Você está na página 1de 9

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) DESEMBARGADOR

RELATOR DA CÂMARA DE DIREITO PÚBLICO DO EGRÉGIO TRIBUNAL


DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO

Apelação nº _

Acórdão nº _

Processo nº _

ZEZINHO DA SILVA, já devidamente qualificado nos autos da AÇÃO ORDINÁRIA,


que move em face de JOÃOZINHO SOARES, vêm à presença de Vossa Excelência,
por seu advogado in fine assinado, inconformado com o teor do venerando acórdão de
fls._, apresentar

RAZÕES DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO

Contra a referida decisão nos termos dos incisos III do art. 1.022 do Código de Processo
Civil, pelas razões de fato e direito e após seja os autos remetidos ao Supremo Tribunal
Federal.
Requer pois, a juntada das inclusas razões recursais, bem como das guias
comprobatórias do pagamento do preparo.

Termos em que,

Pede deferimento.

São Paulo, _ de _ de _.

Advogado

OAB
DAS RAZÕES RECURSAOS DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO

Recorrente: ZEZINHO DA SILVA

Recorrido: JOÃOZINHO SOARES

Recurso:

Acórdão:

Processo:
EGRÉGIO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

INCLÍCITOS MINISTROS

O Recorrente, inconformado com o acórdão de fls. _ que julgou improcedente o recurso


de apelação, vem, respeitosamente, apresentar as razões do presente recurso
extraordinário.

I- DOS FATOS

O Recorrido ajuizou AÇÃO MONITÓRIA em face do Recorrente com base em


confissão escrita, a qual foi julgada procedente pelo juíz a quo

Ocorre que na sentença que julgou o pedido monitório procedente, foi alegado a
desnecessidade da citação do réu, em flagrante cerceamento de defesa.

Foi interposto recurso, o qual, entretanto, não foi provido pelo Tribunal de Justiça do
Estado de São Paulo, que alegou a não necessidade de citação do réu, em razão de
suposta confissão tácita do débito.
Infelizmenre os argumentos trazidos pelo Tribunal de Justiça de São Paulo não
fundamentam juridicamente a decisão proferida e, ainda, fere a norma Constitucional
prevista no art. 5, inciso LV da CF.

Desta forma faz-se necessária a reforma do acórdão prolatado, conforme será, a seguir,
demonstrado.

II- DA TEMPESTIVIDADE

O recurso ora interposto preenche o requisito da tempestividade, conforme se passa a


demonstrar.

O prazo para recurso especial é de 15 dias, conforme determina o artigo 1.003, § 5º do


Código de Processo Civil de 2015.

O v. acórdão recorrido foi disponibilizado em _, considerando-se publicado em _, de


modo o início do prazo ocorreu em _.

Desta forma, o dies ad quem para interposição do presente recurso extraordinário é dia
_, tendo em vista que os prazos processuais civis computam-se excluindo o dia do
começo e incluindo o do vencimento e somente em dias úteis, consoante prescrevem os
artss 219 e 224, caput, do Código de Processo Civil de 2015.

III- DO CABIMENTO

O presente recurso é cabível, haja vista que houve esgotamento prévio das vias
ordinárias e que a decisão recorrida contrariou dispositivos da Constituição da
Republica Federativa do Brasil, nos termos do art. 102, inciso III, alínea a da
Constituição da Republica Federativa do Brasil de 1988, in verbis:

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da


Constituição, cabendo-lhe: (…)

III – julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última


instância, quando a decisão recorrida:

a) contrariar dispositivo desta Constituição;


O acórdão proferido pelo TJ/SP contrariou expressamente a norma constitucional
prevista no art 5º, inciso LV da CF. Portanto, este recurso – como todo recurso
extraordinário – tem por finalidade a proteção do direito de forma objetiva, protegendo
a norma jurídica constitucional

IV- DA REPERCUSSÃO GERAL

A repercussão geral decorre do patente desrespeito a texto expresso de nossa


Constituição e de jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal, sendo
inclusive a matéria que reconheceu a repercussão geral a respeito da exigência de
comprovação de prejuízo material aos cofres públicos, sob o Tema de número 660 do
STF, que diz:

Tema 660 - Violação dos princípios do contraditório e da ampla defesa quando o


julgamento da causa depender de prévia análise da adequada aplicação das normas
infraconstitucionais. Extensão do entendimento ao princípio do devido processo legal e
aos limites da coisa julgada.

Como se nota Excelências, a r. sentença tem a necessidade de ser reformada, de acordo


com repercussão geral aludida acima.

V- DO PREQUESTIONAMENTO

Verifica-se presente o requisito básico do prequestionamento para fins da


admissibilidade do presente recurso, pela tratativa prévia do tema constitucional
ventilado no tribunal a quo.

Como se pode averiguar nos autos, a recorrente adotou a cautela de questionar com
antecedência e de modo expresso a matéria que se tornaria objeto deste recurso
extraordinário, superando a ressalva entabulada na Súmula 282 do STF, in verbis:

Súmula 282 do STF - “É inadmissível o recurso extraordinário, quando não ventilada,


na decisão recorrida, a questão federal suscitada.”
Dito isto, demonstra-se que não restam no bojo deste recurso questões de ordem
constitucional que não tenham sido previamente suscitadas nas instâncias inferiores,
prequestionadas, merecendo ser admitido o presente Recurso Extraordinário

VI- DO MÉRITO RECURSAL

Como já se afirmou anteriormente, o presente recurso traduz irresignação em face do


acórdão que contrariou lei federal, bem como lhe negou vigência, deixando de aplicá-la.
As leis federais contrariadas e negadas em sua vigência foram do Código de Processo
Civil, em seus artigos 238 e 239 do Código de Processo Civil - CPC, é chamado
"citação" o ato processual que convoca o réu, executado ou interessado, para fazer parte
do processo.

O Recurso Extraordinário podem ser opostos a fim de que o órgão julgador esclareça a
sua decisão prequestionando expressamente o ferimento ao dispositivo constitucional a
que a decisão proferida feriu, que no presente caso é o artigo 5º LV, CF:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

É importante destacar que é patente o equívoco do Tribunal a quo tanto ao afirmar haver
a desnecessidade de citação réu impondo o cumprimento da sentença prolatada, fundada
emu ma suposta confissão tácita, de forma diametralmente oposta ao que aponta a nossa
Constituição Federal.

Trata-se de formalidade essencial para a validade do processo. Caso a citação não


ocorra ou seja nula, os demais atos do processo serão invalidados. Além do mais, para a
validade do processo é indispensável a citação do réu ou do executado, ressalvadas as
hipóteses de indeferimento da petição inicial ou de improcedência liminar do pedido.
Desta forma, a não citação do réu acaba por retirar seu direito ao contraditório e à ampla
defesa, garantidos pela Constituição Federal em seu artigo 5°. In casu, sobre os artigos
do 238 e 239 Código de Processo Civil, o acórdão que julgou o recurso de apelação
registrou o seguinte:

“Desnecessário, pois ser citado o réu para se defender, devendo o mesmo apenas
cumprir sentença prolatada. Não há, pois que se falar em nulidade da sentença por
inobservância do princípio do contraditório e ampla defesa” (doc.02).

Nestes embargos a recorrente foi direta em questionar a respeito da aplicação dos


artigos em questão, conforme fls. _ .

Não suficiente, o Desembargador Relator negou-se a tratar objetivamente de tais pontos.


O julgador se limitou a afirmar:

"Pelo princípio da notoriedade de direitos, quando é inequívoca e clara a pretensão da


parte autora, e notório o dever de pagar do réu, não se faz necessária a apresentação de
contestação. É, de fato, o caso de julgamento liminar de procedência, vez que a
apresentação da desnecessária defesa só iria fazer com que o processo tramitasse por
mais tempo do que deveria, o que afrontaria o princípio da duração razoável do
processo. Desnecessário, pois, ser citado o réu para se defender, devendo o mesmo
apenas cumprir a sentença prolatada. Não há, pois que se falar de nulidade da sentença
por inobservância do princípio do contraditório e da ampla defesa. Negado provimento
ao recurso; mantida a sentença condenatória. V. U.”

É nesse sentido que se faz necessário socorrer-se deste Tribunal Superior, no intuito de
suprir a flagrante omissão do Tribunal de Justiça, quanto à aplicação dos artigos
mencionados.

Como se nota Excelências, a r. sentença não merece prosperar e sendo necessário sua
reforma por todos os fundamentos acima debatido.

VI - DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer a Vossa Excelências:


Diante do exposto, o (a) Recorrente requer seja o presente recurso admitido no Juízo “a
quo” para ser remetido ao Juízo “ad quem”, o Supremo Tribunal Federal, para que por
este Tribunal haja o CONHECIMENTO E O PROVIMENTO do presente recurso
extraordinário, pois estão presentes todos os pressupostos de sua admissibilidade,
reformando-se totalmente a decisão recorrida de fls. _ dos autos nº _ , acórdão
registrado sob o nº _, com fulcro em todo o regramento constitucional acerca da
matéria, consoante exposto nestas razões recursais.

Termos em que,

Pede deferimento.

São Paulo, _ de _ de _.

Advogado

OAB

NICOLE YUKIE PISCIOTTANO RA: 14038434

Você também pode gostar