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Sandra Mara Dobjenski

DIREITO PENAL – CONCURSO DE PESSOAS

*PARTICIPAÇÃO DE MENOR IMPORTÂNCIA


Art. 29, § 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode (= deve,
não é uma faculdade do juiz, direito subjetivo do partícipe) ser diminuída de um
sexto a um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (causa geral de
diminuição de pena)
*Não existe coautoria de menor importância, porque se presume que todas as
atividades dos coautores são importantes.
Art. 29, § 2º - Se algum dos concorrentes (abrange tanto os coautores como os
partícipes) (não importa no desvio subjetivo de conduta se é do coautor ou do
partícipe – o agente somente pode ser punido pelo quer fazer – por conta de
seu elemento subjetivo – por conta de seu dolo) quis participar (sentido de
concorrer – auxiliar na infração penal e não no sentido de participação) de
crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada
até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. (AGENTE
CONTINUA RESPONDENDO PELA INFRAÇÃO PENAL QUE ELE QUERIA
COMETER) (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (Ex.: A e B queriam
praticar um furto, se dirigem a um lugar ermo, tendo conhecimento de que era um
sítio, que havia muito tempo que as pessoas não frequentavam aquele lugar –
estavam observando o local a semanas – os dois resolvem praticar a subtração dos
bens existentes no sítio – um fica do lado de fora vigiando enquanto B entra, quando
A entrou percebeu que naquele dia especificamente a família tinha ido e ainda assim
quer continuar com o animus de subtração, atua mediante grave ameaça ou
violência e leva o que desejava subtrair. A que ficou do lado de fora responderá pelo
furto e B que entrou na casa irá responder pelo crime de roubo. Entretanto, não era
previsível que a família estivesse na casa, dessa forma ele não tinha a intenção de
subtrair coisas móveis com auxílio de grave ameaça ou violência, dessa forma B
responderá pelo crime de furto com a pena aumentada, visto que não existia a
previsibilidade.
Exceção à teoria monista ou unitária
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Teoria pluralista – o numero de infrações penais iria variar de acordo como o número
de pessoas que estivem participando daquela infração penal – 5 pessoas – 3
autores e 2 partícipes – 5 infrações penais.
Teoria dualista – 10 pessoas participaram da infração penal – 05 autores e 05
partícipes – 01 crime dirigido aos coautores e 01 crime dirigido aos partícipes. Para
teoria dualista se teria sempre dois crimes um para os coautores e um para os
partícipes.
Teoria monista ou unitária – adota pelo código brasileiro - quem de qualquer modo
concorre para o crime incide nas penas a este (crime) cominadas na medida de sua
culpabilidade. Uma infração penal como regra dividida a todos os autores e a todos
os partícipes – teoria moderada, matizada porque a regra não é absoluta.

Pedro simplesmente pegou o laptop e foi embora, não praticando o crime de roubo.
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A – não se está numa situação de participação de menor importância porque o


sujeito não é partícipe e sim autor – Pedro estava junto praticando o crime contra o
patrimônio, sendo, portanto um coautor.
GABARITO: LETRA C

GABARITO: LETRA C
Circunstâncias incomunicáveis
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter
pessoal, salvo (se ocorrer o dado e se este for elementar da figura típica e se
isso for de conhecimento do coparticipante isso se estende a ele) quando
elementares do crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
*Circunstância é dado periférico, dado que fica ao redor da figura típica – ter ou não
ter uma circunstância em nada interfere na figura típica – o crime continuará
existindo da mesma forma. (Motivo fútil, torpe, etc. – são circunstâncias) – a
circunstância permite que a pena seja aumentada ou diminuída, mas nunca interfere
na definição da figura típica.
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Sandra Mara Dobjenski

*A elementar é um dado essencial a figura típica , sem esse dado ocorre o que se
denomina de atipicidade absoluta - fato deixa de ser completamente típico ou há
uma atipicidade relativa = desclassificação
Diferença entre circunstância e elementar
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem
móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo,
em proveito próprio ou alheio: (Crime de peculato) (Ex.: A é funcionário público
(intra(dentro) neus – está dentro da administração pública – extra neus – sujeito que
está fora da administração pública) e B que é extra neus (particular) os dois
resolvem juntos subtrair um notebook pertencente a administração pública no setor
onde A trabalha – B possui conhecimento, sabe efetivamente que A é funcionário
público (para as elementares se comunicarem é necessário o conhecimento) –
A responde pelo crime de peculato - furto, pois se valeu do cargo ocupado e B
também responde também por peculato-furto pois possui conhecimento da
qualidade de funcionário público de A. (Se não existir o conhecimento B não
responde por peculato, mas sim pelo crime de furto)
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto
ou logo após: (Infanticídio) por conta do Art 30 CP que diz que não se comunicam
as circunstâncias e condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do
crime – a grande maioria da doutrina compreende que o agente que auxilia a
parturiente, ela influenciada pelo estado puerperal, a causar a morte do próprio filho
– os dois respondem pelo crime de infanticídio.
Casos de impunibilidade
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição
expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser
tentado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (inter criminis – Art. 14 CP -
Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Crime consumado (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição
legal; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
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Tentativa (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)


II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias
alheias à vontade do agente. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Como regra o sujeito somente pode ser punido a partir do momento que ele dá
início aos atos de execução. A fase da cogitação e a fase da preparação são
atos impuníveis.
A pode ter instigado, induzido ou auxiliado materialmente B para causar a
morte de C, entretanto B não dá início aos atos de execução – participe
também será impune.
 NÃO É PUNÍVEL TENTATIVA DE PARTICIPAÇÃO.

Favorecimento real

Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de


receptação, auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime:

Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.

*Participação X favorecimento real = favorecimento do dolo (A procura B, A já está


resolvido a praticar uma subtração, B oferece a sua casa para que A guarde os
objetos subtraídos – A se sente estimulado vai até a casa de C subtraí todos os
eletro eletrônicos e leva para B – como o oferecimento da casa ocorreu antes da
subtração – B responderá como partícipe. Se a situação fosse inversa A já tivesse
subtraído C, estivesse com tudo em um caminhão e procurasse B a título de
prestação de ajuda para esconder os objetos – B oferece um galpão e A deposita o
produto do furto no local – oferecimento ocorreu após o furto consumado, nesse
caso B responde pelo crime de favorecimento real.
*Se o dolo for antecedente o participe responde pela conduta a qual ele ajudou,
desde que patrimonial, se o dolo foi após o fato consumado o partícipe responde por
favorecimento real.

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