Você está na página 1de 24

ESCOLA DE SAÚDE

CURSO DE GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL

GABRIELY SOUZA DE MEDEIROS SILVA

MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS:
O DESAFIO DO PRÍNCIPIO DA PROTEÇÃO INTEGRAL

JOÃO PESSOA/PB
JUNHO/2019
GABRIELY SOUZA DE MEDEIROS SILVA

MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS:
O DESAFIO DO PRÍNCIPIO DA PROTEÇÃO INTEGRAL

Trabalho de Conclusão de Curso – TCC,


apresentado ao Curso de Graduação em Serviço
Social da Faculdade Internacional da Paraíba –
FPB, como exigência acadêmica para obtenção do
título de Bacharel em Serviço Social.

Orientadora Prof.ª: Tânia Barbosa Tomaz

JOÃO PESSOA/PB
JUNHO/2019
SILVA, Pedro Paulo.
Sistemas de informação : um instrumento para o Serviço Social/
Pedro Paulo Silva.- João Pessoa, 2013.
83f.

Monografia (Curso de Serviço Social) –


Faculdade Internacional da Paraíba - FPB

1. Serviço Social. 2. Instrumento 3. Informação.

FPB / BC CDU -
CDU
GABRIELY SOUZA DE MEDEIROS SILVA

MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS:
O DESAFIO DO PRÍNCIPIO DA PROTEÇÃO INTEGRAL

Trabalho de Conclusão de Curso – TCC, apresentado à Coordenação do Curso de Serviço


Social da Faculdade Internacional da Paraíba – FPB, como exigência complementar para
obtenção do título de Bacharel em Serviço Social.

APROVADA EM: ______/______/______

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________________
Prof.ª Orientadora
Tânia Barbosa Tomaz

___________________________________________________________
Prof.ª Examinadora
Tallita Rodrigues Enedino

___________________________________________________________
Prof.ª Examinador(a)
Wanessa Pereira Leandro
A minha mãe, meu maior exemplo de força, e
incentivo em todos os momentos da vida.

A todos (as) os adolescentes que tem seus direitos


violados.

Dedico
AGRADECIMENTOS

Quero começar agradecendo a pessoa responsável pela concretização deste


trabalho, assim como sempre foi a minha maior incentivadora em tudo que me propus a fazer,
a minha Mãe, muito obrigada por ser tão cuidadosa comigo e por muitas vezes acreditar mais
nos meus sonhos do que eu mesma, nunca ter desacreditado que um dia eu poderia chegar até
aqui, esse trabalho é tão seu quanto ele é meu, porque sem dúvidas eu não seria capaz se não
fosse por você.
A todos (as) os professores que fizeram parte da minha trajetória acadêmica,
durante o período de graduação, tive a oportunidade de extrair conhecimentos enriquecedores,
foram e continuarão sendo as minhas principais referências, se um dia os caminhos
profissionais me direcionarem à docência, levarei sempre vocês como inspiração.
Alguns estiveram mais tempo, outros por questões diversas tiveram que nos
deixar, porém independente foi o tempo suficiente para que os laços construídos
permanecessem, sempre lembrarei de vocês com muito afeto: Dalliana, Iara e Neide.
A minha querida orientadora Tânia, toda minha gratidão a todas as valiosas
contribuições para a realização deste trabalho, todas as orientações motivadoras quando
cheguei a pensar que não iria conseguir conduzir o trabalho, você não me deixava desistir, e
além de orientadora e professora se tornou uma grande amiga, a quem tenho muita admiração.
A Wanessa minha florzinha, devo agradecer pelo tempo em que esteve junto em
sala, foi muito gratificante ser sua aluna, e agora você aceitar compor minha banca avaliadora.
A minha querida supervisora de campo Nathália que me acompanhou durante
quase todo o período de estágio, quero agradecer pois foram momentos de grande
contribuição pela sua experiência acadêmica e profissional, assim como também tivemos a
oportunidade de estreitar laços e dividimos coisas da vida.
Tallita que me “adotou” como estagiária e me acolheu da melhor forma possível,
seus ensinamentos do campo de estágio foram tão necessários os quais você sempre fez
questão de passar mesmo quando sua rotina já estava tão puxada, você sempre fez questão de
que assim como eu, todas as suas estagiárias extraíssem o máximo desse processo. Um
agradecimento especial que não teria como deixar de ser falado o de compor minha banca de
TCC, é muito importante e gratificante ter você, que me acompanhou durante esse período de
finalização de curso e de estágio.
As minhas queridas companheiras e amigas de graduação: Carol e Priscila, que
foram verdadeiros presentes do Serviço Social, espero que nossa amizade permaneça forte, e
7

agora vamos em busca de realizar todos os planos que compartilhamos entre nós durante a
graduação.
A minha família que é minha base de sustentação, com vocês eu aprendi o que
significa o amor, a união, o companheirismo, força, apoio, sem vocês eu nada seria.
A minha avó Marilene, mulher forte e guerreira que me ensina tanto sobre a
coragem de ser mulher numa sociedade com traços tão fortes do machismo, de não ter medo
de correr atrás dos meus sonhos.
A Renaly que me apresentou ao Serviço Social, não apenas por isso mas por ser
muito mais que prima uma amiga e irmã, nossos laços vão além do sangue.
A Ana Lara que é minha outra prima/irmã, por ter compartilhados de quase todos
os momentos da minha vida, dividindo angustias e alegrias, assim como crescemos juntas em
todos os sentidos, de idade e amadurecimento.
A minha irmã Giovana.
A toda equipe técnica do Centro Socioeducativo Edson Mota onde tive a
oportunidade de aprender sobre socioeducação vendo a prática desses profissionais, assim
como também tive momentos de alegrias.
A todas as estagiárias do CSE que partilharam junto comigo a experiencia do
estágio, tornando mais leve e feliz esse processo.
8

“A alegria não chega apenas no encontro do


achado, mas faz parte do processo da busca
[....]”

Paulo Freire
9

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................................. 11

2 AS POLÍTICAS DE PROTEÇÃO SOCIAL AS CRIANÇAS E ADOLESCENTES: UMA REVISÃO

HISTÓRICA .......................................................................................................................................................... 11

3 MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS: RESPOSTA AO ATO INFRACIONAL COMETIDO PELO

ADOLESCENTE .................................................................................................................................................. 17

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................................. 21

REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................... 22
10

MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS:
O DESAFIO DO PRÍNCIPIO DA PROTEÇÃO INTEGRAL

GABRIELY SOUZA DE MEDEIROS SILVA1


TÂNIA BARBOSA TOMAZ2
RESUMO

O presente artigo teve como objetivo analisar a realidade social do adolescente em conflito
com a lei, descrevendo de que forma a negação de direitos resultam em um processo de
marginalização e exclusão desses adolescentes na sociedade. O tema da criminalidade na
adolescência perpassa a sociedade e atravessa os séculos. Observou-se durante a construção
do presente artigo que sempre existiram a palavra abandono e exclusão na trajetória de vida
desses adolescentes. Diante dessa realidade, procurou-se enfatizar a importância das
conquistas já alçadas até os dias atuais, com o intuito de erradicar os estigmas sociais,
culturalmente, consolidados ao longo dos anos, A metodologia utilizada foi uma pesquisa
bibliográfica, de cunho qualitativo, através de meios eletrônicos, documentos oficiais. Após a
leitura, foi feita uma análise cautelosa dos materiais levantados e foram selecionados os
artigos mais importantes com o objetivo de sistematizar as ideias e fundamentar a produção e
discussão dos resultados. Conclui-se que embora se tenha avanços significativos,
principalmente, no que refere a mudança do paradigma assistencialista/corretivo para uma
política de atendimento baseada na doutrina de proteção integral, a vida cotidiana das crianças
e dos adolescentes brasileiros segue severamente marcada por diversos tipos de violação de
direitos.

Palavras-chave: adolescente. ato infracional. medidas socioeducativas.

ABSTRACT

This article aims to know the social reality of adolescents in conflict with the law, describing
how their life trajectory and denial of rights result in a process of marginalization and
exclusion of these adolescents in society. The theme of crime in adolescence permeates
society, and through the centuries, during the history there were some mechanisms and
discourses to think thematic. It was observed during the construction of the present article that
there was always the word abandonment, and exclusion in the life trajectory of these
adolescents. In view of this reality, it was tried to help in a better understanding about the
subject, as well as to emphasize the importance of the achievements already raised up to the
present day, in order to eradicate the stigmas socially and culturally consolidated over the
years, carried by these adolescents. The methodology of the article was given through the
bibliographical research, qualitative, in electronic means, official documents, after reading, a
cautious analysis of the materials collected, and the most important articles were selected in
order to systematize the ideas, seeking thus assisting in the production and discussion of
results.

Key-words: adolescent. infraction. educational measures.

1
Discente/concluinte do curso de graduação em Serviço Social da Faculdade Internacional da Paraíba (FPB).
2
Mestre em Serviço Social pela UFPB. Professora do Curso de Serviço Social da FPB.
11

1 INTRODUÇÃO

O presente artigo tem como objetivo conhecer a realidade social do adolescente em


conflito com a lei a partir de uma análise dos fatos históricos até os dias atuais, analisando
como a negação de direitos resulta em um processo de exclusão e marginalização desses
adolescentes perante a sociedade.
No primeiro momento, foi descrito a concepção de criança e adolescente e os aspectos
relacionados à política de atendimento à infância e adolescência do final do século XIX até a
promulgação do Estatuto da Criança e Adolescente, em 1990.
No segundo, foram abordados os critérios de aplicação das medidas socioeducativas,
enfatizando a perspectiva pedagógica estabelecida no ECA. Ademais, apresentou-se o
SINASE e sua relação com o cumprimento das medidas socioeducativas, bem como o perfil
dos adolescentes em cumprimento de medidas.
Para tanto, optou-se por fazer uma pesquisa bibliográfica, através de meios eletrônicos
e materiais impressos de formação sobre o SINASE, distribuído pelo governo federal. Esse
artigo trata-se, portanto, de uma revisão de caráter descritivo e abordagem qualitativa.
O interesse pelo tema surgiu através da vivência do Estágio Supervisionado na
graduação em Serviço Social, em um centro socioeducativo de internação. Durante as
observações foram surgindo dúvidas e inquietações acerca do tema, o que exigiu leituras para
entender as relações estabelecidas nesse processo, delimitando-se assim o objeto de estudo
desse artigo.
Espera-se que esse artigo contribuía como novas pesquisas em torno da temática,
assim como esclarecer alguns equívocos historicamente construídos sobre esses adolescentes.

2 AS POLÍTICAS DE PROTEÇÃO SOCIAL AS CRIANÇAS E


ADOLESCENTES: UMA REVISÃO HISTÓRICA

No Brasil, a proteção social das crianças e adolescentes é marcada, basicamente, por


duas fases: a primeira, fundamentada na doutrina de situação irregular e a segunda, na
doutrina de proteção integral.
Na primeira fase, tem-se, inicialmente, a criança ou adolescente pobre e abandonado
como alvo das instituições religiosas e filantrópicas – de cunho caritativo – que buscavam
12

reprimir possíveis desvios de cunho social ou moral através do atendimento asilar. Por
exemplo, no final do século XIX, acreditava-se que as crianças e adolescentes em situação de
abandono ou aquelas a quem era atribuída à prática de ato infracional, por estarem em
situação irregular, poderiam ameaçar a ordem social e por isso deveriam ser disciplinados,
assistidos e controlados.
A polícia era chamada a intervir nessa situação de forma a conter a criminalidade,
controlar e proibir a “desordem” e “vadiagem”. As crianças e adolescentes que estivessem em
contexto de risco eram vistos como “pequenos mendigos”, “vadios”, “viciosos” e
“abandonados”, assim: “A delinquência juvenil era, portanto, tratada com repressão, não
havendo preocupação com a intervenção educativa como forma de prevenção.” (SILVA,
2009, p.03).
As crianças e os adolescentes que cometessem atos infracionais, poderiam ser
encaminhados às casas de correção e os institutos disciplinares. No entanto, essas casas ou
institutos tinham um número limitado de vagas para crianças ou adolescentes pobres e
incriminados judicialmente, pois existia uma grande resistência por parte dos gestores que
alegavam que esse público tinha uma conduta de “má reputação”. Nesse período, a criança, a
partir dos 09 anos de idade já poderia responder por processo criminal, com exceção de
quando comprovado que o delito praticado fosse “sem discernimento”.
Quanto aos institutos de atendimento Santos traz que

(...) Fundados normalmente por congregações religiosas ou por particulares


ligados à indústria e ao comércio, estes institutos tinham no ensino
profissional sua tônica e diretriz, acolhendo filhos de operários e
comerciantes. Apesar de contar com algumas vagas nestes estabelecimentos,
o Estado tinha dificuldades para mandar menores para lá, pois os diretores
resistiam em aceitar meninos e meninas que de alguma forma tivessem sido
incriminados judicialmente. (SANTOS, p.222, 2000).

No início do século XX, tem-se outro momento da assistência a população infanto-


juvenil, uma vez que o atendimento asilar passou a sofrer severas críticas dos intelectuais da
época, principalmente médicos e juristas, que denunciavam as altas taxas de mortalidade
infantil; a instrução educacional, predominantemente, religiosa; a falta de higiene; os castigos
bárbaros, etc.
Segundo Rizzini, a proteção às crianças e adolescentes era, basicamente, preocupação
da filantropia médica, a intervenção do Estado ainda era insignificante.

Será da medicina (do corpo e da alma) o papel de diagnosticar na infância


possibilidades de recuperação e formas de tratamento. Caberá à Justiça
13

regulamentar a proteção (da criança e da sociedade), fazendo prevalecer a


educação sobre a punição. À filantropia – substituta da antiga caridade –
estava reservada a missão de prestar assistência aos pobres e desvalidos, em
associação às ações públicas [...] a conexão jurídico-assistencial atuará
visando um propósito comum: “salvar a criança” para transformar o Brasil.
(RIZZINI, 1997, p. 30).

Para alguns autores, as críticas se referiam mais ao fato das obras caritativas serem
desorganizadas, sem método de trabalho baseado nos princípios científicos e sociais,
defendidos na época, e serem incapazes de prevenir e controlar os possíveis desvios a nova
ordem econômico-social.
Sendo assim, na efervescência do movimento médico higienista, passa-se a cobrar
maior participação do Estado, a qual foi efetivada com a consolidação do Primeiro Código de
Menores, em 1927, também conhecido por “Código Mello Mattos”.
No Código de Menores de 1927, “...o jovem deixa de ser tratado como “caso de
polícia”, para torna-se objeto de atenção do Estado, por meio de medidas de assistência e
proteção.” (MOURA, p.36, 2005).
A partir de 1927 até a década de 70, a proteção à infância é fortemente caracterizada
pelo extenso aparato Jurídico/Institucional elaborado pelo Estado. Além do Código Mello
Mattos de 1927, destacam-se, nesse período, a criação das instituições e serviços oficiais que
iriam abrigar as crianças e adolescentes em situação de abandono e infração da lei, tais como:
os Juizados de Menores; o Serviço de Assistência ao Menor (SAM), em 1942; a Política
Nacional do Bem-estar do Menor (1964), tendo como órgão de controle e orientação a
Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor (FUNABEM) até o Código de Menores de 1979.
Não obstante, a intervenção estatal seguia baseada na doutrina de situação irregular,
tendo como modelo de atendimento a correção repressiva, marcada pelo autoritarismo,
clientelismo e paternalismo.
É importante destacar que o uso do termo “menor” era utilizado de forma pejorativa,
pois não se referia a qualquer pessoa com menos de 18 anos de idade, mas, aquelas que
estivessem em situação de pobreza, principalmente em abandono, ou cometido algum ato
infracional.
O Código Mello Mattos estabelecia que os jovens vadios, mendigos e libertinos
deveriam ser recolhidos (MOURA, 2005). Embora as medidas só fossem aplicadas após
avaliação social, moral e econômica dos pais, tutores ou responsáveis, a guarda da criança ou
do adolescente só era assegurada quando seus responsáveis comprovavam que poderiam
14

assegurar-lhes cuidados; caso contrário, seriam encaminhados para internação em hospitais,


asilos, institutos de educação ou escolas de reforma.
O adolescente autor de ato infracional que não representasse periculosidade poderia
ficar com os pais ou responsáveis, ou era internado em instituições direcionadas à reeducação
ou profissionalização; quando era classificado como perigoso, deveria ser internado em
estabelecimento apropriado até que houvesse a decisão do juiz para que as autoridades
competentes declarassem o fim da periculosidade, caso não houvesse diagnostico que
comprovasse o fim da periculosidade, ao completar 21 anos poderia ser transferido para a
Colônia Agrícola ou um outro estabelecimento para reeducação e profissionalização.
(MOURA, 2005).
No entanto, o 9º Congresso Pan-Americano da Criança, realizado em 1948, levantou
inúmeras discussões sobre os direitos da criança, resultando na aprovação, em 20 de
novembro de 1959, da Declaração Universal dos Direitos da Criança. A criança passou a ser
reconhecida como sujeito de direitos pelas Nações Unidas, sem distinção de raça ou
nacionalidade e com direito especial à proteção para o seu desenvolvimento físico e mental.
A promulgação da Declaração fez surgir nas palavras de Perez e Passone (2010) uma
lacuna entre a concepção de crianças e adolescentes como sujeitos de direitos e o atendimento
a esse segmento populacional realizado no Brasil, evidenciando a incoerência das leis
brasileiras de proteção à infância e adolescência e das ações realizadas pelo SAM.
Com isso, no intuito de romper com as práticas punitivas do SAM, em 1964, foi
implementada a Política Nacional para o Bem Estar do Menor, tendo como órgão operacional
a Fundação Nacional de Bem-Estar do Menor (FUNABEM). Contudo, na prática, a nova
Política tinha a mesma lógica carcerária do SAM, pautada ainda no Código de Menores de
1927.
Na década de 70, em decorrência do modelo econômico excludente adotado pelo
regime militar, o Brasil vivencia a pauperização de grande parte da população, a qual foi
obrigada a recorrer às ruas para assegurar a sobrevivência, resultando no crescimento dos
índices de violência e criminalidade. Nesse período, o “menor” é posto novamente em
evidência, responsabilizado pela violência urbana, reconhecidos como “infratores e
marginais”.
E, no sentido de conter o avanço da criminalidade e violência urbana, em 10 de
outubro de 1979, a Lei Federal nº 6.697, instituiu o novo Código de Menores. Não muito
diferente de sua antecessora, essa nova legislação normatizou a ação estatal na assistência,
15

proteção e vigilância aos menores de 18 anos de idade em situação irregular. Segundo


Faleiros:
Por situação irregular compreendia-se a privação das condições de
subsistência, de saúde e de instrução, por omissão dos pais ou responsáveis,
além da situação de maus-tratos e castigos, de perigo moral, de falta de
assistência legal, de desvio de conduta por desadaptação familiar ou
comunitária, e de autoria de infração penal. [....] (FALEIROS, 2005, p.172).

O Código de Menores de 1979, além de seguir com a doutrina de situação irregular,


mantinha as mesmas práticas assistencialistas, compensatórias e repressivas, como também o
internato como instituição de ressocialização. Essa política vigorou até o final da década de
80, quando, diversas organizações da sociedade civil e acadêmicas denunciam as instituições
oficiais e a real situação da população infanto-juvenil no Brasil, cobrando ao Estado a
regulamentação de uma lei que incorporasse os princípios básicos da Convenção Internacional
dos Direitos da Criança recém-aprovada.
A afirmação dos direitos da criança e do adolescente em 1989, pela comunidade
internacional, trazia como proposta romper com a percepção de criança como sendo objeto de
tutela do Estado, reconhecendo-a como sujeito de direitos, resguardando sua condição
peculiar de pessoa em desenvolvimento.
Sendo assim, como resultado da luta da sociedade civil organizada e vários ativistas
em torno dessa temática, as normas da Convenção, antes mesmo de serem aprovadas, foram
incorporadas pela Constituição Federal de 1988, a qual inclui a nova doutrina de proteção de
crianças e adolescentes, expressa principalmente em seu art. 227:

É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao


adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária,
além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão. (BRASIL, p.72,1988).

Dessa forma a promulgação da Constituição Federal de 1988, inaugurou uma política


de proteção e de atendimento à infância e à adolescência, pautada na doutrina de proteção
integral, reconhecendo a criança e o adolescente como sujeitos cujos direitos devem ser
garantidos em função de seu pleno desenvolvimento para que sejam protagonistas da sua
história em um ambiente familiar e comunitário com (...) espírito de paz, dignidade,
tolerância, liberdade, igualdade e solidariedade (Convenção sobre os Direitos da Criança:
preâmbulo, 1989).
16

Em meio à efervescência da luta política pelos direitos das crianças e adolescentes, em


13 de julho de 1990, através da Lei n. 8.060/90, foi promulgado o Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA), substituindo o segundo Código de menores de 1979 e o paradigma
assistencialista e corretivo vigente, por propostas socioeducativas, fundamentadas nos
princípios de cidadania.
A promulgação do ECA, configura-se, portanto, como a segunda fase da política de
proteção social à população infanto-juvenil no Brasil, o qual incorporou o princípio de
proteção integral, assegurando à criança e ao adolescente, (...) os direitos fundamentais
inerentes à pessoa humana (...) e todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o
desenvolvimento físico, moral e social, em condição de liberdade e de dignidade (ECA, 2018,
p.10)
A política de atendimento passou a ter como premissa a municipalização que consiste
na formulação, regulamentação, financiamento, controle e execução das políticas locais,
porém, em parceria com as esferas estaduais e federal. Para tanto, a Lei prevê a criação dos
Conselhos de Direito em nível nacional, estadual e municipal, que são órgãos deliberativos e
formuladores da política; dos Conselhos Tutelares, como órgãos responsáveis pela efetivação
dos direitos; manutenção de um fundo nacional, estaduais e municipais para financiar a
criação e manutenção de programas específicos de acordo com as necessidades locais.
A Lei ainda prevê a criação de um Sistema de Garantia dos Direitos, composto pelos
Conselhos, organizações da sociedade civil organizada e órgãos do Judiciário, Ministério
Público, Defensoria, Segurança Pública e Assistência Social.
Quanto às linhas de ação, em seu Art.87, define-se como: políticas básicas (educação,
saúde, etc.); serviços, programas e benefícios de assistência social de proteção social e de
prevenção e redução de violação de direitos, seus agravamentos ou reincidências; serviços
especiais de prevenção e atendimento médico e psicossocial às vítimas de negligência, maus-
tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão; serviço de identificação e localização de pais,
responsável, crianças e adolescentes desaparecidos; proteção jurídico-social por entidades de
defesa dos direitos da criança e do adolescente; políticas e programas destinados a prevenir ou
abreviar o período de afastamento do convívio familiar e a garantir o efetivo exercício do
direito à convivência familiar; campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma de guarda de
crianças e adolescentes afastados do convívio familiar e à adoção, especificamente inter-
racial, de crianças maiores ou de adolescentes, com necessidades específicas de saúde ou com
deficiências e de grupos de irmãos.
17

Em relação ao cometimento do ato infracional, diferente da Doutrina de Situação


Irregular, o ECA prevê medidas protetivas para as crianças com até 12 anos de idade
incompletos, as quais consistem, por exemplo, na inclusão da criança em serviços e
programas oficiais de proteção da família, da criança e do adolescente. E para os adolescentes
com idade de 12 a 18 anos, haverá a aplicação de medidas socioeducativas, também na
perspectiva pedagógica, que assegurem ao adolescente a oportunidade de reorganização de
seus referenciais de convivência social.
Com base nessa exposição, torna-se inquestionável que o ECA representa um avanço
jurídico-formal e mudanças significativas na proteção social de crianças e adolescentes,
redefinindo não somente o paradigma das políticas de atendimento, mas também a concepção
de infância e adolescência na sociedade.
Entretanto, a vida cotidiana das crianças e dos adolescentes brasileiros segue
severamente marcada por diversos tipos de violação de direitos, como se pode observar ao
analisar as medidas socioeducativas aplicadas.

3 MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS: RESPOSTA AO ATO


INFRACIONAL COMETIDO PELO ADOLESCENTE

O Estatuto da Criança e do Adolescente dispõe das medidas socioeducativas para


responsabilizar o adolescente autor de ato infracional. Porém, é necessário elucidar que as
medidas socioeducativas terão finalidade estritamente pedagógica, não podendo ser
confundidas com penas, pois essas têm natureza jurídica distinta.
De acordo com a doutrina da proteção integral, o adolescente que comete ato
infracional não perde sua condição de sujeito de direito e nem de pessoa em desenvolvimento.
Assim, entende-se que o atendimento ao adolescente em conflito com a lei deve adotar uma
postura antagônica às legislações anteriores ao ECA.
Nesse sentido, a medida socioeducativa não deverá assumir um caráter punitivo, mas
sim deverá pautar-se em princípios educativos que criem oportunidades para que o
adolescente possa refletir sobre a situação em que se encontra e redefina suas relações
pessoais e sociais.
Assim, o ECA, em seu Art.112, dispõe que “verificada a prática de ato infracional3, a
autoridade competente poderá aplicar as seguintes medidas:”

3
De acordo com o artigo 103 (ECA): “Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou
contravenção penal” (BRASIL,1990)
18

I - Advertência;
II - Obrigação de reparar o dano;
III - Prestação de serviços à comunidade;
IV - Liberdade assistida;
V - Inserção em regime de semi-liberdade;
VI - Internação em estabelecimento educacional;
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.

É importante ressaltar que, a medida socioeducativa de privação de liberdade será


definida pela autoridade competente, na figura do Juiz da Infância e Juventude, condicionada
em três princípios básicos:

• Brevidade: não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser


reavaliada a cada seis meses, e não excederá a três anos.
• Excepcionalidade: análise das circunstancias do ato infracional, sendo aplicada
apenas nos casos de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou
violência à pessoa; descumprimento reiterado e injustificável da medida
anteriormente imposta.
• Respeito a condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, devendo ser
papel do Estado zelar por sua integridade física e moral, para isso adotando
medidas de contenção e segurança.

Além disso, a fim de melhor regulamentar o atendimento socioeducativo, em 2012,


através da Lei N. 12.594/12 foi instituído o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo
(SINASE), definido como
(...) o conjunto ordenado de princípios, regras e critérios que envolvem a
execução de medidas socioeducativas, incluindo-se nele, por adesão, os
sistemas estaduais, distrital e municipais, bem como todos os planos,
políticas e programas específicos de atendimento a adolescente em conflito
com a lei. (BRASIL, p. 1, 2012).

O SINASE também pode ser considerado como um catalizador dos diferentes


subsistemas que compõem o Sistema de Garantia de Direitos (SGD), por exemplo, aqueles
que regem as políticas sociais básicas, de assistência social, de proteção especial e de justiça
voltados à proteção integral de crianças e adolescentes.
19

E ainda se estabelece como uma fonte de dados e informações que subsidiam a


construção e o desenvolvimento de novos planos, políticas e ações que garantem a efetividade
do cumprimento dos direitos das crianças e adolescentes.
Com base no último relatório do SINASE, por exemplo, pode-se analisar o perfil dos
adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas. Segundo o relatório mencionado,
até 30 de novembro de 2016, o Brasil tinha 25.959 (vinte e cinco mil, novecentos e vinte
nove) adolescentes e jovens (12 a 21 anos) em atendimento socioeducativo nas unidades
voltadas à restrição de liberdade (internação, internação provisória e semiliberdade); além
desses, 521 (quinhentos e vinte e um) adolescentes cumpriam outras modalidades de
atendimento (atendimento inicial e internação sanção4), perfazendo um total de 26.450 (vinte
e seis mil, quatrocentos e cinquenta) adolescentes e jovens incluídos no sistema.

Com base nos dados do gráfico acima, observa-se, portanto, que existe uma
discrepância do número de adolescentes e jovens que cumpriam medidas socioeducativas
entre algumas regiões e estados, o estado de São Paulo tem o maior contingente de
adolescentes registrados no Sistema (9.572), enquanto que 16 estados têm menos de 500 casos
(Goiás, Pará, Acre, Amapá, Santa Carina, Mato Grosso do Sul, Sergipe, Alagoas, Maranhão,
Piauí, Amazonas, Rio Grande do Norte, Roraima, Rondônia, Mato Grosso e Tocantins).
Quanto ao tipo de medida socioeducativa, os dados referentes aos adolescentes em
regime de internação são alarmantes, visto que compõe um total de 70% (18.567) dos

4 Art.122. III do Estatuto da Criança e do Adolescente, internação-sanção é a medida restritiva de liberdade,


aplicada ao adolescente por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta.
(BRASIL,1990).
20

adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas. É importante ressaltar que a


medida de internação, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente deve respeitar o
princípio da brevidade e excepcionalidade.

Gráfico 2- Porcentagem de adolescentes em cumprimento de


medidas socioeducativas, Brasil. 2016.

Fonte: SINASE, 2016.

Além disso, dentre os 26.450 adolescentes atendidos, 5.184 estavam em internação


provisória (20%) e 2.178 em regime de semiliberdade (8%).
No tocante ao gênero, observou-se que a prática do ato infracional do público
feminino é bastante inferior, apenas 4%, se comparado aos adolescentes do sexo masculino
(96%).
No quesito cor, 59,08% dos adolescentes e jovens se autodeclararam negros, 22,49%
brancos, 0,91% amarelos e 0,98% indígena. 16,54% dos adolescentes e jovens não tiveram
registro quanto à sua cor ou raça.
Outro dado que chama bastante atenção é o tipo de infração cometida. 47% (12.960)
do total de atos infracionais foram classificados como análogo a roubo (acrescido de 1% de
tentativa de roubo), 22% (6.254) foram registrados como análogo ao tráfico de drogas e 10%
(2.730) análogo a homicídio, acrescido de 3% de tentativa de homicídio.
21

Face a esses dados, conclui-se que embora o Estatuto da Criança e do Adolescente


estabeleça critérios claros quanto a aplicação de medidas socioeducativas, há indícios de que a
internação, mesmo sendo o último recurso do sistema socioeducativo, ainda é a mais
executada, como mostra o gráfico 2.
Também, pode-se perceber que o perfil dos adolescentes em cumprimento de medidas
socioeducativas, coincide com o perfil dos adolescentes vítimas da violência urbana: negro,
do sexo masculino e envolvido com o tráfico de drogas.
Sendo assim, defende-se a necessidade de uma reflexão profunda em torno da
aplicação das práticas socioeducativas de forma a promover resultados positivos na vida dos
adolescentes, assegurando-lhes inclusão social. Para tanto, deve-se buscar a integração das
políticas sociais básicas de proteção à população infanto-juvenil, tais como: saúde, educação,
assistência social, formação profissional, lazer e defesa jurídica.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A realidade das crianças e adolescentes brasileiros, principalmente, aqueles em


conflito com a Lei, configura-se como uma das questões mais complexas na atual conjuntura.
Além do atual quadro de pobreza, o desmonte gradativo do sistema de proteção social
mediante o afastamento do Estado na implementação de políticas públicas.
No tocante à política de atendimento à população infanto-juvenil, sem dúvida, o ECA
diferente da doutrina de situação irregular, prevê ações de caráter protetivo de forma integral,
sem distinção, para todas as crianças e adolescentes.
22

Em caso de cometimento de ato infracional, é previsto medidas protetivas para as


crianças com até 12 anos de idade incompletos, as quais consistem, por exemplo, na inclusão
da criança em serviços e programas oficiais de proteção da família, da criança e do
adolescente. E para os adolescentes com idade de 12 a 18 anos, haverá a aplicação de medidas
socioeducativas, também na perspectiva pedagógica, que assegurem ao adolescente a
oportunidade de reorganização de seus referenciais de convivência social.
Nesse sentido, é inegável que o ECA representa um avanço jurídico-formal e
estabelece mudanças significativas na proteção social de crianças e adolescentes, redefinindo
não somente o paradigma das políticas de atendimento, mas também a concepção de infância
e adolescência na sociedade.
No entanto, ainda se faz necessário investir no fortalecimento do Sistema de Garantia
de Direitos para que as necessidades de crianças e adolescentes sejam atendidas com absoluta
prioridade como previsto na legislação.

REFERÊNCIAS

ARIÈS, Philippe. História social da criança e da família. Tradução de: L’enfant et la vie
familiale sous I’Ancien Regime. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2006.

BRASIL. Constituição Federal de 1988. Promulgada em 5 de outubro de 1988.


Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm.
Acesso em: 04/05/2019.

BRASIL. Ministério dos Direitos Humanos (MDH). Levantamento anual Sinase 2016.
Brasília: Ministério dos Direitos Humanos, 2018. Disponível em:
https://www.mdh.gov.br/todas-as-noticias/2018/marco/Levantamento_2016Final.pdf. Acesso
em: 11/05/2019.

_______ Estatuto da criança e do adolescente: Lei federal nº 8069, de 13 de julho de


1990. Brasília – DF. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm.
Acesso em: 29/03/2019.

BRUNO, B. S.; SCISLESKI, A. C. C.; GALEANO, G. B.; SILVA, J. L. C.; Santos, SN.
MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE INTERNAÇÃO: ESTRATÉGIA PUNITIVA OU
PROTETIVA?. Psicologia & Sociedade (Online), v. 27, p. 505-515, 2015. Disponível em:
http://submission.scielo.br/index.php/psoc/article/view/137515/9239. Acesso em:11/04/2019.

ESTEVAM, I. D.; COUTINHO, M. P. L; ARAUJO, L. F. Os Desafios da Prática


Socioeducativa de privação de liberdade em adolescentes em conflito com a lei:
ressocialização ou exclusão social? Pisico (PUCRS.), v. 40, p. 64-72, 2009. Disponível em:
https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=5161488. Acesso em:11/05/2019.
23

FALEIROS, V. P. Infância e processo político no Brasil. In: PILOTTI, F.; RIZZINI, I.


(Org.). A Arte de governar crianças: a história das políticas sociais, da legislação e da
assistência à infância no Brasil. Rio de Janeiro: Instituto Interamericano del Niño, 1995. p.
49-98.

FALEIROS, V.P. Políticas para a infância e adolescência e desenvolvimento. Políticas


sociais (IPEA), v.11. p. 171-177, 2005. Disponível em:
http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/4569/1/bps_n.11_ENSAIO1_Vicente11.pdf.
Acesso em:01/05/2019.

FARINELLI, C. C. PIERINI, A. J. O Sistema de Garantia de Direitos e a Proteção


Integral à criança e ao adolescente: uma revisão bibliográfica. O social em questão, v. XIX,
p. 63-86, 2016. Disponível em: http://osocialemquestao.ser.puc-
rio.br/media/OSQ_35_3_Farinelli_Pierini.pdf. Acesso em:03/04/2019.

LAZZARI, M.C. Panacéia Burocrática: Uma secretaria de governo para Crianças e


Adolescentes no Estado de São Paulo. 1998. 153p. Dissertação (Mestrado em Ciências
Sociais) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. São Paulo, 1998.

LEITE, C. C. Da Doutrina da Situação Irregular à Doutrina da Proteção Integral:


Aspectos Históricos e Mudanças Paradigmáticas. Juizado da Infância e da Juventude (Porto
Alegre), v.5, p. 9-74, 2005. Disponível em: http://jij.tjrs.jus.br/doc/artigos/edicao-
05.pdf#page=9. Acesso em: 22/04/2019.

LONGO, I. S. Ser criança e adolescente na sociedade brasileira: passado e presente da


história dos direitos infanto juvenis. In: III Congresso Internacional de Pedagogia Social,
2010, São Paulo. Disponível em: http://www.proceedings.scielo.br/pdf/cips/n3/n3a13.pdf.
Acesso em: 21/04/2019.

LINS, M.Z.S. Avaliação do Sistema de Informação para a Infância e Adolescência


(SIPIA) com foco na notificação de violência sexual na região metropolitana de
Fortaleza, no período de 1999 a 2007. Rio de Janeiro. 2008. 86 p. Disponível em:
https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/5378/2/1076.pdf. Acesso em: 01/05/2019.

MACHADO, A.R.L. Código de Menores Comentado. São Paulo: Editora Saraiva, 1986.

MOURA, L.C. Estado Penal e jovens encarcerados: uma história de confinamento. São
Paulo. 2005. 203p. tese (Mestrado em ciências sociais) – Pontifícia Universidade Católica de
São Paulo. Disponível em: http://www.bdae.org.br/bitstream/123456789/1314/1/tese.pdf.
Acesso em: 13/05/2019.

PEREIRA, A. R. Criança X Menor: A origem de dois mitos da política brasileira in Que


História é essa? Relume Dumará, 1994, citados por TRINDADE, Judite Maria Barboza.
"Mulheres e abandono de menores em Curitiba: Das imagens do progresso à construção
coletiva das representações.

PINTO, M.D.N., HEMERLY, J. V. NOGUEIRA, P. Modelos de Filantropia: A Santa Casa


e a Filantropia Higienista. In: Relatório de pesquisa: Modernização e as Novas Configurações.
Rio de Janeiro: ESS-UFRJ/CNPq, 2001.
24

RIZZINI, I. A. O Século perdido: raízes históricas das políticas públicas para a infância no
Brasil. Rio de Janeiro: Editora Universitária Santa Úrsula, 1997. 301p.

RODRIGUES, A. A. A infância na visão de Philippe Ariés e Neil Postman. In: IX


Congresso de Pesquisa e Ensino de História da Educação em Minas Gerais, 2017,
Uberlândia. Anais do IX Congresso de Pesquisa e Ensino de História da Educação em Minas
Gerais, 2017. Disponível em: https://even3storage.blob.core.windows.net/anais/50522.pdf .
Acesso em: 15/04/2019.

RUS Perez, Jose Roberto: PASSONE, E. F. Políticas sociais de atendimento às crianças e


aos adolescentes. Cadernos de Pesquisa (Fundação Carlos Chagas. Impresso), v. 40, p. 649-
673, 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/cp/v40n140/a1740140 . Acesso em:
01/05/2019.

SANTOS, M.C.A. Criança e Criminalidade no início do Século. In: PRIORE, Mary Del.
(org). História das Crianças no Brasil, 2 ed., São Paulo: Contexto, 2000.
SILVA, C. G. P. P. . Código Mello Matos: Um olhar sobre assistência e proteção os
“menores”. Em Debate (PUCRJ.OLINE), v.8, p.1-14, 2009. Disponível em:
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/14406/14406.PDF . Acesso em: 28/04/2019.

SILVA, V. F. e. Perdeu, passa tudo! A voz do adolescente autor de ato infracional. 1.ed.
Juiz de Fora: Editora UFJF, 2005. 140p.

Você também pode gostar