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AO DOUTO JUIZO DA VARA CIVEL DA COMARCA DE ARAGUAÍNA/TO

CINTIA BATISTA DA SILVA, brasileira, solteira, professora, portadora do RG


nº1.012.207 2º via, inscrita no CPF n° 060.764.651-90, residente e domiciliada na
Rua dos Agrimessores, nº535, QD 217 E, LT 06, Casa 02, jardim paulista,
município de Araguaína/TO, vem por intermédio de seus advogados,
legalmente constituídos mediante procuração anexa, vem, respeitosamente,
perante Vossa Excelência, impetrar o presente,

MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO LIMINAR

Contra ato do FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS (FGV), inscrita no CNPJ


nº33.641.663/0001-44, com sede na praia de botafogo, nº 190, botafogo, Rio de
Janeiro/RJ, CEP: 22250-900, tel: (21) 2559-5996; (21) 2559-6004; ESTADO DO
TOCANTINS, inscrito no CNPJ nº01.786.029/0001-03, com sede na Praça dos
Girassóis, s/n, Palmas/TO.

PAULO CESAR BENFICA FILHO- Secretário de Estado da Administração


(SECAD-TO), inscrito no CPF nº 978.503.811-49, com endereço profissional na
Praça dos Girassóis, s/n - Esplanada das Secretarias, Palmas - TO, 77001-002;
FABIO PEREIRA VAZ- Secretário da Educação do Estado do Tocantins -
SEDUC/TO, inscrito no CPF nº 832.405.431-68, com endereço profissional Praça
dos Girassóis, s/n - Plano Diretor Norte, Palmas - TO, 77003-910.

1- DA JUSTIÇA GRATUITA
Inicialmente, declara a parte Impetrante, sob as penas da lei, e nos exatos
termos do disposto no artigo 98 do NCPC, que não possui condições financeiras
de arcar com o pagamento das custas processuais e honorários advocatícios sem
prejuízo do próprio sustento e de sua família, vivendo apenas com um benefício
previdenciário, conforme comprovam os documentos anexos, pelo que faz jus à
GRATUIDADE DE JUSTIÇA.

Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com


insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais
e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na
forma da lei.

Vejamos entendimento dos tribunais:

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE


INDENIZAÇÃO. JUSTIÇA GRATUITA. INFORMAÇÕES, NOS
AUTOS, POSSIBILITANDO A CONCLUSÃO DE QUE O
POSTULANTE VIVE PRECÁRIA SITUAÇÃO FINANCEIRA.
DECISÃO REFORMADA. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. 1.
Não são valores absolutos que autorizam ou vedam a concessão do
benefício, mas sim uma análise da capacidade financeira do
postulante, que, na hipótese, se mostra merecedora da concessão da
gratuidade processual. 2. Nos autos há informação que apontam a
fragilidade econômica exarada na declaração de hipossuficiência. 3.
Recurso conhecido e provido para reformar a decisão do Magistrado
de 1º Grau que indeferiu os benefícios da assistência judiciária gratuita.
(AI 0002784-30.2017.827.0000, Rel. Des. LUIZ GADOTTI, Rel. em
substituição Juiz ZACARIAS LEONARDO, 2ª Turma da 1ª Câmara
Cível, julgado em 02/08/2017). (Negrito nosso)

A mesma possui comprometimentos excessivos em seu rendimento, com


despesas essenciais para sua subsistência como supermercado e remédios.
Destarte, formula pleito de GRATUIDADE DA JUSTIÇA, o que faz por
declaração de seu patrono, sob a égide do art. 99, § 4º c/c art. 105, in fine, ambos
do CPC, quando tal prerrogativa se encontra inserta no instrumento procuratório
acostado.
2- DO CABIMENTO

Trata-se de medida para proteção de direito líquido e certo não amparado


por habeas corpus ou habeas data diante de ilegalidade perpetrada por
autoridade coatora. Dessa forma, cabível o presente Mandado de Segurança, nos
termos do artigo 5º, LXIX da Constituição Federal e da Lei nº 12.016/2009.

3- DA LEGITIMIDADE PASSIVA

Nos termos do item 13.1 do presente edital, figuram como passivos de


ação judicial, a banca examinadora constitui única instância para recurso, sendo
soberana em suas decisões, razão pela qual não caberão recursos adicionais. A
decisão será publicada no DOM, em imprensa local ou regional, nos endereços
eletrônicos: https://conhecimento.fgv.br/concursos/secad.to.
Sendo assim, responde a banca examinadora FGV, e solidariamente e o
Estado do Tocantins.
Nesses termos, de acordo com o artigo 6º, parágrafo 3º, da Lei 12.016 de
2009, o Secretário da Administração do Estado do Tocantins - SECAD/TO,
e o Secretário da Educação do Estado do Tocantins - SEDUC/TO são partes
legítimas para figurar no polo passivo do presente Mandado de Segurança como
autoridade coatora.

4- DA COMPETÊNCIA

A Justiça comum estadual é competente para julgar, em se tratando de


certame público estadual. Por sua vez, a Justiça Estadual tem competência
residual, isto é, apenas será competente quando não se tratar de fato sujeito à
Justiça Especial (Justiça Militar ou Justiça Eleitoral) ou à Justiça Federal.
5- DOS FATOS

A impetrante acima qualificada, prestou provas no certames do EDITAL


Nº 01/2023, no dia realizadas no dia 11 de junho de 2023, para provimento de
5.021 (cinco mil e vinte e uma) vagas para o cargo de Professor da Educação
Básica, para o exercício das funções de Professor Regente, Coordenador
Pedagógico e Orientador Educacional, do Quadro de Cargos, Carreiras e
Remuneração dos Profissionais da Educação Básica Pública do Estado do
Tocantins e formação de cadastro de reserva de acordo com o disposto no
presente Edital (em anexo).
Na primeira etapa do certame a IMPETRANTE obteve êxito e foi
aprovada, o que garantiu uma vaga pro próximo exame do concurso (PAG 253
DA LISTA DOS APROVADOS). Vejamos:

Cabe ressaltar que o edital não consta o cronograma de datas das outras
fases do certame, informações estas que só foram adicionadas dia 07/07/2023.
Então a banca examinadora FGV, responsável pela seleção dos candidatos,
estipulou que o envio de títulos seria entre os dias 01/08/2023.
Ocorre que a impetrante finaliza o curso de Pós-graduação
(ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL NA PRATICA) Polo Unopar em Araguaína,
somente dia 22/08/2023, desta forma estará prejudicada e perderá pontos por
não apresentação deste certificado.

A impetrante solicitou junto a Instituição Unopar, o Histórico escolar e


posteriormente entregasse o certificado, mas sem êxito.
A questão do pleito se remete ao prazo de apresentação do título em
conformidade ao edital, de certo que, caso não consiga apresentar, a ausência
desses pontos referente ao certificado de pós-graduação irão fazer falta na
classificação final do concurso.

6- DA MEDIDA LIMINAR

A medida liminar em sede de Mandado de Segurança está prevista no


artigo 7º, III da Lei 12.016/09, segundo o qual descreve, “ao despachar a inicial, o
juiz ordenará que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento
relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente
deferida”
Nobre Julgador, a plausibilidade do direito invocado pode ser muito bem
observada na fundamentação acima exposta, logo, numa cognição sumária, é
possível verificar que existe a caso a impetrante não consiga apresentar seu
certificado de pós graduação esta ficará com nota inferior, o que pode acarretar a
eliminação futura.
Dessa forma, resta evidenciada a fumaça do bom direito, presente sem
dúvida a aparência do direito alegado, logo um dos requisitos autorizadores da
concessão da Liminar.
O perigo da demora na apreciação regular do presente remédio
constitucional prejudicará o impetrante em seu direito de exercer o cargo em
questão, ficando impossibilitado de ter sua nota computada na fase de avaliação
de títulos.
Outrossim, ao final da análise, caso o mérito seja desfavorável ao
Impetrante com a denegação da ordem, a liminar poderá ser revogada sem
qualquer prejuízo a Instituição organizadora, haja vista que o impetrante está
solicitando em caráter DE URGÊNCIA, o direito de apresentar o certificado de
pós graduação após o dia 22/08/2023, prazo este dado pela instituição
educadora.
Assim, frisa-se que a concessão da liminar não gerará danos a terceiros ou
as Instituições.
Nesse sentindo decidiu o Tribunal Regional Federal da 1ª região em caso
semelhante, onde não houve lesão à terceiro ou ofensa pública:

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - MANDADO DE SEGURANÇA -


UNIMONTES - CONCURSO PÚBLICO - PROVA DE TÍTULOS -
CÔMPUTO DE PONTOS - REQUISITOS PREVISTOS NO EDITAL
CUMPRIDOS - POSSIBILIDADE - SEGURANÇA CONCEDIDA. I. A
participação do Judiciário nos casos de controle de atos
administrativos, como no caso, deve se limitar-se à análise da
juridicidade das questões impugnadas. II. Restando evidenciado que a
candidata cumpriu todos os requisitos constantes no Edital 01/2007, no
que tange à prova de títulos, demonstrando a existência de direito
líquido e certo, deve a liminar ser confirmada e a segurança concedida.
(TJ-MG - AC: 10433072123295001 MG, Relator: Carlos Roberto de Faria,
Data de Julgamento: 11/07/2019, Data de Publicação: 19/07/2019)

Portanto Excelência, verifica-se que a situação do impetrante atende


perfeitamente a todos os requisitos esperados para a concessão da medida
liminar.
7- DO DIREITO

O mandado de segurança é a medida judicial cabível para casos em que


deve-se proteger direito líquido e certo, não amparados ou habeas data ou habeas
corpus, como se verifica no presente caso, conforme definido no artigo 1º da Lei
nº 12.016/2009 e artigo 5º, LXIX da Constituição Federal.
Assim sendo, por medida de justiça, o impetrante usa do presente remédio
constitucional para solicitar a Vossa Excelência que a Autoridade Coatora aceite
as documentações a ser apresentada dia 22/08/2023 na sua avaliação de títulos
e, consequentemente, proceda a correção na lista dos aprovados
Restando evidenciado que a candidata cumpriu todos os requisitos
constantes no Edital, no que tange à prova de títulos, demonstrando a existência
de direito líquido e certo, deve a liminar ser confirmada e a segurança concedida.
8- DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer a Vossa Excelência:
a) a concessão da LIMINAR, em caráter DE URGÊNCIA, para garantir que
a impetrante apresente o cerificado no dia 22/08/2023;
b) a concessão dos benefícios da gratuidade de justiça, nos termos da Lei
1060/50 e artigo 98 do Código de Processo Civil, haja vista o autor não poder
arcar com as despesas de custas processuais;
c) seja citado com urgência o impetrado, na pessoa de seu representante
legal, do conteúdo da presente petição inicial, para que apresente as informações
dentro do prazo legal;
d) seja ouvido o representante do Ministério Público Estadual;
f) requer que a presente demanda seja julgada PROCEDENTE para
atribuir os pontos por títulos
Dá-se à causa o valor de R$ 1.320,00 (mil trezentos e vinte reais).
Termos em que, pede e aguarda deferimento.

Araguaína, data e hora certificada pelo sistema.

ARMANDO HENRIQUE SARAIVA DE MOURA


OAB/TO 12.112

EVANESSA SANTOS COSTA


OAB/TO 11 704

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