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11/11/2022
Número: 0000306-37.2015.8.18.0140
Classe: APELAÇÃO / REMESSA NECESSÁRIA
Órgão julgador colegiado: 5ª Câmara de Direito Público
Órgão julgador: Desembargador PEDRO DE ALCÂNTARA MACÊDO
Última distribuição : 16/06/2021
Valor da causa: R$ 724,00
Processo referência: 0000306-37.2015.8.18.0140
Assuntos: Ingresso e Concurso, Classificação e/ou Preterição
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
PRESIDENTE DA COMISSÃO DO NUCLEO DE CONCURSOS
E PROMOÇÃO DE EVENTOS DA UESPI - NUCEPI
(APELANTE)
FUNDACAO UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUI FUESPI
(APELANTE)
GUYLHERME LUIS LIMA ARAUJO LUZ (APELADO) JOHILSE TOMAZ DA SILVA (ADVOGADO)
LIA RACHEL DE SOUSA PEREIRA SANTOS (ADVOGADO)
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Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
87503 07/10/2022 16:57 Acórdão ACÓRDÃO SEGUNDO GRAU
84
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PIAUÍ
EMENTA
3. Desse modo, via de regra, mostra-se vedado ao Poder Judiciário realizar o reexame dos
critérios adotados pela banca examinadora na formulação de questões, correção e atribuição de
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notas em provas de concursos públicos, sendo permitido apenas o exame de compatibilidade do
conteúdo exigido com o Edital, que é a lei interna do certame, ou se constatado erro grosseiro na
sua elaboração. Precedente do STF;
4. In casu, ficou demonstrado que a assertiva “4” da questão n°32 contém erro grave insuperável,
pois permite interpretação contrária ao disposto no Art. 5º, inc. LXIII, da Constituição Federal/88 e
art 186 do CPP;
5. Assim, não procedem as alegações apresentadas pelo ente estatal, tendo em vista que ficou
evidente a ilegalidade do ato combatido na ação originária, em decorrência de erro grosseiro na
elaboração da questão sob análise, implicando em vício insanável que justifica sua anulação.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos em que são partes as acima indicadas,
acordam os componentes da Egrégia 5ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça
do Estado do Piauí, à unanimidade, à unanimidade, em CONHECER do
presente recurso, mas NEGAR -LHE PROVIMENTO, mantendo-se então a sentença na sua
integralidade, em dissonância com o parecer Ministerial Superior. Sem honorários
advocatícios, a teor do art. 25 da Lei nº 12.016/09 e Súmula 105 do STJ5. Transcorrido in
albis o prazo recursal, certifique-se o trânsito em julgado do Acórdão e proceda-se à baixa
do feito na Distribuição, na forma do voto do Relator.”
RELATÓRIO
Trata-se de Apelação Cível interposta pela Fundação Universidade Estadual do Piauí, em face da sentença proferida
pela MMª. Juíza de Direito da 2ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Teresina-PI, nos autos do Mandado de
Segurança c/c Pedido de Liminar (n°0000306-37.2015.8.18.0140), impetrado contra ato do Presidente do NÚCLEO
DE CONCURSOS E PROMOÇÃO DE EVENTOS DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – NUCEPE, em que
figura como litisconsortes passivos a Fundação Universidade Estadual do Piauí – FUESPI e o Estado do Piauí.
Alega o impetrante que se inscreveu no concurso público para provimento de vagas da Polícia Militar do Piauí, regido
pelo Edital nº 05/2013, ficando classificado na condição de excedente em relação ao número de vagas.
Aduz que a banca examinadora do certame incorreu em erro grosseiro na questão de nº 32 da prova objetiva, ao
considerar como resposta correta do quesito a alternativa “a” da referida questão, o que implicou em violação ao direito
líquido e certo de prosseguir na fase seguinte.
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Portanto, requer a concessão da ordem, com o fim de que seja determinado a suspensão do ato lesivo e sua
convocação para a segunda fase do certame, e, caso apto nas demais fases, seja aprovado.
O Estado do Piauí apresentou contestação, aduzindo, dentre outros pontos, a ausência de prova do direito
alegado, pugnando, ao final, pela denegação da segurança.
Após instruir o feito, a MMª Juíza julgou procedente a ação, com o fim de anular a “questão de número 32,
relativa ao certame público Edital n. 005/2013-PMPI, com todas as consequências legais advindas da referida
anulação no âmbito do certame em questão”.
A Apelante, por sua vez, interpôs o presente recurso, alegando que o apelado não comprovou que a anulação
da questão impugnada resultaria na sua aprovação e indevida ingerência do Judiciário na decisão da banca
examinadora para avaliar notas (pontuação) conferidas aos candidatos, indicando precedentes deste Tribunal
acerca da matéria. Ao final, pugna pela reforma da sentença, com o fim de julgar improcedente a ação.
O Apelado rechaça, em sede de contrarrazões, as teses apontadas nas razões recursais, pugnando então pelo
conhecimento e improvimento do apelo, mantendo-se a sentença recorrida na sua integralidade.
O Ministério Público Superior emitiu parecer (Id.5172961), opinando pelo CONHECIMENTO E PROVIMENTO do
recurso, com a consequente reforma da sentença.
É o relatório.
VOTO
Consoante relatado, a Apelante alega falta de interesse de agir, porque o apelado não teria
comprovado que a anulação da questão impugnada resultaria na sua aprovação no certame e
que a pretensão implica em indevida ingerência do Judiciário na decisão da banca examinadora.
Portanto, pugna pelo conhecimento e provimento do apelo, com o fim de que seja julgada
improcedente a ação.
O Estado do Piauí alega falta do interesse de agir, pois o apelado não comprovou que a
pretendida anulação da questão interferirá na sua esfera jurídica, garantindo-lhe aprovação na
fase posterior.
Segundo o item 5.3.1 do Edital, “será classificado para a 2ª etapa (Exame de Saúde) o candidato
que, cumulativamente, alcançar pontuação igual ou superior a 60% do total de pontos da Prova
Escrita Objetiva, obtiver, no mínimo, 50% do total de pontos de cada uma das matérias, e que,
estiver dentro do limite de 02 (duas) vezes o número de vagas”, no caso, até 54 (cinquenta
e quatro), visto que foram disponibilizadas 27 (vinte e sete) vagas.
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Na hipótese, o Apelado obteve 63 (sessenta e três) pontos na prova objetiva e foi eliminado
porque se encontrava em posição que excedeu “duas vezes o número de vagas”. No entanto,
comprovou que o último colocado ficou em 47ª (quadragésima sétima) colocação, com 63
(sessenta e três) pontos. Assim, com a anulação da questão impugnada no mandamus, ficaria
classificado no certame, pois estaria em posição superior àquele candidato paradigma.
2. Do mérito.
Como se sabe, o art. 1º da Lei nº 12.016/09, que reproduz o conteúdo obrigatório do art.5º, LXIX,
da CF/881, dispõe sobre a concessão do Mandado de Segurança, in verbis:
Art. 1 o - Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder,
qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de
autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça. (grifo nosso).
Acerca do direito líquido e certo, lecionam Helly Lopes Meireles, Arnoldo Wald e Gilmar Ferreira
Mendes:
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indeferimento da exordial, inclusive de ofício, por se tratar de matéria de ordem pública,
extinguindo-se então o feito, sem resolução de mérito.
A respeito do tema, cumpre destacar que o concurso público rege-se pelas leis e normas
previstas no Edital, sendo, então, dever da Administração observar os critérios de avaliação
previamente estabelecidos.
Desse modo, via de regra, mostra-se vedado ao Poder Judiciário realizar o exame dos critérios
adotados pela banca examinadora na formulação de questões, correção e atribuição de notas em
provas de concursos públicos. Excepcionalmente, é permitido apenas o exame de
compatibilidade do conteúdo exigido com o Edital, que é a lei interna do certame, ou se
constatado erro grosseiro na sua elaboração.
Tal entendimento inclusive foi reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal, no julgamento do
Recurso Extraordinário n°632.853/CE, com Repercussão Geral, tendo a Corta Suprema
firmado a tese de que “não compete ao Poder Judiciário, no controle de legalidade,
substituir a banca examinadora para avaliar respostas dadas pelos candidatos e notas a
elas atribuídas (…)”, salvo flagrante ilegalidade ou inconstitucionalidade (RE 632.853,
Relator: Min. Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, julgado em 23/4/2015, Acórdão Eletrônico
Repercussão Geral - DJe-125 Divulg 26/6/2015 Public 29/6/2015).
Ao contrário do que assevera o ente estatal, o caso em comento se distingue da tese firmada pelo
STF no Tema n. 485/STF (RE n°632853), em face da constatação de flagrante ilegalidade no ato
impugnado.
Ressalte-se, por oportuno, que a matéria discutida nos autos é distinta daquela citada pelo
Apelante (Apelação Cível Nº 2017.0001.005591-8, julgada pela 3ª Câmara de Direito Público),
porque, apesar de se referir ao mesmo concurso, tratou de questões diversas (n°55 e n°59) da
que foi impugnada na ação originária (questão 32), objeto do presente recurso.
Ao analisar os autos, a MMª. Juíza da 2ª Vara Fazendária desta capital concluiu pela
concessão da segurança, sob o fundamento de que ficou comprovado a ilegalidade do ato
administrativo, consistente na existência de erro grosseiro na questão n°32 (Id.4270978), in
verbis:
“(...)
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gabarito definitivo, que indica a alternativa a como correta.
Aduz que a redação da alternativa foi mal elaborada, incluindo a alternativa 4 como correta,
quando desde o evento da Constituição de 1988 o silêncio do acusado deixou de elemento para
formação do convencimento do juiz.
Sobre a matéria releva registrar que o art. 186 do CPP, assim dispõe:
Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da acusação, o acusado
será informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatório, do seu direito de permanecer calado e
de não responder perguntas que lhe forem formuladas.
Parágrafo único. O silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser interpretado
em prejuízo da defesa.
Da análise do dispositivo falado, têm-se que o silêncio do acusado não permite interpretação que
prejudique a defesa, o que impede, em consequência, ser utilizado como fundamento da decisão,
interpretação que realmente pode trazer confusão e induzir o candidato a erro.
Dessa forma, tendo em vista que esta questão permite entendimento contraditório, indo em
sentido oposto do que determina a lei, vislumbra-se que há vício, maculando sua validade,
estando assim passível de anulação.
Desta feita, se mostra cabível a procedência do pedido, com a consequente procedência dos
pedidos, em favor do autor.
(…)”.
Para melhor elucidação da matéria, convém destacar o inteiro teor da referida questão:
1) Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios,
a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
2) O exame de corpo de delito só poderá ser realizado durante o dia e mediante autorização
judicial.
4) O silêncio do acusado não importará em confissão, mas poderá constituir elemento para
a formação do convencimento do juiz.
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Estão corretas, apenas:
B) 1, 2 e 4.
C) 2 e 3.
D) 2, 3 e 4.
E) 3 e 4.
Como visto, a magistrada singular entendeu que a banca examinadora incorreu em erro
grosseiro ao considerar a resposta constante na alternativa “A”, que inclui a assertiva 4
como sendo correta.
Apesar de o item 4 da questão tratar-se de letra de lei, porque reproduz, ipsis litteris, o artigo 198
do Código de Processo Penal, como bem destacado no parecer ministerial, é de notório saber
que essa norma não foi recepcionada pela Carta Magna, em face da premissa maior de que
o acusado, preso ou não, possui direito ao silêncio.
Assim, como consequência, torna-se manifestamente inconstitucional admitir que esse ato
(silêncio do acusado) possa servir como elemento para convicção do juiz.
A propósito, cito doutrina de Torinho Filho3 e Nucci4 que discorrem acerca do conflito existente
entre as normas em referência (art.186 e 198 do CPP) e a relevância do direito ao silêncio:
“(…) Se o réu tem o direito ao silêncio, como garantia constitucional, parece-nos evidente
que, se porvertura dele fizer uso, não pode o juiz louvar-se nessa circunstância para a
formação do seu convencimento. (…) As duas disposições, como estão, se contradizem.
Prevalece, contudo, a mais recente, por estar em harmonia com o texto constitucional, que
confere o direito ao silêncio (…)”. [grifo nosso]
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“(…) Silêncio como elemento para o convencimento do juiz: a parte final do art. 198 não foi
recepcionada pela Constituição Federal de 1988, que, expressamente, conferiu ao réu a
possibilidade de manter-se calado (art.5º, LVIII), sem estabelecer qualquer consequência
dessa opção, razão pela qual não pode a lei ordinária fixar conteúdo diverso. Se o acusado
for advertido de que se pode calar, mas o juiz pode levar tal silêncio em consideração, é natural
que não há direito algum, pois existe alternativa real de se prejudicar com tal prerrogativa. (…)”
[grifo nosso]
Frise-se que não cabe no presente recurso discutir o tema com profundidade, nem se pretende
quanto à questão acima que o Poder Judiciário reexamine seu conteúdo ou o critério de correção
para concluir se a resposta dada pelo candidato está adequada ou não, mas reconhecer que a
assertiva “4” da questão n°32 contém erro grave insuperável, pois permite interpretação
contrária à Constituição Federal e art 186 do CPP.
Desse modo, ratificando o posicionamento adotado pela juíza a quo, conclui-se pela anulação da
questão ora impugnada, pois induz o candidato a adotar conclusão contrária ao gabarito oficial.
(STF - MS: 30859 DF, Relator: Min. LUIZ FUX, Data de Julgamento: 28/08/2012, Primeira Turma,
Data de Publicação: DJe-209 DIVULG 23-10-2012 PUBLIC 24-10-2012).
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PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. PEDIDO DE ANULAÇÃO DE
QUESTÕES OBJETIVAS E CONSEQUENTE DECLARAÇÃO DO DIREITO DE PROSSEGUIR
NO CERTAME. ILEGALIDADE FLAGRANTE. TEMA N. 485/STF. CONSONÂNCIA DO
ACÓRDÃO COM JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE. I - Na origem, trata-se de ação de
anulação de ato administrativo, com pedido de antecipação de tutela na forma cautelar, contra a
recorrente, pleiteando a anulação de questões da prova objetiva do concurso para Procurador da
Fazenda Nacional, com a consequente atribuição, em sua prova, de pontos relativos às
mencionadas questões, reconhecendo-se sua aprovação naquela fase do concurso. A sentença
julgou parcialmente procedente o pedido. O Tribunal a quo manteve a sentença. II - Na hipótese
dos autos, com relação à aplicação do Tema n. 485/STF, tem-se que, conforme a jurisprudência
da Corte Suprema ( RE n. 632.853/CE, submetido ao rito de repercussão geral), embora seja
vedado ao Poder Judiciário o reexame de conteúdo de questões em provas de concurso público,
seus critérios de correção etc., excepcionalmente tal análise é possível nos casos de flagrante
ilegalidade ou inconstitucionalidade. Ora, o Tribunal de origem julgou a lide em consonância com
a jurisprudência desta Corte, ou seja, é possível tal análise excepcionalmente, nas circunstâncias
referidas (ilegalidade/inconstitucionalidade). III - Desta forma, aplica-se à espécie o enunciado da
Súmula n. 83/STJ: "Não se conhece do recurso especial pela divergência, quando a orientação
do Tribunal se firmou no mesmo sentido da decisão recorrida. Ressalte-se que o teor do referido
enunciado aplica-se, inclusive, aos recursos especiais interpostos com fundamento na alínea a do
permissivo constitucional." Nesse sentido: RMS n. 62.040/MG, relator Ministro Herman Benjamin,
Segunda Turma, julgado em 17/12/2019, DJe 27/2/2020. IV - Sobre a não aplicação da Teoria do
Fato Consumado ao caso em exame, mais uma vez a Corte de origem prestigiou a jurisprudência
do STJ ao concluir, quanto a este que é ponto fulcral da demanda, que o pedido de concessão da
liminar foi deferido em dezembro de 2007, e que a recorrida já tomou posse no cargo pretendido,
já gozando, inclusive, de estabilidade, o que implica na existência de uma situação taticamente
consolidada pelo tempo, cuja desconstituição não se recomenda.? Incide, portanto, mais uma
vez, o Óbice Sumular n. 83/STJ. Anote-se: AgInt no REsp n. 1.256.762/RJ, relator Ministro Sérgio
Kukina, Primeira Turma, julgado em 13/10/2020, DJe 28/10/2020. V - Agravo interno improvido.
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Publicação: 17/02/2020).
Assim, não procedem as alegações apresentadas pelo ente estatal, tendo em vista que ficou
evidente a ilegalidade do ato combatido na ação originária, em decorrência de erro grosseiro na
elaboração da questão sob análise, implicando em vício insanável que justifica sua anulação.
Portanto, impõe-se a manutença da sentença que concedeu a segurança, em face da prova pré-
constituída do direito vindicado.
3. Do dispositivo.
Sem honorários advocatícios, a teor do art. 25 da Lei nº 12.016/09 e Súmula 105 do STJ5.
É como voto.
1. Art.5º, LXIX da CF/88 - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e
certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade
ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições
do Poder Público;
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3 FILHO, Fernando da Costa Tourinho. Código de Processo Penal Comentado (arts. 1º a 393).
13ªEd. Saraiva: 2010. pág.617.
4 NUCCI, Guilherme de Souza Nucci, código de Processo Penal comentado. 15ªEd. Forense:
2016, pág.505.
5 Colhe-se do entendimento jurisprudencial da Corte Superior (STJ, AgInt nos EDcl no AREsp
1102411/SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 28/11/2017,
DJe 19/12/2017).
DECISÃO
Presente a Exma. Sra. Dra. Lenir Gomes dos Santos Galvão- Procuradora de Justiça.
- Relator -
Teresina, 07/10/2022
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