ou a ser utilizado
pelas operações durante o período. Os outros dados complementares são obtidos
através das contas do razão e fornecem informações adicionais detalhadas que são
necessárias para determinar como o caixa e equivalentes foi provisionado ou
utilizado durante o período (p. 50)
35
Pestana (2014) afirma que no anterior referencial contabilístico português, a DC 14 de Julho de
1993, tal como a IAS 7, prevê duas formas de elaboração da DFC: pelo método directo ou pelo
método indirecto.

Na utilização do método directo a DFC demonstra todos os recebimentos e


pagamentos consequentes das actividades operacionais, permitindo aos utentes
compreender o modo de como a empresa gera e utiliza os seus meios e
pagamentos. Os mesmos autores expõem duas vias possíveis para a determinação
dos fluxos de caixa: directamente dos registos contabilísticos, mediante a adopção
de contas apropriadas, ou pelo ajustamento de rubricas da demonstração de
resultados (Caiado & Gil, 2014, p. 33).

5.2. Categoria B: relação existente entre a gestão de tesouraria e a demonstração


de fluxos de caixa em empresas do sector público
A gestão de tesouraria administra a movimentação dos recursos financeiros, que são
fundamentais para manutenção da liquidez nas operações diárias. De acordo com Santos, Ferreira
e Faria (2009, p. 76), a gestão de caixa deve existir pelas seguintes razões:

 Obter descontos dos fornecedores, tendo em vista que o custo de não os utilizar é alto;
 Manter a classificação de crédito, por meio da liquidez corrente e sua liquidez seca
alinhadas com as de outras empresas de seu sector;
 Aproveitar oportunidades de negócios favoráveis, como promoções especiais dos
fornecedores ou a chance de adquirir outra empresa;
 Enfrentar emergências como greves, incêndios ou campanhas de marketing dos
concorrentes e também para suportar quedas sazonais ou cíclicas no nível de actividade.

Neste contexto, pode-se dizer que a tesouraria tem como principal instrumento de gestão o Fluxo
de Caixa, que é utilizado para controlo e planeamento das movimentações financeiras ocorridas
num determinado horizonte de tempo. Esse instrumento pode ser estruturado de modo diário,
semanal, mensal e anual, com valores acumulados ou não. Para Gitman (2010), o fluxo de caixa é
a preocupação básica do administrador financeiro na gestão das finanças do quotidiano, em
questões de planeamento financeiro e na tomada de decisões estratégicas voltadas para a criação
de valor para os proprietários.

36
Todavia, no que diz respeito a relação existente entre a gestão de tesouraria e a demonstração de
fluxos de caixa em empresas do sector público os dados da pesquisa mostram que a gestão de
tesouraria na EDM é acompanhada pelo planeamento do fluxo de caixa, gestão de recursos e
acompanhamento de contas e encargos. E questionados de que forma a demonstração de fluxo de
caixa ajuda na gestão de tesouraria da sua entidade, os entrevistados referiram que a
demonstração de fluxo de caixa ajuda na gestão de tesouraria da empresa na medida em que ela
permite monitorar as entradas e saídas, que inclui os pagamentos e a previsão das vendas.

Esses dados da pesquisa, estão de acordo com a visão de Nabais e Nabais (2004), segundo eles a
DFC dá informações sobre a formação e evolução das disponibilidades, sobre os efeitos das
decisões de gestão e qual o valor dos fluxos por ciclo operacional, de investimentos e de
financiamento.

Por sua vez Oliveira (2017) acrescenta que a previsão dos fluxos de caixa, proporciona aos
utilizadores a informação financeira necessária para determinar a capacidade da empresa em
gerar fluxos monetários e identificar/avaliar as suas necessidades e consequentemente, escolher
alternativas que auxiliem no processo de tomada de decisão na gestão financeira da entidade. A
análise dos fluxos de caixa permite que o gestor consiga perceber a necessidade de captar um
empréstimo ou então, aplicar o excedente de caixa em operações lucrativas e proporcionar um
fluxo monetário equilibrado.

Já para Gonçalves e Conti (2011) o fluxo de caixa permite também que se estimem os valores dos
influxos e exfluxos (saída de caixa) para períodos futuros, permitindo ao gestor fazer previsões
minimizando a margem de erro nas suas tomadas de decisão.

No entanto, seguindo a mesma linhagem de raciocínio, Baptista (2021) refere que com o fluxo de
caixa em mãos o empreendedor poderia responder:

 O quanto terá de dinheiro no curto, médio e longo prazo (previsão financeira)?


 Qual o prazo dos pagamentos?
 Qual a possibilidade de dar mais prazo com os clientes?
 Se há necessidade de renegociar prazos com os fornecedores?
 Preciso captar recursos de terceiros para financiar as actividades operacionais?
37
 Quanto de dinheiro tem disponível (saldo actual)?

É através do Fluxo de Caixa que o gestor consegue visualizar quais os gargalos financeiros da
empresa e quais devem ter maiores investimentos, além daqueles com gastos superiores ao
necessário. Desta forma, é possível optimizar os processos cortando custos indevidos em
determinadas áreas e direccionar recursos para outros sectores ou operações prioritárias e que
estão deficitárias (Baptista, 2021).

5.3. Categoria C: necessidade da gestão de tesouraria nas empresas públicas


Para Gonçalves (2010) os demonstrativos exigidos pela legislação da contabilidade pública
possuem abrangência maior que aqueles do sector empresarial, pois além de evidenciarem os
resultados de determinado período, tem como objectivo prestar contas à sociedade dos recursos
geridos nos respectivos períodos. Dessa forma, entende-se que as informações publicadas não se
limitam às informações usualmente publicadas pelas empresas, pois além dos balanços, as
entidades públicas do sector estatal são obrigadas a divulgar informações inerentes ao
cumprimento de metas e orçamentos, bem como o acompanhamento de despesas limitadas pela
legislação.

Nesse contexto no tocante as entidades do sector público, a importância da gestão de tesouraria e


em particular a demonstração de fluxo de caixa é notável, pois os recursos geridos são de carácter
público e devem ser alocados da melhor maneira possível.

E quanto a necessidade da gestão de tesouraria nas empresas públicas, os entrevistados quando


questionados sobre que procedimentos de gestão de tesouraria a empresa adopta, responderam
que a empresa efectua um acompanhamento das actividades financeiras para garantir que os
pagamentos e recebimentos estejam dentro do prazo, documentar as saídas e entradas através do
fluxo de caixa, reconciliação bancária. Este posicionamento vai de acordo com a visão de
Mildenberger (2018). Segundo ele, dentro da grande complexidade de uma Gestão Pública, a
Tesouraria se torna um dos mais valiosos instrumentos de controlo, organização e planeamento,
todos dos dados necessários para as mais variadas tomadas de decisões dos administradores,
dependerão da exactidão dos trabalhos executados dentro da Tesouraria – registos – lançamentos
– pagamentos – apropriação correcta das fontes de recursos.

38
Entretanto, quando perguntados sobre quais as componentes de gestão de tesouraria que acredita
que trazem vantagens a sua empresa, apontaram o Demonstrações de Fluxo de Caixa, que
segundo Andrade (2002, p. 128):

O processo de planeamento económico e financeiro das entidades públicas passa


invariavelmente pela gestão das contas Caixa e Bancos. É notório que essas duas contas
têm evidentes provas de liquidez, estando por isso no rol das mais importantes para a
entidade pública, figurando inclusive, no ápice do plano de contas governamental.

39
CAPÍTULO VI: CONCLUSÃO E SUGESTÕES
6. Introdução

Neste capítulo, faz-se o levantamento dos fundamentos observados durante a pesquisa trazendo
possíveis soluções e sugestões para os fenómenos constatados.

6.1. Conclusão

Em jeito de conclusão, destaca-se o seguinte:

No que diz respeito ao processo de elaboração da demonstração de fluxos de caixa na EDM


constatou-se que a empresa recorre a Gestão de Estoque, Controlo de Contas a Receber e a Pagar,
Fluxo de Caixa, Balanço Patrimonial e os modelos de demonstrativos de fluxo que a empresa
utiliza são Fluxo de caixa livre e fluxo de caixa directo.

Quanto a relação existente entre a gestão de tesouraria e a demonstração de fluxos de caixa em


empresas do sector público observou-se que a empresa depende da demonstração de fluxo para
administrar a sua tesouraria, pois a demonstração de fluxo de caixa ajuda na gestão de tesouraria
da empresa na medida em que ela permite monitorar as entradas e saídas, que inclui os
pagamentos e a previsão das vendas.

No que tange a necessidade da gestão de tesouraria nas empresas públicas constatou-se que a
empresa efectua um acompanhamento das actividades financeiras para garantir que os
pagamentos e recebimentos estejam dentro do prazo, documentar as saídas e entradas através do
fluxo de caixa, reconciliação bancária, ou seja, administrar a tesouraria é vital para a
sobrevivência da empresa.

Enfim, respondendo a pergunta de partida sobre qual é o a aplicabilidade das técnicas de gestão
de tesouraria no desempenho financeiro das empresas públicas e ao objectivo geral que era
Analisar a Gestão de Tesouraria em empresas do sector público através da aplicabilidade da
demonstração de fluxos de caixa na empresa Electricidade de Moçambique, pode-se concluir que
a gestão de tesouraria é um instrumento de imensa importância no controlo da saúde financeira da
EDM e que para sua efectivação é dependente da demonstração de fluxo de caixa.

40
REFERȆNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Yin, R. K. (2005). Estudo de Caso: planeamento e métodos. Porto Alegre, Brasil: Bookman.

43
Apêndices

44
APÊNDICE A:Guião de Entrevista para EDM E.P – Pemba

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE


Faculdade de Gestão de Turismo e Informática
Guião de Entrevista para EDM E.P -Pemba

Chamo-me Clarice Cristene J. Consula Momade, estudante finalista do curso de Licenciatura


em Contabilidade e Auditoria na Universidade Católica de Moçambique – Faculdade de Gestão
de Turismo e Informática Pretendo realizar uma pesquisa académica com a seguinte temática:
Gestão de Tesouraria em empresas do sector público: uma análise sobre a aplicabilidade
da demonstração de fluxos de caixa na empresa Electricidade de Moçambique – EDM E. P
(2016 – 2018).A informação colhida será usada somente para fins académicos.

Desde já, agradeço a vossa colaboração para o possível sucesso da presente pesquisa.

Dados do/s entrevistado/s

1. Há quanto tempo trabalha nesta Instituição _________________________________


2. Qual é o cargo que ocupa?______________________________________________
3. Há quanto tempo exerce as funções actuais?________________________________

Descrever o processo de elaboração da demonstração de fluxos de caixa na EDM

1. Qual é o sector responsável pela Contabilidade na sua empresa?


________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
2. Quais instrumentos financeiros são actualmente utilizados na sua empresa?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

vii
3. A empresa possui uma contabilidade organizada que permite a elaboração das
Demonstrações de fluxo de caixa?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

4. Com que periodicidade são elaboradas as demonstrações de fluxo de caixa?


________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

5. Quais são os principais utilizadores da DFC na sua empresa?


________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

6. Quais são os modelos que usam?


________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

Estabelecer a relação existente entre a gestão de tesouraria e a demonstração de fluxos de


caixa em empresas do sector público

1. Sendo uma empresa publica que instrumentos usa na gestão de tesouraria?


________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

2. A demonstração de fluxo de caixa tem ajudado a sua empresa na gestão de tesouraria?

viii
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

a. Em caso afirmativo, de que forma? Ou de que forma a demonstração de fluxo de


caixa ajuda na gestão de tesouraria da sua entidade?
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3. Qual a principal contribuição que a demonstração de fluxo de caixa traz para a sua
empresa?
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4. Acredita que as demonstrações de fluxo de caixa permitem identificar as fontes de


financiamento mais relevantes para evitar um possível défice de tesouraria?
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a. Caso a sua resposta seja afirmativa, descreva essas fontes.


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Verificar a necessidade da gestão de tesouraria nas empresas públicas

1. Que procedimentos de gestão de tesouraria a empresa adopta?

ix
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2. Quais as componentes de gestão de tesouraria que acredita que trazem vantagens a sua
empresa?
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3. Existe algum instrumento específico de gestão de tesouraria que acredita ser próprio de
instituições públicas?
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Obrigada pela atenção dispensada!

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(Clarice Cristene J. Consula Momade)

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