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Art. 5º (...) XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina,
nem pena sem prévia cominação legal;
Entretanto, ele TAMBÉM, está previsto no Código Penal, em seu
art. 1º:
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Art. 2º Ninguém pode ser punido por fato que a lei posterior
deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução
e os efeitos penais da sentença condenatória.
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(FUNIVERSA-AGEPEN-DF)
Segundo o disposto no Código Penal (CP), a lei posterior que, de
qualquer modo, favorecer o agente se aplica aos fatos anteriores,
ainda que decididos por sentença condenatória transitada em
julgado. Trata-se do princípio da: novatio legis in mellius .
Novatio legis in pejus: Não incrimina novas condutas, apenas,
aumenta a pena do tipo incriminador já existente (portanto, desfavorável
ao réu).
(CESPE-PF-2014)
Sob a vigência da lei X, Lauro cometeu um delito. Em seguida,
passou a viger a lei Y, que, além de ser mais gravosa, revogou a
lei X. Depois de tais fatos, Lauro foi levado a julgamento pelo
cometimento do citado delito. Nessa situação, o magistrado terá
de se fundamentar no instituto da retroatividade em benefício do
réu para aplicar a lei X, por ser esta menos rigorosa que a lei Y.
ATENÇÃO!
No caso das Leis temporárias (também, conhecidas como leis
excepcionais), a lei continuará a produzir seus efeitos mesmo
após o término de sua vigência, caso contrário, perderia sua
razão de ser. O caso mais clássico é o da lei seca que se aplica no
dia das eleições. Nesse dia, o consumo de bebidas alcoólicas é
proibido durante certo horário. Após o término do horário e das
eleições, a ingestão de bebidas alcoólicas passa a não ser mais
crime. Entretanto, não há que se falar em abolitio criminis, pois
apenas houve o fim do lapso temporal em que a proibição
vigorava. Haveria abolitio criminis se a lei que proíbe a ingestão
de bebidas alcoólicas no dia da eleição fosse revogada, o que não
ocorreu!
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Por intermédio de tais critérios, pretende-se basicamente evitar
que ocorram lacunas de impunidade a respeito de ilícitos que atinjam bens
jurídicos tutelados, direta ou indiretamente, pelo ordenamento jurídico
brasileiro. Por esta mesma razão, a generalidade dos Estados adota também
critérios de incidência para as suas respectivas leis penais, criando-se,
assim, uma espécie de “malha” de leis penais, circunstância esta que
redunda na quase impossibilidade de “conflitos negativos de jurisdições”,
ou seja, o surgimento de “paraísos penais”.
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Como se vê, o Código Penal, em seu art. 6.º adotou a teoria mista
ou da ubiquidade para fins de Direito Penal internacional:
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Ø! Furto qualificado
Ø! Moeda falsa
Ø! Tráfico de drogas
Ø! Roubo (ou qualquer crime cometido com violência ou grave
ameaça à pessoa)
Ø! Crimes contra a administração pública
Assim, condutas que não são capazes de afetar o bem jurídico são
desprovidas de ofensividade e, portanto, não podem ser consideradas
criminosas.
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SUBSTRATOS DO CRIME
TIPO PENAL
Descritivos
Normativos
Objetivos Científicos
Elementos
Subjetivos Positivos
Negativos
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a) TEORIA CAUSALISTA
(Causal/Naturalista/Clássica/Naturalística/Mecanicista)
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a) TEORIA FINALISTA
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- TEORIAS -
Dolo e culpa são analisados na Dolo e culpa analisados na Dolo e culpa encontra-se na conduta
culpabilidade. culpabilidade como – elementos;
que é substrato do fato típico;
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→Dolo e culpa estão no fato típico, mas volta mais à frente a ser
analisados na culpabilidade.
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- Constrói o conceito de conduta com base na proteção - Conceito de conduta c/ base no dever de proteção do
de bens jurídicos; sistema;
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Características da CONDUTA
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2º CASO: Involuntariedade
Ausência da capacidade de dirigir a conduta de acordo com
a finalidade.
EXEMPLOS:
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SINTETIZANDO
1 - CONDUTA
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O próprio Código Penal prevê, por meio do art. 13, § 2º, quando
a omissão é relevante e estabelece quais hipóteses em que o omitente
deveria agir para evitar o resultado. Vejamos:
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2 - RESULTADO
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Vejamos o dispositivo:
Art. 159.
Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem,
qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate.
A ação é o ato de sequestrar a vítima, e o resultado é a obtenção
de vantagem como condição ou preço pelo resgate.
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3 – NEXO DE CAUSALIDADE
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Art. 13 (...)
Superveniência de causa independente
§1º A superveniência de causa relativamente independente
exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os
fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou.
Vejamos um exemplo para cada hipótese:
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4 – TIPICIDADE
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CRIME CONSUMADO
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Art. 14. Diz se o crime:
(...)
Tentativa
II – tentado, quando, iniciada a execução,
não se consuma por circunstâncias
alheias à vontade do agente.
EXEMPLO: JOÃO, com o intuito de matar CAIRO, dispara contra
ele dois tiros que o atingem. Rapidamente CAIRO é socorrido pelas pessoas
que estavam próximas ao local do crime e levado ao hospital, fato que faz
com que ele não venha a óbito e fique apenas com algumas lesões graves.
Percebam: o crime está na fase de execução, todavia o resultado (morte)
desejado pelo sujeito ativo do crime não ocorre, por circunstâncias alheias
à sua vontade (a vítima é socorrida). Temos assim uma hipótese clara de
tentativa.
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DIREITO PENAL
EXEMPLO → O
– PARTE GERAL PROFESSOR
agente se apodera de ROBERTO
materialGAMA
de
construção deixado
em via pública, imaginando se tratar de coisa abandonada. No
entanto,
aquele material pertence a alguém, que está reformando a sua
casa.
No exemplo, o erro incidiu sobre a coisa ser “alheia” (veja o
art. 155 do CP), ou seja, quanto a pertencer a alguém,
devendo ser afastado o crime de furto por erro de tipo.
A consequência para o erro, como deixa claro o Código Penal,
é a exclusão do dolo (e, consequentemente, do crime), salvo
quando houver previsão para a forma culposa. O tema é o
foco do próximo tópico.
DICA : O Agente erra SOBRE O QUE ESTAVA FAZENDO...
OAB: As questões são apresentadas evidenciando a seguinte
formulação: Narrativa do crime praticado (estupro, tráfico,
homicídio) Entretanto, o Agente ACHA, ACHOU OU ACHAVA
QUE ESTAVA FAZENDO...
ERRA sobre os fatos que ele realiza, ou seja, ERRO FÁTICO
O CASO CONCRETO DA PROVA IRÁ MOSTRAR A PRÁTICA
DE UM CRIME E O SUJEITO QUE COMETEU O CRIME ATUA
ERRANDO SOBRE O QUE ESTÁ FAZENDO!!!
COMETE O CRIME MAS ACHA QUE ESTÁ FAZENDO OUTRA
COISA
CONSEQUÊNCIAS DO ERRO DE TIPO: Entretanto, importante
fazermos duas Observações:
o dolo é parte integrante do crime, seja qual for a teoria
adotada (bipartida ou tripartida). Portanto, o CP, ao dizer que
o erro de tipo exclui o dolo, também está dizendo que afasta o
crime;
uma conduta só será punida na modalidade culposa se houver
expressa previsão legal. O estupro, previsto no art. 213 do CP,
não traz previsão de estupro culposo. Portanto, o agente só
poderá responder pelo delito se praticado dolosamente. No
homicídio, por outro lado, é possível a prática na forma
culposa (CP, art. 121, § 3º).
No erro de tipo essencial: O erro recai sobre os dados
principais do tipo penal. Entenda: o artigo 121 do CP possui a
seguinte redação: “matar alguém”. O vocábulo “alguém” é a
essência do crime de homicídio. Por isso, quem dispara tiros
em uma lata de cerveja não é homicida.
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2ª Observação: a regra do concurso formal próprio só será
aplicada quando as demais vítimas forem atingidas
culposamente. Nesta hipótese, o juiz utiliza a pena do crime
mais grave, aumentando-a de um 1/6 (um sexto) até a 1/2
(metade). O percentual de aumento varia de acordo com o
número de crimes produzidos. Caso, no entanto, o agente
tenha agido com dolo direto ou dolo eventual, aplicar-se-á a
regra do concurso formal impróprio, em que as penas são
cumuladas, como no concurso material – ou seja, não há o
mero aumento de 1/6 a ½, mas a soma das penas dos crimes
praticados, o que, evidentemente, é mais gravoso.
3ª Observação: se o erro for sobre coisa, e não pessoa, aplica-
se a regra do “error in objecto”, e não do erro na execução.
Exemplo: o agente atira uma pedra para quebrar a janela do
apartamento de A, mas atinge a de B. Em regra, o erro sobre o
objeto será irrelevante, como já visto anteriormente.
Resultado diverso do pretendido: também
intitulado
“aberratio criminis” ou “aberratio delicti”. Está previsto no
art. 74 do CP:
“Fora dos casos do artigo anterior (“aberratio ictus”), quando,
por acidente ou erro na execução do crime, sobrevém
resultado diverso do pretendido, o agente responde por culpa,
se o fato é previsto como crime culposo; se ocorre também o
resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste
Código.”. É espécie de erro na execução, mas não se confunde
com a hipótese do art. 73 do CP (“aberratio ictus”).
Entenda: o resultado diverso do pretendido ocorre quando o
agente quer praticar um delito, mas, por erro ou acidente,
comete outro
mais grave (relação “crime x crime”). A intenção do agente é
atingir coisa, mas termina por atingir pessoa – se a intenção
fosse atingir uma coisa, mas atingisse outra, a hipótese seria
de “error in objecto”. Na “aberratio ictus”, por outro lado, a
relação é “pessoa x pessoa” (quer-se atingir a vítima A, por,
por erro ou acidente, atinge-se B). Exemplo de “aberratio
criminis”: o agente atira uma pedra contra um automóvel,
pretendendo danificá-lo (crime de dano, do art. 163 do CP),
mas atinge o motorista, matando-o. Como consequência, o
agente deve responder pelo resultado produzido, e não pelo
pretendido, a título de culpa (se houver previsão de
modalidade culposa, evidentemente).
1ª Observação: se o agente também produzir o resultado
pretendido, aplica-se a regra do concurso formal próprio
(aplica-se a pena do crime mais grave, aumentada de 1/6 até
½).
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59) Em 05/10/2018, Lúcio, com o intuito de obter
dinheiro para adquirir uma moto em comemoração ao seu
aniversário de 18 anos, que aconteceria em 09/10/2018,
sequestra Danilo, com a ajuda de um amigo ainda não
identificado. No mesmo dia, a dupla entra em contato com a
família da vítima, exigindo o pagamento da quantia de R$
50.000,00 (cinquenta mil reais) para sua liberação. Duas
semanas após a restrição da liberdade da vítima, período
durante o qual os autores permaneceram em constante
contato com a família da vítima exigindo o pagamento do
resgate, a polícia encontrou o local do cativeiro e conseguiu
libertar Danilo, encaminhando, de imediato, Lúcio à
Delegacia. Em sede policial, Lúcio entra em contato com o
advogado da família. Considerando os fatos narrados, o(a)
advogado(a) de Lúcio, em entrevista pessoal e reservada,
deverá esclarecer que sua conduta
A) não permite que seja oferecida denúncia pelo
Ministério Público, pois o Código Penal adota a Teoria da
Ação para definição do tempo do crime, sendo Lúcio
inimputável para fins penais.
B) não permite que seja oferecida denúncia pelo órgão
ministerial, pois o Código Penal adota a Teoria do Resultado
para definir o tempo do crime, e, sendo este de natureza
formal, sua consumação se deu em 05/10/2018.
C) configura fato típico, ilícito e culpável, podendo Lúcio
ser responsabilizado, na condição de imputável, pelo crime de
extorsão mediante sequestro qualificado na forma
consumada.
D) configura fato típico, ilícito e culpável, podendo Lúcio
ser responsabilizado, na condição de imputável, pelo crime de
extorsão mediante sequestro qualificado na forma tentada, já
que o crime não se consumou por circunstâncias alheias à sua
vontade, pois não houve obtenção da vantagem indevida.
60) Após discussão em uma casa noturna, Jonas, com a
intenção de causar lesão, aplicou um golpe de arte marcial
em Leonardo, causando fratura em seu braço. Leonardo,
então, foi encaminhado ao hospital, onde constatou-se a
desnecessidade de intervenção cirúrgica e optou-se por um
tratamento mais conservador com analgésicos para dor, o que
permitiria que ele retornasse às suas atividades normais em
15 dias. A equipe médica, sem observar os devidos cuidados
exigidos, ministrou o remédio
a Leonardo sem observar que era composto por substância à
qual o paciente informara ser alérgico em sua ficha de
internação. Em razão da medicação aplicada, Leonardo sofreu
choque anafilático, evoluindo a óbito, conforme demonstrado
em seu laudo de exame cadavérico. Recebidos os autos do
inquérito, o Ministério Público ofereceu denúncia em face de
Jonas, imputando-lhe o crime de homicídio doloso.
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1. Noções Introdutórias
As penas reclamam a culpabilidade do agente, e destinam-se
aos imputáveis e aos semi-imputáveis sem periculosidade.
Já as medidas de segurança têm como pressuposto a
periculosidade, e dirigem-se aos inimputáveis e aos semi-
imputáveis dotados de periculosidade, pois necessitam, no
lugar da punição, de especial tratamento curativo.
Não há pena sem prévia cominação legal
(princípio da legalidade).
Praticada a infração penal, nasce para o Estado o poder-dever
de aplicar a pena. Para tanto, exige-se o devido processo legal.
O processo se encerra com a sentença (ato judicial que impõe
ao condenado a pena individualizada).
Importante: o juiz deve individualizar a pena de acordo com a
gravidade do fato e condições pessoais do agente.
Cuida-se de ato discricionário juridicamente vinculado. O
juiz está preso aos parâmetros que a lei estabelece. Dentro
deles poderá fazer as suas opções, para chegar a uma
aplicação justa da pena, atento às exigências da espécie
concreta, isto é, às suas singularidades, às suas
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Já as qualificadoras têm penas próprias, dissociadas do tipo
fundamental, pois são alterados os próprios limites (mínimo e
máximo) abstratamente cominados. Ademais, no caso de
crime qualificado o magistrado já utiliza na primeira fase da
dosimetria da pena a sanção a ele correspondente.
Finalmente, estão previstas na Parte Especial do Código Penal
e na legislação especial, mas não, em hipótese alguma, na
Parte Geral.
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3 FRANCO, Alberto Silva; STOCO, Rui. Código penal e sua
interpretação jurisprudencial. Parte geral. 7. ed. São Paulo:
RT, 2001. v. 1, p. 1.233.
Na 2ª fase, denominada de PENA
INTERMEDIÁRIA ou PROVISÓRIA, o juiz considera as
agravantes e atenuantes.
Cuidado! A pena intermediária parte da pena-base.
Por fim, a 3ª e última fase, é o momento em que o magistrado
fixa a PENA DEFINITIVA, analisando as causas de aumento e
de diminuição de pena.
O método trifásico de cálculo da pena privativa de liberdade
tem por objetivo viabilizar o exercício do direito de defesa,
explicando para o réu os parâmetros que conduziram na
determinação da reprimenda. Assim, o réu saberá nas
minucias o que fora considerado em seu favor e o que lhe foi
desfavorável.
Uma vez calculada a pena privativa de liberdade, o juiz, em
sequência, deve anunciar o REGIME INICIAL (fechado;
semiaberto ou aberto) de cumprimento de penal a qual o
acusado estará sujeito.
Após o fixado o regime inicial, o magistrado deve analisar a
possibilidade de SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE
LIBERDADE POR
PENAS ALTERNATIVAS ou ainda, se é possível a concessão de
SURSIS.
trifásico.
Em síntese:
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Para DELMANTO:
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Segundo a visão do doutrinador DELMANTO in Código Penal
Comentado:
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■ Consequências do crime: São os efeitos da conduta do
agente, o maior ou menor dano (ou risco concreto de dano)
para a vítima ou para a própria coletividade. Tratando--se de
delito culposo, as consequências não devem influir.
6 Cf. RHC 90531. STF. Min. Ricardo Lewandowski. Primeira
Turma. DJ de 27/04/2007.
Parafraseando ANTONIO GARCÍA-PABLOS DE
MOLINA,
consoante a realidade da vida, nem sempre a vítima possui
postura neutra ou involuntária na dinâmica do delito. Por
essa razão, a moderna vitimologia estuda os fatores de
predisposição vitimal, ou seja, a probabilidade, às vezes
próxima da certeza, de que determinada pessoa sofrerá uma
ação criminosa – também chamado de risco de vitimização.
Objetiva-se, com tais aportes criminológicos, alcançar uma
melhor prevenção do delito, não por parte da abstenção do
infrator, mas, sim, por uma mudança de postura da vítima
potencial.
Sustenta o mesmo autor que tem-se procurado superar
maniqueísmos, construindo tipologias, como da vítima
participante, dividida em vítima imprudente (aquela que,
violando o cuidado devido, dá azo à comissão de delitos
dolosos, como na conhecida “saidinha de banco” em que o
lesado saca e exibe, displicentemente, expressiva quantia em
dinheiro, sendo abordada pelo agente ao sair da agência
bancária; ou nos crimes culposos, como o caso do pedestre
que, distraidamente, atravessa fora da faixa, sendo atropelado
por um motorista que conduzia seu veículo em velocidade
incompatível); vítima alternativa (como ocorre nos duelos ou
nas brigas encomendadas, em que qualquer dos dois
contendores pode se colocar na posição de vítima,
dependendo, unicamente, do fator sorte ou da falta dela);
vítima provocadora (quando a pessoa se torna vítima em
razão de sua atitude inicial de agressão, humilhação ou
desnecessária criação de tensões, desencadeando a reação
violenta do infrator); e vítima voluntária (no caso, o estado de
vítima decorre de uma solicitação, aceitação ou
consentimento prévio, como na eutanásia ou no homicídio a
pedido).
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Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena
deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias
preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos
motivos determinantes do crime, da personalidade do agente
e da reincidência.
Segundo Rogério Sanches (Código Penal para Concursos), no
concurso entre atenuantes e agravantes, a pena deve se
aproximar da circunstância preponderante. A jurisprudência
entende como circunstância preponderante:
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b) Código Penal
Duas causas de diminuição previstas na parte Especial do
Aplica-se o art. 68, parágrafo único, do Código Penal. O juiz
escolhe:
aplica as 2 causas de diminuição (princípio da incidência
cumulativa) OU
aplica somente a que mais diminui.
Causa de diminuição prevista na parte geral do Código Penal
e outra causa de diminuição prevista na parte especial do
Código Penal.
ATENÇÃO! O juiz não pode trabalhar com o art. 68, p. único
do Código Penal.
Nessa situação, o juiz deve aplicar as duas
minorantes, observando o princípio da incidência
cumulativa.
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