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JUDICIÁRIA DE CIDADE – UF
DOS FATOS
Alega que vem acometido de moléstias que o incapacitam para o trabalho, conforme demonstrado
pelo atestado médico em anexo. Portanto, data vênia, tem-se que o Perito administrativo incorreu em
erro, ao constatar pela capacidade do Requerente, motivo pelo qual se ajuíza o presente processo.
FUNDAMENTOS JURÍDICOS
Caso venha a ser apontada sua total e permanente incapacidade, postula a concessão/conversão
em aposentadoria por invalidez, a partir da data de sua efetiva constatação. Nessa circunstância,
importante se faz a análise das situações referentes à majoração de 25% sobre o valor do benefício,
arroladas ou não no anexo I do Regulamento da Previdência Social (decreto nº 3.048/99), conforme art.
45 da lei 8.213/91.
Ainda, na hipótese de restar provado nos autos processuais que as patologias referidas tão
somente geraram limitação profissional à parte Requerente, ou seja, que as sequelas implicam em
redução da capacidade laboral e não propriamente a incapacidade sustentada, postula a concessão de
auxílio-acidente, com base no art. 86 da Lei 8.213/91.
Por outro lado, cumpre salientar que o Autor preenche todos os demais requisitos necessários
para a concessão do benefício, satisfazendo os requisitos carência1 e qualidade de segurado2, conforme
demonstrado pelos documentos em anexo.
Atentando ao extrato do CNIS acostado à presente demanda, percebe-se que o Autor gozou de
auxílio-doença (NB XXX.XXX.XXX-X) entre 20/11/2012 e 28/02/2013.
1
Conforme artigo 25, I da Lei 8.213/91.
2
Conforme artigo 15 da Lei 8.213/91.
Neste sentido, e diante do que dispõe o artigo 13, II do Decreto 3.048/99, a qualidade de
segurado do Autor seria mantida até 15/04/2014. Ocorre que, considerando que desde a cessação do
benefício (DCB – 28/02/2013) o Demandante vivencia situação de desemprego, a prorrogação do prazo
de sua qualidade de segurado por mais doze meses é medida que se impõe, por força do art. 13, § 2º do
Decreto 3.048/99, sendo prolongado o “período de graça” até 15/04/2015.
Nesta senda, cumpre salientar que é escusável o registro da condição de desemprego perante o
Ministério Do Trabalho e Previdência Social. Desde 2010, foi dada nova interpretação pelo SUPERIOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA, por ocasião do julgamento da Petição 7.115/PR, no que consta à necessidade de
comprovação da situação de desemprego, referindo que a mera ausência de novo registro (em
CTPS/CNIS) não basta para tanto, contudo sendo aceitos quaisquer outros meios que demonstrem a
condição de desemprego do segurado, inclusive a prova testemunhal. Veja-se:
motivado do Juiz e não o sistema de tarifação legal de provas. Assim, o registro perante o
Ministério do Trabalho e da Previdência Social poderá ser suprido quando for
comprovada tal situação por outras provas constantes dos autos, inclusive a
testemunhal. 2. Agravo Regimental do INSS desprovido. (AGRESP 200702603442, NAPOLEÃO
NUNES MAIA FILHO, STJ - QUINTA TURMA, 18/10/2010, com grifos acrescidos)
ser efetivada por outros meios de prova que não o registro perante o Ministério
do Trabalho e da Previdência Social, como a testemunhal. Precedentes: Pet
7.115/PR, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, TERCEIRA SEÇÃO, DJe 6/4/2010; AgRg no
Ag 1.182.277/SP, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, QUINTA TURMA, DJe 6/12/2010.
2. No caso concreto, no que diz respeito à demonstração da qualidade de segurado do autor, a
Corte de origem, ao se louvar, unicamente, na ausência de anotação na CTPS e ter como
prorrogado o período de graça, destoou da mencionada jurisprudência.
3. Recurso especial do INSS parcialmente provido, para afastar a possibilidade de reconhecimento
da condição de segurado pela mera ausência de registros na CTPS, determinando o retorno dos
autos à origem para que oportunize ao autor a produção de provas e, então, julgue a causa como
entender de direito.
(REsp 1338295 / RS RECURSO ESPECIAL 2012/0101719-0, Relator Ministro SÉRGIO KUKINA,
PRIMEIRA TURMA, julgado em 25/11/2014, DJe 01/12/2014, com grifos acrescidos)
Logo, a situação de desemprego poderá ser comprovada mediante prova testemunhal, motivo
pelo qual se faz imperiosa a realização de audiência de instrução e julgamento.
E que não ouse o INSS alegar que não é possível, ao contribuinte individual, ser aplicada a
ampliação do período de graça em razão do desemprego. Isto, pois a Turma Regional de
Uniformização da 4ª Região já consolidou entendimento acerca do tema bailado, veja:
Desta forma, tem-se que, quando da data de entrada do requerimento administrativo (DER –
28/05/2014), todos os requisitos legais inerentes ao benefício pretendido haviam sido plenamente
satisfeitos, fazendo o Autor jus à concessão do mesmo.
A pretensão exordial vem amparada nos arts. 42, 59 e 86 da Lei 8.213/91 e a data de início do
benefício deverá ser fixada nos termos dos arts. 43 e 60 do mesmo diploma legal.
TUTELA DE URGÊNCIA:
O Requerente necessita da concessão do benefício em tela para custear a sua vida, tendo em vista
que não reúne condições de executar atividades laborativas e, consequentemente, não pode patrocinar
a própria subsistência.
Assim, após a realização da perícia pertinente ao caso, ficará claro que a parte Autora preenche
todos os requisitos necessários para o deferimento da Antecipação de Tutela, tendo em vista que o
laudo médico fará prova inequívoca quanto à incapacidade laborativa, tornando, assim, todas as
alegações verossímeis. O periculum in mora se configura pelo fato de que se continuar privada do
recebimento do benefício, o Demandante terá seu sustento prejudicado.
6.1) Subsidiariamente:
6.3) Em caso de recurso, ao pagamento de custas e honorários advocatícios, eis que cabíveis em
segundo grau de jurisdição, com fulcro no art. 55 da lei 9.099/95 c/c art. 1º da Lei 10.259/01.
Nesses Termos;
Pede Deferimento.
3
Valor da causa = 12 parcelas vincendas (R$ X.XXX,XX) + parcelas vencidas (R$ X.XXX,XX).
CIDADE, DIA de MÊS de ANO.
NOME DO ADVOGADO
OAB/UF XX.XXX