Você está na página 1de 16

NOME DO ADVOGADO OU ESCRITÓRIO Rua xxxxxxxxxxxx, nº.

xx/xx, Bairro
OAB/UF XX.XXX xxxxxxx, Cep xxxxxxxx, Cidade xxxxxxx.

Estado.

Email: advogado@hotmial.com

«URLs»

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito do ___ (Juizado Especial Cível/Vara


XXXXXXX/Estado

PEDIDO LIMINAR

FULANO DA SILVA, CPF nº. xxx.xxx.xxx-xx, nacionalidade, estado


civil, com endereço na Rua xxxxxxxxxx, nº. xxxx, Bairro xxxxxxxxxx, cidade de
xxxxxxxxxx, vem, perante Vossa Excelência, por AÇÃO DE COBRANÇA
CUMULADA COM DANOS MORAIS contra EMPRESA XXXXXX, com Matriz na
Rua xxxxxxxxxxxx, nº. xxxx, Cidade xxxxxxxx, Cep nº. xxxxxxxxxxxxx, onde deverá
ser citada, forte no art. 5°, X, da Constituição Federal, e no art. 6 e 37 do Código de
Defesa do Consumidor, ante os fatos e fundamentos expostos a seguir.,

1. Dos Fatos

O requerente contratou com a requerida um curso de leitura


dinâmica, conforme demonstra o contrato em anexo (Doc. 1).

A propaganda estampada no material informativo da ré era “LEIA


200 PÁGINAS em 20 MINUTOS”. Para a realização do curso e obtenção do
resultado acima garantido, foi gasto a quantia de R$ 3.000,00 (três mil reais),
conforme demonstram os comprovantes em anexo (Doc. 2).

A venda do aludido curso é feito por funcionários da empresa,


sendo que os mesmos apresentam depoimentos de pessoas que atingiram o
objetivo acima citado e, inclusive de pessoas que haviam superado em muito a
meta básica a ser atingida ao realizar o curso.

O requerente realizou uma série de aulas e, pela 8ª ou 9ª aula


percebeu que sua leitura não havia melhorada nada e que outros alunos também

1|P á g i n a
NOME DO ADVOGADO OU ESCRITÓRIO Rua xxxxxxxxxxxx, nº. xx/xx, Bairro
OAB/UF XX.XXX
xxxxxxx, Cep xxxxxxxx, Cidade xxxxxxx.

Estado.

Email: advogado@hotmial.com

«URLs»

se mostravam irritados com a frustração de sequer chegar perto daquilo que havia
sido contratado e prometido pelo vendedor.

Em virtude disto, o autor tentou conversou com os responsáveis


pelo curso e com a pessoa que o vendeu, postulando o reembolso do valor pago,
mesmo que de maneira proporciona, na medida em que seriam 30 aulas.

Todavia, a demandada informou acerca da impossibilidade de


devolver a quantia adimplida, mesmo que de maneira proporcional, além de
informar que a maior parte do valor era referente ao material para o curso, o que se
mostra algo verdadeiramente absuro, uma vez que se trata de um único livro.

Logo, não restando outra saída ao consumidor/autor, diante da


flagrante propaganda enganosa realizada pela demandada, vem a juízo para
postular a devolução do valor gasto para a realização do curso, além da
condenação referente aos Danos Morais, em virtude dos dissabores e
aborrecimentos causados ao autor.

2. DAS PRELIMINARES

2.1. Da Inversão do Ônus da Prova

A questão do ônus da prova é de relevante importância, visto que


a sua inobservância pode vir a acarretar prejuízos aos que dela se sujeitam.

Levando-se a efeito o disposto no artigo 333 do Código de


Processo Civil, provas são os elementos através dos quais as partes tentam
convencer o Magistrado da veracidade de suas alegações, seja o autor quanto ao
fato constitutivo de seu direito, seja o réu quanto ao fato impeditivo, modificativo ou
extintivo do direito do autor. Lembrando que estas deverão ser indicadas na
primeira oportunidade de se falar aos autos, ou seja, petição inicial e contestação.

2|P á g i n a
NOME DO ADVOGADO OU ESCRITÓRIO Rua xxxxxxxxxxxx, nº. xx/xx, Bairro
OAB/UF XX.XXX
xxxxxxx, Cep xxxxxxxx, Cidade xxxxxxx.

Estado.

Email: advogado@hotmial.com

«URLs»

Tecidas tais considerações, reportemo-nos ao Processo Civil em


que só ocorre a inversão quando, a critério do juiz, se for verossímil a alegação, ou
quando for a parte hipossuficiente, constatando-se a inversão do “onus probandi”.

O art. 6º do CDC, por sua vez, refere que são direitos básicos do
consumidor “a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do
ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando a critério do juiz, for
verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo regras ordinárias
de experiências”.

Da exegese do artigo vislumbra-se que para a inversão do ônus


da prova se faz necessária a verossimilhança da alegação, conforme o
entendimento do Juiz, ou a hipossuficiência do autor.

Portanto, são 02 (duas) as situações presentes no artigo em tela,


necessárias para a concessão da inversão do ônus da prova, quais sejam: a
verossimilhança e (ou) a hipossuficiência.

A relevância da inversão do ônus da prova está em fazer com que


a pessoa de boa-fé torne-se mais consciente de seus direitos e o fornecedor mais
responsável e garantidor dos bens que põe no comércio, assim como as compras
que de fato são efetivadas em seu estabelecimento comercial.

No caso em tela, tanto a (i) verossimilhança quanto a (ii)


hipossuficiência estão presentes. (i) A primeira se fundamenta no fato de o
requerente comprovar de forma inequívoca que contratou o curso, bem como
promoveu o pagamento das parcelas e tentou o cancelamento, com o pedido de
devolução, face a propaganda enganosa.

(ii) A segunda é flagrante, na medida em que o autor não tem a


oportunidade de provar que o curso NÃO É EFICAZ, bem como não passa de mera

3|P á g i n a
NOME DO ADVOGADO OU ESCRITÓRIO Rua xxxxxxxxxxxx, nº. xx/xx, Bairro
OAB/UF XX.XXX
xxxxxxx, Cep xxxxxxxx, Cidade xxxxxxx.

Estado.

Email: advogado@hotmial.com

«URLs»

propaganda enganosa, na medida em que estaríamos diante de prova negativa, a


qual é impossível de ser realizada.

Enfim, todos os requisitos legais estão preenchidos, sendo que a


inversão do ônus da prova deve ser deferida, devendo a ré provar que o curso é
válido e eficaz, bastando provar em audiência que algum aluno do curso é capaz
de ler 200 páginas em 20 minutos de um livro de Ovídio Batista, por exemplo.

Nesse sentido é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça,


conforme veremos:

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO


RECURSO ESPECIAL. CONTRATO DE
PARTICIPAÇÃO FINANCEIRA. PLANO DE EXPANSÃO
DE TELEFONIA COMUNITÁRIA. COMPROVAÇÃO DE
RELAÇÃO JURÍDICA. INVERSÃO DO ÔNUS DA
PROVA. MATÉRIA DE PROVA. REEXAME.
INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ. 1. A inversão do ônus
da prova, prevista no art. 6º, VIII, do Código de Defesa
do Consumidor, fica a critério do juiz, conforme
apreciação dos aspectos de verossimilhança das
alegações do consumidor ou de sua hipossuficiência. 2.
Na hipótese em exame, a eg. Corte de origem, após
sopesar o acervo probatório reunido nos autos, concluiu
pela inversão do ônus da prova. O reexame de tais
elementos, formadores da convicção do d. Juízo da
causa, não é possível na via estreita do recurso
especial, por exigir a análise do conjunto fático-
probatório dos autos. Incidência da Súmula 7/STJ. 3.
Agravo regimental a que se nega provimento. (AgRg no
REsp 1374746/MS, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO,
QUARTA TURMA, julgado em 21/11/2013, DJe
18/12/2013)

Portanto, haja vista a existência da verossimilhança das


alegações da requerente e da existência da hipossuficiência da mesma, este faz
jus a inversão do ônus da prova a seu favor, o que desde já requer.

4|P á g i n a
NOME DO ADVOGADO OU ESCRITÓRIO Rua xxxxxxxxxxxx, nº. xx/xx, Bairro
OAB/UF XX.XXX
xxxxxxx, Cep xxxxxxxx, Cidade xxxxxxx.

Estado.

Email: advogado@hotmial.com

«URLs»

3. DO MÉRITO

3.1 Do Direito

O Direito do consumidor visa proteger o consumidor em todas as


suas relações jurídicas frente ao fornecedor, profissional, empresário ou
comerciante. A relação se dá, via de regra, entre pessoa hipossuficiente que adere
a um contrato, seja de prestação de serviço ou de compra e venda, oferecido por
empresa ou por comerciante.

Ocorre que, para haver a venda ou publicação do produto ou do


serviço oferecido, o prestador de serviços deve seguir regras e NUNCA pode
induzir o consumidor a erro. Ou seja, em hipótese algum pode promover
propaganda enganosa, ao tentar veicular no mercado o seu produto ou serviço.

O Fornecedor não pode provocar uma distorção no processo


decisório do consumidor, levando-o a adquirir produtos e serviços que, se estivesse
mais bem informado, possivelmente não adquirisse.

Não palavras de Cláudia Lima Marques:

“Não se exige prova de enganosidade real, bastando a mera


enganosidade potencial (“capacidade de indução ao erro”); é
irrelevante a boa-fé do anunciante, não tendo importância o
seu estado mental, uma vez que a enganosidade, para fins
preventivos e reparatórios, é apreciada objetivamente;
alegações ambíguas, parcialmente verdadeiras ou até mesmo
literalmente verdadeiras podem se r enganosas. (...) O
standard da enganosidade não é fixo, variando de categoria a
categoria de consumidores (por exemplo, crianças, idosos,
doentes, estudantes e etc)”.

5|P á g i n a
NOME DO ADVOGADO OU ESCRITÓRIO Rua xxxxxxxxxxxx, nº. xx/xx, Bairro
OAB/UF XX.XXX
xxxxxxx, Cep xxxxxxxx, Cidade xxxxxxx.

Estado.

Email: advogado@hotmial.com

«URLs»

No caso em tela ocorre exatamente o que fora citado acima, ou


seja, caso a requerida vendesse um curso que tivesse como publicidade
MELHORE A SUA LEITURA ou APRIMORE A SUA COMPREENSÃO, sem, no
entanto, prometer resultados absurdos e métodos que sequer existem, certamente
não teria 20% dos alunos que freqüentam o seu curso.

Isto significa que a requerida se utiliza de sua publicidade


enganosa para atrair alunos, principalmente estudantes de cursos pré-vestibulares
e estudantes que estão se preparando para concursos, sob o argumento de que os
seus alunos, após o curso, foram aprovados para o concurso da magistratura,
promotoria, ou os vestibulares de difícil acesso.

O Código de Defesa do Consumidor veda está prática, em seu


art. 37, especialmente em seu §1º, o qual dispõe que:

Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.

§ 1°É enganosa qualquer modalidade de informação ou


comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente
falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão,
capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da
natureza, características, qualidade, quantidade,
propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre
produtos e serviços.

Com a promessa de que o contratante, ao realizar o curso irá ler


200 páginas em 20 minutos, evidente que estamos diante de uma publicidade
enganosa, a qual possui a tendência ou capacidade de enganar o consumidor,
principalmente através do método de venda do produto.

Nesse sentido é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça


em caso análogo ao que ora se discute:

6|P á g i n a
NOME DO ADVOGADO OU ESCRITÓRIO Rua xxxxxxxxxxxx, nº. xx/xx, Bairro
OAB/UF XX.XXX
xxxxxxx, Cep xxxxxxxx, Cidade xxxxxxx.

Estado.

Email: advogado@hotmial.com

«URLs»

RECURSO ESPECIAL - AÇÃO INDENIZATÓRIA - DANOS


MORAIS E MATERIAIS - PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
EDUCACIONAIS - MATRÍCULA, FREQUÊNCIA E
CONCLUSÃO EM CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO
(MESTRADO) NÃO RECONHECIDO PELA CAPES -
PUBLICIDADE ENGANOSA DIVULGADA AO DISCENTE -
CORTE LOCAL RECONHECENDO A RESPONSABILIDADE
CIVIL DA DEMANDADA, E CONDENANDO-A AO
PAGAMENTO DOS DANOS MATERIAIS E MORAIS.
INSURGÊNCIA DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO. 1. Danos
morais. 1.1 Resulta cristalina a responsabilidade civil da
instituição de ensino, que, promovendo a divulgação de
propaganda enganosa, oferece curso de pós-graduação
(mestrado), mas omite aos respectivos alunos a relevante
informação de que não possui reconhecimento e validade
perante o órgão governamental competente. A súmula n.
7/STJ, ademais, impede a revisão das premissas fáticas que
nortearam as conclusões fixadas no aresto hostilizado. 1.2 O
posterior reconhecimento e consequente convalidação, pelo
órgão competente, de pós-graduação (mestrado) cursada
pela demandante, longo período após a conclusão obtida pela
aluna, não elimina o dever da instituição de ensino em
indenizar os danos morais sofridos pela discente. Pois,
mostra-se evidente a frustração, o sofrimento e a angústia
daquela que se viu por mais de 5 anos privada de fruir os
benefícios e prerrogativas profissionais colimados quando da
matrícula e frequência ao curso de pós-graduação. 1.3 É
ilegítimo o arbitramento de indenização por danos morais
vinculada ao valor futuro do salário mínimo que se encontrar
vigente à época do pagamento. Precedentes. Excessividade
do quantum. Adequação do aresto hostilizado no particular. 2.
Danos materiais. Pretensão voltada ao ressarcimento dos
valores despendidos a título de matrículas, mensalidades,
passagens, alimentação e demais gastos com o curso de
mestrado. Descabimento. A superveniente convalidação do
diploma de pós-graduação obtido pela demandante, torna
indevida a indenização por danos materiais, concernentes às
despesas para frequência ao curso. 4. Recurso parcialmente
provido. (REsp 1101664/SP, Rel. Ministro MARCO BUZZI,
QUARTA TURMA, julgado em 07/02/2013, DJe 28/02/2013)

7|P á g i n a
NOME DO ADVOGADO OU ESCRITÓRIO Rua xxxxxxxxxxxx, nº. xx/xx, Bairro
OAB/UF XX.XXX
xxxxxxx, Cep xxxxxxxx, Cidade xxxxxxx.

Estado.

Email: advogado@hotmial.com

«URLs»

Destarte, no caso em tela resta clara a ocorrência de publicidade


enganosa e, por consectário lógico, tal fato possui uma conseqüência, qual seja a
indenização ao consumidor do valor gasto pela obtenção do produto através desta,
além da indenização por Danos Morais, por frustrar uma expectativa real por parte
do contratante/consumidor.

4. Dos Pedidos

4.1. Dos Danos Materiais e da Lesão ao Consumidor

O art. 931 do Código Civil estabelece que “ressalvados outros


casos previstos em lei especial, os empresários individuais e as empresas
respondem independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos
postos em circulação”.

O art. 12 do Código de Defesa do Consumidor, por sua vez, em


raciocínio análogo dispõe que “o fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou
estrangeiro, e o importador, respondem, independentemente da existência de
culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos
decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação,
apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização ou riscos”.

Da simples leitura dos supramencionados artigos, conclui-se que


a responsabilidade das empresas prestadoras de serviços quando causadores de
danos é puramente objetiva, isto é, ocorre independentemente de culpa desta.

A responsabilidade civil objetiva tem como fundamento o risco e


consiste na obrigação de indenizar o dano produzido por atividade exercida no
interesse do agente e sob seu controle, sem que haja qualquer indagação sobre o

8|P á g i n a
NOME DO ADVOGADO OU ESCRITÓRIO Rua xxxxxxxxxxxx, nº. xx/xx, Bairro
OAB/UF XX.XXX
xxxxxxx, Cep xxxxxxxx, Cidade xxxxxxx.

Estado.

Email: advogado@hotmial.com

«URLs»

comportamento do lesante, fixando-se no elemento objetivo, isto é, na relação de


causalidade entre o dano e a conduta de seu causador 1.

Os referidos artigos servem apenas para elucidar a espécie de


responsabilidade da empresa ré, tendo em vista que através dos documentos
juntados aos autos resta evidente que esta decaiu em culpa ao lesar o autor em
decorrência de propaganda completamente enganosa, ou seja, que o autor poderia
ler 200 páginas em apenas 20 minutos.

Todavia, tendo o Código de Defesa do Consumidor adotado o


sistema de responsabilidade objetiva, é salutar a existência de uma teoria unitária,
fundada essencialmente no que o consumidor mais deseja: qualidade e
responsabilidade.

Outrossim, o art. 20, inciso II, também do Código de Defesa do


Consumidor, se enquadra perfeitamente no caso em tela, tendo a seguinte
redação:

Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de


qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes
diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da
disparidade com as indicações constantes da oferta ou
mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir,
alternativamente e à sua escolha: (...)

II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente


atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;

Destarte, em havendo a demonstração de propaganda enganosa,


bem como da impossibilidade de cumprimento da promessa do curso, requer seja o
consumidor reembolsado do valor investido, ou seja, da quantia de R$ 3.000,00.
1
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro, pág. 49.
9|P á g i n a
NOME DO ADVOGADO OU ESCRITÓRIO Rua xxxxxxxxxxxx, nº. xx/xx, Bairro
OAB/UF XX.XXX
xxxxxxx, Cep xxxxxxxx, Cidade xxxxxxx.

Estado.

Email: advogado@hotmial.com

«URLs»

Por todo o exposto, respeitosamente requer seja a presente ação


julgada totalmente procedente, condenando a requerida à devolução da quantia de
R$ 3.000,00 (três mil reais). Alternativamente, requer a devolução proporcional, ou
seja, de 70% do valor pago, na medida em que o autor assistiu apenas 30% das
aulas.

4.2. Do Flagrante Dano Moral

No que concerne aos Danos Morais, mister salientar que serão


indenizáveis as invectivas que efetivamente atingem e aviltam a intimidade, a vida
privada, a honra, a dignidade e a imagem da pessoa.

No caso sub judice, estamos diante de flagrante abalo moral


por duas situações claras. (i) Primeiro pelo fato de o autor ter se
decepcionado completamente com o curso, ao ver que o método era
abuserdo.

Além disso, frustrou-se deveras, na medida em que havia


ingressado no curso para potencializar o estaduo para concursos, sendo o
que de fato aconteceu foi apenas a perda de tempo e o gasto completamente
desnecessário.

(ii) Segundo porque após o pedido de rescisão e devolução


do valor, mesmo que de forma parcial, teve de aceitar que tal fato não poderia
ocorrer porque a maior parte do valor pago seria referente ao material, o que
nada mais é do que 1 (um) mero livro.

Com relação a configuração do Dano Moral nas relações de


consumo, existe uma vasta legislação que regula essa matéria, inclusive de ordem

10 | P á g i n a
NOME DO ADVOGADO OU ESCRITÓRIO Rua xxxxxxxxxxxx, nº. xx/xx, Bairro
OAB/UF XX.XXX
xxxxxxx, Cep xxxxxxxx, Cidade xxxxxxx.

Estado.

Email: advogado@hotmial.com

«URLs»

constitucional, justamente para restringir a atuação das empresas quando se


deparam em contratos com consumidores hipossuficientes.

A Constituição Federal dispõe em seu art. 5º, inciso X que “são


invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação”.

O Código de Defesa do Consumidor, por sua vez, expressa que


são direitos básicos do consumidor “a efetiva prevenção e reparação de danos
patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos e o acesso aos órgãos
judiciários e administrativos,com vistas à prevenção ou reparação de danos
patrimoniais e morais (...)”.

Por conseguinte, por ter havido um profundo desgaste por parte


do consumidor, além de não ter sido seu problema resolvido até o presente
momento, mister que exista uma condenação com o intuito de inibir a requerida a
agir desta maneira com outros clientes.

Em assim sendo, postula a condenação da ré no que se refere


aos Danos Morais causados ao autor.

4.3. Do Quantum Debeatur

O Dano Moral é aquela ação ou omissão que afeta a paz interior


de cada um. Atinge o sentimento de cada pessoa, a paciência, o bem-estar, a
honra, enfim, tudo aquilo que não tem valor econômico, mas que lhe cause
angústia, transtorno, que tira sua tranqüilidade.

11 | P á g i n a
NOME DO ADVOGADO OU ESCRITÓRIO Rua xxxxxxxxxxxx, nº. xx/xx, Bairro
OAB/UF XX.XXX
xxxxxxx, Cep xxxxxxxx, Cidade xxxxxxx.

Estado.

Email: advogado@hotmial.com

«URLs»

Por isto, lesados os direitos de personalidade do consumidor e


sendo responsabilizados objetivamente os causadores, é corolário lógico a
indenização pelo dano moral.

A indenização por dano moral, portanto, tem caráter satisfativo-


punitivo. Satisfativo quando a verba condenatória satisfaz a vítima de forma plena,
isto é, o quantum é adequado e efetivo; punitivo quando a condenação seja
suficiente a dissuadir o ofensor de novas ações ilícitas 2.

Fazendo um balanceamento dessas duas características,


devemos chegar a um quantum, que no presente caso deverá seguir a concepção
subjetiva, isto é, deve haver uma aferição in concreto, a qual visa avaliar,
concretamente, a satisfação na busca dos prejuízos reais alegados pela vítima.

Para ter uma base do valor que deve ser imputado a ré,
necessário tomar como parâmetro a jurisprudência adotada pelo Superior Tribunal
de Justiça e pelos Tribunais Regionais:

PROCESSUAL CIVIL. OFENSA AO ART. 535 DO CPC NÃO


CONFIGURADA. REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-
PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ. 1. A
solução integral da controvérsia, com fundamento suficiente,
não caracteriza ofensa ao art. 535 do CPC. 2. Hipótese em
que o Tribunal de origem proveu a Apelação do ora recorrido
para elevar a indenização a título de danos morais de R$
5.000,00 (cinco mil reais) para R$ 8.000,00 (oito mil reais), ao
concluir, com base na prova dos autos, que houve
propaganda enganosa por culpa da ora recorrente. Rever
esse entendimento implica reexame de fatos e provas,
obstado pelo teor da Súmula 7/STJ. 3. Agravo Regimental
não provido. (AgRg no REsp 1308682/RJ, Rel. Ministro
HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em
21/06/2012, DJe 02/08/2012)

RESPONSABILIDADE CIVIL. RECURSO ESPECIAL.


ANÚNCIO ERÓTICO FALSO PUBLICADO EM SITES DE
CLASSIFICADOS NA INTERNET. DEVER DE CUIDADO

2
CARNEIRO, Odete. Da responsabilidade civil por vício do produto e serviço, pág. 37.
12 | P á g i n a
NOME DO ADVOGADO OU ESCRITÓRIO Rua xxxxxxxxxxxx, nº. xx/xx, Bairro
OAB/UF XX.XXX
xxxxxxx, Cep xxxxxxxx, Cidade xxxxxxx.

Estado.

Email: advogado@hotmial.com

«URLs»

NÃO VERIFICADO. SERVIÇOS PRESTADOS EM CADEIA


POR MAIS DE UM FORNECEDOR. SITE DE CONTEÚDO
QUE HOSPEDA OUTRO. RESPONSABILIDADE CIVIL DE
TODOS QUE PARTICIPAM DA CADEIA DE CONSUMO. 1.
No caso, o nome do autor foi anunciado em sites de
classificados na internet, relacionando-o com prestação de
serviços de caráter erótico e homossexual, tendo sido
informado o telefone do local do seu trabalho. O sítio da rede
mundial de computadores apontado pelo autor como sendo o
veiculador do anúncio difamante - ipanorama.com - é de
propriedade da ré TV Juiz de Fora Ltda., a qual mantinha
relação contratual com a denunciada, Mídia 1 Publicidade
Propaganda e Marketing, proprietária do portal O Click, que
se hospedava no site da primeira ré e foi o disseminador do
anúncio. Este último (O Click) responsabilizava-se
contratualmente pela "produção de quaisquer dados ou
informações culturais, esportivas, de comportamento,
serviços, busca, classificados, webmail e outros serviços de
divulgação". 2. Com efeito, cuida-se de relação de consumo
por equiparação, decorrente de evento relativo a utilização de
provedores de conteúdo na rede mundial de computadores,
organizados para fornecer serviços em cadeia para os
usuários, mediante a hospedagem do site "O click" no site
"ipanorama.com". 3. Assim, a solução da controvérsia deve
partir da principiologia do Código de Defesa do Consumidor
fundada na solidariedade de todos aqueles que participam da
cadeia de produção ou da prestação de serviços. Para a
responsabilização de todos os integrantes da cadeia de
consumo, apura-se a responsabilidade de um deles, objetiva
ou decorrente de culpa, caso se verifiquem as hipóteses
autorizadoras previstas no CDC. A responsabilidade dos
demais integrantes da cadeia de consumo, todavia, não
decorre de seu agir culposo ou de fato próprio, mas de uma
imputação legal de responsabilidade que é servil ao propósito
protetivo do sistema. 4. No caso em apreço, o site O click
permitiu a veiculação de anúncio em que, objetivamente,
comprometia a reputação do autor, sem ter indicado nenhuma
ferramenta apta a controlar a idoneidade da informação. Com
efeito, é exatamente no fato de o veículo de publicidade não
ter se precavido quanto à procedência do nome, telefone e
dados da oferta que veiculou, que reside seu agir culposo,
uma vez que a publicidade de anúncios desse jaez deveria
ser precedida de maior prudência e diligência, sob pena de se
chancelar o linchamento moral e público de terceiros. 5.
Mostrando-se evidente a responsabilidade civil da empresa
Mídia 1 Publicidade Propaganda e Marketing, proprietária do
site O click, configurada está a responsabilidade civil da TV
Juiz de Fora, proprietária do site ipanorama.com, seja por
imputação legal decorrente da cadeia de consumo, seja por
culpa in eligendo. 6. Indenização por dano moral arbitrada

13 | P á g i n a
NOME DO ADVOGADO OU ESCRITÓRIO Rua xxxxxxxxxxxx, nº. xx/xx, Bairro
OAB/UF XX.XXX
xxxxxxx, Cep xxxxxxxx, Cidade xxxxxxx.

Estado.

Email: advogado@hotmial.com

«URLs»

em R$ 30.000,00 (trinta mil reais). 7. Recurso especial


provido. (REsp 997.993/MG, Rel. Ministro LUIS FELIPE
SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 21/06/2012, DJe
06/08/2012)

Em assim sendo, por todos os prejuízos que foram demonstrados


e provados pelo demandante, postula a fixação dos Danos Morais no montante de
R$ 10.000,00 (dez mil reais) reais, com juros e correção desde o evento danoso,
evitando assim que a empresa pratique novamente fatos análogos e satisfaça os
dissabores experimentados pelo demandante.

Diante de todo o exposto, respeitosamente requer seja julgado


procedente o pedido de Danos Morais no patamar de R$ 10.000,00.

5. Da Assistência Judiciária Gratuita

O demandante não possui condição financeira para arcar com as


despesas processuais sem prejuízo do sustento próprio. Atualmente labora na
função de xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx recebendo apenas R$ 800,00 (oitocentos reais)
e, assim, não detém condições de arcar com o pagamento das custas processuais
referentes à presente demanda, conforme comprovam as declarações de pobreza
que ora se acosta aos autos.

Deste modo, desde já postulam a concessão do benefício da AJG,


nos moldes preconizados pela Lei 1060/50, enquadrando-se os requerentes na
regra do artigo 4° da mencionada Lei.

6. Dos pedidos

Diante do exposto, respeitosamente requer a Vossa Excelência o


que segue:

Diante do exposto, requer:

14 | P á g i n a
NOME DO ADVOGADO OU ESCRITÓRIO Rua xxxxxxxxxxxx, nº. xx/xx, Bairro
OAB/UF XX.XXX
xxxxxxx, Cep xxxxxxxx, Cidade xxxxxxx.

Estado.

Email: advogado@hotmial.com

«URLs»

a) Seja determinada a citação da requerida, via AR, na pessoa de


seu representante legal, para querendo, apresentar defesa aos termos da presente
demanda, no prazo legal, sob pena de revelia e confissão;

b) Seja determinada a inversão do ônus da prova;

c) Ao final, seja julgada totalmente procedente a presente ação,


para condenar a ré a título de Danos Materiais no montante de R$ 3.000,00 (três
mil reais) assim como seja confirmada a liminar acima postulada;

d) Alternativamente requer a devolução de 70% do valor pago pelo


curso, valor este proporcional as aulas assistidas;

e) Ao final, seja julgada totalmente procedente a presente ação,


para condenar a ré a título de Danos Morais no montante de R$ 10.000,00 (dez mil
reais), assim como seja confirmada a liminar acima postulada;

f) a condenação da requerida ao pagamento de honorários


sucumbenciais no patamar de 20% sobre o valor da condenação.

g) o deferimento do pedido de Assistência Judiciária Gratuita;

Por fim REQUER seja oportunizado a produção de provas por


todos os meios direito admitidos, em especial prova documental.

Em tempo, requer sejam cadastrados no registro deste processo os


procuradores xxxxxxxxxxxxxxx, OAB/XX XX.XXX, expedindo-se todas intimações
em nome destes, sob pena de nulidade.

Dá-se a causa o valor de R$ 13.000,00.

15 | P á g i n a
NOME DO ADVOGADO OU ESCRITÓRIO Rua xxxxxxxxxxxx, nº. xx/xx, Bairro
OAB/UF XX.XXX
xxxxxxx, Cep xxxxxxxx, Cidade xxxxxxx.

Estado.

Email: advogado@hotmial.com

«URLs»

Nestes termos, pede deferimento.

Cidade, Data.

p.p. Advogado
OAB/UF XX.XXX

16 | P á g i n a

Você também pode gostar