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Maputo
2022
Júlio Carlito Chinavane
Supervisor:
Maputo
2022
ÍNDICE
DECLARAÇÃO...............................................................................................................................ii
AGRADECIMENTO......................................................................................................................iii
Dedicatória......................................................................................................................................iv
Resumo.............................................................................................................................................v
CAPÍTULO I- INTRODUÇÃO.......................................................................................................7
1.1. Justificativa........................................................................................................................8
1.3. Problematização...................................................................................................................10
1.4. Hipóteses..............................................................................................................................11
1.5. Objectivos............................................................................................................................11
2.1. MARKETING.....................................................................................................................12
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................................38
ii
DECLARAÇÃO
Eu Júlio Carlito Chinavane, declaro que esta Monografia é resultado da minha investigação
pessoal e das orientações do meu supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes estão
devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final.
Declaro ainda que este trabalho de monografia em nenhum momento foi apresentado em outra
instituição para a obtenção de qualquer grau académico.
AGRADECIMENTO
Agradeço em primeiro lugar à Deus, o provedor de tudo, aos meus pais, por todo o apoio, amor,
carinho e educação demonstrado ao longo da minha vida. À minha madrinha por sempre ter se
mostrado presente em todos os momentos da minha vida e que permitiu que nada me faltasse por
forma a chegar cada vez mais longe. De igual modo, endereço a minha maior gratidão aos meus
familiares, particularmente aos meus irmãos Nércio, Cândido, Herlênia, Cléusia e a Ângela
Guibunda, namorada Carmen Majópe e aos meus amigos de coração TPK e colegas: Jorge Cossa,
Salésio Mussane, Flávio Cossa, Alcídia Langa, Sebastião Machava, Godinho Tomo, Natália
Bembele estes que sempre estiveram presente na minha vida e proporcionaram um apoio
significativo para que a realização deste trabalho se concretizasse.
Agradeço à Universidade Pedagógica de Maputo que foi a instituição que bem me formou e foi
objecto de estudo da minha monografia, a todo o Corpo Docente, com especial destaque ao meu
supervisor Mestre Elísio Manjate, pelo apoio fundamental para a realização da monografia, tendo
dando uma assistência bastante significativa no esclarecimento de dúvidas, correcção de erros e
oferta de sugestões que foram muito importantes no melhoramento contínuo da minha
monografia.
À todos que depositaram confiança em mim e que sempre acreditaram na minha força de vontade
no âmbito da minha formação académica. Afirmo isto prestando forte agradecimento em especial
aos meus amigos e demais pessoas queridas.
DEDICATÓRIA
Dedico esta monografia à duas grandes mulheres, minha mãe Isabel Zefanias Balane e madrinha
Joana Muhale Guimarões. Mulheres estas que diante de várias adversidades conseguiram me
moldar por forma a me tornar na pessoa que sou hoje.
v
RESUMO
CAPÍTULO I- INTRODUÇÃO
As instituições de ensino superior são hoje confrontadas com uma realidade diferente
caracterizada pelo aumento da concorrência, as modificações na estrutura etária dos estudantes, o
agravar das restrições financeiras e a alteração do sistema de financiamento, pelo que o seu futuro
depende da sua capacidade para atrair e reter estudantes, baseando a sua actividade em critérios
de competitividade a que o marketing não é alheio (ALVES, 1998).
Sendo assim, o Marketing nas instituições de ensino veio a somar para um melhor
aproveitamento educacional. Uma estratégia de marketing é mais que necessário, é um
diferencial que as instituições devem ter (MOURA, 2001). Adicionando-se a isso o marketing
constrói a credibilidade das instituições de ensino (SANTOS, 2007). Desta forma o Marketing
utiliza as suas ferramentas nas instituições de ensino de modo a melhorar o desempenho destas
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1.1. Justificativa
Pessoal: O presente estudo surge de indagação pessoal em relação aos problemas que podem ser
notados em relação aos processos de divulgação dos vagas para o processo de admissão das
universidades públicas, em particular na Universidade Pedagógica de Maputo onde muitas das
vezes os alunos do ensino geral e técnico profissional simplesmente têm o conhecimento dos
cursos oferecidos simplesmente no final do ano, faltando apenas 1 mês para os exames de
admissão, fazendo, deste modo com os alunos façam escolhas que é muitas das vezes por
conveniência, comprometendo o seu processo de formação. De igual forma, tenho notado alguns
colegas que pouco conhecem o plano curricular, as saídas profissionais que o curso oferece,
assim como toda a estrutura de funcionamento da universidade, este factor que de certo modo
pode comprometer o posicionamento da Universidade num mercado cada vez mais exigente e
competitivo.
Social: O estudo vem dar subsídios á sociedade no geral sobre as vantagens que o marketing
pode dar para melhor fazer conhecer os serviços que são oferecidos pelas universidades, em
particular na Universidade Pedagógica de Maputo. Uma boa divulgação, é sem dúvidas um
contributo importante para que os estudantes sejam atraídos pela universidade e, acima de tudo
retido, contribuíndo para a redução na taxa de desistência e o aumento do número de candidatos.
Acadêmica: O estudo será uma fonte de acréscimento bibliográfico, abrindo espaço para futuros
estudos inerentes a aplicação do marketing à instituições do ensino superior.
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1.3. Problematização
Constata-se que ao longo dos anos, a abordagem do marketing tem sido vista num contexto
exclusivamente comercial, onde a instituições que são caracterizadas pelo uso frequente são
empresas privadas, estas que tem como principal fim o lucro. Ademais, diversas instituições
públicas olham para o marketing como sendo uma ferramenta não muito pertinente no sentido da
finalidade dos seus serviços, que é o público, este factor pode der notado também em algumas
instituições do ensino superior públicas, o uso do marketing não parece ser muito activo com
vista a atrair o diferentes grupos.
Portanto, é fundamental que as instituições reconheçam claramente quem são os seus clientes e
quais as respectivas expectativas (Kotler & Fox, 1985), assumindo que apesar do marketing e
comunicação não serem os objectivos centrais de uma organização são, certamente, funções
críticas neste meio e perante o actual panorama competitivo (Sands & Smith, 1999). Além disso,
para atrair os melhores alunos o estudo do processo de escolha da instituição de ensino, quanto à
forma como os alunos avaliam e seleccionam as instituições a que se candidatam, é vital (Kotler
& Fox, 1995). Inclui-se aqui a análise dos principais critérios utilizados pelos potenciais alunos
na escolha da instituição, dos aspectos que mais valorizam na instituição e das fontes de
informação a que recorrem.
Segundo RedaWeb (sd), apesar dos números mencionados esse é um mercado que ainda tem
muito a crescer. Razão ainda maior para investir na conquista desse público-alvo estudantil. Do
lado destes, a primeira etapa do processo para escolha de um curso é evidentemente a pesquisa. É
preciso conhecer melhor a área de graduação e também a instituição de ensino em que a
faculdade será frequentada. Essa é, afinal, uma decisão que vai impactar a vida do estudante de
uma forma significativa.
Idem (sd), os futuros estudantes e suas famílias têm grande interesse em coletar informações
sobre instituições, profissões, mercado de trabalho, salários, oportunidades de carreira,
especializações, tempo de estudo, dentre tantas outras coisas. Há uma grande necessidade de
colocar informações de qualidade sobre o ensino superior e seus desdobramentos. A sua
estratégia de marketing de conteúdo irá de encontro às dúvidas e inseguranças de quem está para
ingressar na universidade. Pois a publicidade nos moldes tradicionais não está apta a responder as
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questões que mais afligem os estudantes. E essa busca por informações irá contemplar até mesmo
as pessoas que já são formadas.
1.4. Hipóteses
H0: As ferramentas de Marketing contribuem na atracção e retenção dos estudantes da
Universidade Pedagógica de Maputo.
1.5. Objectivos
1.5.1. Objectivo Geral
Compreender o papel do Marketing na atracção e retenção dos estudantes da
Universidade Pedagógica de Maputo.
2.1. MARKETING
2.1.1. Conceito de Marketing
O marketing sempre teve uma relação muito estreita com a dinâmica social. Seus conceitos
mudam conforme a sociedade muda suas formas de conviver, consumir e de pensar,
desenvolvendo-se de um estágio de economia artesanal para um sistema que compreende a
divisão do trabalho e industrialização (Révillion, 2001).
O conceito mais utilizado no meio acadêmico e o criado por Kotler, ele diz: "Marketing e urn
processo social e gerencial pelo qual individuos e grupos obtem o que necessitam e desejam
atraves da cria9ao, oferta e troca de produtos de valor com outros" (KOTLER, 1998,p.27).
Ja a American Marketing Association (AMA), citado por FONTES (2001) coloca na sua
defini9ao a ideia do lucro da empresa:
Quando Kotler diz que atraves do marketing, indivíduos e grupos obtem o que necessitam ele
considera o lado do consumidor. Onde ele e o principal motivo das acções da empresa. A AMA
também considera esse lado, mas também mostra na última frase "que irão satisfazer as
necessidades dos indivíduos e organizações" a necessidade da empresa, ou seja, o Iucro.
A satisfação do cliente e o objectivo de todas as ações de marketing de uma empresa e junto com
ela, o Iucro. Considerar o que o consumidor necessita e gostaria de ter e a base das a96es de
marketing. Ha varias estratégias que uma empresa pode fazer, entre elas:
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De acordo com Maso (2010), a função básica do marketing é identificar as necessidades dos
consumidores e desenvolver produtos que possam atendê-los. Desta forma, o marketing deve ter
como função determinar os mercados alvo que a organização pode atender adequadamente,
fazendo o planeamento de novos produtos, serviços ou programas que possam satisfazer as
necessidades de consumo. Buscando também, que os colaboradores da organização pensem em
como melhor servir os consumidores. De acordo com AMA (2008): “Marketing é a actividade,
conjunto de instituições e processos para criar, comunicar, oferecer e trocar ofertas que tenham
valor para os consumidores, clientes, parceiros e para a sociedade como um todo. ” (AMA,
2008).
A principal função do marketing é então estar sempre atento às necessidades dos compradores, e
a partir delas definir planos de ação para executar em seus quatro elementos; produto, preço,
canais de distribuição e comunicação integrada de marketing, para que atinja resultados
satisfatórios dos consumidores e também os objectivos da empresa.
De acordo com Segundo Kotler (2000), desde as civilizações antigas havia, ainda que
intuitivamente, pessoas com visão de marketing, considerando que, muitos artesões conheciam
bem seus clientes, suas características e necessidades, e desdobravam-se sempre no atendimento
de suas encomendas. No entanto, a produção era artesanal e muitas vezes os artesões não
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Nesse cenário, segundo Guimarães e Brisola (2002), a ênfase era dada aos processos de produção
e redução de custos. Neste caso, prevalecia o interesse das indústrias, uma vez que, o cliente não
possuía nenhum poder de negociação. Além disso, a produção era independente, sem levar em
conta a opinião ou sequer, a necessidade do consumidor. Surgem assim, as fases da evolução do
marketing.
Criado no final da II Guerra Mundial (1945), o termo marketing, surge pela primeira vez nos
Estados Unidos em decorrência do pós-guerra, revelando novos processos tecnológicos para a
sociedade de consumidores, que passou a ser mais exigente com a qualidade e o aproveitamento
dos produtos e serviços oferecidos pelo mercado. Portanto, as organizações tiveram que repensar
a forma de conhecer melhor o seu cliente e como suprir suas reais necessidades e anseios em
relação aos produtos e serviços (SILVIO, 2012).
A partir de então, no início dos anos 50, universidades norte-americanas passaram a integrar, na
grade do curso de Business Administration, uma nova área chamada de Market Studies, na qual
era possível estudar o mercado por meio de pesquisas. Com o passar do tempo, os acadêmicos
perceberam a limitação do termo Market Studies e passaram, então, a utilizar a palavra
Marketing, que abrangeria o mercado em geral.
A evolução do marketing se deu com sua participação entre as preocupações dos demais
departamentos, onde o foco de atenção foi sendo percorrido pelas finanças, passou pela
engenharia e no século XXI chegou ao marketing. Essa concepção surge em um passado ainda
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recente, na década de 50, quando as empresas do período pósguerra viam-se com grandes
dificuldades em desovar os stocks de seus pátios e forçosamente entenderam que antes de bons
produtos ou óptimos argumentos de venda, é necessário entender as necessidades do ser humano
(NICKELS; WOOD, 1997) Deixou-se para trás as falsas idéias e o falso marketing que ofereciam
qualidade acima da realidade dos produtos, serviços inexistentes e supremacia diante dos
concorrentes de desempenho bem superiores, trocando a realidade pela fantasia de maquiagem e
artifício.
De acordo com o autor: Os produtos eram relativamente básicos, concebidos para servir ao
mercado de massa. O objectivo era padronizar e ganhar em escala, a fim de reduzir ao máximo os
custos de produção, para que essas mercadorias pudessem ter um preço mais baixo e ser adquirias
por um número maior de compradores. (KOTLER, KARTAJAYA e SETIAWAN, 2010, p. 3)
Nessa época, as propagandas eram voltadas apenas em evidenciar os produtos, que deviam ser
vendidos de qualquer forma, ou seja, a preocupação do Marketing dessa fase era exclusivamente
a de “vender”, sendo uma maneira de venda racional, no qual as empresas convenciam os
consumidores de que seus produtos eram os melhores para serem comprados, sem buscar se
informar da necessidade ou desejo desses consumidores.
A esse respeito, Kotler et al. declaram que: Os consumidores de hoje são bem informados e
podem facilmente comparar várias ofertas de produtos semelhantes. O valor do produto é
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definido pelo cliente. As preferências dos consumidores são muitíssimo variadas. O profissional
de marketing precisa segmentar o mercado e desenvolver um produto superior para um mercado-
alvo específico. (KOTLER, KARTAJAYA e SETIAWAN, 2010, p. 4)
Se antes os produtos eram produzidos em alta escala e apenas repassado ao consumidor, não
havendo nenhuma indagação do mesmo, no período da Era da Informação, o modo de pensar do
consumidor passou a ser completamente diferente, já que ele passa a indagar e a se preocupar
com a escolha do produto a ser comprado. As propagandas, então, buscavam divulgar os produtos
de forma diferente, mostrando a sua eficiência e seus diferenciais, comparadas com as do
concorrente, e criando também uma proximidade com o consumidor, além de deixar o lado
emocional mais aparente.
Temos, então, uma nova era do marketing, que traz uma nova abordagem, na qual as empresas,
além de se unirem aos consumidores, devem também unir-se aos fornecedores e parceiros, a fim
de aproveitar melhor as oportunidades desse novo cenário da comunicação e do mercado.
Nesse novo cenário, não são os consumidores que dependem mais das empresas, e sim as
empresas que dependem dos consumidores, e estes devem ter apenas experiências positivas com
o produto comprado, para que, então, o pós-compra seja favorável, fazendo com que o
consumidor se identifique com a marca e seus valores, continuando como cliente da empresa.
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Em resposta a essa nova realidade, nos anos de 1990, uma nova orientação de marketing
denominada “marketing de relacionamento”, pois os consumidores passam a ser mais exigentes,
exigindo respostas claras, precisas, rápidas e em tempo real, além de querer ser tratado de forma
diferenciado, ou seja, deseja uma atenção especial para as suas necessidades.
A década de 1990 foi marcada por economias desenvolvidas, com surgimento de inúmeras
fábricas de bens e prestadores de serviços, competição acirrada, consumidores mais experientes,
mudanças nas abordagens de massa e mudanças muito rápidas no ambiente de negócios. Sendo
assim, duas últimas décadas foram introduzidas novas perspectivas ao estudo do marketing, ou
seja, alguns conceitos foram adaptados ou mudados e a prática de marketing foram de extrema
importância a reestruturação da área. As mudanças são consideradas como uma remodelagem
fundamental do campo (WEBSTER, 1992), e se direcionam para o marketing de relacionamento,
cujo, conceito engloba marketing relacional, parceria de trabalho, marketing simbiótico, alianças
de co-marketing, varejo relacional e marketing interno. Portanto, Marketing de relacionamento
faz parte de um paradigma de rede em desenvolvimento, que reconhece que a competição global
ocorre cada vez mais entre redes das organizações.
Neste período a orientação das empresas deixa de ser a de apenas vender sem se preocupar com a
satisfação dos seus consumidores e passa a ser uma que tenha maior preocupação com as
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Procurar criar novo valor para os clientes e compartilhar esse valor entre o produtor e o
consumidor.
Reconhecer o papel fundamental que os clientes individuais têm não apenas como
compradores, mas na definição do valor que desejam. Anteriormente esperava-se que as
empresas identificassem e fornecessem esse valor a partir daquilo que elas consideravam
como um produto. Com o marketing de relacionamento, o cliente ajuda a empresa a
fornecer o pacote de benefícios que ele valoriza. O valor é assim criado com os clientes e
por eles.
Exige que uma empresa, em consequência de sua estratégia de marketing e de seu foco
sobre o cliente, planeje e alinhe seus processos de negócios, suas comunicações, sua
tecnologia e seu pessoal para manter o valor que o cliente individual deseja.
É um esforço continuo e colaborativo entre o comprador e o vendedor. Desse modo,
funciona em tempo real.
Reconhece o valor dos clientes por seu período de vida de consumo e não como cliente
ou organizações individuais que devem ser abordados a cada ocasião de compra. Ao
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Para que seja possível criar um relacionamento forte com um grupo, primeiro é necessário
entender suas necessidades e desejos (KOTLER & KELLER, 2007). Segundo Peppers & Roger
(1994, p.12) “sem um produto satisfatório e um nível de aceitável de serviço, nenhum cliente
estará disposto a manter um relacionamento duradouro”. Na perspectiva de Kotler & Keller
(2007, p 139) “além de estar mais informado do que nunca, os clientes hoje possuem ferramentas
para verificar os argumentos das empresas e buscar melhores alternativas”. Para os autores com
tanta concorrência a única maneira de satisfazer a necessidade dos clientes e oferecer produtos ou
serviços que proporcione maior valor.
De acordo com Kotler (2000, p. 68) “Os clientes de hoje são mais difíceis de agradar, são mais
inteligentes, mais conscientes em relação aos preços, mais exigentes, perdoam menos e são
abordados por mais concorrentes com ofertas iguais ou melhores”. Sendo assim, sem oferecer um
produto ou serviço que esteja dentro, ou até superando as expectativas dos clientes, tendo em
vista que eles estão cada vez mais informados e exigentes, é impossível construir um
relacionamento com eles.
A qualidade torna-se o segredo para a criação de valor e para a satisfação do cliente. (KOTLER;
KELLER, 2007). Porém a constatação da qualidade de um determinado produto ou serviço varia
de um cliente para outro (PEPPERS; ROGER, 1994). Isso ocorre devido a relação da qualidade
com o que os clientes esperam de um determinado produto ou serviço, ou seja, as expectativas
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dos clientes em relação ao produto ou serviço (VAVRA, 1993). Kotler e Keller (2007, p. 145)
afirmam que “a empresa fornece qualidade sempre que seu produto ou serviço atende às
expectativas do cliente ou as excede”. Vavra (1993, p. 164), tendo como base as expectativas,
define a satisfação “como a extensão pela qual as expectativas dos clientes sobre um produto ou
serviço são atendidas pelos benefícios reais que recebem”.
Buscar identificar a insatisfação dos clientes faz parte da tentativa de se alcançar a satisfação
deles (PEPPERS E ROGERS). Ainda segundo Peppers e Rogers (1994, p.71), a atenção que se
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deve dar a uma reclamação “revela muito do compromisso da empresa para com a satisfação do
cliente e a qualidade do produto”
As organizações escolares começam hoje a ficar mais conscientes para a questão da importância
do marketing. As instituições de ensino superior e privados são as que têm tido maior consciência
do marketing para atrair clientes e estabelecer estratégias para ultrapassar dificuldades em torno
da educação. As organizações escolares públicas ainda não demonstraram total abertura, muito
talvez por culpa de uma centralização por parte da tutela e da pouca autonomia concedida.
Todavia as organizações escolares, que sempre conseguiram divulgar sua imagem de marca sem
recurso ao marketing poderão ter alguma dificuldade em compreender a sua importância.
Actualmente com a mudança permanente a acontecer nas organizações escolares, as mesmas
começam estar cientes da utilidade do marketing na gestão escolar. Quando se começa a ter
quebra de matrículas, receitas baixas, nova concorrência e necessidades, o marketing talvez seja o
melhor instrumento para tentar ajudar na solução e conversão das fraquezas em oportunidades.
Na área educativa consideram que a entrada do marketing pode ser uma mais-valia, mas também
poderá baixar o nível e qualidade escolar (KOTLER & FOX, 1994). Todavia o marketing não se
pode ficar apenas pela atração de alunos para conseguir matrículas. Deve ser pensada novas
formas de apoio às organizações escolares.
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O marketing quando é colocado como instrumento de apoio à gestão e administração deve ter
como missão reorganizar o sucesso de uma organização escolar. Para que aconteça de forma
satisfatória é necessário que se apresente uma oferta educativa válida no campo das
aprendizagens, dos valores e acompanhamento para o mercado de trabalho; deve-se igualmente
atuar para que a organização escolar obtenha um posicionamento favorável na região em que
atua; deve incentivar ao empreendedorismo e inovação.
De acordo com Pimentel e Prates (2004) o marketing educacional envolve toda a estrutura
escolar nomeadamente o local, ambiente, professores, alunos, pais, imagem, marca. As
organizações escolares podem usar o marketing educacional para se tornarem visíveis perante os
seus públicos, para serem respeitados pela concorrência e, acima de tudo apresentarem as ofertas
formativas como um desejo para satisfazer as suas necessidades.
1
Conceito de Marketing Educacional.
http://www.comunicacaoempresarial.com.br/comunicacaoempresarial/conceitos/marketingeducacional.php
2
Artigo Marketing educacional e o advento do ensino à distância apresentado no Congresso Virtual Brasileiro
de Administração. http://www.convibra.com.br/2004/pdf/75.pdf
23
Nesta ordem de ideias, podemos definir marketing educacional como o comportamento integral
da organização escolar em articulação com os públicos de forma a proporcionar-lhes um serviço
de excelência de acordo com as suas necessidades e expetativas. Assim ao saber o que os
públicos desejam torna-se mais fácil de aplicar as estratégias de marketing para fazer face à
concorrência. O objectivo principal do marketing educacional diria que é atrair, captar e manter
as pessoas na organização escolar oferecendo-lhes um serviço com valor acrescentado desde as
infraestruturas, à qualidade do corpo docente, ao ambiente e à segurança.
Deste modo, o marketing deve colaborar de forma decisiva no desenvolvimento de novas
propostas de formação, estabelecimento de preços, abertura de novas sedes, entre várias acções
que façam parte das estratégias da instituição (Braga, 2002).
3
Termo usado pelos autores para descrever indivíduos ou grupos com um interesse ou efeito, actual ou potencial, para a instituição.
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Ainda Robinson & Long (citados por Conway et al., 1994) distinguem clientes primários (os
estudantes), clientes secundários (entidades pagadoras como as autoridades de educação) e
clientes terciários (organismos de acreditação, ex-alunos, empregadores, pais, etc.).
Harvey & Busher (1996), por seu lado, apontam os estudantes, de qualquer idade, como sendo os
clientes directos e primários da educação e os outros stakeholders – pais, empregadores e
sociedade em geral aos quais a instituição também se deve dirigir, como os beneficiários
secundários da educação.
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Kotler & Fox (1995) advertem que o ensino superior tem múltiplos clientes simultaneamente
complementares e contraditórios. Ou seja, por vezes os diferentes desejos e necessidades destes
diversos clientes podem entrar em conflito e tornar problemáticas as estratégias de satisfação de
necessidades eficazes (tendo em conta os resultados esperados pelo cliente) e eficientes
(utilizando o nível mínimo de recursos).
Conclui-se que, de entre os diversos clientes, os estudantes constituem o maior segmento de
qualquer instituição (com excepção do antigos alunos de algumas instituições), sendo por isso
que as instituições são aconselhadas a tornar-se mais centradas no estudante ou a assegurar que a
sua administração adopte uma filosofia orientada para o cliente (TAYLOR & REED, 1995).
Segundo Naudé e Ivy (1999) a um nível básico as instituições podem aceitar os estudantes como
os seus clientes, afinal é com eles que têm relações directas. Contudo, no ensino superior não
existe continuidade na relação com o cliente, pois poucos são os alunos que permanecem na
instituição ao nível da pós-graduação, pelo que vários autores (Conway et al., 1994; Nicholls et
al., 1995; Coates, 1998; Naudé e Ivy, 1999) defendem o entendimento dos estudantes enquanto
consumidores e não clientes. Coates (1998) refere que quando os estudantes são vistos como
clientes ou consumidores a relação entre educandos, educadores e mercado de trabalho
transforma-se. Como clientes, os estudantes são vistos como tendo necessidades e requisitos,
sendo que a instituição é contratada para os satisfazer. Não recebendo serviços adequados os
estudantes têm o direito de se queixar, e a instituição deverá preocupar-se com a sua satisfação.
Também Delmonico (2000) discute a tendência crescente de, nas instituições de ensino superior,
se tratar os estudantes como clientes. O autor justifica este movimento pelo aumento da
competição que possibilita ao estudante múltiplas escolhas entre instituições em função de
critérios económicos e de qualidade da educação. Desta forma as instituições perigam, pelo que o
factor financeiro as “empurra” para a competição no mercado e consequente tratamento do
estudante como cliente.
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Contrariamente a esta ideia, Conway et al. (1994) defendem que, apesar de com a tradicional
abordagem do marketing associada ao sector industrial transferida para o ensino superior se
considerar o produto como sendo os programas educacionais (vulgo curso) e os estudantes como
clientes, os estudantes podem ser simultaneamente considerados clientes e produtos (quando os
empregadores são os clientes). Litten (1980), por seu lado, apelida-os de quase - produtos porque
tecnicamente não são algo que a instituição produza para troca no mercado pois as instituições
vendem os seus recursos educacionais e extra curriculares e não os seus estudantes. O que é
realmente produzido é o conhecimento, sendo os estudantes os portadores deste conhecimento e
sofrendo modificações no processo de aprendizagem.
Franz (1998), por seu lado, questiona o tratamento dos estudantes como clientes face à missão
educacional das instituições. Segundo o autor, apesar do estudante exercer escolhas educacionais
e pagar por elas não pode ser considerado um simples consumidor cujos desejos e necessidades
devem ser satisfeitos e em que a tarefa da educação se resume a deliciar o estudante, pelo menos
no curto prazo. A educação vai muito além da embalagem e entrega de conhecimento a
consumidores passivos e o estudante desempenha um papel activo e integrado no seu próprio
processo educacional. Assim, contrariamente à tese que defende que o estudante é também
produto Lin (1997 defende que o estudante deve ser tratado como um parceiro no processo
educacional exigindo-lhe envolvimento e participação e atribuindo-lhe responsabilidades pela sua
própria educação.
Deste modo, ao marketing académico cabe reconhecer os múltiplos papéis dos seus clientes. O
seu principal cliente, o estudante tradicional (saído do ensino secundário) enfrenta uma decisão
dispendiosa com relativamente pouca maturidade, informação e experiência, face aos adultos,
numa decisão de compra. Recorre por isso a conselheiros de confiança, como sejam pais,
professores e psicólogos, por vezes igualmente pouco informados (Litten, 1980).
exemplo uma escola secundária recomenda determinadas instituições aos seus alunos. Se o
marketing atrai um maior número de estudantes para as instituições é fundamental ter a
responsabilidade de possibilitar condições para o sucesso destes estudantes, na medida em que o
marketing não pode terminar quando um jovem entra na instituição se o seu propósito / filosofia
incluir proporcionar igualdade de responsável entre a instituição e o estudante.
Lovelock (1983) caracterizando os serviços da educação, quanto à relação entre prestador e
cliente, mencionava que a educação implica uma relação longa e formal com o cliente e um
serviço contínuo. O autor refere-se à existência de um contrato (membership no original) com o
prestador do serviço o que lhe possibilita desenvolver a lealdade e compromisso com o cliente.
Naudé & Ivy (1999) contra-argumentam quando mencionam que seguindo a orientação para o
marketing um objectivo importante é reter os clientes actuais em detrimento da constante procura
de novos clientes, o que não se aplica ao ensino superior, onde a percentagem de alunos que
permanece na instituição ao nível da pósgraduação é reduzida, inviabilizando a continuidade da
relação com o cliente. George (2000) acresce que a integração e coesão das estratégias de
comunicação possibilitam, pelas instituições, o reconhecimento do elo existente entre uma
impressão positiva e o acréscimo do valor e lealdade perante os serviços e produtos de uma
instituição.
Reforça dizendo que a composição do corpo estudantil está em fase de mudança para nos
próximos anos ver aumentado o número de estudantes adultos, estudantes não-tradicionais e
outros. Segundo este o acesso mais alargado de outras faixas da população a este nível de ensino
tem sido um fenómeno mundial. A transformação do equilíbrio da questão do género encorajando
mulheres, estudantes adultos e outros a aceder ao ensino superior e alterando a composição social
do corpo estudantil é cada vez mais uma realidade. As mulheres continuam, contudo, a
concentrar-se em áreas tradicionais como o ensino, sendo a representação das mulheres na
ciência e áreas tecnológicas inferior. Existe ainda, no Reino Unido, uma tendência para os
estabelecimentos de ensino superior procurarem informação acerca da possibilidade de lidar com
estudantes incapacitados ou deficientes (Coates, 1998).
O marketing na educação, efectuado desta forma, aumenta a igualdade de oportunidades para
todos os grupos de forma a alcançar o seu potencial. Perante isto o ensino superior pode perder o
seu carácter exclusivo e passar a ser visto como inclusivo e aberto a todos os que possam
beneficiar deste. Em termos de marketing este facto representa a passagem de um sistema de
produção para um sistema de utilizador. Neste modelo os requisitos dos estudantes e as
necessidades dos empregadores formam parte da base dos julgamentos acerca da afirmação e
qualidade dos cursos (Coates, 1998).
Guliana (2000) propõe, entre outros, a programação criativa (programando, por exemplo, aulas
para a noite e fins de semana) com sucesso crescente num número cada vez maior de instituições
e a educação à distância, colocando os avanços electrónicos ao uso da educação. A autora
menciona que estes novos clientes requerem ofertas diferentes, flexíveis e mais criativas. Como
resposta a estas novas necessidades a autora relata um crescimento superior, durante os anos 80 e
90, do número de alunos em instituições com cursos de 2 anos onde também os estudantes
pertencentes a minorias preenchem a grande maioria do corpo estudantil.
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P ara o presente trabalho, opta-se por amostra não probabilística por ter havido acessibilidade ou
conveniência conforme as vantagens que a sua aplicação proporcionou, como seja a faculdade
que o pesquisador teve de seleccionar dos elementos a que teve facilidade de acesso.
A amostra foi constituída por 50 (cinquenta) individuos, do total de cerca de 220 (duzentos) que
compõem o quadro da direção pedagógica, direção do registo acadêmico, científica, direção de 2
(duas escolas) secundárias.
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A Universidade Pedagógica de Maputo (UPM) foi fundada em 1985 como Instituto Superior
Pedagógico (ISP), por diploma ministerial no 73/85, de 4 de Dezembro, como uma instituição
vocacionada à formação de professores para todos os níveis do Sistema Nacional de Educação
(SNE) e, também, de quadros da educação em diferentes áreas de especialidade. Em 1995, dez
anos após a sua instalação da instituição, o ISP passa a Universidade Pedagógica de Maputo com
a aprovação de novos Estatutos, ao abrigo do Decreto 13/95, de 25 de Abril. A transformação do
Instituto em Universidade Pedagógica, correspondeu a uma segunda fase de redefinição de
estratégias, e de definição da missão de formação de técnicos para a educação e áreas afins.
Esta transformação permitiu a inclusão de formação, na UPM, das mais diversas áreas do
conhecimento, dando origem ao alargamento do leque de cursos oferecidos, embora ainda com
maior incidência na formação de professores.
Missão
A UPM é uma instituição de ensino vocacional cuja missão estatutária é a formação superior de
professores para todos os níveis de ensino e de outros profissionais para a área da educação e
afins, a investigação e a extensão. Neste contexto, a UPM pugna pela universalização e
regionalização, para além da sua função instrumental na produção e disseminação de
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Visão
Tornar a UPM numa instituição de ensino superior de referência em Moçambique, com processos
de formação, pesquisa e extensão de qualidade, enquadrados em currículos estruturados em
padrões regionais e internacionais, com uma infra-estrutura física e 3 laboratorial suficiente e
moderna, a funcionar com padrões de gestão colegiais, transparentes e modernizados.
Valores
Os órgãos colegiais são dirigidos pelo Reitor, órgão superior de gestão da UPM. O Reitor é
coadjuvado por um Vice-Reitor, sendo ambos de nomeação presidencial. As actividades da UPM
referentes ao ensino, pesquisa e extensão são realizadas pelas unidades orgânicas,
nomeadamente: Faculdades e Centros de Pesquisa de diferentes níveis. Os Serviços Centrais
providenciam o apoio e gestão essenciais para o funcionamento das unidades orgânicas e
desdobram-se igualmente pelas diferentes unidades.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://conferencias.ulusofona.pt/index.php/lusocom/8lusocom09/paper/view/171\.
Acessado no dia 18 de Dezembro de 2021