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Infere-se da legislação que qualquer uma das partes no processo pode usufruir
do benefício da justiça gratuita. Logo, a Requerente, pessoa jurídica, também faz jus ao
benefício, haja vista não ter condições de arcar com as despesas do processo sem prejuízo
de sua manutenção. Nesse sentido:
Mister frisar, ainda, que, em conformidade com o artigo 99, § 1º, do novo
Código de Processo Civil, o pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado por
petição simples e durante o curso do processo, tendo em vista a possibilidade de se
requerer em qualquer tempo e grau de jurisdição os benefícios da justiça gratuita, ante a
alteração do status econômico.
Corroborando com esse entendimento, o Novo Código de Processo
Civil incorporou a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre o tema.
Especificamente, a Súmula nº 481, transcrita a seguir:
Súmula nº 481. Faz jus ao benefício da justiça gratuita a pessoa jurídica com
ou sem fins lucrativos que demonstrar sua impossibilidade de arcar com os
encargos processuais.
Nessa senda, conforme a inteligência do Superior Tribunal de Justiça, a título
de comprovação da alegação de insuficiência de recursos, traz-se, em anexo, toda a
documentação necessária para a demonstração da impossibilidade da Requerente em arcar
com os encargos processuais.
Desse modo, cansado com o que vem sofrendo por essas atitudes abusivas,
tentando resolver a situação na esfera administrativa, mas sem êxito, requer proteção,
dada a sua condição de vulnerabilidade e hipossuficiência para ter suas pretensões
atendidas mediante os danos que lhe vem sendo causados.
IV. DO MÉRITO
[...]
[...]
b) DA REVISÃO DO CONTRATO
Direito básico do consumidor previsto no artigo 6º, inc. III da Lei Protetiva, o
direito à informação é derivação do próprio princípio da boa-fé, princípio geral de direito
que permeia não apenas as relações de consumo, mas todo o ordenamento jurídico,
mormente depois da promulgação da Carta de Outubro bem como do vigente Diploma
Civil.
Sobre o tema leciona, com o brilhantismo que lhe é peculiar, Claudia Lima
Marques:
Tal pedido funda-se no código do consumidor, que assegura em seu artigo 39,
incisos V e X, que o fornecedor o não eleve o preço de seu produto sem justa causa.
Desta forma, impõe se o reajuste do valor do bem, nos termos propostos, uma
vez que a instituição financeira não logrou êxito em demonstrar as especificidades que
levaram ao valor superfaturado do bem.
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais
relativas ao fornecimento de produtos que: (...)
Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas
pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor
de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar
substancialmente seu conteúdo.
Desse modo, tudo o que exija prestação pecuniária abusiva deve ser
combatida, para pôr termo a desproporcionalidade entre os elementos que compõe a
relação de consumo. É neste sentido que cabe amparo ao consumidor nos contratos em
que não exista informação prévia sobre o conteúdo dos cálculos dos valores cobrados
pelos créditos concedidos.
V. DA TUTELA DE URGÊNCIA
No caso presente, chega a ser óbvio que está muito bem tipificada tal situação,
na medida em que se trata de cobrança abusiva contra uma pessoa que possui poucos
recursos. Assim, a prova inequívoca e a verossimilhança da alegação estão presentes nos
autos através dos documentos ora anexados, os quais demonstram claramente a cobrança
da capitalização composta de juros e dos encargos ilegais e abusivos.
Renan Curcio
OAB/SC 42.497