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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

VONTADE HUMANA E A LIBERDADE DO HOMEM NA SOCIEDADE


MOÇABICANA

Jovita Avelino Thenesse - 708210493

Beira, Abril, 2023


Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

VONTADE HUMANA E A LIBERDADE DO HOMEM NA SOCIEDADE


MOÇABICANA

Jovita Avelino Thenesse - 708210493

Curso: Licenciatura em Ensino de Geografia


Disciplina: Ética Social
Ano de frequência: 3° Ano
Turma: A

Docente: dr. Pe. Victor Alfiado Makola

Beira, abril, 2023


Critérios de avaliação (disciplinas teóricas)

Classificação
Categorias Indicadores Padrões Nota
Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
✓ Índice 0.5
✓ Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura
organizacionais ✓ Discussão 0.5
✓ Conclusão 0.5
✓ Bibliografia 0.5
✓ Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
✓ Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
✓ Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
✓ Articulação e
domínio do discurso
académico
3.0
Conteúdo (expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e ✓ Revisão
discussão bibliográfica
nacional e
2.0
internacional
relevante na área de
estudo
✓ Exploração dos
2.5
dados
✓ Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
✓ Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA ✓ Rigor e coerência
Referências 6ª edição em das
2.0
Bibliográficas citações e citações/referências
bibliografia bibliográficas
Folha de Feedback dos tutores:

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Índice

1. Introdução ............................................................................................................................... 3

1.2. Objectivos ............................................................................................................................ 4

1.2.1. Objectivo geral ................................................................................................................. 4

1.2.2. Objectivos específicos ...................................................................................................... 4

1.3. Metodologia ......................................................................................................................... 4

2. Vontade e liberdade ................................................................................................................ 5

2.1. Livre vontade e a virtude ..................................................................................................... 6

2.3. Vontade humana e a liberdade do homem na sociedade Moçambicana ............................. 7

Conclusão ................................................................................................................................. 10

Referências bibliográficas ........................................................................................................ 11


1. Introdução

O presente trabalho surge no âmbito do comprimento exigido pela Universidade Católica de


Moçambique para aquisição de alguns créditos académicos de modo a fazer a cadeira de Ética
Social. A liberdade é um dos valores fundamentais da existência humana e é o critério mais
importante do desenvolvimento social.

O trabalho apresenta-se estruturado em 4 partes onde temos: 1ª parte inclui introdução, a 2ª é


apresentado o desenvolvimento. A 3ª parte é apresenta a conclusão, finalmente a 4ª parte
apresenta as referências bibliográficas.

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1.2. Objectivos

1.2.1. Objectivo geral


❖ Conhecer a vontade Humana e a liberdade do Homem na sociedade Moçambicana.

1.2.2. Objectivos específicos


❖ Conceituar à vontade e liberdade;
❖ Compreender a vontade humana e a liberdade do homem na sociedade moçambicana.

1.3. Metodologia
A elaboração do presente trabalho baseia-se em uma revisão bibliográfica com base na literatura
técnica, nacional e internacional, na busca de informações em diversas páginas da Internet e na
experiência prática da autora.

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2. Vontade e liberdade
No pensamento de Rousseau, o homem, no seu processo de desenvolvimento, passa por estágios
que vão do mais primitivo, quando a associação entre os indivíduos se dá pela necessidade
imediata de busca da sobrevivência, por exemplo, a caça de um grande animal; passa por uma
agregação mais permanente quando já se conhece a divisão do trabalho; e atinge um estágio de
mais acentuada divisão do trabalho e da propriedade, trazendo com ele as várias formas de
desigualdades sociais, condição que não é legítima do ponto de vista natural, pois desigualdade
e injustiça não são condições naturais do homem. O autor parte do princípio de que o homem
em seu estado natural nasce bom e livre e é dominado por impulsos egoístas, vivendo uma
liberdade natural, só conhecendo limites nas suas forças. Portanto, força e liberdade são
condições naturais do homem no estado de natureza. O homem nascendo livre, só a ele pertence
à liberdade. "Renunciar à liberdade é renunciar à qualidade de homem" (Rousseau, 1978: 25).

Rousseau fundamenta as suas idéias políticas na defesa desses dois valores. Diferentemente do
que pregam os liberais, para ele, a liberdade não se limita à exaltação do particular frente à
exigência de um Estado mínimo que não intervenha nas questões sociais, principalmente
econômicas, mas a uma liberdade que só se realiza na esfera do coletivo, como superação das
vontades particulares e o desenvolvimento de valores que regem a vida em sociedade.

Rosenfield (1983) considera a liberdade como processo de saída de si, que na cisão própria de
seu movimento reflexivo de exteriorização, perfaz o movimento inverso, a volta a si, para
empreender novamente.

A vontade é o método ou a forma da existência da liberdade no homem e, portanto, é impossível


ter vontade sem liberdade e liberdade sem vontade.

A vontade é um modo de pensar ligado à incorporação do conhecimento teórico do homem em


sua atividade prática, enquanto ser-aí, na existência real. Ao mesmo tempo, vontade e
pensamento são impossíveis sem o outro. Uma pessoa que não possui a inteligência apropriada
não é capaz de tomar decisões conscientes e corretas. Inversamente, o foco da consciência na
cognição do mundo torna-se possível para a vontade benevolente, o desejo do homem de
adquirir o conhecimento necessário para sua atividade.

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2.1. Livre vontade e a virtude
Para Rousseau (1981) a justiça acontece em uma sociedade política se nela houver a garantia
da paz social e da liberdade de seus associados. Isso só acontece e nessa sociedade se for
implantada a vontade geral, ou seja, cada homem deve estar em comum com todos os demais
não reclamando para si mais do que ele pode querer, ao mesmo tempo, para todos os outros.
Somente dessa maneira, o Estado Civil pode garantir a paz social e a liberdade de todos os seus
membros.

Todo povo reunido é comparado a um corpo, e nenhum corpo ataca a si mesmo. Nesse ponto,
Rousseau propõe que o povo e o soberano procurem ajudar-se mutuamente, considerando o
interesse das partes. Os próprios homens devem procurar reunir-se em dupla relação e dela
obter todas as vantagens. Rousseau explica que, mesmo o soberano, tendo seu corpo formado
pelo particular, não pode ter interesses contrários a este. Assim também, a potência
soberana não tem nenhuma necessidade de garantia face dos súditos, como é impossível que o
corpo deseje prejudicar a todos os seus membros e não prejudicar o particular. Porque o
soberano sempre vai ser o que ele deve ser. Os súditos, embora relativamente não tenham
nenhuma obrigação com o soberano, mas têm o interesse comum e devem responder seu
compromisso se houver os meios de assegurar sua fidelidade.

Cada indivíduo, pode como homem, ter uma vontade particular contrária ou
dessemelhante à vontade geral, que tem como cidadão: seu interesse particular
pode ser muito diverso do interesse comum; sua existência absoluta, e
naturalmente independente, pode fazer com que considere o que deve a causa
comum como uma contribuição gratuita, cuja perda seria menos prejudicial aos
outros que o pagamento haveria de ser oneroso para ele; e olhando a pessoa
moral que constitui o Estado como um ser de razão porque não é um homem,
gozaria de direitos do cidadão sem querer cumprir os deveres dos súditos,
injustiça cujo progresso causaria a ruína do corpo político. (Rousseau,
1981:30)

O pacto social é um compromisso único que tem força para todos, se cumprida a vontade geral.
Quem deseja se excluir desse contexto, não terá espaço no corpo como um todo, e a isso será
obrigado por todo o corpo. Essa é a condição do cidadão ter liberdade, de ser patriota e de ter
uma dependência pessoal. Condição essa que constitui o artifício e o fogo da máquina política

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que o autor nomeia de legitimidade e de compromisso civil. Para ele, sem esses conceitos, o
homem abusaria da ação do homem.

2.3. Vontade humana e a liberdade do homem na sociedade Moçambicana

A ideia de liberdade em Nogenha pode ser entendida – como consta da sua obra Filosofia
Africana: das Independências às Liberdade (1993), – como um pensamento associado à
condição histórica do africano. Nogenha sustenta que os esforços que começaram na segunda
metade do Século XIX, quer eles se chamem pan-africanismo, etnofilosofia, filosofia crítica,
negritude ou hermenêutica, se afiguram movimentos que vivem do espírito e tendem para a
mesma realidade: a liberdade do africano, condição da sua historicidade (Buanaissa, 2016).

O outro pólo do pensamento severiniano é o da liberdade como emancipação política e como


desenvolvimento económico. Se é verdade que nos anos 1960 os povos africanos começaram a
alcançar as independências políticas, o mesmo não se pode dizer das liberdades económicas.
Praticamente toda a África contínua ainda hoje sob o jugo da pobreza endémica, sob conflitos
armados, ditaduras socioeconómicas, assim por diante.

Ngoenha (2014) indica que dos muitos caminhos possíveis para o alcance dessa liberdade, um
dos mais credíveis seria o cultivo real do espírito de solidariedade entre as gentes e povos, já
não unicamente na relação Norte-Sul, mas acima de tudo, no interior das próprias culturas, em
que as populações poderiam ser galvanizadas pela partilha de bens, e por isso, pela intercultura.
Associado a isso, é importante que a as ciências sociais e humanas, nos exemplos da filosofia
e da história, das sociologias e das antropologias, das linguísticas e dos estudos da religião, bem
como das ciências educacionais, e outras afins, se dediquem com afinco, na nova “luta” pela
segunda vaga da libertação política, o que iria reduzir os índices de violência nas suas múltiplas
dimensões, mas sobretudo, iria possibilitar o grande sonho de uma liberdade económica, e por
isso, de um mundo mais justo e distributivo.

A medida que as ciências humanas forem encontrando novas propostas alternativas para o
alcance das liberdades, os grandes peritos do neoliberalismo poderão estar um passo enfrente,
na corrida desenfreada pelos recursos em detrimento de milhões de almas. Mesmo assim, na
óptica de Ngoenha, uma saída seria possível: seria necessário que os povos subjugados
estabelecessem parâmetros justos de desenvolvimento, e que a distribuição equitativa das
riquezas se tornasse um imperativo categórico nacional. Se para tal fosse necessário subverter
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a ordem da autoridade do dia pelo bem maior, por intermédio do diálogo e da resistência
inteligente (não violenta), que assim o fosse. O importante é de facto, engajar-se por um mundo
melhor, um mundo mais justo. É caminhar para a liberdade, isto é: a Paz, o Desenvolvimento e
a Felicidade dos Povos.

A DUDH1, portanto, é um conjunto de valores éticos que se impõem ao ser humano, e que
segundo o nosso entendimento podem se resumir em: Dignidade humana, significa reconhecer
o ser humano igual a nós próprios e por isso, tratá-lo com o respeito que desejamos ser dados.
A dignidade é considerada como um princípio da liberdade, da justiça e da paz. A paz significa
que os indivíduos, grupos ou Estados devem sempre procurar estabelecer uma convivência
pacífica, através da tolerância, do diálogo; igualdade, significa tratamentos iguais às situações
idênticas, seja no âmbito econômico, social, cultural como político. Em outros termos quer dizer
que aquilo que pretendo para mim não posso não reconhecer como um direito para outra pessoa
na mesma situação. Isto significa que ninguém pode tratar e considerar o outro, seja um
indivíduo, uma classe social ou um povo, como inferior a si sob pretexto da diferença de cor,
sexo, origem social e económica, costumes, descendência. Em nosso entendimento, algumas
diferenças humanas, são fontes de valores positivos e, como tal, devem ser protegidas e
estimuladas; Liberdade significa que a pessoa deve ser livre de escolher a sua religião, o seu
domicílio, o seu grupo de associação, liberdade de ensino, de casamento, política, etc. Esta
liberdade compreende tanto a dimensão política, quanto a individual, pois a liberdade política,
sem as liberdades individuais, é característica de Estados autoritários ou totalitários.

A liberdade política e os direitos e liberdades fundamentais, são elementos indissociáveis para


a construção de uma sociedade que respeita os direitos humanos e, portanto, de um Estado de
direito democrático. Um Estado que não respeita os direitos e liberdades fundamentais dos
indivíduos, por mais que formal e politicamente se defina como um Estado de Direito
Democrático é um Estado absolutista ou autoritário. Assim, conclui-se que formalmente há
elementos que configuram o Estado de Direito Democrático em Moçambique. No entanto, sua
prática ainda é um desafio, visto que as instituições de defesa, segurança e justiça, por estarem,
por força da lei mãe, subordinadas ao Presidente da República, que ao mesmo tempo é chefe
do Estado e Presidente do partido no poder, no nosso entendimento não são totalmente
democráticas. Somos favoráveis a inclusão no texto constitucional de elementos culturais

1
Declaração Universal dos Direitos Humanos
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representativos de cada região, tendo em conta que o povo moçambicano é constituído por
várias nações (cultura, tradição, língua materna, etc.) distintas.

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Conclusão

A vontade é o método ou a forma da existência da liberdade no homem e, portanto, é impossível


ter vontade sem liberdade e liberdade sem vontade. A vontade livre inclui de início em si
mesma, as diferenças que consistem que a liberdade é a sua determinação e seu fim”.

Concluímos que os Direitos Humanos são hoje uma temática incontornável, na luta pelo
progresso e desenvolvimento da humanidade, em geral, e de Moçambique, em particular.

De um país visto, durante muito tempo, como autoritário e, potencialmente, violador dos
Direitos Humanos, Moçambique tem procurado, entre avanços e recuos, trilhar um caminho em
prol dos Direitos Humanos, sendo de assinalar três momentos históricos.

A partir de 1990, com a aprovação de uma Constituição de cariz liberal, a assinatura dos
Acordos de Paz e a realização de eleições multipartidárias, Moçambique garante as condições
políticas para enfrentar de maneira consistente o desafio de não somente reconstruir e expandir
as infraestruturas necessárias ao acesso aos Direitos sociais e à promoção dos Direitos
económicos, mas também de implementar as medidas necessárias para garantir a protecção e
promoção de uma maior gama dos Direitos políticos, civis e culturais para a população.

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Referências bibliográficas

Ngoenha, S. (2016). A (Im)possibilidade do Momento Moçambicano: notas estéticas. Maputo:


Alcance Editores.

Ngoenha, S. “Emancipação” In: Sansone, L. & Furtado, C. (Orgs). (2014). Dicionário crítico
das ciências sociais dos países de fala portuguesa, Bahia, ABA Publicações.

Rosenfield, Denis L. (1983). Política e Liberdade em Hegel. São Paulo: Editora Brasiliense.

Rousseau, Jean - Jacques. (1981). Do Contrato Social e Discurso sobre a Economia Política.
Tradução Márcio Puglier e Norberto de Paula Lima. Editora Humes,

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