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Cadeira: RSP
Trabalho em Grupo
3ºano: Pós-Laboral
Decente:
Amade Chaúque
Carla Marrengula
Neida Mario Cossa
Sergio Cuna
Rui Guelengue
Jorge Bata
Rousseau Bila
Ribela Massingue
0
Sumário
CAPÍTULO I............................................................................................................................3
1. Introdução........................................................................................................................3
2. Contextualização..............................................................................................................4
3. Delimitação do tema.........................................................................................................6
4. Justificativa do estudo......................................................................................................7
O presente estuo tem como, justificativa de estudo a...............................................................7
5. Problema de pesquisa.......................................................................................................8
6. Questão de partida............................................................................................................9
CAPÍTULO II........................................................................................................................11
1. Metodologia...................................................................................................................11
CAPÍTULO III.......................................................................................................................13
1. SISTEMA FINANCEIRO MOÇAMBICANO...............................................................13
1.2 Revisão literária................................................................................................................13
2. Funções..........................................................................................................................13
3. Tipos de sistemas financeiros.........................................................................................14
3.1. Sistemas financeiros baseados em mercado de capitais..............................................14
3.2. Sistemas financeiros baseados em credito..................................................................14
CAPÍTULO IV.......................................................................................................................15
1. No caso de Moçambique................................................................................................15
1.2. Reforma do setor financeiro ocorrida nos anos noventa.............................................15
1.3. Regulação e supervisã o financeira.............................................................................16
2. Marcos da evoluçã o do sistem a financeir o Moçambican.............................................16
2.2. Reestruturação Econômica.........................................................................................18
2.3. Os Impactos das Reformas Ocorridas no Setor Financeiro na Década de Noventa....20
2.4. Reformas da Década de Noventa................................................................................20
3. Fiscalização das atividades Financeiras...........................................................................21
CAPÍTULO V.........................................................................................................................23
1. Introdução de um Sistema de administração financeira do estado em moçambique
(sistafe)...................................................................................................................................23
1.2. Sistema de administração financeira do estado em moçambique (sistafe)................23
1.2. O SISTAFE tem os seguintes objectivos:......................................................................23
1.3. Organização e funcionamento do sistafe o sistafe......................................................24
1.4. Regulamentou do sistafe............................................................................................24
1.5. Modelo conceptual e implementação do sistafe........................................................25
2. conclusão........................................................................................................................27
1
3. Referências Bibliográficas...............................................................................................28
Entrevista...............................................................................................................................30
Anexos 1.................................................................................................................................32
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CAPÍTULO I
1. Introdução
Em meados da década de 70, sobretudo a partir da crise do petróleo em 1973, uma grande crise
económica mundial pôs fim à era de prosperidade que se iniciara após a Segunda Guerra
Mundial. O tipo de Estado que começava a se esfacelar em meio à crise dos anos 70 tinha três
dimensões (económica, social e administrativa), todas interligadas (ABRUCIO, 1997).
Conforme o ajuste estrutural, constituiu o tema que prendeu a atenção de políticos e
formuladores de políticas públicas em todo o mundo, em termos mais concretos o ajuste fiscal e
as reformas orientadas para o mercado. Nos anos 90, embora o ajuste estrutural continue
figurando entre os principais temas, a ênfase do debate dos políticos, deslocou-se para a reforma
do Estado, particularmente para a reforma administrativa (BRESSER PEREIRA et al, 2003).
Esta Reforma que consistiu numa primeira fase, no chamado “gerenciamento diluído”
caracterizava-se pela redução dos gastos públicos e do número de funcionários. Importa referir
que a reforma administrativa foi formalmente orientada para substituir a administração pública
burocrática por uma administração pública gerencial. É no contexto das reformas que o modelo
gerencial, importado da iniciativa privada, impulsionou o iniciou de mudanças na gestão pública
(sector público), através da descentralização na componente administrativa (desconcentração)
procurando delegar poder às outras entidades não-estatais visando a aproximação dos serviços
públicos aos utentes e melhorar a sua qualidadeNesta senda de mudanças na gestão pública que
o sector público estabelece parcerias com o sector privado (privatização, terceirização,
delegação de poderes, entre outras) e por meio destas, proporciona a ocorrência das chamadas
parcerias público-privadas.
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2. Contextualização
Moçambique, tal como outros países da região da África Austral, iniciou um processo
de descentralização que é parte integrante de um conjunto de reformas e mudanças de
natureza política, económica e administrativa, em curso desde os primórdios dos anos
80, e tornadas praticamente inevitáveis por causa da contínua degradação da situação
económica, social e política do país (FARIA e CHICHAVA, 1999). Nessa conjuntura, o
então modelo burocrático weberiano foi considerado inadequado para o contexto
institucional contemporâneo por sua presumida ineficiência, morosidade, estilo auto-
referencial, e descolamento das necessidades dos cidadãos (SECCHI, 2009). Por
exemplo: na década de 70 a crítica à burocracia se acentuou à medida que a crise
financeira se-tornou mais aguda. A excessiva complexidade dos procedimentos
administrativos fez com que houvesse a ineficiência na prestação e acesso aos serviços
públicos, devido a lentidão e excessivo apego as normas. Para enfrentar essa situação, o
aparato governamental precisava de ser mais ágil e flexível, tanto em sua dinâmica
interna como em sua capacidade de adaptação às mudanças externas (ABRÚCIO, 2003).
Como forma de superar o modelo, propunha-se a construção de uma nova burocracia,
ou seja, diversas técnicas gerenciais como solução para os problemas do sector público,
em contraposição às soluções de cunho mais weberiano. É neste âmbito que a Nova
Gestão Pública (NGP) surge devido a convicção de que a burocracia estava degradada e
precisava de um arranjo e, que as soluções do sector privado eram a chave para o
arranjo. A solução para resolver os problemas da administração seria a transferência das
actividades do governo para o sector privado e a outra solução seria a deslocação das
práticas da gestão privada para as operações governamentais. Como parte da primeira
solução, o sector público faz-se valer de parcerias com o sector privado. As parcerias
públicas privadas são colaborações entre parceiro público e privado, para juntos,
convergindo esforços, solucionarem problemas referentes à prestação de bens e serviços
à sociedade com maior qualidade dentro do prazo e do orçamento previsto, isto é,
formas segundo as quais o governo e as entidades privadas trabalham em conjunto na
busca de objectivos sociais. Nesta relação, ocorre um conjunto de mudanças estruturais,
de regras e na maneira de proceder da administração por forma a responder eficazmente
a demanda da colectividade.
A fim de dar vazão aos princípios que lhe regem, a Administração Pública na sua relação com o
Privado celebra contratos os quais obedecem a um conjunto de procedimentos administrativos
para a sua efectivação, na medida em que a vontade da administração pública é expressa através
4
de sucessão de actos e formalidades ordenados com vista a formação, expressão e realização da
vontade da administração pública.
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3. Delimitação do tema
No primeiro período
Moçambique e marcado poro colonialismo, tal como a maioria das nações africanas. Por
longos anos reinou o sistema escravista nos modos de produção, iniciando nos meados
do séc. XVIII, prevalecendo até os finais do séc.XIX. Entretanto, nos finais do séc.XIX,
a escravatura foi substituída pelo trabalho obrigatório, que na literatura Moçambicana
designou-se por "chibalo1 ", que perdurou até a segunda metade do séc. XX.
No segundo
O país passou de colônia a República Socialista (1975). Posteriormente (passados 12
anos).
No terceiro e ultimo
O país retornou a uma economia de mercado, no âmbito de um Programa de
Reestruturação Econômica (PRE), e que mais tarde abarcou-se o termo social, tornando-
se um Programa de Reestruturação Econômica e Social (PRES). Este programa,
consistia basicamente num processo de liberalização econômica, abrindo-se as suas
fronteiras para o mercado mundial. Sendo assim, diminuir-se-ia a intervenção do Estado
na economia.
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4. Justificativa do estudo
O presente estuo tem como, justificativa de estudo a evoluçã das reformas financeiras
em Moçambican, de 1975 até 2006, buscar analisar a trajectória que o mesmo trajo até
2006, as causas de ter optado por um regime socialista no pois independência, as causas
de uma abertura de Moçambique Mercado Livre, as reformas das décadas noventa,
também com o presente estudo se pretende saber as implicações econômicas que as
mesmas reformas tem tido em Moçambique, buscamos saber as vantagens e
desvantagens que as mesmas tem. Este estudo vem na sequência da reforma do sistema
financeiro, com o intuído de adequar ao contexto actual, visto que Moçambique após a
independência adoptou um sistema centralizado, e com a nova reforma passou para a
economia de mercado.
7
5. Problema de pesquisa
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6. Questão de partida
Segundo Lakatos e Marconi (2003:127), problema, consiste em um enunciado
explicitado de forma clara, compreensível e operacional, cujo melhor modo de solução
ou é uma pesquisa ou pode ser resolvido por meio de processos científicos. Kerlinger
(ln: Schrader, 1974:18) considera que o problema se constitui em uma pergunta
científica quando explicita a relação de dois ou mais fenômenos (fatos, variáveis) entre
si, "adequando-se a uma investigação. sistemática, controlada, empírica e crítica".
Conclui-se disso que perguntas retóricas, especulativas e afirmativas (valorativas) não
são perguntas científicas. Assim, que reformas foram adoptadas no período de 1975 à
2006?
Objectivos de estudo
Geral:
Compreender o papel da Reforma na Gestão de Finanças Públicas.
Específicos
Verificar o comportamento da Reforma do Sector Financeiro ocorrido nos anos
noventa, em Moçambique;
Identificar os tipos de sistemas financeiros em Moçambique;
Avaliar os impactos das Reformas ocorridas no Sector Financeiro na década de
noventa.
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Hipótese:
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CAPÍTULO II
1. Metodologia
Uma vez que o objectivo central do estudo é perceber até que ponto as reformas
financeiras decorridas contribuíram para melhoria na prestação de serviços financeiros
em Moçambique (1975 – 2006), pretende-se compreender como os mesmos reduzirão
ou não a morosidade na arrecadação impostos, para o efeito utilizou-se a pesquisa
qualitativa que se substanciou na pesquisa quantitativa, os métodos de abordagem e
procedimento, aliada as técnicas de recolha e análise de dados.
Tipo de pesquisa
O presente trabalho privilegiou a pesquisa qualitativa que se substanciou na pesquisa
quantitativa. De acordo com Prodanov & Freitas (2013), a pesquisa qualitativa
considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um
vínculo indissociável entre o mundo objectivo e a subjectividade do sujeito que não
pode ser traduzido em números. Os mesmos autores, afirmam que a pesquisa
quantitativa considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em
números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las.
Métodos de abordagem
Para análise do estudo em alusão considerou-se o método indutivo, que na visão de
Marconi & Lakatos (2003) este método consiste na aproximação dos fenómenos que
caminham geralmente para planos cada vez mais abrangentes, indo das constatações
mais particulares às leis e teorias (conexão ascendente).
Métodos de procedimento
O estudo procedeu-se com base no método observacional. Na acepção de Prodanov &
Freitas (2013), este método é um dos mais utilizados nas ciências sociais apresenta
alguns aspectos interessantes. “Por um lado, pode ser considerado como o mais
primitivo e, consequentemente, o mais impreciso.
2. Funções
O papel da intermediação financeira no crescimento das economias, tem sido enfatizado
por diversos autores desde o séc. XX. Em 1912, o pensador Schumpeter preconizava a
importância do setor bancário no crescimento do PIB nacional via alocação do crédito
em investimentos produtivos. Assim como ele, Keynes em 1937 também achava crucial
a existência de um sistema bancário organizado, para que pudesse financiar o
crescimento econômico de uma nação. Já em 1986 e 1991, as teorias de crescimento
endógeno desenvolvidas por Lucas e Romer, estabelecem uma interligação entre o
financiamento, inovação e crescimento econômico, cabendo ao setor bancário prestar
financiamentos. No entanto, as funções básicas de um sistema financeiro numa dada
economia, limitam-se a:
a) canalizar de modo eficiente os recursos entre poupadores e investidores,
maximizando a sua capacidade de gerar crescimento, emprego e
conseqüentemente o bem estar da população. Nas economias em
desenvolvimento, caberá ao sistema financeiro canalizar recursos para os setores
mais produtivos da economia. Sendo assim, poderá ser reduzido o nível de
pobreza nesses países, assim como poderá ser reduzido o hiato entre os países
ricos e pobres.
b) organizar o sistema de pagamentos da economia, pois é essencial para que haja
um funcionamento adequado dos diferentes mercados da economia;
c) criar ativos no volume e perfil adequado, para satisfazer as demandas dos
poupadores por meio de acumulação de riqueza (CARVALHO et al, 2000,
p.249).
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3. Tipos de sistemas financeiros
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CAPÍTULO IV
1. No caso de Moçambique
Após a Reforma do setor financeiro ocorrida nos anos noventa, no âmbito do PRE (tema
do próximo capítulo), houve uma separação nas funções a serem desempenhadas pelo
Banco de Moçambique (B.M), passando somente a exercer a função de Banco Central.
Paralelamente a isso, mediante os processos de privatizações dos Bancos Estatais que
ocorreram durante a década de noventa (caso do Banco Popular de Desenvolvimento -
BPD, que se converteu em Banco Austral e o Banco Comercial de Moçambique - BCM,
sendo privatizado em 1995 pelo BCP- Banco Comercial de Portugal), apareceram novos
operadores no sistema bancário, tornando-se mais segmentado no cumprir de suas
tarefas (vide anexo 1 - as instituições bancárias e não bancárias, atualmente). Não
obstante, notou-se que algumas instituições continuaram exercendo funções de banco
universal, sendo o caso do Banco Internacional de Moçambique (BIM), que atua como
Banco Comercial e Banco de Investimentos, lidando com ativos de curto e de longo
prazo.
14
1.3. Regulação e supervisã o financeira
Tais vestígios podiam ser notados pelo espírito seletivo na concessão de crédito por parte dos
bancos privados existentes (baseados no elitismo e racismo), não atendendo uma grande parcela
de demandantes dos recursos financeiros. Com isso, o sistema foi-se tornando ineficiente, não
15
condizendo com as reais necessidades da economia (COMICHE, 2001, p. 2). Na época havia
nove bancos, sendo que a sua maioria era de capital português e misto.
Os Bancos da época eram: Instituto de Crédito de Moçambique, Caixa de Montepio e
Banco de Fomento (eram bancos de fomento), Banco Standard Totta (Banco comercial,
contando com acionistas sul africanos e portugueses), Banco Nacional Ultramarino
(exercia papel de banco central e comercial) de entre outros. No entanto, após a
proclamação da independência de Moçambique em 1975, no âmbito do decreto número
2/75, o BNU passou o seu patrimônio ao Governo de Moçambique, para o então Banco
de Moçambique. Este passou a desempenhar as funções de Banco Central, assumindo
também funções de banco comercial (LANGA, 1997, p. 54). Em 1977, haja vista
ineficiência do sistema financeiro, viu-se necessário tornar o Setor Bancário
fundamental, enquanto instrumento Estatal para a canalização de recursos financeiros
no País. Foi nesse âmbito que se deu lugar a segunda fase, caracterizada pela
reestruturação do Sistema Bancário, no âmbito das leis 5/77 e 6/77, em que constatava a
transferência dos patrimônios dos bancos privados (portugueses) para os bancos
estatais. O número de bancos reduziu-se de nove para três, sendo eles:
a) o Banco de Moçambique, que detinha o controle da política monetária assim
como das operações com o exterior;
b) o Banco Popular de Desenvolvimento, prestando apoio ao programa de
fomento do governo, financiando projetos na área da Agricultura, Habitação,
Indústria e possibilitando alocação de recursos para o consumo alimentar
mínimo da população. O seu capital foi proveniente do Caixa de Montepio e do
Instituto de Crédito de Moçambique (Bancos de Fomento).
c) e o Banco Standard Totta de Moçambique (único Banco Comercial -com
capital misto de sul africanos e portugueses).
Durante uma década, o sistema financeiro Moçambicano foi dominado por estas três
instituições em prol dos interesses Estatais. Porém, na década de oitenta a economia
Moçambicana começou a revelar-se insustentável. As políticas econômicas
centralizadas que foram adotadas pelo 1 o governo nos pósindependência, tornaram-se
ineficazes. O setor produtivo da economia, que se assentava na agricultura, apresentou
resultados negativos. Os vultosos investimentos feitos na mecanização agrícola, não
auferiram grandes retornos.
A isso, adicionavam-se os reflexos do cenário internacional, que vinha de duas crises
petrolíferas durante a década de setenta. O impacto que a crise de 1979 teve sobre a taxa
16
de juros de empréstimos internacionais (sobretudo nos países emergentes, dos quais
Moçambique faz parte) foi danoso, pois tornou estes mais devedores. E assim foi-se
alastrando o montante de dívida de Moçambique mediante vultosos empréstimos feitos
aos credores internacionais. Vista essa precária situação econômica, o governo delineou
2.2. Reestruturação Econômica
o Programa de Reestruturação Econômica (PRE) em 1987, visando a liberalização
econômica do país, abandonando-se as teorias socialistas. Essa mudança de vertente
econômica, demandava alterações em outros setores da economia, sendo um deles o
Sistema Financeiro.
Este foi o ponto de partida para o início da terceira fase do processo de mudanças no
Sistema Financeiro Moçambicano. Entretanto, a terceira fase (dezembro de 1991 e
janeiro de 1992), foi marcada pela reforma do Sistema Financeiro no âmbito do PRE,
em que se viu necessário modificar a estrutura do Sistema Financeiro Moçambicano
(via processo de privatizações), assim como foram tomadas medidas de liberalização
financeira (liberalização da taxa de juros e de câmbios, em 1994) e reforçou-se o papel
do Banco de Moçambique como Banco Central (tendo-se introduzido novos
instrumentos de política monetária). Com isso visava-se:
a) obter maior independência do Banco Central, dando-lhe maior margem de
atuação, visando manter a estabilidade econômica. A par disso, também se
pretendia aumentar o seu poder de supervisor e regulador bancário;
b) tencionava-se fomentar maior competição no sistema, via permissão da entrada
de novos operadores no sistema bancário assim como pela privatização dos
bancos Estatais (que se haviam tornado ineficientes). Com isso, almejava-se
melhorar a prestação de serviços e ampliar a rede bancária, permitindo maior
captação de poupanças e de outros recursos fundamentais para se obter um
maior dinamismo da economia;
c) paralelamente a esses pontos, objetivava-se desenvolver um sistema de
pagamentos eficaz e melhorar o sistema de compensação;
d) e por último, visava-se criar um mercado de capitais, buscando-se novas fontes
de financiamento na economia, além da fonte tradicional de crédito.
e) processo de reformas teve um acompanhamento legal, principalmente no que
tange ao processo de privatizações dos bancos Estatais e o licenciamento para a
entrada de novas instituições Bancárias no mercado. O regulamento dessas
reformas assentou-se nas seguintes legislações:
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f) Decreto número 21/89 de 23 de maio - regulamenta a alienação de empresas do
Estado mediante concurso público e estabelece a organização administrativa do
processo dessas alienações. Este decreto foi implementado com vigor a partir de
1992.
g) Lei número 13/91, de 3 de agosto - que estabelece que empresas com
participação Estatal, poderão tornar-se empresas do Estado, privatizadas ou
extintas. Entrou em vigor em 1992.
h) Lei número 15/91 - que estabelece normas sobre o licenciamento,
reestruturação e redimensionamento de instituições de crédito, incluindo a
alienação ou privatização. Sendo que em 1996/7, deu-se continuidade ao
processo de privatização e o licenciamento de novas instituições de crédito,
aumentando significativamente o número de operadores no sistema. de
supervisor e regulador bancário;
i) Decreto número 28/91, de 21 de novembro, que regulamenta a Lei número
15/91, definindo o quadro jurídico-administrativo do processo de reestruturação
bancária.
j) Lei número 1/92, lei orgânica - que consiste na reestruturação das funções do
Banco de Moçambique, deixando de assumir a carteira comercial, repassando ao
Banco Comercial de Moçambique (BCM). Com este decreto, reforçou-se o
papel do Banco de Moçambique como Banco Central, gestor de políticas
monetárias, supervisor bancário, controlador de reservas externas, de entre
outros atributos.
18
c) em 1998, regulou-se o exercício de funções de crédito das pessoas singulares
assim como coletivas (decreto número 47/98). Nesse mesmo ano, foi
aprovada a legislação que permitia a criação dos mercados de Valores
Mobiliários, assim como foi criado o regulamento que aprovava a
institucionalização da Bolsa de Valores de Moçambique em 1998 (decreto
número 49/98).
Por último, foi estabelecida em 1998 a legislação que regulamentava o papel das
Instituições não bancárias na concessão de crédito. Não englobava todas atividades
desenvolvidas por uma instituição bancária (receber depósitos, fomentar o comércio),
mas sim, trabalhariam como guarda de valores dos clientes em troca do crédito a ser
concedido, direcionando-se principalmente ao micro-crédito.
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Também procurará retratar o ambiente competitivo do mercado bancário, diante do
processo de privatizações e da entrada de novos operadores no mercado bancário. Após
a implementação das reformas no sistema financeiro Moçambicano, o Sistema veio-se
tornando mais segmentado, contando com mais instituições operando nos mercados
financeiros. Até 1990, existiam três instituições operando no sistema bancário,
exercendo cada uma delas múltiplas funções. Após serem efetuadas as reformas dentro
do setor, de 1990 aos dias de hoje o sistema passou a contar com a participação de 60
instituições Financeiras Bancárias e não Bancárias (vide anexo 1), incluindo onze
bancos comerciais, um banco de Investimento, cinco cooperativas de crédito, três
sociedades de Investimento, três sociedades leasing e foram criadas e trinta e seis casas
de câmbio (COMICHE, 2001).
Entretanto, por mais que tenham entrado novos operadores que vem atuando em
segmentos específicos, nota-se a presença de certos bancos operando tanto com a
carteira comercial como com a carteira de investimentos, apresentando características
de um banco universal (caso do grupo BIM - Banco internacional de Moçambique).
20
a) os supervisores bancários, devem estabelecer para todas instituições bancárias,
requisitos mínimos e apropriados de adequação de capital. Esses requisitos refletem os
riscos a que os bancos estão sujeitos a correr;
b) os supervisores bancários devem avaliar os procedimentos adotados pelas instituições
bancárias no que tange ao modo de financiamento, decisões de investimentos, assim
como devem controlar as suas carteiras de riscos;
c) os supervisores bancários devem impor um controle interno nas instituições bancárias,
monitorando-se os seus ativos e passivos, evitando-se possíveis crises de insolvência.
Tornando-se fundamental que as Instituições controlem as suas escalas de negócios.
d) os supervisores bancários, devem exigir dos bancos acordos com políticas e práticas de
contabilização, para poder-se fazer uma análise da condição financeira dos bancos,
tendo estes a obrigação de publicar regularmente esses relatórios.
e) torna-se fundamental que os órgãos de supervisão financeira, criem um ordenamento
legal que defina as operações das diferentes Instituições Financeiras. Por exemplo,
deverá ser usada a denominação "banco”, se na realidade a instituição desempenhar
funções de um banco.
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CAPÍTULO V
1. Introdução de um Sistema de administração financeira do estado em
moçambique (sistafe)
22
desenvolvidas no domínio da actividade financeira dos órgãos e instituições do
Estado;
d) Estabelecer, implementar e manter o sistema de controlo interno eficiente e
eficaz e procedimentos de auditoria interna internacionalmente aceites;
e) Estabelecer, implementar e manter um sistema de procedimentos adequados a
uma correcta, eficaz e eficiente condução económica das actividades resultantes
dos programas, projectos e demais operações no âmbito da planificação
programática delineada e dos objectivos pretendidos.
1.3. Organização e funcionamento do sistafe o sistafe
é composto por cinco principais subsistemas, nomeadamente:
Por sua vez, cada um dos subsistemas, são integrados por macro processos que
compreendem a:
a) os classificadores orçamentais;
23
b) o plano básico de contabilidade pública;
c) a conta única do tesouro;
d) a programação financeira;
e) a rede de cobrança;
f) o cadastro e inventário do património do Estado;
g) a Conta Geral do Estado;
h) a programação do controlo interno;
i) o sistema informático e-SISTAFE.
24
Fase II – que teria como objectivo a melhoria no desenvolvimento dos subsistemas
anteriores e a introdução de novos subsistemas como o Património do Estado e o
Controlo Interno. Esperava-se que a execução Orçamental através do e-SISTAFE
pudesse ter sido iniciada em 2004 com o lançamento do sistema no Ministério do
Plano e Finanças (MPF), incluindo as direcções provinciais de Finanças, assim
como um projecto-piloto no Ministério da Educação. Este cenário não foi atingido
por várias razões.
Por estas razões, o processo da digitalização dos registos manuais existentes nos
Livros 16 e 17 foi abandonado e a execução orçamental com uma posição
actualizada dos gastos no e-SISTAFE dentro do orçamento de 2004 foi também
abandonada para os restantes meses de 2004.
25
2. conclusão
26
3. Referências Bibliográficas
27
Entrevista
Para esta parte pratica tivemos o privilégio de entrevistar o sr. João Xavier Vilanculo,
Técnico Superior tributário de 2ᵃ classe.
Questões e resposta
Primeira fase (Governo de transição) primeiramente teve-se a etapa que foi marcada
pela criação de um Banco Central e Emissor em maio de 1975, no âmbito do decreto
número 2/75 de 17 de maio, durante o governo de transição. A segunda fase (durante a
transição ao socialismo) foi marcada pela reestruturação do Sistema Bancário
Nacional em dezembro de 1977, no âmbito das leis números 5 e 6/77, de 31 de
dezembro. A terceira fase (retorno ao capitalismo) foi caracterizada pela reforma do
Setor Financeiro em dezembro de 1991 e em janeiro de 1992. Houve a separação
Institucional das funções do Banco de Moçambique, que até então exercia em
simultâneo as funções de Banco Central e Comercial, passando a exercer somente a
função de banco Central. Numa primeira etapa, que se estendeu desde 1975 a 1977,
Moçambique era uma nação recém independente (1975), sendo que havia vestígios da
marca colonial no respectivo Sistema financeiro.
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O que caracteriza as reformas financeira do Moçambique socialista?
O Moçambique socialista teve como características: Os Programas de Reestruturação
Econômica (PRE) em 1987, visando a liberalização econômica do país, abandonando-
se as teorias socialistas. Essa mudança de vertente econômica, demandava alterações
em outros setores da economia, sendo um deles o Sistema Financeiro.
Este foi o ponto de partida para o início da terceira fase do processo de mudanças no
Sistema Financeiro Moçambicano. Entretanto, a terceira fase (dezembro de 1991 e
janeiro de 1992), foi marcada pela reforma do Sistema Financeiro no âmbito do PRE,
em que se viu necessário modificar a estrutura do Sistema Financeiro Moçambicano
(via processo de privatizações), assim como foram tomadas medidas de liberalização
financeira (liberalização da taxa de juros e de câmbios, em 1994) e reforçou-se o papel
do Banco de Moçambique como Banco Central (tendo-se introduzido novos
instrumentos de política monetária).
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Anexos 1
30
31
32
33
34
35