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Aplicação da lei no tempo e no espaço

Aplicação da lei penal no espaço

A validade da lei penal aplicada não está relacionada apenas ao tempo em que o crime foi
praticado, mas também ao espaço (lugar) em que se deu a ação ou omissão.

O estudo da lei penal no espaço visa entender, além da competência para julgar, também o
conceito de território, para especificar os casos em que, mesmo fora dele, são considerados
de competência da justiça brasileira. Isso porque um mesmo fato pode vir a ser considerado
crime em um ou mais países, violando os interesses de ambos.
Ex: A ação pode ter sido praticada no território de um país, mas consumar-se somente em
outro território, gerando, desta forma, um conflito acerca de qual lei penal deverá ser
aplicada ao caso, bem como quem será o juízo competente para processar e julgar a
demanda.

Princípios: Para limitar a eficácia espacial da lei penal, a fim de disciplinar qual lei deverá
ser aplicada em cada caso concreto, apontam-se na doutrina cinco princípios que regem a
caracterização da lei penal no espaço:

Princípio da Territorialidade: aplica-se a lei penal aos fatos puníveis praticados no território
nacional, independentemente da nacionalidade do agente, da vítima ou do bem jurídico
lesado.

Princípio da Nacionalidade (ou Personalidade): aplica-se a lei penal da nacionalidade do


agente, independentemente do território nacional em que o crime foi praticado. Divide-se
em personalidade ativa – hipótese na qual se considera a nacionalidade do agente ‑, e
personalidade passiva – hipótese em que apenas leva-se em consideração se a vítima do
delito é nacional.

Princípio da Nacionalidade (ou Personalidade): aplica-se a lei penal da nacionalidade do


agente, independentemente do território nacional em que o crime foi praticado. Divide-se
em personalidade ativa – hipótese na qual se considera a nacionalidade do agente ‑, e
personalidade passiva – hipótese em que apenas leva-se em consideração se a vítima do
delito é nacional.

Princípio Real, de Defesa ou de Proteção: aplica-se a lei penal do país a qualquer fato que
atinge bem jurídico nacional, independentemente do local onde foi praticado o delito ou da
nacionalidade do agente.

Cosmopolita: aplica-se a lei penal do país em que o agente for detido, independentemente
do lugar do crime, da nacionalidade do autor e do bem jurídico lesado.

Princípio da Representação ou da Bandeira: trata-se de princípio subsidiário, aplicado aos


delitos cometidos em aeronaves e embarcações, o qual determina a aplicação da lei penal
nacional quando, por deficiência legislativa ou desinteresse daquele Estado que deveria
reprimir o crime, este não o faz.

Aplicação da lei no tempo


Em regra, aplica-se a lei penal vigente no momento em que o fato criminoso foi praticado,
resguardando a anterioridade da lei penal. Excepcionalmente, admite-se a extra-atividade
da lei penal, ou seja, a lei pode se movimentar no tempo. A extra-atividade é gênero do qual
são espécies a ultratividade e a retroatividade. O Direito Penal Intertemporal busca
solucionar os conflitos da lei penal no tempo.

Ultratividade- aplica-se a lei revogada aos fatos praticados ao tempo de sua vigência, desde
que seja ela mais benéfica ao réu do que a lei revogadora.

Retroatividade- aplica-se a lei revogadora aos fatos praticados antes de sua vigência, desde
que ela seja mais benéfica do que a lei revogada.

aplicação da lei penal no tempo possui uma regra geral e diversas exceções, que ocorrem
quando há sucessão de leis no tempo que disciplinem total ou parcial a mesma matéria.

Cinco situações podem ocorrer quando a infração penal é praticada durante lei anterior
revogada:

1) a lei posterior cria infração penal até então inexistente (novatio legis incriminadora):
comportamentos até então irrelevantes para o Direito Penal, passam a ser crimes, ou seja,
ocorre uma neocriminalização.
2) a lei posterior deixa de considerar infração penal um uma conduta que antes era típica
(abolitio criminis): comportamentos que até então eram considerados infrações penais,
deixam de ser. Trata-se de causa de extinção de punibilidade.
3) a lei posterior se mostra mais rígida em comparação com a lei anterior.
4) a lei posterior se mostra mais benéfica em comparação com a lei anterior :na sucessão
de leis, o fato criminoso é praticado antes da nova lei, mas essa é mais benéfica ao réu.
Teoria da Ponderação Concreta: será aplicada a lei que, no caso concreto, resultar em mais
vantagens ao agente.
5) a lei posterior contêm alguns preceitos mais rígidos e outros mais brandos em
comparação com a lei anterior.

TEMPO DO CRIME

Para a correta análise da eficácia da lei penal no tempo, é fundamental responder a


pergunta abaixo:

Quando que o crime é considerado praticado?

Há três teorias:
Teoria da Atividade- no momento em que é realizada a conduta omissiva ou comissiva;
Teoria do Resultado- no momento em que ocorre o resultado;

Teoria Mista ou da Ubiquidade- no momento da conduta ou do resultado.

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