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Existem crimes que não possuem objeto IV - a substituição da pena privativa da liberdade
material, como no ato obsceno e no falso aplicada, por outra espécie de pena, se
testemunho (art. 233 e 342 CP) , porém todos cabível. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
os crimes possuem objeto jurídico.
Critérios especiais da pena de multa
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos i) quando o ofendido estava sob a imediata
antecedentes, à conduta social, à personalidade do proteção da autoridade;
agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências
do crime, bem como ao comportamento da vítima,
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou é que o conteúdo da volição não deve ser analisado na
qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular ação, mas na culpabilidade.
do ofendido;
-Finalista: A ação humana é exercício de uma atividade
l) em estado de embriaguez preordenada. final, não de uma mera atividade causal. A finalidade é
presente, portanto, em toda conduta humana. A ação
Agravantes no caso de concurso de pessoas final é um agir orientado conscientemente a um fim. No
finalismo, também, reconhece-se que a vontade dirigida
a um fim dirige a causalidade, logo o conteúdo a
Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação
vontade, isto é, o dolo, é integrante da ação.
ao agente que: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
Todavia, no crime culposo, também existe a vontade
11.7.1984)
dirigida a um fim, só que a reprovação jurídica nos
crimes culposos não recai a finalidade do agente, mas
I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou nos meios que o agente elegeu para a consecução do
dirige a atividade dos demais agentes; (Redação dada seu fim, sendo eles qualificados como imprudentes,
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) negligentes ou imperitos. Logo, na culpa o direito não
reprova a finalidade do agente, mas reprova os meios
II - coage ou induz outrem à execução material do que o agente elegeu para a consecução dos seus fins.
crime; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Hans Welzel.
III - instiga ou determina a cometer o crime alguém -Social: A teoria social da ação, então, surge para
sujeito à sua autoridade ou não-punível em virtude de explicar melhor o conceito de crime culposo e,
condição ou qualidade pessoal; (Redação dada pela Lei principalmente, a omissão culposa. Segunda a teoria
nº 7.209, de 11.7.1984) social da ação, a ação humana é a conduta humana
socialmente relevante dominada (ou dominável) pela
IV - executa o crime, ou nele participa, mediante vontade e dirigida a uma finalidade. Observe que a
paga ou promessa de recompensa.(Redação dada pela teoria social da ação não apaga a teoria finalista, já que
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) ação continua sendo uma conduta humana consciente e
voluntária dirigida a uma finalidade. O objetivo da teoria,
Reincidência em verdade, é acrescentar um novo elemento ao
conceito: a relevância social da conduta do agente. O
fim social da conduta, almejado pelo agente, precisa ser
Elementos Genéricos do Crime
socialmente reprovável. Eberhard Schimidt, Joannes
Wessels e Hans Heinrich Jeschek.
Fato Típico
É expresso pelo fator humano (conduta) que produz um -Imputação Objetiva: Para alguns doutrinadores a
determinado resultado que a lei classifica como crime. É teoria da imputação objetiva consiste na fusão entre a
um elemento obrigatório para que uma ação seja teoria causal, finalista e a teoria da adequação social.
considerada um crime, juntamente com a ilicitude ou Esta teoria determina que não há imputação objetiva
culpabilidade. quando o risco criado é permitido, devendo o agente
responder penalmente apenas se ele criou ou
incrementou um risco proibido relevante. Claus Roxin
O fato típico é formado obrigatoriamente por 4
elementos:
E com base nela que se formulam todos os juízos O resultado subdivide-se em:
que compõe o conceito de crime: tipicidade,
antijuricidade e culpabilidade. -CRIME MATERIAL consuma-se com a produção do
As modalidades da conduta são ação e omissão resultado material (ou naturalístico).
É o que ocorre, por exemplo, na hipótese
Ação como de homicídio que depende da morte da vítima.
sinônimo de conduta. Isso se da porque no A morte da vítima é o resultado naturalístico do crime de
termo ação envolve a comissão, que se homicídio.
identifica com a ação positiva, e a omissão que
se identifica com a ação negativa. -CRIME FORMAL consuma-se independente da
produção do resultado material (ou naturalístico).
Teorias sobre a conduta: O crime formal é também chamado de crime de
resultado antecipado ou jurídico, pois consuma-se antes
-Causalista: baseia-se numa relação de causa e efeito, da produção do resultado material. Isso não significa
sem a apreciação subjetiva. A critica feita a essa teoria que não possa ocorrer a produção do resultado
7.209, de 11.7.1984) Superveniência de causa
naturalístico. O resultado naturalístico pode (ou não) independente (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
ocorrer, mas, se ocorrer, será APÓS a consumação do
crime. § 1º - A superveniência de causa relativamente
O crime de extorsão, por exemplo, é compreendido pela independente exclui a imputação quando, por si só,
doutrina como espécie de crime formal. produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto,
imputam-se a quem os praticou. (Incluído pela Lei nº
C.P. Art. 158 Constranger alguém, mediante violência 7.209, de 11.7.1984)
ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou
para outrem indevida vantagem econômica, a fazer,
tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa:
Regressus ad infinitum objetiva: como se vê, o juízo
de valoração (desaprovação) da conduta impede o
Pena – reclusão, de quatro a dez anos, e multa. chamado regressus ad infinitum, que consistiria em
responsabilizar penalmente todos os que concorrem
causalmente para o resultado.
O agente consuma o crime ao “constranger alguém, Se a teoria da equivalência dos antecedentes causais
mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de (teoria da conditio sine qua non) fosse aplicada em sua
obter para si ou para outrem indevida vantagem literalidade haveria o regressus ad infinitum(pela morte
econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de de uma pessoa responderia quem efetuou o disparo, o
fazer alguma coisa”. Pouco importa, neste caso, se o vendedor da arma, o fabricante da arma etc.).
agente obteve ou não a vantagem indevida. Ocorre que o vendedor (autorizado) da arma, o
A vantagem indevida é resultado naturalístico que fabricante da arma etc. Realizam atividades de risco
apresenta-se como mero exaurimento do crime, normal. E quem cria risco normal não pode ser
ocorrendo, portanto, após a consumação. penalmente responsabilizado.
Para teoria tripartida, o crime é um fato típico, -Instantâneo: cuja consumação é dada num
antijurídico (ilícito) e culpável. A Teoria Tripartida exige determinado momento.
que, para que haja crime, o fato seja típico, ilícito e
culpável, faltando um desses elementos o crime é
-Permanente: se prolonga no tempo, até cessar sua
afastado. permanência.
-Crimes ou delitos
O Código Penal, podemos perceber nitidamente que ele A progressão criminosa é aquela realizada mediante
adere à Teoria Bipartida, pois é bem claro ao especificar dois atos, dois movimentos, ou seja, quando o agente
as ocasiões em que o crime é afastado. inicia um comportamento que configura
um crime menos grave, porém, ainda dentro do mesmo
inter criminis, resolve praticar uma infração mais grave,
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não que pressupõe a primeira.
há pena sem prévia cominação legal.
Exaurido:
Formas de Conduta:
É o conjunto de efeitos lesivos que subsistem após o
-Comissivo: são os crimes em que o agente ou o sujeito cometimento do delito.
ativo, aquele que pratica o crime, age de forma positiva
(por meio de uma ação, e não de uma omissão).
Crimes de Conduta:
-Omissivo
Única: possui 1 núcleo só.
Impróprio: consiste na omissão ou não execução
de uma atividade predeterminada e juridicamente Múltipla: possui vários núcleos.
exigida do agente.
Crime Putativo:
Complexo: resultante da fusão de 2 ou mais tipos Por força do art. 64, inciso II, para efeito de reincidência
penais. não se consideram os crimes militares próprios e
políticos. Os crimes militares próprios estão previstos
expressamente no Código Penal Militar, que os diferencia
dos crimes militares relativos (arts. 9º e 10). Os crimes
políticos, sejam puros ou relativos, também não geram,
Quanto aos Atos: como antecedentes, a reincidência para os delitos
comuns.
Unissubsistente: compõe-se de apenas 1 ato. Não
admite-se a tentativa. Crimes políticos: Como a lei não faz restrição
quanto a eles, estão incluídos tanto os delitos políticos
Plurissubsistente: compõe-se de 2 ou mais atos. próprios (que somente lesam ou põem em risco a
organização política) como ainda os crimes políticos
impróprios (que também ofendem outros interesses,
além da organização política).
Quanto a Gravidade do Crime Praticado:
Crimes militares próprios: São os delitos que
estão definidos apenas no CPM e não, também, na
Simples (básico), privilegiado (redução de pena),
legislação penal comum. Assim, a condenação anterior
qualificado (aumento de pena).
por crime militar que tenha correspondente nas leis
penais comuns (por isso chamados crimes militares
impróprios) é capaz de gerar reincidência.
Pública:
Crimes Hediondos:
Crime de Bagatela: