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DIREITO PENAL – NOÇÕES FUNDAMENTAIS

O Direito Penal possui como função a proteção de bens jurídicos, isto é, valores ou
interesses reconhecidos pelo Direito e imprescindíveis à satisfação do indivíduo ou da
sociedade. Somente os interesses mais relevantes são colocados na categoria de bens
jurídicos penais, em face do caráter fragmentário e da subsidiariedade do Direito Penal.

Foi Claus Roxin que defendeu que a principal missão do Direito Penal é a proteção de
bens jurídicos, por meio da Teoria Funcionalista Moderada (Teleológica ou Dualista ou
Racional).

Juízo de Valor x Juízo de Fato

Juízo de Valor é de caráter normativo, ele segue um conjunto de regras que estão
predefinidas em nossa sociedade pela moral e pela ética.

Juízo de Fato é a avaliação feita a partir das ideias criadas de experiências vividas.
Quando alguém avalia uma situação tendo como base as coisas como são e porque são,
está a utilizar do juízo de fato, desconsiderando assim seus pontos de vistas pessoais,
suas crenças, seus valores morais, etc. Tendo portanto caráter subjetivo.

DOS SUJEITOS

Sujeito ativo: É quem pratica a figura típica descrita na norma penal incriminadora.

Sujeito passivo: É o titular do bem jurídico lesado ou ameaçado (ex: é aquele que morre
no crime de homicídio; é o ferido na lesão corporal; é o possuidor da coisa no furto).

Sujeito passivo formal é o Estado, titular do mandamento proibitivo não observado pelo
sujeito ativo. O Estado é sempre lesado pela conduta do sujeito ativo.

Sujeitos da conduta típica é diferente de sujeitos processuais.

Típica - Ativo, passivo e o Estado

Processuais: Juiz, réu, MP, Defensor...

DOS ELEMENTOS

Elemento objetivo: juízo de certeza

Elemento subjetivo: animus do agente

Elemento normativo: juízo de valor do aplicador

Elementos Objetivos:
Descritivos: por descreverem os aspectos materiais da conduta, como: objeto, tempo,
lugar, forma de execução etc. Esses elementos independem de juízo de valor.

Normativos: os tipos normativos dependem de juízo de valor, ou seja, precisa de uma


determinada "definição" para que seja entendida. Ex.: motivo torpe, decoro, funcionário
público etc.

Científico: não demanda juízo de valor, mas tão somente o significado científico de
determinada coisa. Ex.: é crime utilizar embrião humano para determinada finalidade.
Para saber o que é embrião, basta ter conhecimento do seu significado biológico.

Elementos Subjetivos: estão ligados ao especial fim de agir do indivíduo.

 Positivos: animam o agente. → Ex.: no tráfico para uso compartilhado, o


indivíduo deve vender droga com o objetivo de consumir juntamente com a
pessoa.
 Negativos: elementos subjetivos que não devem animar o agente. → Ex.: “”
deve vender droga sem o objetivo de lucrar.

MEMORIZAÇÃO:

Elementos OBJETIVOS:

-Descritivos;

-Normativos;

-Científicos.

Elementos SUBJETIVOS:

-Positivo;

TEORIA DOS CRIMES

Art. 6º.CODIGO PENAL - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a


ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-
se o resultado.

CODIGO PENAL -> Teoria da Ubiquidade (quanto ao lugar do crime)

CODIGO PENAL -> Teoria da Atividade (quanto ao tempo do crime)

CODIGO DE PROCESSO PENAL -> Teoria do Resultado (quanto à competência)


JECRIM -> Teoria da Atividade (quanto à competência)

MEMORIZAÇÃO: LUTA!!!!!
LUGAR – UBIQUIDADE OU MISTA OU HIBRIDA = Adota-se a teoria
da ubiquidade, também chamada de teoria mista.

TEMPO – ATIVIDADE = Adota-se a teoria da atividade, também chamada de teoria


da ação.

Concurso de pessoas - TEORIA MONISTA, UNITÁRIA OU IGUALITÁRIA

Havendo conflito aparente de normas, aplicam-se os seguintes


princípios:
Princípio da especialidade:

por este, o tipo especial prevalece sobre o tipo geral;

Ex: o art. 12 do CP: “as regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados
por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso”.

"Entende-se como lei especial aquela que contém todos os elementos da norma geral,
acrescida de outros que a tornam distinta (chamados de especializantes). O tipo especial
preenche integralmente o tipo geral, com a adição de elementos particulares.

Princípio da subsidiariedade:

o tipo principal prevalece sobre o tipo subsidiário;

Extradição. - Não pode ser deferida a extradição quanto a porte de arma, por se tratar, no
Brasil, de fato qualificado como contravenção (atenção para a data do julgamento, que é
anterior ao Estatuto do Desarmamento). - No direito brasileiro, com relação aos crimes de
roubo e de constrangimento ilegal há concurso aparente de normas que se resolve
pelo princípio da subsidiariedade tácita, não ocorrendo, portanto, concurso deles. Extradição
deferida em parte, para concede-la apenas pelo crime de roubo que e imputado ao
extraditando.

O princípio da subsidiariedade atua como “soldado de reserva”, aplicando a


norma subsidiária menos grave quando impossível a aplicação da norma
principal mais grave.

Princípio da consunção:

um crime é entendido como fase de preparação ou de execução de um outro delito


(crime-fim)
o crime-fim prevalece sobre (“absorve”) o crime-meio; O princípio da consunção se
concretiza em quatro situações: crime complexo, crime progressivo, progressão
criminosa e atos impuníveis.

Princípio da alternatividade:

quando o agente comete mais de uma ação ou omissão, todas previstas no mesmo tipo
penal, realiza um único crime.

- temos crimes de ação múltipla, também chamados de tipos misto alternativo, em que a
realização de qualquer um dos verbos já caracteriza o crime. Melhor exemplo é o art. 33
da lei de drogas.

Principio do bis in idem

significa punir duas vezes o réu pelo mesmo fato. (o que é vedado pelo princípio: punir
mais de uma vez pelo mesmo fato)

Porém, não veda o "Art. 61 código penal - São circunstâncias que sempre agravam a
pena, quando não constituem ou qualificam o crime:

I - a reincidência;"

PRINCIPIOS DA TERRITORIALIDADE

1 – Princípio da TERRITORIALIDADE: aplica-se a lei penal do LOCAL do crime.

2 – Princípio da NACIONALIDADE ATIVA: aplica-se a lei penal da


NACIONALIDADE DO AGENTE.

3 – Princípio da NACIONALIDADE PASSIVA: aplica-se a lei pena da


NACIONALIDADE DA VÍTIMA.

4 – Princípio da DEFESA/REAL: aplica-se a lei penal da NACIONALIDADE DO


BEM JURÍDICO LESADO.

5 - Princípio da JUSTIÇA PENAL UNIVERSAL: o agente fica sujeito a lei penal do


PAÍS EM QUE FOR ENCONTRADO. Este princípio está normalmente presente nos
tratados internacionais de cooperação na repressão a determinados delitos de alcance
transnacional.

6 – Princípio da
REPRESENTAÇÃO/PAVILHÃO/BANDEIRA/SUBSTITUIÇÃO/SUBSIDIARIE
DADE a lei penal brasileira deve ser aplicada aos crimes cometidos em aeronaves e
embarcações PRIVADAS, quando praticados no estrangeiro e aí não seja julgados
(inércia do país estrangeiro).
 As embaixadas estrangeiras NÃO são consideradas território estrangeiro,
aplicando-se a lei brasileira nos crimes praticados no seu interior, SALVO QUANDO O
AUTOR FOR AGENTE DIPLOMÁTICO OU POSSUA IMUNIDADE DIPLOMÁTICA.

Não obstante, as embaixadas são invioláveis.

O Código Penal adota o princípio da territorialidade mitigada OU TEMPERADA.

Com relação à LEI PENAL NO ESPAÇO, nosso CP acolheu o PRINCÍPIO DA


TERRITORIALIDADE DA LEI PENAL, isto é, a lei penal brasileira aplica-se a
todos os fato ocorridos dentro do nosso território, este princípio NÃO É
ABSOLUTO E SIM MITIGADO OU TEMPERADO.

Hipóteses de território por extensão:

1°: Embarcação ou aeronave brasileira pública (EM QUALQUER LUGAR)

2°: Embarcação ou aeronave brasileira privada a serviço do Estado brasileiro (EM


QUALQUER LUGAR)

3°: Embarcação ou aeronave brasileira mercante ou privada (DESDE QUE NÃO


ESTEJA EM TERRITÓRIO ALHEIO)

Art 5 - § 1º, CP. Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território
nacionalas embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do
governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e
as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se
achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.

MPDFT - 2013 - O princípio da territorialidade regula a aplicação da lei penal brasileira


ao crime praticado no interior de navio de guerra de bandeira pátria, quando em porto
estrangeiro.

Territorialidade (art. 5.º do CP) - Crime é cometido no Brasil e aplica a lei brasileira.

Extraterritorialidade (art. 7.º do CP) - Crime é cometido no estrangeiro e aplica a lei


brasileira.

Presidente.( Vida ou liberdade)

 Administração. ( Por quem está a seu serviço)

Genocídio( agente domiciliado no Brasil)

 Contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de


Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia
ou fundação instituída pelo Poder Público;
Intraterritorialidade (art. 5.º, parte final, do CP) - Crime é cometido no Brasil e
aplica a lei estrangeira.

Exemplo : Considere que um cidadão nascido no Chile tenha cometido um crime de


estupro naquele país, após a obtenção de sua naturalização secundária como brasileiro,
com todos os efeitos legais a ela inerentes. Nesse caso, é possível a aplicação da lei
penal brasileira, sendo condição de procedibilidade para o início da ação penal a entrada
do agente em território nacional.

Certo- Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:

II - os crimes:

b) praticados por brasileiro;

§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das
seguintes condições:

a) entrar o agente no território nacional;

Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo
crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.

INFO 959/STF: O agente não pode responder à ação penal no Brasil se já foi
processado criminalmente, pelos mesmos fatos, em um Estado estrangeiro.

MEMORIZAÇÃO:

CIDA - Iguais Computam

Diferentes - Atenuam

OBS: Só vai ter esse "desconto" da pena cumprida no exterior quando se tratar da
extraterritorialidade Incondicionada, ou seja, se for contra a vida ou liberdade do
presidente da república, contra bem ou patrimônio da União, Estados, DF, Munícipios,
Autarquias, E.P. , S.E.M e F. P. ou Contra a Adm. Pública por quem está a seu serviço.

Fora dessas hipóteses, só vai cumprir pena no Brasil se cumprir os requisitos


cumulativos, dentre eles o de não ter sido condenado no estrangeiro e aí não ter
cumprido a pena.

SE ele foi condenado no exterior e lá já cumpriu a pena, então, tanto faz se a pena aqui
no Brasil foi maior. Ele não vai responder de novo.
MEMORIZAÇÃO:

O nosso território abrange o espaço geográfico e o espaço jurídico.

Para o CP a regra é a territorialidade moderada;

Para o C.PM a regra é a territorialidade e a extraterritorialidade

APLICAÇÃO DA NORMA PENAL

ANALOGIA

 Forma de integração
 Não existe norma
 Cria-se nova norma a partir de outra
 Somente in bonam partem
 Ex: isenção de pena para o cônjuge (e analogicamente para o companheiro)

INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA ou intra legem

 Forma de interpretação
 Existe norma
 Utilizam-se exemplos e fórmula genérica (aberta)
 In bonam ou in malam partem
 Ex: motivo torpe

INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA

 Forma de interpretação
 Existe norma
 Amplia-se o alcance
 In bonam ou in malam partem
 Ex: “arma”

Anologia In bonam partem para beneficiar o réu, é permitida no Direito Penal


Brasileiro.

Analogia In malam partem para prejudicar o réu, é proibida no Direito Penal


Brasileiro.

 Na sucessão de leis penais no tempo, é aplicável aquela mais favorável ao réu, seja
ela contemporânea ao crime, seja aquela em vigor na data da prolação da sentença.
OBSERVAÇÃO: ANALISE SE NA QUESTÃO FALA SOBRE CRIME CONTINUADO OU
PERMANENTE, NESSES CASO A LEI PENAL QUE PREJUDICAR O RÉU PODERÁ SIM SER
APLICADA.

Regra

Art. 2°, parágrafo único -- A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o
agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos
por sentença condenatória transitada em julgado.

Súmula 611-STF: Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das


execuções a aplicação de lei mais benigna.

• LEP/Art. 66. Compete ao Juiz da execução:

I — aplicar aos casos julgados lei posterior que de qualquer modo favorecer o
condenado.

MEMORIZAÇÃO: O Supremo Tribunal Federal (STF) firmou entendimento no


sentido de que DEPENDE DO MOMENTO:

→ Processo ainda em curso – Compete ao Juízo que está conduzindo o processo

→ Processo já transitado em julgado – Compete ao Juízo da execu

exceção:

Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua


duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao
fato praticado durante sua vigência.

# A Lei:

 Temporária --> Decorrido o período de sua duração;


 Excepcional --> Cessadas as circunstâncias que a determinaram;

# Aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.

(CESPE/TJ-RN/2013) De acordo com entendimento doutrinário dominante, a


lei excepcionalou temporária aplica-se ao fato praticado durante sua
vigência, ainda que, no momento da condenação do réu, não mais vija, ou ainda, que
tenham cessado as condições que determinaram sua aplicação. (CERTO)

1) LEI TEMPORÁRIA:
# Imagine uma linha do tempo, tudo estava dentro da “normalidade”, aí por algum
motivo (Ex: Copa do Mundo de 2014) tem-se a necessidade de editar uma lei
temporária.

 Prazo determinado;
 Tem Início e Fim.

MEMORIZAÇÃO:ATENÇÃO! Sempre que a questão trouxe a data ou validade é


temporária.

→ -------“Normalidade”------- →| Lei
Temporária | → -----------“Normalidade”--------- →

(CESPE/TJ-PR/2019) Nas disposições penais da Lei Geral da Copa, foi estabelecido


que os tipos penais previstos nessa legislação tivessem vigência até o dia 31 de
dezembro de 2014. Considerando-se essas informações, é correto afirmar que a referida
legislação é um exemplo de lei penal temporária. (CERTO)

2) LEI EXCEPCIONAL:

# No mesmo pensamento da linha do tempo, tem-se um cenário “normal” e


posteriormente, inicia-se a pandemia, por exemplo, com isso surge a necessidade de
editar uma lei excepcional para vigorar sob determinadas condições.

 Sabe-se o início;
 Mas o fim é incerto, pois não se sabe quando vai acabar a pandemia, guerra,
calamidade ...
 Assim, a lei continua até cessarem as circunstâncias.

→ ------“Normalidade”------- →|Lei Excepcional (...)| → -----


“Normalidade”--------- →

CARACTERÍSTICAS:

MEMORIZAÇÃO: As leis penais excepcionais ou temporárias têm como


característica a ultratividade, e a autorrevogabilidade.

 Ultratividade ?

Pelo fenômeno da ultratividade, os fatos praticados dentro do período da lei excepcional


ou temporária (mesmo que já extintas) continuam a produzir efeitos. Os efeitos dos
atos praticados não se extinguem com elas.
OBS: NÃO ocorre a retroatividade de lei mais favorável.

(CESPE/MPE-RO/2010) O CP contempla de forma expressa a ultratividade da norma


incriminadora no tocante à lei penal excepcional ou temporária, pois esta possui
o fator tempo como elemento integrante do tipo penal, o que leva à compreensão, por
parte da doutrina, nesse caso, do afastamento da regra constitucional e legal que
assegura a retroatividade da lei penal mais benéfica. (CERTO)

 Autorrevogáveis?

Elas não precisam de outra lei para revogá-las:

# Excepcionais → Tem período condicional (até que termine a excepcionalidade);

# Temporárias → Tempo determinado (até o término previsto desde sua criação);

Por estes motivos, autorrevogam-se dentro das peculiaridades de cada uma.

OBSERVAÇÃO:

 Ultra-atividade: ocorre quando a lei, mesmo depois de revogada, continua a


regular os fatos ocorridos durante a sua vigência.
 Retroatividade: possibilidade conferida à lei penal de retroagir no tempo, a fim
de regular os fatos ocorridos anteriormente à sua entrada em vigor.

Continuado X Permanente

Súmula 711 A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime
permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.

O crime continuado acontece quando são praticados vários crimes da mesma espécie,
sendo um em continuação do outro, dentro de uma mesma intenção.

Já o crime permanente é um crime que acontece durante um determinado período, ou


seja, a ação praticada dura por algum tempo. O crime de sequestro que dura alguns dias
é um exemplo de um crime permanente.

ABOLITIO CRIMINIS:

1. O crime é revogado formal e materialmente;


2. O fato não é mais punível (ocorre extinção da punibilidade art. 107, III CP);
3. Exemplo: Crime de adulterio (famoso Chifre) que foi revogado.
CONTINUIDADE NORMATIVA- TÍPICO:

1. O crime é revogado formalmente, mas não materialmente;


2. O fato continua sendo punível (a conduta criminosa é deslocada para outro tipo
penal);
3. Exemplo: Crime atentado violento ao pudor passou a ser tipificado no art. 213
em conjunto com o crime de estupro.

 Reconhecida a abolitio criminis, causa de extinção da punibilidade, os


efeitos penais se apagam, permanecendo os efeitos civis.

PRAZOS
ART 10 CP. O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os
meses e os anos pelo calendário comum

ART Art. 798 CPP Todos os prazos correrão em


cartório e serão contínuos e peremptórios, não se interrompendo por
férias, domingo ou dia feriado

- Atenção ao art. 10, CP e art. 798, caput e §1º, CPP

MEMORIZAÇÃO:

Prazo Penal - INCLUI o do começo e EXCLUI o do final.

Prazo Processual Penal - EXCLUI o do começo e INCLUI o do final.

Obs.: os prazos penais são improrrogáveis e insuscetíveis de interrupção e suspensão.

Não se interrompe por férias, domingos e feriados.

CRIAÇÃO DE LEIS

Em regra, somente a lei pode tratar sobre matéria penal, em consonância com o
princípio da legalidade, de acordo com artigo 5º, inciso XXXIX da CF/88.

MEMORIZAÇÃO: No entanto, a doutrina majoritária entende ser possível Medida


Provisória tratar sobre matéria penal, desde que para beneficiar o réu.

Art. 62. (...) § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: I – relativa a:
(...) b) direito penal, processual penal e processual civil;

2ª corrente: MP pode versar sobre direito penal, desde que seja norma não
incriminadora e benéfica ao réu (Rogério Sanches, Paulo Queiroz).
Posição do STF sobre o tema: O STF já admitiu, por duas vezes, medida provisória
tratando sobre direito penal não incriminador, desde que a norma seja benéfica ao
réu.

Lei Complementar: Podem tratar de temática penal, inclusive criar tipos e cominações
legais.

RECORRENCIA EM PROVAS

Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia
cominação legal.

O crime de violência psicológica foi incluído no Código Penal pela Lei n°


14.188/2021 (art. 147-B do CP)

SE A conduta DO cara foi em 2012, ou seja, ao tempo da conduta não havia esse
crime.

SÚMULA 589 - STJ: É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes ou


contravenções penais praticados contra a mulher no âmbito das relações domésticas.

Também é importante saber:

 SÚMULA 542: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de


violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada.

 JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ, Ed. 41, 11: O crime de lesão
corporal, ainda que leve ou culposo, praticado contra a mulher no âmbito das
relações domésticas e familiares, deve ser processado mediante ação
penal pública incondicionada.
 SÚMULA 600 - STJ: Para configuração da violência doméstica e familiar
prevista no artigo 5º da Lei 11.340/2006, Lei Maria da Penha, não se exige a
coabitação entre autor e vítima.

 Súmula 536 STJ - A suspensão condicional do processo e a transação penal


não se aplicam na hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da
Penha.

 SÚMULA 588 - STJ: A prática de crime ou contravenção penal contra a


mulher com violência ou grave ameaça no ambiente doméstico impossibilita a
substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.
 STJ: Lei Maria da Penha é aplicável à violência contra mulher trans
 STJ: A aplicação da circunstância agravante prevista no art. 61, II, “f”, do
Código Penal – contra criança, maior de 60 anos, enfermo ou mulher grávida –
de modo conjunto com outras disposições da Lei Maria da
Penha, NÃO acarreta bis in idem.

STF e STJ e alguns seus entendimentos mais importantes sobre o princípio da


insignificância:

 Furto: analisar o valor da coisa e a reiteração delitiva, se for furto


qualificado AFASTAM!
 Roubo: AFASTAM, mesmo que o valor seja ínfimo
 Crimes contra a fé pública: AFASTAM (STF HC 133226/29/03/2016)
 Crimes contra a adm pública: AFASTAM de acordo com a súmula 599 do STJ.
 Apropriação indébita previdenciária e estelionato previdenciário: AFASTAM
 Tráfico de Drogas: AFASTAM

 Descaminho: Quando o valor não ultrapassar R$ 20.000,00 APLICAM.

MEMORIZAÇÃO:

 STF ~~> Tem o 'F' da insigniFicância, logo, EXCEPCIONALMENTE, aplica-se.


 STJ ~~> Não tem o 'F' da insigniFicância, logo ,como REGRA, não se aplica

Bagatela própria

 É causa supralegal de exclusão da tipicidade


 O fato é atípico.
 O fato nasce irrelevante penalmente.
 Ex.: furto de uma caneta comum

Bagatela imprópria.

 É causa supralegal de exclusão da punibilidade


 O fato é típico.
 O fato nasce relevante penalmente.
 Previsto na parte final do art. 59, do CP
 Ex.: Pagamento do tributo nos crimes tributários

Em síntese, a infração bagatelar imprópria tem relevância para o Direito penal,


havendo desvalor da conduta e do resultado. Ou seja, incialmente nasce com
relevância para o direito penal, entretanto a punição pelo fato não se faz necessária. A
aplicação da pena torna-se não necessária no caso concreto em razão das peculiaridades
apresentadas. O mesmo não ocorre com o delito de bagatela próprio, pois neste o fato
nasce irrelevante para o direito penal, por ser insignificante.
CRIME IMPOSSÍVEL (tentativa inidônea ou crime oco)

O resultado não ocorre em razão:

(1) da absoluta IMPROPRIEDADE DO OBJETO: a conduta do agente não é


capaz provocar qualquer resultado lesivo à vítima. Ex: Matar o cadáver.

(2) da absoluta INEFICÁCIA DO MEIO: impossibilidade do instrumento utilizado


pelo agente de consumar o delito de qualquer forma. Ex: Arma de brinquedo.

HIPOTESES de incidência do princípio da consunção/absorção :

1) Crime progressivo 2) Progressão Criminosa 3) Crimes complexos 4) Atos impuníveis

Crime progressivo – O agente, querendo praticar determinado crime, necessariamente tem


que praticar um crime menos grave.

No crime progressivo, o sujeito, para alcançar o crime querido, passa


necessariamente por outro menos grave que aquele desejado.

Progressão criminosa – Aqui o agente altera seu dolo, ou seja, durante a empreitada
criminosa o agente altera sua intenção.

Na progressão criminosa, o agente inicialmente pretender praticar um


crime menos grave, e, depois, resolve progredir para o mais grave.

Antefato impunível (antefactum impunível) – Aqui o agente pratica fatos que estão na
mesma linha causal do crime principal, mas responde apenas pelo crime principal, pois se
considera que estes fatos anteriores são impuníveis.

Pós-fato impunível (postfactum impunível) – Aqui o agente pratica fatos que, isoladamente
considerados, são considerados criminosos.

. Lei penal em branco (necessita ser complementada por outra lei ou ato da
Administração). Se dividem em Homogêneas (advém da mesma instância legislativa),
que se subdivide em Homólogas (homovitelinas - complementada pela mesma lei)
e Heterólogas (heterovitelinas - complementada por lei distinta) e Heterogêneas
(advém de outra fonte legislativa).

Súmula 567 do STJ


Sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou por existência de
segurança no interior de estabelecimento comercial, por si só, não torna impossível a
configuração do crime de furto.

Apenas a lei penal retroage se mais benéfica. A lei processual penal é aplicada de
imediato e os atos praticados na vigência da lei anterior são considerados válidos.

c) INCORRETA. Com relação à lei processual penal, há divergência. Alguns afirmam


que a territorialidade é absoluta. Outros, por conta das exceções do art. 1º do CPP,
dizem que é mitigada. Há até quem diga que é absoluta mitigada (Tourinho Filho), o
que fica meio sem sentido. Entretanto, não obstante a discussão em relação à lei
processual penal, em se tratando da lei penal, é pacífico de que a territorialidade é
mitigada, o que torna a alternativa incorreta.

a Súmula n.º 17, do Superior Tribunal de Justiça, a seguir transcrita: “Quando o falso se
exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido”.

CP - exposição dos motivos (DOUTRINA)

C.P.P -exposição dos motivos (AUTÊNTICA)

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