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NOME DO ADVOGADO OU ESCRITÓRIO Rua xxxxxxxxxxxx, nº.

xx/xx,
OAB/UF XX.XXX Bairro xxxxxxx,
Cep xxxxxxxx,
Cidade xxxxxxx – Estado:

Email: advogado@mail.com
Telefone:

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito do ___ (Juizado Especial


Cível/Vara Cível) do Foro da Comarca de Município/Estado

FULANO DA SILVA, estado civil (ou existência de união estável),


profissão, CPF nº. xxx.xxx.xxx-xx, nacionalidade, endereço eletrônico:
XXXXXXXXXXXXX, domiciliado e residente na Rua xxxxxxxxxx, nº. xxxx, Bairro
xxxxxxxxxx, cidade de xxxxxxxxxx, vem, perante Vossa Excelência, por seus
procuradores signatários, instrumento de mandato em anexo, ajuizar a presente
AÇÃO DE COBRANÇA CUMULADA COM DANOS MORAIS contra
SUPERMERCADO XXXXXXXXXXXXX, pessoa jurídica de direito privado, inscrita
no CNPJ sob nº XX.XXX.XXX/0001-00, endereço eletrônico xxxx@mail.com.br,
com sede na Avenida XXXXXXX, XXXX, na cidade de XXXXXXXXXXX/XX, onde
deverá ser citada, forte no art. 5°, X, da Constituição Federal, e no art. 6 e 37 do
Código de Defesa do Consumidor, ante os fatos e fundamentos expostos a seguir.

1. Dos Fatos

O requerente é cliente do requerido e promove compras de forma


rotineira em suas dependências. Conforme demonstra a nota fiscal em anexo, no
dia XX.XX.XXXX o autor realizou compras no período da tarde (Doc. 1), todavia, ao
retornar ao carro se deparou com a porta entreaberta, vindo a verificar que
pertences pessoais haviam sido furtados.

Ato contínuo, se dirigiu ao gerente do supermercado e narrou o


ocorrido, sendo que recebeu a informação de que os valores não seriam
reembolsados, uma vez que o estacionamento era gratuito e existiam placas
informado a ausência de responsabilidade do supermercado.

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Em virtude disto, o demandante confeccionou Boletim de


Ocorrência (Doc. 2), informado o ocorrido, bem como discriminando todos os
pertences furtados, quais sejam: step, tablet e máquina fotográfica digital.

Destaca-se que a propriedade dos aludidos bens estão


comprovadas através das notas fiscais ora anexadas aos autos (Doc. 3).

Frise-se que após o ocorrido na mesma semana do ocorrido o


autor retornou ao supermercado para novamente postular alguma atitude.
Entretanto, apenas lhe foi repassado o contato da matriz em São Paulo.

Em contato realizado com a Matriz, o requerente recebeu a


informação de que o caso seria analisado pelas imagens das câmeras de
segurança. Um mês após a promessa o autor realizou novo contato, sendo que,
para a sua surpresa, lhe informaram que as câmeras não estavam gravando e que
nada poderia ser feito, destacando novamente o fato de o estacionamento ser
gratuito.

Logo, não restando outra saída ao consumidor/autor, diante do


flagrante abuso do requerido, vem a juízo para postular o reembolso do valor dos
bens subtraídos, além da condenação referente aos Danos Morais, em virtude dos
dissabores e aborrecimentos causados.

2. DAS PRELIMINARES
2.1. Da Assistência Judiciária Gratuita

Inicialmente, destaca o requerente que não possui condições de arcar


com custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do sustento próprio,
conforme demonstra o documento 2 (em anexo), razão pela qual faz jus ao benefício da
gratuidade da justiça, nos termos dos artigos 98 a 102 do NCPC, o que requer desde já.

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2.2. Da Inversão do Ônus da Prova

A questão do ônus da prova é de relevante importância, visto que


a sua inobservância pode vir a acarretar prejuízos aos que dela se sujeitam.

Levando-se a efeito o disposto no artigo 373 do Código de


Processo Civil, provas são os elementos através dos quais as partes tentam
convencer o Magistrado da veracidade de suas alegações, seja o autor quanto ao
fato constitutivo de seu direito, seja o réu quanto ao fato impeditivo, modificativo ou
extintivo do direito do autor. Lembrando que estas deverão ser indicadas na
primeira oportunidade de se falar aos autos, ou seja, petição inicial e contestação.

Tecidas tais considerações, reportemo-nos ao novo Código de


Processo Civil, artigo 373, §1º que determina:

“Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa


relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o
encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da
prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo
diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que
deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe
foi atribuído.”

O art. 6º do CDC, por sua vez, refere que são direitos básicos do
consumidor “a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do
ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando a critério do juiz, for
verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo regras ordinárias
de experiências”.

Da exegese do artigo vislumbra-se que para a inversão do ônus


da prova se faz necessária a verossimilhança da alegação, conforme o
entendimento do Juiz, ou a hipossuficiência do autor.

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Portanto, são 02 (duas) as situações presentes no artigo em tela,


necessárias para a concessão da inversão do ônus da prova, quais sejam: a
verossimilhança e (ou) a hipossuficiência.

A relevância da inversão do ônus da prova está em fazer com que


a pessoa de boa-fé torne-se mais consciente de seus direitos e o fornecedor mais
responsável e garantidor dos bens que põe no comércio, assim como as compras
que de fato são efetivadas em seu estabelecimento comercial.

No caso em tela, tanto a (i) verossimilhança quanto a (ii)


hipossuficiência estão presentes. (i) A primeira se fundamenta no fato de o
requerente comprovar de forma inequívoca que esteve nas dependências do
requerido realizando compras no dia XX.XX.XXXX, bem como que de fato ocorreu
o furto, mediante a apresentação do Boletim de Ocorrência.

(ii) A segunda é flagrante, na medida em que o autor demonstra


aquilo que lhe é palpável, ou seja, as compras no dia do furto; a existência do furto;
bem como a propriedade dos bens furtados.

Enfim, todos os requisitos legais estão preenchidos, sendo que a


inversão do ônus da prova deve ser deferida. Nesse sentido é o entendimento do
Superior Tribunal de Justiça, conforme veremos:

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO


RECURSO ESPECIAL. CONTRATO DE PARTICIPAÇÃO
FINANCEIRA. PLANO DE EXPANSÃO DE TELEFONIA
COMUNITÁRIA. COMPROVAÇÃO DE RELAÇÃO JURÍDICA.
INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. MATÉRIA DE PROVA.
REEXAME. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ. 1. A inversão
do ônus da prova, prevista no art. 6º, VIII, do Código de
Defesa do Consumidor, fica a critério do juiz, conforme
apreciação dos aspectos de verossimilhança das alegações
do consumidor ou de sua hipossuficiência. 2. Na hipótese em
exame, a eg. Corte de origem, após sopesar o acervo
probatório reunido nos autos, concluiu pela inversão do ônus
da prova. O reexame de tais elementos, formadores da
convicção do d. Juízo da causa, não é possível na via estreita
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do recurso especial, por exigir a análise do conjunto fático-


probatório dos autos. Incidência da Súmula 7/STJ. 3. Agravo
regimental a que se nega provimento. (AgRg no REsp
1374746/MS, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA
TURMA, julgado em 21/11/2013, DJe 18/12/2013)

Portanto, haja vista a existência da verossimilhança das


alegações do requerente e da existência da hipossuficiência do mesmo, este faz
jus a inversão do ônus da prova a seu favor, o que desde já requer.

3. DO MÉRITO

3.1 Do Direito – Da Responsabilidade Civil da Requerida

Com relação ao mérito, a pretensão da demandante encontra


guarida na Constituição Federal de 1988, no Código Civil de 2002 e,
principalmente, no Código de Defesa do Consumidor.

O art. 931 do Código Civil estabelece que “ressalvados outros


casos previstos em lei especial, os empresários individuais e as empresas
respondem independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos
postos em circulação”.

O art. 12 do Código de Defesa do Consumidor, por sua vez, em


raciocínio análogo dispõe que “o fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou
estrangeiro, e o importador, respondem, independentemente da existência de
culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos
decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação,
apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização ou riscos”

Da simples leitura dos supramencionados artigos, conclui-se que


a responsabilidade das empresas prestadoras de serviços quando causadoras de
danos é puramente objetiva, isto é, ocorre independentemente de culpa desta.

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A responsabilidade civil objetiva tem como fundamento o risco e


consiste na obrigação de indenizar o dano produzido por atividade exercida no
interesse do agente e sob seu controle, sem que haja qualquer indagação sobre o
comportamento do lesante, fixando-se no elemento objetivo, isto é, na relação de
causalidade entre o dano e a conduta de seu causador 1.

Os referidos artigos servem apenas para elucidar a espécie de


responsabilidade da empresa ré, tendo em vista que através dos documentos
juntados aos autos resta evidente que o autor esteve nas dependências do
requerido realizando compras, bem como teve pertences de seu veículo furtado.

Todavia, tendo o Código de Defesa do Consumidor adotado o


sistema de responsabilidade objetiva, é salutar a existência de uma teoria unitária,
fundada essencialmente no que o consumidor mais deseja: qualidade e
responsabilidade.

Adentrando especificamente na seara dos estacionamentos,


sejam eles gratuitos ou onerosos, destaca-se a normatização expressa
determinada pelo Superior Tribunal de Justiça, através da Súmula 130:

STJ Súmula nº 130 - 29/03/1995 - DJ 04.04.1995

Reparação de Dano ou Furto de Veículo - Estacionamento


– Responsabilidade

A empresa responde, perante o cliente, pela reparação de


dano ou furto de veículo ocorridos em seu estacionamento.

Referente a supracitada súmula, destaca-se que os requisitos


necessários para a sua aplicação são: (i) demonstração da estadia nas
dependências do requerido; (ii) comprovação do furto; (iii) e a propriedade dos
bens subtraídos.

1 DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro, pág. 49.


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Frise-se à exaustão que o autor trouxe aos autos todos os


requisitos elencados pela Súmula 130. Ademais, a alegação proferida pelo
requerido nos diversos contatos do autor, no sentido de que não haveria o
reembolso pelo fato de o estacionamento ser gratuito é absurda.

O Superior Tribunal de Justiça já existe posicionamento pacificado


em casos análogos:

PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM


RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL.
AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA ENTRE OS CASOS
CONFRONTADOS. DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL
NÃO CONFIGURADA. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NÃO
CONHECIDOS. 1. De acordo com os ditames do Código de
Defesa do Consumidor, os shoppings, hotéis e hipermercados
que oferecem estacionamento privativo aos consumidores,
mesmo que de forma gratuita, são responsáveis pela
segurança tanto dos veículos, quanto dos clientes. Aplicação,
ainda, da inteligência da Súmula 130/STJ. 2. Ausência de
similitude fática entre os arestos confrontados. Enquanto o
acórdão recorrido constatou falha na prestação do serviço por
parte do supermercado, o que caracterizaria sua culpa, o
paradigma (REsp 35.827/SP) aplicou a Súmula 7/STJ, por
considerar necessário o reexame da matéria de fato para
afastar a premissa firmada pelo Tribunal local naquele feito,
segundo a qual o hipermercado teria tomado as cautelas que
lhe eram exigíveis em relação à segurança dos automóveis
parqueados no respectivo estacionamento. 3. No tocante à
excludente de ilicitude de força maior, os julgados trazidos a
cotejo apreciaram a questão levando em conta a natureza da
atividade desempenhada pelas empresas envolvidas, o que
os distancia da hipótese em exame, em que a ré executa
atividade diversa daquelas. Com efeito, o paradigma
produzido no REsp 435.865/SP decidiu pela incidência da
excludente em caso de assalto à mão armada ocorrido dentro
de ônibus de empresa transportadora de passageiros, por
entender tratar-se de fato inteiramente alheio ao transporte
em si. Já o precedente oriundo do REsp 402.870/SP
considerou aplicável a excludente em hipótese de homicídio
ocorrido na via pública, após saque em caixa eletrônico,
porque o evento danoso ocorrera fora das dependências do
banco, sendo do Estado o ônus da segurança. Inexistência de
semelhança fática. 4. A divergência que autoriza o recurso em
exame é a que tem sede no título jurídico da questão,
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constituindo-se o fato, como julgado nas instâncias


oridinárias, na sua identidade essencial, no elemento comum
dos acórdãos em divergência. Não há falar, inequivocamente,
em divergência jurisprudencial qualquer a ser dirimida,
fundamentadamente porque os embargos de divergência
requisitam que, sobre uma mesma base fática, atribua-se
solução normativa diferente, hipótese não ocorrente na
espécie. 5. No tocante à multa 538, parágrafo único, do CPC,
o acórdão embargado atestou que os embargos de
declaração opostos pela segunda vez tinham intuito
procrastinatório. É impróprio, nesta via recursal, o reexame de
tal assertiva. No que se refere ao assunto, cada situação deve
ser analisada de acordo com as peculiaridades do caso. 6.
Embargos de divergência não conhecidos. (EREsp
419.059/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO,
SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 11/04/2012, DJe 12/06/2012)

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO


ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. DANOS
MATERIAL E MORAL. ROUBO DE VALORES NAS
DEPENDÊNCIAS DO ESTACIONAMENTO INTEGRADO AO
BANCO. CULPA "IN ELIGENDO" E "IN VIGILANDO"
INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ. ENTENDIMENTO
CONSAGRADO NA JURISPRUDÊNCIA DO STJ. SÚMULA
83/STJ. 1. A conclusão do Tribunal de Justiça Estadual -
culpa "in eligendo" e "in vigilando" do Banco - decorreu da
análise dos elementos fático-probatórios dos autos. Entender
de forma diversa implicaria na necessária incursão na seara
fática para reexame de provas, conduta vedada em sede de
recurso especial, ante o óbice da Súmulas 7/STJ. 2. Agravo
regimental a que se nega provimento. (AgRg no AREsp
175.727/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA
TURMA, julgado em 09/04/2013, DJe 18/04/2013)

Isso porque, evidente que por mais que o estacionamento seja


gratuito, o consumidor é atraído pela aparente tranquilidade e suposta “segurança”,
sendo que a prestação deste serviço é igualmente de responsabilidade do
fornecedor.

Nesse sentido, destaca-se a incidência dos artigos 25 e 51 do


Código de Defesa do Consumidor, as quais impossibilitam a isenção da
responsabilidade do fornecedor de serviços em atitutdes claramente contrárias a
proteção e aos direitos do consumidor:

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Art. 25. É vedada a estipulação contratual de cláusula que


impossibilite, exonere ou atenue a obrigação de indenizar
prevista nesta e nas seções anteriores.

Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas


contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços
que:

I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade


do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e
serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas
relações de consumo entre o fornecedor e o consumidor
pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em
situações justificáveis;

II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da


quantia já paga, nos casos previstos neste código;

III - transfiram responsabilidades a terceiros;

IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas,


que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou
sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade;

Destarte, quando o parqueamento gratuito é ofertado como


incremento de uma atividade comercial, essa gratuidade aparente não é
sudieciente para desvincular a responsabilidade civil do estabelecimento, posto que
a oferta é interessada e visa o benefício da própria atividade comercial.

Por todo o exposto, respeitosamente requer seja a presente


demanda julgada totalmente procedente, tendo em vista os Danos causados ao
Consumidor.

3.2. Dos Danos Materiais

Conforme demonstrado em momento anterior, diversos prejuízos


foram gerados na esfera do autor, tando de ordem material, quanto imaterial.

No que concerne aos Danos Materiais, ratifica-se, o requerente


teve subtraído em xx.xx.xxxx o step, o tablet e uma máquina fotográfica digital.
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O step restou arbitrado de acordo com o preço de mercado,


sendo o menor valor encontrado a quantia de R$ 950,00 (novecentos e cinquenta
reais).

O tablet e a máquina fotográfica digital possuem as respectivas


notas fiscais em anexo (Doc. 3), tendo o primeiro custado o montante de R$
1.800,00 (mil e oitocentos reais) e a segunda a quantia de R$ 1.200,00 (mil e
duzentos reais).

Destarte, a soma de todos os danos remontou a quantia de R$


3.950,00 (três mil novecentos e cinquenta reais), valor este que deve ser
reembolsado ao requerente.

Nesse sentido:
FURTO EM VEÍCULO. ESTACIONAMENTO
SUPERMERCADO. RECLAMANTE ALEGA, EM SÍNTESE,
QUE SEU FUNCIONÁRIO UTILIZOU O ESTACIONAMENTO
DA EMPRESA RECLAMADA ENQUANTO EFETUAVA
COMPRAS EM SEU ESTABELECIMENTO; QUE FORAM
FURTADOS DIVERSOS OBJETOS DENTRO DO VEÍCULO;
QUE NÃO HOUVE RESSARCIMENTO DOS PREJUÍZOS
AUFERIDOS PELO RECLAMANTE. PLEITEIA
INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS. SOBREVEIO
SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA PARCIAL QUE
RECONHECEU A REVELIA DA PARTE RECLAMADA, BEM
COMO A CONDENOU AO PAGAMENTO DA QUANTIA DE
R$ 969,09, RELATIVOS AOS BENS FURTADOS, BEM
COMO A RESTITUIR À QUANTIA DE R$ 472,50,
DESPENDIDA EM FAVOR DA LOCALIZA. RECLAMADA, EM
SEDE RECURSAL, PRETENDE A REFORMA DA
SENTENÇA RECORRIDA A FIM DE AFASTAR AS
CONDENAÇÕES, BEM COMO RECONHECER A NÃO
OCORRÊNCIA DA REVELIA. DA ANÁLISE DOS AUTOS,
VERIFICA-SE QUE A RECLAMADA DEIXOU DE
APRESENTAR CARTA DE PREPOSIÇÃO, TENDO SIDO
DECRETADO DEVIDAMENTE OS EFEITOS DA REVELIA,
NOS TERMOS DO ART. 9.º, § 4.º DA LEI DO JUIZADOS
ESPECIAIS. INSTA APONTAR, CONTUDO, QUE A REVELIA
DEVE SER APLICADA AO RECLAMADO COM RELAÇÃO À
MATÉRIA DE FATO, AO PASSO QUE A QUESTÃO DE
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DIREITO DEVE SER APRECIADA COM PARCIMÔNIA,


OBSERVANDO O CASO EM CONCRETO. NO QUE TANGE
AO MÉRITO, TRATA-SE DE RELAÇÃO DE CONSUMO, VEZ
QUE AS PARTES ENQUADRAM-SE NOS CONCEITOS DE
CONSUMIDOR E FORNECEDOR (ARTS. 2.º E 3.º DO CDC),
ENSEJANDO A APLICAÇÃO DO INSTITUTO A INVERSÃO
DO ÔNUS DA PROVA, NOS TERMOS DO ART. 6.º, INC. VIII
DO CDC. É CEDIÇO QUE A APLICAÇÃO DESTE
INSTITUTO NÃO RETIRA DO CONSUMIDOR A
NECESSIDADE DE TRAZER AOS AUTOS PROVA MÍNIMA
DE SEU DIREITO, DENTRE ELAS COMPROVANTE DE
AQUISIÇÃO DOS (TJPR - 1ª Turma Recursal - 0014021-
70.2014.8.16.0033/0 - Pinhais - Rel.: Fernando Swain Ganem
- - J. 22.03.2016)

Por todo o exposto, respeitosamente requer seja a presente ação


julgada totalmente procedente, condenando a requerida ao reembolso da quantia
de R$ 3.950,00 (três mil novecentos e cinquenta reais).

3.3. Do Flagrante Dano Moral

No que concerne aos Danos Morais, mister salientar que serão


indenizáveis as invectivas que efetivamente atingem e aviltam a intimidade, a vida
privada, a honra, a dignidade e a imagem da pessoa.

No caso sub judice, estamos diante de flagrante abalo moral


por duas situações claras. (i) Primeiro pelo fato de o autor ser cliente assíduo
do requerido, bem como ter comprovado no dia do furto os itens que haviam
sido subtraídos, sendo que recebeu como resposta que os bens não seriam
reembolsados pelo fato de o estacionamento ser gratuito.

(ii) Segundo porque o autor foi ridicularizado pelo


demandado, repassando a responsabilidade para diversas pessoas e até
mesmo para a Matriz, localizada em São Paulo, sendo que ao final foi dito
apenas que as câmeras não estavam funcionando no momento do furto.

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Com relação a configuração do Dano Moral nas relações de


consumo, existe uma vasta legislação que regula essa matéria, inclusive de ordem
constitucional, justamente para restringir a atuação das empresas quando se
deparam em contratos com consumidores hipossuficientes.

A Constituição Federal dispõe em seu art. 5º, inciso X que “são


invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação”.

O Código de Defesa do Consumidor, por sua vez, expressa que


são direitos básicos do consumidor “a efetiva prevenção e reparação de danos
patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos e o acesso aos órgãos
judiciários e administrativos,com vistas à prevenção ou reparação de danos
patrimoniais e morais (...)”.

Por conseguinte, por ter havido um profundo desgaste por parte


do consumidor, além de não ter sido seu problema resolvido até o presente
momento, mister que exista uma condenação com o intuito de inibir o requerido de
agir desta maneira com outros clientes.

Em assim sendo, postula a condenação do réu no que se refere


aos Danos Morais causados ao autor.

3.4. Do Quantum Debeatur

O Dano Moral é aquela ação ou omissão que afeta a paz interior


de cada um. Atinge o sentimento de cada pessoa, a paciência, o bem-estar, a
honra, enfim, tudo aquilo que não tem valor econômico, mas que lhe cause
angústia, transtorno, que tira sua tranqüilidade.

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Por isto, lesados os direitos de personalidade do consumidor e


sendo responsabilizados objetivamente os causadores, é corolário lógico a
indenização pelo dano moral.

A indenização por dano moral, portanto, tem caráter satisfativo-


punitivo. Satisfativo quando a verba condenatória satisfaz a vítima de forma plena,
isto é, o quantum é adequado e efetivo; punitivo quando a condenação seja
suficiente a dissuadir o ofensor de novas ações ilícitas 2.

Fazendo um balanceamento dessas duas características,


devemos chegar a um quantum, que no presente caso deverá seguir a concepção
subjetiva, isto é, deve haver uma aferição in concreto, a qual visa avaliar,
concretamente, a satisfação na busca dos prejuízos reais alegados pela vítima.

Para ter uma base do valor que deve ser imputado a ré,
necessário tomar como parâmetro a jurisprudência adotada pelo Superior Tribunal
de Justiça e pelos Tribunais Regionais:

AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO EM RECURSO


ESPECIAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. DANOS MORAIS E
MATERIAIS. FURTO DE VEÍCULO EM ESTACIONAMENTO
DE SUPERMERCADO SÚMULA STJ/130. QUANTUM
INDENIZATÓRIO. RAZOABILIDADE. SÚMULA STJ/7.
DECISÃO AGRAVADA MANTIDA. IMPROVIMENTO. 1.-
Aplica-se, ao caso em tela, a Súmula 130 desta Corte,
segundo a qual os estabelecimentos comerciais respondem,
perante os clientes, pela reparação dos danos ou furtos de
veículos ocorridos em seu estacionamento, atraindo a
incidência do óbice da Súmula 83/STJ. 2.- A intervenção do
STJ, Corte de caráter nacional, destinada a firmar
interpretação geral do Direito Federal para todo o país e não
para a revisão de questões de interesse individual, no caso de
questionamento do valor fixado para o dano moral, somente é
admissível quando o valor fixado pelo Tribunal de origem,
cumprindo o duplo grau de jurisdição, se mostre teratólogico,
por irrisório ou abusivo. 3.- Inocorrência de teratologia no

2 CARNEIRO, Odete. Da responsabilidade civil por vício do produto e serviço, pág. 37.
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caso concreto, em que, em razão de falha na prestação de


serviço bancário, que resultou em devolução indevida de
cheque, foi fixado o valor de indenização de R$ 5.000,00
(cinco mil reais) a título de danos morais. 4.- O Agravante não
trouxe argumento capaz de modificar a conclusão do julgado,
a qual se mantém por seus próprios fundamentos. 5.- Agravo
regimental improvido. (AgRg no AREsp 272.706/SP, Rel.
Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em
26/02/2013, DJe 20/03/2013)

Em assim sendo, por todos os prejuízos que foram demonstrados


e provados pelo demandante, postula a fixação dos Danos Morais no montante de
R$ 5.000,00 (cinco mil reais) reais, com juros e correção desde o evento danoso,
evitando assim que a empresa pratique novamente fatos análogos e satisfaça os
dissabores experimentados pelo demandante.

Nesse diapasão, respeitosamente requer seja julgado procedente


o pedido de Danos Morais no patamar de R$ 5.000,00.

5. DOS PEDIDOS

Diante do exposto, respeitosamente requer a Vossa Excelência o


que segue:

a) Seja designada/dispensada audiência de conciliação ou


mediação na forma do previsto no artigo 33 do NCPC; (em caso de requerer a
dispensa, abrir tópico específico justificando o motivo)

b) A citação do Réu, nos termos do art. 246, inciso I do


CPC/2015, para oferecer resposta no prazo legal sob pena de preclusão, revelia e
confissão;

c) O deferimento dos benefícios da justiça gratuita, nos termos do


art. 98 e seguintes do CPC/2015;

d) Seja determinada a inversão do ônus da prova;


14 | P á g i n a
NOME DO ADVOGADO OU ESCRITÓRIO Rua xxxxxxxxxxxx, nº. xx/xx,
OAB/UF XX.XXX
Bairro xxxxxxx,
Cep xxxxxxxx,
Cidade xxxxxxx – Estado

Email: advogado@mail.com
Telefone:

c) Ao final, seja julgada totalmente procedente a presente ação,


para condenar a ré:

c.1) A título de Danos Materiais no montante de R$


3.950,00 (três mil novecentos e cinquenta reais), devidamente atualizado e
corrigido a partir da data do evento;

c.2) A título de Danos Morais no montante de R$ 5.000,00


(cinco mil reais);

e) a condenação da requerida ao pagamento de honorários


sucumbenciais no patamar de 20% sobre o valor da condenação, brm como custas
judiciais.

Por fim REQUER seja oportunizado a produção de provas por


todos os meios direito admitidos, nos termos do artigo 369 e seguintes do NCPC,
em especial, a prova documental e testemunhal.

Em tempo, requer sejam cadastrados no registro deste processo os


procuradores xxxxxxxxxxxxxxx, OAB/XX XX.XXX, expedindo-se todas intimações
em nome destes, sob pena de nulidade.

Dá-se a causa o valor de R$ 8.950,00.

Nestes termos, pede deferimento.

Cidade, Data.

p.p. Advogado
OAB/UF XX.XXX

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