EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

MARIA DA SILVA, brasileira, solteira, desempregada, portadora do RG sob o número,

XX.XXX.XXX-X, inscrita no CPF nº XXX.XXX.XX7-XX, residente e domiciliada na Avenida
Rio branco, nº 8, Cep XX.XXX-XXX. Que move em face da empresa SANTA MARGARIDA,
inscrita no CNPJ XXX.XXX.XXX-XX, com endereço na Rua 7º de Setembro, nº 3, CEP
XX.XXX-XXX, vem respeitosamente perante a Vossa Excelência, com fundamentos nos
artigos 1.015 de seguintes do Código de Processo Civil de 2015, interpor

AGRAVO DE INSTRUMENTO

Contra decisão interlocutória que indeferiu o pedido de Assistência Judiciária Gratuita

ao ora Agravante, pelo R. Juízo da 4º Vara Civil, nos autos do processo nº XXX, em que é
requerido AÇÃO INDENIZATÓRIA, por intermédio do seu representante legal, pelas
razões que acompanham a presente peça de interposição.

Diante da verificação de dano e incerta reparação é que se justifica a interposição do

presente recurso na modalidade de Instrumento.

I- Do Preparo

Deixa de realizar o preparo, uma vez que é o motivo de discussão do presente recurso
a assistência gratuita.

II- Da Tempestividade
O presente Agravo de Instrumento é tempestivo, uma vez que a publicação da
intimação ocorreu em 08/05/03. Assim o prazo de interposição do recurso de 15 dias
uteis para interposição do recurso termina em 29/05/2023.

III- Do Nome e Endereço Completo do Advogado.

O advogado que funciona no processo é apenas o advogado da Agravante, já que o

Agravado não possui advogados constituídos nos autos até o presente momento.

Advogado do Agravante: João Victor Ramos Class, inscrito na OAB/RJ sob o nº XXXX-
XX, Com escritório profissional estabelecido à Rua da Quitanda 56º, Centro, Rio de
Janeiro.

IV- Da Juntada das Peças Obrigatórias e Facultativas

A Agravante junta cópia integral dos autos, declarada autêntica pelo advogado nos
termos do artigo 425, IV do Código de Processo Civil de 2015, e , entre elas,
encontram-se as seguintes cópias das peças obrigatórias:

a) Cópia da r. Decisão agravada (fl. XX)

b) Cópia da certidão da intimação r. Decisão agravada (fl. XX)

c) Cópia da procuração outorgada aos advogados (fl. XX)

Termos em que,

Pede deferimento.

Rio de Janeiro, 21 de Maio de 2023.

JOÃO VICTOR RAMOS CLASS

OAB/RJ- XXXX-XX

RAZÕES RECURSAIS
AGRAVANTE: XXXX

PROCESSO Nº: XXXXX-XX.2022.8.19.XXXX

VARA DE ORIGEM: 4º VARA CÍVIL DA COMARCA DA CAPITAL

EGRÉRIO TRIBUNAL,

COLENDA TURMA,

NOBRES JULGADORES

I- DOS FATOS

II- DO DIREITO E DAS RAZÕES DO AGRAVO

Ab initio, o patrono do Agravante declara que os documentos anexos, que formam o

presente Agravo, são autênticos, nos termos da lei.

O agravante propôs ação indenizatória, requerendo dentre outros pedidos a concessão

dos benefícios da justiça gratuita, por não ter condições financeiras de arcar com as
despesas processuais, o que fez por meio de declaração de hipossuficiência de recursos
anexo aos autos.

Mesmo diante da declaração expressa o Juízo daquela vara assim decidiu, pela não
concessão da gratuidade de justiça, uma vez que segundo o magistrado, a agravante
não fazia jus aos requisitos necessários a assistência judiciária.

Merece reforma a decisão do Juízo a quo, haja vista que para concessão da justiça
gratuita não é necessário caráter de miserabilidade do requerente, pois a simples
afirmação da parte no sentido de que não está em condições de pagar as custas do
processo sem prejuízo do próprio sustento ou da família já é suficiente, conforme o art.
98 e 99 da Lei nº 13.105, DE 16 de Março de 2015.

Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira,

com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas
processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade
da justiça, na forma da lei.
 Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado
na petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de
terceiro no processo ou em recurso.

§ 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos

autos elementos que evidenciem a falta dos pressupostos legais
para a concessão de gratuidade, devendo, antes de indeferir o
pedido, determinar à parte a comprovação do preenchimento dos
referidos pressupostos.

§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência

deduzida exclusivamente por pessoa natural.

§ 4º A assistência do requerente por advogado particular não

impede a concessão de gratuidade da justiça.

§ 7º Requerida a concessão de gratuidade da justiça em

recurso, o recorrente estará dispensado de comprovar o
recolhimento do preparo, incumbindo ao relator, neste caso, apreciar
o requerimento e, se indeferi-lo, fixar prazo para realização do
recolhimento.

Diante disso, percebe-se que cabe razão a agravante, uma vez que o juiz indeferiu a
gratuidade, não deixando sequer que a parte provasse o direito ao benefício, como
prevê o § 2º do art. 99 do CPC de 2015 exposto acima.

Além disso, o juízo deve sempre presumir ser verdadeira a alegação de

hipossuficiência, o que no caso em tela não foi adotado pelo magistrado § 3 do art. 99.

Além disso, o entendimento jurisprudencial desse Tribunal é condizente com o alegado

acima, sendo um direito da agravante o benefício pleiteado, uma vez que é pessoa
hipossuficiente e encontra-se desempregada e sem condições de arcar com o ônus de
um processo, como declaração de hipossuficiência acostada nos autos principais, como
se pode ver abaixo

Data de Julgamento: 09/05/2023

Data de Publicação: 11/05/2023
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE DIVÓRCIO. FASE DE
EXECUÇÃO. HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA EM FAVOR DO CEJUR-
DPGE. INDEFERIMENTO DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA.
INSUFICIÊNCIA DE RECURSOS PARA ARCAR COM A DESPESAS
PROCESSUAIS. COMPROVAÇÃO. POSSIBILIDADE DE DEFERIMENTO
DA GRATUIADE DE JUSTIÇA APÓS O TRÂNSITO EM JULGADO DA
SENTENÇA NA FASE DE CONHECIMENTO. EFEITOS RETROATIVOS.
IMPOSSIBILIDADE. ISENÇÃO DO PAGAMENTO APENAS DAS CUSTAS
PROCESSUAIS E DOS HONORÁRIOS DE ADVOGADOS POSTERIORES.
DEVER DO BENEFICIÁRIO DE PAGAMENTO DAS DESPESAS E DAS
VERBAS SUCUMBENCIAIS ANTERIORES. RECURSO PARCIALMENTE
PROVIDO. 1. Interposição de recurso contra decisão singular
proferida na fase de cumprimento de sentença de honorários de
sucumbência em favor do CEJUR-DPGE em ação de divórcio, em que
o juízo a quo indeferiu o pedido de gratuidade de justiça ao
agravante, que alega não ter condições de suportar os custos da fase
de cumprimento de sentença nem o pagamento da verba honorária
sucumbencial objeto da execução. 2. Segundo o disposto nos artigos
98 e 99 do CPC, tratando-se de pessoa natural, a hipossuficiência
financeira para pagamento das despesas processuais tem natureza
genérica e está condicionada à simples afirmação dessa qualidade
nos autos do processo. 3. O pressuposto para concessão da
gratuidade de justiça é a insuficiência de recursos financeiros para o
adiantamento das custas e despesas processuais sem prejuízo do
próprio sustento, o que se harmoniza com o direito constitucional
de acesso à justiça. 4. Restando comprovada, pela documentação
acostada aos autos, situação compatível com o estado declarado de
insuficiência de recursos, tendo em conta que o executado agravante
não está trabalhando com vínculo empregatício e, quando assim
laborava, percebia valores em torno de um salário-mínimo, impõe-se
a concessão da gratuidade de justiça, nos termos do art. 98 do CPC,
sob pena de inviabilizar o acesso à justiça. 5. Contudo, nos termos do
entendimento do Superior Tribunal de Justiça, o deferimento da
gratuidade de justiça após encerrada a fase de conhecimento possui
efeitos ex nunc, possibilitando ao beneficiário apenas a isenção do
pagamento das despesas processuais e dos honorários de advogados
devidos na fase de execução. 6. Parcial provimento do recurso.
(0013139-14.2023.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. Des(a).
ELTON MARTINEZ CARVALHO LEME - Julgamento: 09/05/2023 -
OITAVA CAMARA DE DIREITO PRIVADO (ANTIGA 17ª CÂMAR)

Data de Julgamento: 21/03/2023

Data de Publicação: 24/03/2023 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. DECLARATÓRIA CUMULADA COM
INDENIZATÓRIA. GRATUIDADE DE JUSTIÇA INDEFERIDA.
INSUFICIÊNCIA DE RECURSOS PARA ARCAR COM A DESPESAS
PROCESSUAIS. COMPROVAÇÃO. RECURSO PROVIDO. 1. Insurge-se a
agravante contra decisão proferida pelo juízo singular que, em ação
indenizatória indeferiu a gratuidade de justiça postulada. 2. Segundo
as regras previstas nos artigos 98 e 99 do CPC, a hipossuficiência
financeira para pagamento das despesas processuais tem natureza
genérica e se concretiza mediante a simples afirmação dessa
qualidade nos autos do processo. 3. O pressuposto para concessão
da gratuidade de justiça é a insuficiência de recursos financeiros
para o adiantamento das custas e despesas processuais, o que se
harmoniza com o direito constitucional de acesso à justiça. 4. Em
sede de agravo de instrumento a autora informou que se encontra
desempregada e comprovou ser isenta do pagamento de imposto
de renda, acostando aos autos ainda extratos bancários compatíveis
com o estado declarado de insuficiência de recursos. 5. Impõe-se a
concessão da gratuidade de justiça, nos termos do art. 98 do CPC,
sob pena de inviabilizar o acesso à justiça. 6. Provimento do recurso.
(0006393-33.2023.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. Des(a).
ELTON MARTINEZ CARVALHO LEME - Julgamento: 21/03/2023 -
OITAVA CAMARA DE DIREITO PRIVADO (ANTIGA 17ª CÂMAR)