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Direito Penal

Princípios do Direito Penal

Princípio da Legalidade – Art. 1º CP. Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem
prévia cominação legal.

Princípio da Intervenção Mínima – Ultima Ratio

- Princípio da Subsidiariedade – Quando outro ramo não se mostrar suficiente.


- Princípio da Fragmentariedade – Proteção de bens jurídicos mais importantes.

Princípio da Presunção de Inocência – Art. 5° LVII CF. Ninguém será considerado culpado até o
trânsito em julgado de sentença penal condenatória.

Princípio da Insignificância – As condutas que ofendam de forma significativa os bens jurídico-penais


tutelados não podem ser considerados criminosas, pois não são capazes de ofender de maneira
significativa um bem jurídico relevante para a sociedade.
- Exclusão da Tipicidade Material da Conduta

• Mínima ofensividade da conduta


• Ausência de Periculosidade Social da Ação
• Reduzíssimo Grau de Reprovabilidade do Comportamento
• Inexpressividade da Lesão Jurídica

Princípio da Ofensividade ou Lesividade – Para haver crime, deve haver significativa lesão ou perigo
de lesão a bem jurídico alheio.

Princípio da Alteridade – Para ser materialmente crime, em sua essência, deve causar lesão a bem
jurídico de terceiro.

Princípio da Proporcionalidade – Aplicação das penas equivalentes à gravidade do fato.

Princípio da Adequação Social – Uma conduta não pode ser materialmente típica quando estiver de
acordo com as condutas socialmente aceitas.
Princípio da Pessoalidade ou Individualização da Pena – Garante que somente as pessoas que
efetivamente praticaram a conduta delituosa sejam responsabilizadas penalmente. Art. 5° XLV CF.
Nenhuma pena passará do condenado, obrigação de reparar dos sucessores…”

Princípio No Bis In Idem – Uma pessoa não pode ser punida duplamente pelo mesmo fato, nem
possa, se quer, ser processada duas vezes pelo mesmo fato.

Princípio da Humanidade – Art. 5° XLVII CF. Não haverá penas:

A) De morte, salvo em caso de guerra declarada;


B) De caráter perpétuo;
C) De trabalhos forçados;
D) De banimento;
E) Cruéis.

A Lei Penal no Tempo e Espaço

Lei Penal no Tempo

Abolitio Criminis – Abolição de um crime, conduta deixa de ser considerada como um crime, através
da revogação de uma lei penal incriminadora por outra lei.
- Há a retroatividade benéfica (extinguindo a punibilidade do agente).

Novatio Legis Incriminadora – Uma nova lei entra em vigor e passa a criminalizar uma conduta que
antes não era considerada como crime.
- Não há a retroatividade (não beneficia o o agente).

Novatio Legis em Pejus – A lei estabelece uma situação mais gravosa ao réu em algum delito já
existente.
- Não há a retroatividade prejudicial da nova lei penal.

Novatio Legis in Mellius – Uma nova lei beneficia o agente em um delito existente.
- Haverá a retroatividade da lei.

Exceções:
• Lei Penal temporária ou excepcional;
• Crimes continuados ou permanentes.

Crimes Permanentes e Continuados: Nos crimes permanentes, aplica-se a lei em vigor ao final da
permanência delitiva, ainda que mais gravosa que a do início. O mesmo ocorre nos crimes
continuados, hipótese em que se aplica a lei vigente à época do último ato (crime) praticado. Essa tese
está consagrada pelo STF, através do enunciado n° 711 da súmula de sua Jurisprudência:

• Súmula 711, do STF: A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime
permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência
.

Lei Penal Temporária ou Excepcional: São leis penais que possuem um período de vigência
previamente delimitado, seja por um prazo fixado, seja condicionado à cessação de uma
situação emergencial, a principal característica é a ultratividade, ou seja, a lei será aplicada a
um fato cometido no período de sua vigência, mesmo após a sua revogação, mesmo que
prejudique o réu. Nas palavras de Bitencourt, constitui a “exceção da exceção” à
retroatividade da lei penal mais benéfica.

Teoria de Atividade – Considera-se praticado o crime quando ocorre a ação ou omissão delituosa, não
importando quando ocorre o resultado.

Teoria do Resultado – Considera-se praticado o crime quando da ocorrência do resultado,


independente de quando foi praticada a ação ou a omissão.

Teoria da Ubiquidade ou Mista – Considera-se praticado o crime tanto no momento da ação ou


omissão, quanto no momento do resultado.

Lei Penal no Espaço

Territorialidade – Dispõe que a lei penal brasileira será aplicada sempre que um crime for cometido
dentro do território nacional.

Território propriamente dito: Superfície territorial; Mar Territorial; Espaço aéreo desses locais.
Território por extensão: Os navios e aeronaves públicos, em qualquer lugar que se encontrem; Os
navios e aeronaves particulares que se encontrem em alto-mar ou no espaço aéreo do alto-mar.

Princípios: Nacionalidade; Defesa ou proteção; Justiça Universal; Representação.

Extraterritorialidade – Há a aplicação da lei brasileira mesmo quando os crimes são cometidos fora
dos limites territoriais do Brasil.

Extraterritorialidade Incondicionada – Há alguns crimes em que a lei brasileira será sempre aplicada,
independente de onde o crime seja praticado.

• Contra a vida ou a liberdade do Presidente da Republica;


• Contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
• De genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;
• Contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de
Município, de empresa pública, sociedade de economia mista…

Extraterritorialidade Condicionada – Quando um crime cometido em terras estrangeiras é abrangido


pelas leis brasileiras.

• Aqueles que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;


• Praticados por brasileiro;
• Praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando
em território estrangeiro e aí não sejam julgados.

Condições: Art. 7°
• Entrar o agente no território nacional;
• Ser o fato punível também no país em que foi praticado...
• Extradição (crime politico e de opinião)

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