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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA

VARA

Processo nº XXXXXXXXXXXXXX

XXXXXXXXXXXX, qualificação completa,


vem à presença de Vossa Excelência interpor RECURSO DE
APELAÇÃO requerendo sejam os autos remetidos ao Egrégio Tribunal
de Justiça do estado de SP em razão do caráter laboral da patologia
apresentada e em razão do benefício pretendido ser o B91, conforme
demonstra fls. 107 destes autos.

Nestes termos

Pede deferimento.

Data

Nome

OAB
RAZÕES DE APELAÇÃO

Apelante XXXXXXX

Apelado INSS

Origem XXXX

Processo nº XXXXX

COLENDA TURMA

NOBRES JULGADORES

A r. sentença julgou IMPROCEDENTE A AÇÃO


COM PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA DE PARA
RESTABELECIMENTO E MANUTENÇÂO DE BENEFÍCIO DE
AUXÍLIO INCAPACIDADE TEMPORÁRIA C/C CONCESSÃO DE
APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE E OU
AUXILIO ACIDENTE SUCESSIVAMENTE. Desta forma, a r. sentença
merece ser reformada, eis que não foi aplicado o melhor direito à espécie,
CONTRARIANDO AS PROVAS PRODUZIDAS AOS AUTOS BEM
COMO O PEDIDO FEITO PELO(A) AUTOR(A) PARA QUE FOSSE
REALIZADA NOVA PERÍCIA MÉDICA JUDICIAL EM RAZÃO DA
DIVERGÊNCIA ENTRE OS RELATÓRIOS E EXAMES MEDICOS E A
CONCLUSÃO DO PERITO DO JUIZO, SOB A VIOLAÇÃO DOS
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO CONTRADITÓRIO E AMPLA
DEFESA.

DA COMPETÊNCIA

O TJSP é competente para apreciar demandas que


digam respeito ao benefício B91, em razão do caráter laboral/acidentário do
benefício pleiteado.

DOS FATOS

O requerente é segurado do INSS (NIT) nº


xxxxxxx, sendo que desde XXXXXX estava afastado percebendo o
benefício B91 nº xxxxxxx.

No dia XXXXXX o INSS convocou o requerente


para nova perícia médica no popular “pente fino”.

Assim como milhares de outros segurados, o


requerente teve seu benefício indevidamente cassado, em razão de alegada
capacidade laboral.
O INSS simplesmente cessou o beneficio sem
nenhum tipo de procedimento de Readaptação Profissional, entregando o
apelante a própria sorte.

Liminarmente foi concedido a Tutela de Urgência


para reimplantação do benefício pretendido.

O perito judicial concluiu pela ausência de


incapacidade laboral.

Frise-se que há questões não enfrentadas pelo


perito que deixou de responder satisfatoriamente várias questões (fls. 186 a
189), tendo o perito se limitado a responder burocraticamente (fls 197 a
199).

Às fls. 206 a 208 foi requerido ao juízo a quo a


realização de nova perícia médica, já que a primeira foi inconclusiva em
vários pontos.

O pedido de designação de nova perícia médica


sequer foi apreciado pelo juiz a quo (fls. 212) que julgou improcedente a
ação ignorando o pedido formulado.
PRELIMINARMENTE

DA VIOLAÇÃO AO PRINCIPIO DO
CONTRADITORIO, AMPLA DEFESA E DEVIDO PROCESSO
LEGAL

Como veremos a seguir, o princípio do


contraditório, ampla defesa e devido processo legal foram violados, sendo
arguidos portanto como preliminar, pois outorga da efetiva oportunidade de
participação das partes no processo.

O(A) autor(a)/Apelante é portador(a) de sendo


que estas sequelas têm tornado incapaz para sua atividade laborativa,
conforme se prova pela documentação médica juntada.

Referida doença causa a(o) Apelante a


impossibilidade de trabalho, uma vez que o(a) autor(a)/Apelante é
trabalhador braçal e os sintomas/sequelas de sua doença causam mais do
que desconforto, e sim verdadeira dor lancinante.

Autor(a)/Apelante não consegue mais realizar


suas atividades laborativas habituais.
Às fls, 206 a 208 foi requerida designação de
nova perícia médica, vez que a anterior realizada foi inconclusiva, sendo
que o juiz a quo sequer analisou o pedido sentenciando.

Porém ao cessar o beneficio do(a) Apelante, o


INSS ignorou sua função social que é garantir recursos para a
sobrevivência digna das pessoas e não o proporcionou aptidão para
reingressar no mercado de trabalho, respeitando suas limitações físicas e
intelectuais.

Desta forma, a r. sentença de primeira instância


merece ser reformada, eis que não foi aplicado o melhor direito à espécie,

CONTRARIANDO AS PROVAS
PRODUZIDAS AOS AUTOS BEM COMO O PEDIDO FEITO PELO(A)
AUTOR(A) PARA QUE FOSSE REALIZADA NOVA PERÍCIA
MÉDICA JUDICIAL EM RAZÃO DA DIVERGÊNCIA ENTRE OS
RELATÓRIOS E EXAMES MÉDICOS E A CONCLUSÃO DO PERITO
DO JUÍZO, SOB A VIOLAÇÃO DOS PRINCÍPIOS
CONSTITUCIONAIS DO CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA.

FUNDAMENTOS DE FATO E DE DIREITO

A pretensão do(a) autor(a)/Apelante encontra


amparo legal na legislação previdenciária, lei 8.213/91, e conforme
dispõem os artigos 59 e 42:
“Art. 59. O auxílio-doença será devido ao
segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência
exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua
atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.”
(GRIFONOSSO)

"Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez


cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado
que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e
insuscetível de reabilitação para ao exercício de atividade que lhe garanta a
subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição."

Excelências, segundo entendimento nos nossos


Tribunais, ao conceder a aposentadoria por invalidez, deve-se considerar
não só requisitos elencados no artigo 42 da lei 8213/91, mas também as
condições pessoais do segurado, tais como idade, nível educacional e
qualificação profissional, aspectos esses relevantes para analisar a sua
possibilidade de retorno ao trabalho.

Corroborando esta posição, segue julgamentos


dos

Tribunais Pátrios:

PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO
REGIMENTAL NO RECURSO
ESPECIAL. APOSENTADORIA POR
INVALIDEZ. LAUDO PERICIAL
CONCLUSIVO PELA
INCAPACIDADE PARCIAL DO
SEGURADO. NÃO VINCULAÇÃO.
CIRCUNSTÂNCIA SÓCIO-
ECONÔMICA, PROFISSIONAL E
CULTURAL FAVORÁVEL À
CONCESSÃO DO BENEFÍCIO.
RECURSO DESPROVIDO. 1. Os
pleitos previdenciários possuem
relevante valor social de proteção ao
Trabalhador Segurado da Previdência
Social, devendo ser, portanto, julgados
sob tal orientação exegética. 2. Para a
concessãode aposentadoria por
invalidez devem ser considerados
outros aspectos relevantes, além dos
elencados no art. 42 da Lei 8.213/91,
tais como, a condição sócio-econômica,
profissional e cultural do segurado. 3.
Embora tenha o laudo pericial
concluído pela incapacidade parcial do
segurado, o Magistrado não fica
vinculado à prova pericial, podendo
decidir contrário a ela quando houver
nos autos outros elementos que assim o
convençam, como no presente caso. 4.
Em face das limitações impostas pela
avançada idade, bem como pelo baixo
grau de escolaridade, seria utopia
defender a inserção do segurado no
concorrido mercado de trabalho, para
iniciar uma nova atividade profissional,
motivo pelo faz jus à concessão de
aposentadoria invalidez. 5. Agravo
Regimental do INSS desprovido. ( STJ
– 5ª turma – AgRg no REsp 1055886 /
PB Rel. Min Napoleão Nunes maia
Filho – Jul em 01/10/2009– DJ
09/11/2019. p355) ( grifo nosso)”

NO CASO EM TELA. O LAUDO PERICIAL


NÂO DESCREVE SE O(A) APELANTE CONSEGUE VOLTAR AO
MERCADO DE TRABALHO.

Considerando que o(a) apelante possui


escolaridade baixa, trabalhou toda a sua vida laborativa em funções braçais
e provou através dos documentos médicos, não seria razoável exigir a essa
altura que ele(a) passe a se preparar para o exercício de atividades
eminentemente intelectuais.

Diante disso, necessário que a interpretação do


artigo 42 da lei 8213/93 seja flexível, afim de afastar o risco da
marginalização do apelante, pela falta de capacidade de conseguir um
emprego formal que garanta sua sobrevivência.

Entretanto, o MM Juízo a quo não entendeu que


o(a) apelante deverá permanecer afastado(a) julgando improcedente seu
pedido, razão pela qual a r. sentença, não deve prevalecer, visto que existe
incapacidade para o trabalho e essa limitação irá acompanhá-lo(a) para o
resto de sua vida, restando claro o direito do(a) apelante a concessão do
auxílio doença, ou auxílio acidente ou ainda aposentaria por invalidez, pois
caso não assim não seja, será mais um trabalhador que será colocado na
miséria e com prejuízos pois não tem a total capacidade laborativa.

O receio de ineficácia do provimento final se


sustenta na medida em que a manutenção do Auxilio Doença e
Aposentadoria por invalidez tem caráter alimentar, por conta do próprio
Instituto que insiste em desobedecer à legislação vigente, o que,
representará lesão a(o) Apelante, PRINCIPALMENTE EM RAZÃO que é
“conditio sine qua non”, para fins de resguardo da saúde, processo de
reabilitação profissional, ainda, do sustento do(a) Apelante e de sua família,
por via de consequência, proteção da fonte substituidora de seu salário,
assegurando, dessa forma, o respeito ao direito de uma vida saudável,
proveniente do princípio da dignidade da pessoa humana, um dos pilares de
nosso Estado Democrático e Social de Direito, previsto no artigo 1º, inciso
III, da CF.

Por tais razões, conclui-se que ficou provado o


direito do(a) Apelante, devendo a r. Sentença ser totalmente reformada
como medida de Justiça.

PREQUESTIONAMENTO

Cumprindo os requisitos mencionados nas


súmulas
282 e 356 do STF, tendo em vista que a matéria
discutida nos autos em tela poderá implicar na necessidade de interposição
de recurso especial ou extraordinário, destacando-se aquelas relacionadas
ao prequestionamento pretende desde logo deixar consignado pedido
expresso para que as matérias abaixo passem pelo prévio questionamento.

Por isso, deseja o apelante prequestionar a matéria


desde agora, solicitando expressa manifestação a respeito da aplicabilidade
da violação dos princípios do contraditório, ampla defesa e devido processo
legal esculpidos em nossa Carta Magna em seu artigo 5º, inciso LV, bem
como a expressa manifestação a respeito do art. 42, 59 da lei 8.213/91 e 77
do Decreto 3048/99, bem como a jurisprudência consolidada a respeito do
tema.

DOS REQUERIMENTOS

Diante do exposto, o(a) Autor(a)/Apelante,


requer:

• Seja dado total provimento ao recurso interposto


como medida de inteira justiça anulando a sentença proferida;

• A REVALORIZAÇÃO DAS PROVAS


CONTIDAS NOS AUTOS A FIM DE TRAZER A VERDADE REAL;
• Requer ainda a devolução dos autos para o MM
Juízo “a quo” para que se realize nova perícia medica judicial com a
complementação do laudo pericial, conforme solicitado sob pena de
violação aos princípios do contraditório, ampla defesa e devido processo
legal, uma vez que o bem maior, a própria vida, poderá não mais existir;

• Alternativamente, Requer seja reformada a R.


Sentença julgando-se procedente a concessão do benefício do auxílio
doença e ou aposentadoria por invalidez .Termos em que, cumpridas as
necessárias formalidades legais, pede e espera o recebimento e provimento
deste como medida de inteira JUSTIÇA!!!

Termos em que

Pede deferimento

Data

Nome

OAB

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