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PARTE 1
Do princípio da legalidade.
Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia
cominação legal.
“Art. 1º Não haverá crime, ou delicto sem uma lei anterior, que o
qualifique.”
“Art. 5º, Inc. XXXIX: Não há crime sem lei anterior que o defina, nem
pena sem prévia cominação legal.”
“Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia
cominação legal.”,
Por outro lado, necessário saber qual o momento em que a lei adquire a
sua vigência e produz seus efeitos.
Decorrido o aludido prazo, a lei penal passará a ter vigência e irá incidir
sobre os fatos que se subsumirem a sua hipótese de incidência, é a chamada a
atividade da lei penal. Ex: A Lei 11.343/06 (tráfico de drogas) foi publicada em
24 de agosto de 2.006.
O prazo de vacatio legis era de quarenta e cinco dias. Assim, a Lei
11.343/06 passou a ter vigência a partir de 08 de outubro de 2.006.
"Ninguém poderá ser punido por fato que lei posterior deixa de
considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais
da sentença penal condenatória transitada em julgado.
Aqui, podemos dizer que tem aplicação a regra do tempus regit actum.
Afinal, a lei que vem a criar novos crimes não retroage, por prejudicar o
sujeito.
Assim, se não há crime sem lei anterior, a lei nova incriminadora não
pode retroagir para alcançar fatos praticados antes da entrada em vigor da lei
mais severa.
A lei penal terá vigor sobre todos os fatos que ocorrerem no seu período
de vigência. O vigor é a força que vincula um fato determinado a uma certa lei.
Princípio da irretroatividade da lei penal:
A lei penal, em regra, irá incidir sobre os fatos que ocorreram após a sua
vigência.
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de
considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos
penais da sentença condenatória.
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo
favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por
sentença condenatória transitada em julgado.
Sucede que este princípio sofre uma exceção, isto é, a lei penal nova
que for mais favorável ao agente irá retroagir para beneficiá-lo, nos termos do
disposto no artigo 5º, inc. XL, da CF: “a lei penal não retroagirá, salvo para
beneficiar o réu”.
Portanto, não retroage (não volta atrás para abranger os casos antes
ocorridos), nem tem ultra atividade (ou seja, deseja ver-se aplicada depois de
morta). É o princípio "tempus regit actum".
Assim, se não há crime sem lei anterior, a norma penal não poderá
retroagir para alcançar aquelas condutas que, antes de sua entrada em vigor,
eram consideradas perfeitamente possíveis, permitidas.
Já o inciso XL que a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.
Assim, se a lei nova define uma conduta como crime, antes lícita, os fatos
cometidos no período anterior à sua vigência (entrada em vigor) não podem ser
apenados.
Ex: Um indivíduo pratica um crime sob a vigência de uma lei de 2018,
que estabelece pena de reclusão de 1 a 4 anos.
Neste caso a lei posterior não poderá ser aplicada, em face do princípio da
irretroatividade da lei mais severa.
Por sua vez, em relação à lei mais severa, aplica-se o princípio da não-
extra-atividade, que se compõe dos princípios da irretroatividade e da não ultra
atividade.
Imagine, agora, que uma lei nova (novatio legis) venha incriminar
conduta que, anteriormente, era um indiferente penal. Nessa hipótese,
estaremos diante de uma novatio legis incriminadora.
Combinação de leis.
“Todavia, a outra corrente entende que não se estaria a criar nova lei,
mas sim movimentando-se dentro do campo legal em sua missão de
integração legítima”
BIBLIOGRAFIA
BITENCOURT, Cezar. Roberto. Tratado de direito penal: parte geral. 30ª ed. São
Paulo: Saraiva,2023 ( e-book)
ESFEFAN, André, Direito Penal. Vol 1. Ed Saraiva.2024
GRECO, Rogério. Curso de Direito penal: parte geral. 23ª . ed. Niterói:
Impetus, 2023 ( e-book)
NUCCI, Guilherme Souza, Curso de Direito Penal: Parte Geral - Arts. 1º a 120
do Código Penal (Volume 1), Forense, São Paulo, SP, 2023.