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Direito Penal: teoria do crime I

Art. 4º Poderá ser desconsiderada a


Sujeitos e Objetos do Crime pessoa jurídica sempre que sua personalidade
for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos
▪ Sujeito Ativo: caracteriza-se como o autor causados à qualidade do meio ambiente.
da infração. É o agente, acusado, réu,
indiciado, imputado.
▪ Sujeito Passivo: é o titular do bem
De acordo com a lei 9.605/98 a pessoa
jurídica pode ser um sujeito ativo nos casos jurídico lesado ou ameaçado. É a
de crimes ambientais. vítima, o ofendido, lesado.
O s. passivo pode ser o ser humano,
LEI Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE pessoa jurídica, Estado, Adm. Pública,
1998. nascituro, etc.

Dispõe sobre as -O morto não pode ser sujeito passivo, pois a


sanções penais e morte extingue a personalidade de direitos.
administrativas
derivadas de -Os Animais possuem a proteção do Estado,
Mensagem de veto mas não são titulares de direitos, logo, não
condutas e
atividades lesivas ao podem ser sujeitos ativos nem passivos.
meio ambiente, e dá
outras providências. -Não há simultaneidade, ou seja, não existe
crime onde o mesmo ser é sujeito ativo e
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço passivo. O ser humano não comete crime
saber que o Congresso Nacional decreta e eu contra si mesmo. As condutas ofensivas
sanciono a seguinte Lei: contra sua própria pessoa, se definidas como
crime, lesam interesses jurídicos de outras
CAPÍTULO I pessoas.

DISPOSIÇÕES GERAIS O suicídio não é crime (somente sua


instigação ou auxílio - art. 122. CP); na auto-
lesão a vítima é a seguradora (crime de
Art. 1º (VETADO)
fraude contra seguro); quem pratica auto-
mutilação para se subtrair do serviço militar,
Art. 2º Quem, de qualquer forma,
ofende o Estado; no incêndio, é a
concorre para a prática dos crimes previstos
incolumidade pública; na auto-acusação falsa,
nesta Lei, incide nas penas a estes
é o Estado.
cominadas, na medida da sua culpabilidade,
bem como o diretor, o administrador, o Com relação à rixa, embora os participantes
membro de conselho e de órgão técnico, o pratiquem a ação criminosa e possam sofrer
auditor, o gerente, o preposto ou mandatário as consequências jurídicas dela, eles são
de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta
sujeitos ativos da conduta que realizam e
criminosa de outrem, deixar de impedir a sua vítima da conduta dos demais participantes.
prática, quando podia agir para evitá-la.

Art. 3º As pessoas jurídicas serão


responsabilizadas administrativa, civil e
▪ Objeto Jurídico: trata-se do bem (tudo
penalmente conforme o disposto nesta Lei,
aquilo que satisfaz a integridade
nos casos em que a infração seja cometida por
humana) ou interesse jurídico protegido
decisão de seu representante legal ou
pela norma penal.
contratual, ou de seu órgão colegiado, no
interesse ou benefício da sua entidade.
▪ Objeto Material ou Substancial: trata-se
Parágrafo único. A responsabilidade das
da pessoa ou coisa sobre a qual recai a
pessoas jurídicas não exclui a das pessoas
conduta criminosa, ou seja, aquilo que a
físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do
ação delituosa atinge. Toda ação ou
mesmo fato.
omissão que lesa ou expõe a perigo de
lesão bens jurídicos penalmente
tutetalos. Ex: alguém (ser humano) é o estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente
para reprovação e prevenção do crime: (Redação dada
objeto material do homicídio; coisa
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
alheia móvel é o do furto; documento,
da falsificação. I - as penas aplicáveis dentre as
cominadas;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
Por vezes, o sujeito passivo coincide com o 11.7.1984)
objeto material (ex: homicídio, em que o
homem é sujeito passivo e objeto material). II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos
Mesmo assim, não se confundem as noções limites previstos;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
de sujeito passivo e objeto material.
III - o regime inicial de cumprimento da pena
Ex: no furto, o objeto material é a coisa, e o
privativa de liberdade;(Redação dada pela Lei nº 7.209,
possuidor, o sujeito passivo. de 11.7.1984)

Existem crimes que não possuem objeto IV - a substituição da pena privativa da liberdade
material, como no ato obsceno e no falso aplicada, por outra espécie de pena, se
testemunho (art. 233 e 342 CP) , porém todos cabível. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
os crimes possuem objeto jurídico.
Critérios especiais da pena de multa

Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a


▪ Instrumento crime: meio utilizado para pena, quando não constituem ou qualificam o
crime:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
praticar o crime.
I - a reincidência; (Redação dada pela Lei nº 7.209,
Pode ser uma arma, uma faca, uma pessoa, de 11.7.1984)
um carro, um pedaço de madeira…
II - ter o agente cometido o crime: (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

▪ Título do crime: todos, ou quase todos a) por motivo fútil ou torpe;


os crimes possuem nomes, que
auxiliam na interpretação do dispositivo. b) para facilitar ou assegurar a execução, a
“Nomem juris” ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime;

c) à traição, de emboscada, ou mediante


dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou
impossível a defesa do ofendido;
Elementos Específicos do Crime
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura
O verbo (o que descreve a conduta; ex: ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia
matar, subtrair, sequestrar…). resultar perigo comum;

O objeto material (aquele qual reincide a e) contra ascendente, descendente, irmão ou


conduta do agente). cônjuge;

Os Sujeitos (ativo e passivo). f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de


relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade,
As circunstâncias (dados acessórios que, ou com violência contra a mulher na forma da lei
agregados ao crime, aumentam ou diminuem a específica; (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006)
pena).
g) com abuso de poder ou violação de dever
inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão;
CAPÍTULO III
DA APLICAÇÃO DA PENA
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos,
enfermo ou mulher grávida; (Redação dada pela Lei nº
Fixação da pena 10.741, de 2003)

Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos i) quando o ofendido estava sob a imediata
antecedentes, à conduta social, à personalidade do proteção da autoridade;
agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências
do crime, bem como ao comportamento da vítima,
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou é que o conteúdo da volição não deve ser analisado na
qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular ação, mas na culpabilidade.
do ofendido;
-Finalista: A ação humana é exercício de uma atividade
l) em estado de embriaguez preordenada. final, não de uma mera atividade causal. A finalidade é
presente, portanto, em toda conduta humana. A ação
Agravantes no caso de concurso de pessoas final é um agir orientado conscientemente a um fim. No
finalismo, também, reconhece-se que a vontade dirigida
a um fim dirige a causalidade, logo o conteúdo a
Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação
vontade, isto é, o dolo, é integrante da ação.
ao agente que: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
Todavia, no crime culposo, também existe a vontade
11.7.1984)
dirigida a um fim, só que a reprovação jurídica nos
crimes culposos não recai a finalidade do agente, mas
I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou nos meios que o agente elegeu para a consecução do
dirige a atividade dos demais agentes; (Redação dada seu fim, sendo eles qualificados como imprudentes,
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) negligentes ou imperitos. Logo, na culpa o direito não
reprova a finalidade do agente, mas reprova os meios
II - coage ou induz outrem à execução material do que o agente elegeu para a consecução dos seus fins.
crime; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Hans Welzel.

III - instiga ou determina a cometer o crime alguém -Social: A teoria social da ação, então, surge para
sujeito à sua autoridade ou não-punível em virtude de explicar melhor o conceito de crime culposo e,
condição ou qualidade pessoal; (Redação dada pela Lei principalmente, a omissão culposa. Segunda a teoria
nº 7.209, de 11.7.1984) social da ação, a ação humana é a conduta humana
socialmente relevante dominada (ou dominável) pela
IV - executa o crime, ou nele participa, mediante vontade e dirigida a uma finalidade. Observe que a
paga ou promessa de recompensa.(Redação dada pela teoria social da ação não apaga a teoria finalista, já que
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) ação continua sendo uma conduta humana consciente e
voluntária dirigida a uma finalidade. O objetivo da teoria,
Reincidência em verdade, é acrescentar um novo elemento ao
conceito: a relevância social da conduta do agente. O
fim social da conduta, almejado pelo agente, precisa ser
Elementos Genéricos do Crime
socialmente reprovável. Eberhard Schimidt, Joannes
Wessels e Hans Heinrich Jeschek.
Fato Típico

É expresso pelo fator humano (conduta) que produz um -Imputação Objetiva: Para alguns doutrinadores a
determinado resultado que a lei classifica como crime. É teoria da imputação objetiva consiste na fusão entre a
um elemento obrigatório para que uma ação seja teoria causal, finalista e a teoria da adequação social.
considerada um crime, juntamente com a ilicitude ou Esta teoria determina que não há imputação objetiva
culpabilidade. quando o risco criado é permitido, devendo o agente
responder penalmente apenas se ele criou ou
incrementou um risco proibido relevante. Claus Roxin
O fato típico é formado obrigatoriamente por 4
elementos:

▪ Conduta: é o comportamento desenvolvido pelo ▪ Resultado: é a alteração que foi produzida


indivíduo com a determinação de atingir um através do ato praticado. Esse elemento é
determinado objetivo. É a ação praticada pela fundamental para que o crime seja classificado
pessoa. como consumado, ou seja, se o resultado
ocorreu, o crime foi consumado.

E com base nela que se formulam todos os juízos O resultado subdivide-se em:
que compõe o conceito de crime: tipicidade,
antijuricidade e culpabilidade. -CRIME MATERIAL consuma-se com a produção do
As modalidades da conduta são ação e omissão resultado material (ou naturalístico).
É o que ocorre, por exemplo, na hipótese
Ação como de homicídio que depende da morte da vítima.
sinônimo de conduta. Isso se da porque no A morte da vítima é o resultado naturalístico do crime de
termo ação envolve a comissão, que se homicídio.
identifica com a ação positiva, e a omissão que
se identifica com a ação negativa. -CRIME FORMAL consuma-se independente da
produção do resultado material (ou naturalístico).
Teorias sobre a conduta: O crime formal é também chamado de crime de
resultado antecipado ou jurídico, pois consuma-se antes
-Causalista: baseia-se numa relação de causa e efeito, da produção do resultado material. Isso não significa
sem a apreciação subjetiva. A critica feita a essa teoria que não possa ocorrer a produção do resultado
7.209, de 11.7.1984) Superveniência de causa
naturalístico. O resultado naturalístico pode (ou não) independente (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
ocorrer, mas, se ocorrer, será APÓS a consumação do
crime. § 1º - A superveniência de causa relativamente
O crime de extorsão, por exemplo, é compreendido pela independente exclui a imputação quando, por si só,
doutrina como espécie de crime formal. produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto,
imputam-se a quem os praticou. (Incluído pela Lei nº
C.P. Art. 158 Constranger alguém, mediante violência 7.209, de 11.7.1984)
ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou
para outrem indevida vantagem econômica, a fazer,
tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa:
Regressus ad infinitum objetiva: como se vê, o juízo
de valoração (desaprovação) da conduta impede o
Pena – reclusão, de quatro a dez anos, e multa. chamado regressus ad infinitum, que consistiria em
responsabilizar penalmente todos os que concorrem
causalmente para o resultado.
O agente consuma o crime ao “constranger alguém, Se a teoria da equivalência dos antecedentes causais
mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de (teoria da conditio sine qua non) fosse aplicada em sua
obter para si ou para outrem indevida vantagem literalidade haveria o regressus ad infinitum(pela morte
econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de de uma pessoa responderia quem efetuou o disparo, o
fazer alguma coisa”. Pouco importa, neste caso, se o vendedor da arma, o fabricante da arma etc.).
agente obteve ou não a vantagem indevida. Ocorre que o vendedor (autorizado) da arma, o
A vantagem indevida é resultado naturalístico que fabricante da arma etc. Realizam atividades de risco
apresenta-se como mero exaurimento do crime, normal. E quem cria risco normal não pode ser
ocorrendo, portanto, após a consumação. penalmente responsabilizado.

-MERA CONDUTA é aquele que se consuma


independentemente do resultado naturalístico. Para se evitar a regressão ao infinito, interrompe-se a
Aqui, contudo, diferente do crime formal, NÃO HÁ cadeia causal no momento em que não houver dolo ou
RESULTADO NATURALÍSTICO. Um exemplo de crime culpa por parte daquelas pessoas que tiveram alguma
de mera conduta é o porte ilegal de armas. O mero ato importância na produção do resultado
de portar a arma não gera nenhum resultado
naturalístico.
▪ Tipicidade
▪ Nexo de Causalidade: é o elo entre uma
O tipo penal é um instrumento legal, logicamente
conduta praticada por um sujeito e o resultado
necessário e de natureza predominantemente
dessa conduta. Dessa forma, trata-se da
descritiva, que tem por função a individualização de
relação entre intenção e produto de um ato.
condutas humanas penalmente relevantes.
Relação mais eficaz de uma CONDUTA
produzir o RESULTADO.
Espécies de tipos penais:
Teorias:
-Da causalidade adequada Dolosos- regra geral, tem uma definição completa (são
-Da eficiência fechados), porém alguns necessitam de um
-Da relevância jurídica complemento dado pelo juiz.
-Da equivalência dos antecedentes
Culposos- regra geral, são considerados abertos, porem
Conditio sine qua non: tem origem do latim e significa assim como o dolo há tipos penais culposos fechados.
"Condição sem a qual não", ou seja, é a referida
condição de causalidade sem a qual não ocorreria o Tipos Normais e Anormais:
delito. Este conceito é aplicado tanto no âmbito do
direito como de mesmo modo da teologia, entretanto
enquanto no direito diz respeito a teoria de causalidade Trata-se de uma descrição onde os tipo penais normais
de um delito, na teologia refere-se a uma condição possuem uma descrição objetiva, e os anormais
prévia obrigatória para que outra ocorra, exemplo para possuem uma descrição objetiva, subjetiva e normativa.
que eu possa receber um diploma de graduação,
obrigatoriamente eu devo terminar o curso em que estou Exemplo:
estudando. Deste modo, este conceito pode possuir
dois significados. Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante
seqüestro ou cárcere privado: (Vide Lei nº 10.446, de
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do 2002)
crime, somente é imputável a quem lhe deu causa.
Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o Pena - reclusão, de um a três anos.
resultado não teria ocorrido. (Redação dada pela Lei nº
O Caput trata-se de tipo normal.
§ 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos: Alguns autores chegaram a dizer que nosso códigos
penais. Mas isso já foi superado.
I - se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou
companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) anos; Título da infração penal
(Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005)
-Colaboram para a interpretação. As vezes a infração
Inciso I trata-se de um tipo anormal. esta definida com o título.

Componentes do tipo: Exemplo: Latrocínio (roubo qualificado com o evento de


morte).
Núcleo (um ou mais verbos), sujeito ativo, sujeito
passivo, objeto material, outros (referencia ao tempo, Classificação dos Crimes
lugar, maneira etc.)
Significados e justificativa da classificação dos crimes.
Tipicidade:
Direito Romano:
Ajuste do fato a um a um tipo, direta ou indiretamente.
Indiretamente, é o ajuste feito pela parte geral. -Delicta: infrações de natureza privada

-Crimen: infrações de natureza pública (consideradas


mais graves, parcidium/perduellium).
Classificação das Infrações Penais

Sistema Tripartido (Classificação em três modalidades


de infrações penais) Tempo da consumação:

Para teoria tripartida, o crime é um fato típico, -Instantâneo: cuja consumação é dada num
antijurídico (ilícito) e culpável. A Teoria Tripartida exige determinado momento.
que, para que haja crime, o fato seja típico, ilícito e
culpável, faltando um desses elementos o crime é
-Permanente: se prolonga no tempo, até cessar sua
afastado. permanência.

-Crimes (considerados mais graves, possui penas


maiores)
Continuado:
-Delitos (pena correcional)
Trata-se da pratica de 2 ou mais tipos da mesma
-Contravenções (punições que se assemelham a penas especie; praticados em sequência. Unificação de penas.
de polícia, quase que administrativas)

Sistema Bipartido (Classificação em duas modalidades


de infrações penais)
Progressivo:
Para a teoria bipartida o crime é um fato típico e
antijurídico (ilícito), sendo a culpabilidade apenas um É aquele realizado mediante um único ato ou atos que
pressuposto de aplicação da pena. Portanto, segundo o compõem único contexto. Em outras palavras, ocorre
raciocínio bipartido, o crime só é afastado se o fato for quando o agente, para alcançar um resultado mais
atípico ou se sobre ele incidir alguma das excludentes grave, passa por uma conduta inicial que produz um
de ilicitude evento menos grave.

-Crimes ou delitos

-Contravenções Progressão Criminosa:

O Código Penal, podemos perceber nitidamente que ele A progressão criminosa é aquela realizada mediante
adere à Teoria Bipartida, pois é bem claro ao especificar dois atos, dois movimentos, ou seja, quando o agente
as ocasiões em que o crime é afastado. inicia um comportamento que configura
um crime menos grave, porém, ainda dentro do mesmo
inter criminis, resolve praticar uma infração mais grave,
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não que pressupõe a primeira.
há pena sem prévia cominação legal.

No artigo supracitado, o Código Penal aduz que não


existe crime quando o fato é formalmente atípico.
Resultado:
Crime de condutas convergentes ou bilaterais: as
Material- são aqueles que exigem a ocorrência de condutas dos agentes partem de direções
resultado naturalístico, sem o qual não há consumação opostas, mas se encontram ao final.
e sim tentativa. Exemplo: homicídio, furto, roubo etc.

Crimes de condutas divergentes: os agentes


Formal: É aquele em que a lei descreve uma ação e
cometem diversas condutas, uns contra os outros.
um resultado, no entanto, o delito restará consumado no
momento da prática da ação, independentemente
do resultado, que se torna mero exaurimento do delito.
Crime acidentalmente coletivo: É aquele em
De mera conduta: É aquele em que a lei descreve que a participação de mais de um agente acarreta
apenas uma conduta, e não um resultado. Sendo assim, o aumento de pena pelo concurso de pessoas.
o delito consuma-se no exato momento em que a crime simples: O tipo penal apenas prevê uma
conduta é praticada. Pode-se citar, como exemplo, o conduta típica, ou seja, um verbo núcleo do tipo.
crime de violação de domicílio.
Habitual:
De dano: Os crimes de dano, também chamados de
crimes de lesão, são aqueles que causam efetivo É um conceito do Direito penal que descreve a
prejuízo ao bem jurídico protegido pela legislação. reiteração ou habitualidade de uma mesma conduta
reprovável, ilícita, de forma a constituir um estilo ou
hábito de vida. Como exemplo, pode-se citar o caso do
De perigo: se consumam tão-só com a possibilidade do
crime de curandeirismo, quando o agente pratica as
dano (ex: crime de contágio venéreo).
ações com intenção de lucro.

Exaurido:
Formas de Conduta:
É o conjunto de efeitos lesivos que subsistem após o
-Comissivo: são os crimes em que o agente ou o sujeito cometimento do delito.
ativo, aquele que pratica o crime, age de forma positiva
(por meio de uma ação, e não de uma omissão).
Crimes de Conduta:
-Omissivo
Única: possui 1 núcleo só.
Impróprio: consiste na omissão ou não execução
de uma atividade predeterminada e juridicamente Múltipla: possui vários núcleos.
exigida do agente.

Próprio: há somente a omissão de um dever de Crimes Conexos:


agir, imposto normativamente, dispensando, via de
regra, a investigação sobre a relação de causalidade
naturalística (são delitos de mera conduta). 2 ou mais crimes que estão ligados entre si por
vontade do agente. Há um nexo subjetivo entre os
crimes, portanto, serão apreciados em um único
De conduta mista: são aqueles em que o tipo juízo/processo.
penal é composto de duas fases distintas, uma
inicial e positiva, outra final e omissiva. Exemplo: crime
de apropriação de coisa achada.

Crime Putativo:

Número de Agentes: Crime Imaginário, sem tipo. Trata-se de crimes


moralmente reprovados pela sociedade.
Unissubjetivo: pode ser praticado por um único agente,
podendo haver eventualmente concurso de agentes.
Ex.: homicídio.
Quase crime:
Plurissubjetivo: (ou de concurso necessário) são
aqueles que exigem dois ou mais agentes para a Impossível (meio inadequado/ improprio ou não
prática do delito em virtude de sua conceituação típica. existe o objeto).

Crime de condutas paralelas: os agentes querem Participação impunível (somente a ideia).


o mesmo resultado, colaborando entre si.
Crime Simples e Complexo: Os crimes comuns são aqueles definidos no Código
Penal. Já os especiais possuem uma legislação especial
Simples: ofende a 1 bem jurídico, único tipo. extra código.

Complexo: resultante da fusão de 2 ou mais tipos Por força do art. 64, inciso II, para efeito de reincidência
penais. não se consideram os crimes militares próprios e
políticos. Os crimes militares próprios estão previstos
expressamente no Código Penal Militar, que os diferencia
dos crimes militares relativos (arts. 9º e 10). Os crimes
políticos, sejam puros ou relativos, também não geram,
Quanto aos Atos: como antecedentes, a reincidência para os delitos
comuns.
Unissubsistente: compõe-se de apenas 1 ato. Não
admite-se a tentativa. Crimes políticos: Como a lei não faz restrição
quanto a eles, estão incluídos tanto os delitos políticos
Plurissubsistente: compõe-se de 2 ou mais atos. próprios (que somente lesam ou põem em risco a
organização política) como ainda os crimes políticos
impróprios (que também ofendem outros interesses,
além da organização política).
Quanto a Gravidade do Crime Praticado:
Crimes militares próprios: São os delitos que
estão definidos apenas no CPM e não, também, na
Simples (básico), privilegiado (redução de pena),
legislação penal comum. Assim, a condenação anterior
qualificado (aumento de pena).
por crime militar que tenha correspondente nas leis
penais comuns (por isso chamados crimes militares
impróprios) é capaz de gerar reincidência.

Qualidade do Agente: A condenação definitiva anterior for por crime militar


próprio, a prática de crime comum não leva à
Comum: qualquer um pode praticar o crime. reincidência. Se o agente, porém, pratica crime militar
próprio, após ter sido definitivamente condenado pela
Próprio: pessoa especifica (ex: funcionário público) prática de crime comum, será reincidente perante o
CPM, pois este não tem norma equivalente.

Também não caracteriza reincidência a condenação


anterior transitada em julgado por crime político, que
De Mão Própria: pode ser:
a) próprio, ou puro: ofende apenas a segurança ou a
Trate-se do crime que só pode ser praticado pelo agente organização do Estado. São os crimes contra a
presente no ato. segurança nacional (Lei 7.170/1983). (...)
b) impróprio, impuro, ou relativo: ofende a segurança ou
a organização do Estado, e também um bem jurídico
protegido pela legislação comum.
Em ambas as espécies afasta-se a reincidência, pois o
Funcionais:
Código Penal, ao contrário do que fez no tocante aos
crimes militares, não estabeleceu distinção entre crimes
Próprios: crimes funcionais impróprios são aqueles políticos próprios ou impróprios.
nos quais, uma vez excluída a elementar “funcionário
público” a conduta contra a Administração Pública será
tipificada como outro crime. O delito de peculato
Crimes Comuns e de Responsabilidade:
Impróprios: Qualquer pessoa pode praticar.
Os crimes comuns são aqueles julgados pelo STF, já os
de responsabilidades são julgados pelo Senado, não há
pena privativa de liberdade, somente perda do cargo.
Crimes Vagos:

Falta de identificação do sujeito passivo, neste caso o


sujeito passivo trata-se de uma coletividade, não é uma Crime Principal e Acessório:
pessoa física, nem jurídica.
O crime principal, assim como próprio nome diz é o
principal, independe da existência de outro. Já o crime
acessório existe a partir de um outro crime.
Crimes Comuns e Especiais:
Elemento subjetivo/normativo: De Fato Transeunte e Não Transeunte
(permanente):
Crime doloso- ato com dolo, queria o resultado.
Termos utilizado pela medicina legal, onde crimes
transeunte não deixa vestígios, e não transeuntes
Crime culposo- ato com culpa, não queria o trata-se de crimes que deixam vestígios.
resultado.

Crime preterdoloso- é aquele no qual coexistem


os dois elementos subjetivos: dolo na conduta
antecedente e culpa na conduta consequente. Existe
um crime inicial doloso e um resultado final culposo.

Crime de Ação Penal:

Pública:

Condicionada- depende de algum requisito da vítima.

Incondicionada: não há necessidade de algum requisito


inicial para o MP promove a denúncia.

Regra geral: ação penal publica é incondicionada.

De iniciativa privada: queixa, depende da iniciativa


privada oferecer a denúncia.

Crimes Hediondos:

Em Direito Penal, é um adjetivo que qualifica o crime


que, por sua natureza, causa repulsa. O crime
hediondo é inafiançável e insuscetível de graça, indulto
ou anistia, fiança e liberdade provisória. São
considerados hediondos: tortura; tráfico de drogas;
terrorismo; homicídio, quando praticado em atividade
típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por
um só agente; homicídio qualificado; latrocínio;
extorsão qualificada pela morte; extorsão mediante
seqüestro e na forma qualificada; estupro; atentado
violento ao pudor; epidemia com resultado morte;
genocídio; falsificação; corrupção ou alteração de
produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais.
Considera-se também hediondo o crime de genocídio
previsto nos artigos 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889/56,
tentado ou consumado (Veja Código Penal - Decreto-
Lei n° 2.848/40).

Crime de Bagatela:

Trata-se de crimes de ínfima insignificância, criação da


doutrina e da jurisprudência.

Menor Potencial Ofensivo:

Critério objetivo, possui pena mínima de 2 anos.

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