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Sumário
2- ADMINISTRATIVO: 59/111 julgados..................................................................................2
LICITAÇÕES.............................................................................................................................................2
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS............................................................................................................2
SERVIDORES PÚBLICOS:..........................................................................................................................6
CONCURSO PÚBLICO............................................................................................................................20
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA.........................................................................................................23
BENS PÚBLICOS....................................................................................................................................27
LICITAÇÕES
É possível a fixação do limite máximo de Custo Variável Unitário - CVU como
requisito para habilitação técnica em leilão para contratação de potência
elétrica e de energia associada
A fixação do limite máximo de Custo Variável Unitário - CVU, como requisito para habilitação
técnica em leilão a ser efetivado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), para
contratação de potência elétrica e de energia associada não é ilegal.
STJ. 1ª Seção. MS 28123-DF, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 23/03/2022
(Info 736).
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
Princípio da intranscendência e entidade integrante de consórcio público com
pendência no CAUC
Se um consórcio público celebrou convênio com a União por meio do qual estão previstos
repasses federais, o fato de um dos entes integrantes do consórcio possuir pendência inscrita
no CAUC não pode impedir que o consórcio receba os valores prometidos. Isso porque o
consórcio público é uma pessoa jurídica distinta dos entes federativos que o integram e,
segundo o princípio da intranscendência das sanções, as punições impostas não podem
superar a dimensão estritamente pessoal do infrator, ou seja, não podem prejudicar outras
pessoas jurídicas que não sejam aquelas que praticaram o ato.
Assim, o fato de ente integrante de consórcio público possuir pendência no Serviço Auxiliar
de Informações para Transferências Voluntárias (CAUC) não impede que o consórcio faça jus,
após a celebração de convênio, à transferência voluntária a que se refere o art. 25 da LC
101/2000.
STJ. 2ª Turma. REsp 1463921-PR, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em
10/11/2015 (Info 577).
SERVIDORES PÚBLICOS:
Servidor público federal pode tirar mais de um período de férias no mesmo ano
É possível ao servidor que já usufruiu o primeiro período de férias, após cumprida a exigência
de 12 (doze) meses de exercício, usufruir as férias seguintes no mesmo ano civil, dentro do
período aquisitivo ainda em curso, nos termos do § 1° do art. 77 da Lei nº 8.112/90.
STJ. 1ª Seção. REsp 1907153-CE, Rel. Min. Manoel Erhardt (Desembargador
convocado do TRF da 5ª Região), julgado em 26/10/2022 (Recurso Repetitivo –
Tema 1135) (Info 755).
Servidor público responsável por pessoa com deficiência tem direito a jornada
reduzida
Por analogia, aplica-se aos servidores públicos estaduais e municipais que são pais ou
cuidadores legais de pessoas com deficiência o direito à jornada de trabalho reduzida, sem
necessidade de compensação de horário ou redução de vencimentos, nos moldes previstos
para os servidores públicos federais na Lei nº 8.112/90.
Tese fixada pelo STF:
“Aos servidores públicos estaduais e municipais é aplicado, para todos os efeitos, o art. 98, §
2° e § 3°, da Lei 8.112/1990.”
Art. 98 (...) § 2º Também será concedido horário especial ao servidor portador de deficiência,
quando comprovada a necessidade por junta médica oficial, independentemente de
compensação de horário.
§ 3º As disposições constantes do § 2º são extensivas ao servidor que tenha cônjuge, filho ou
dependente com deficiência.
STF. Plenário. RE 1237867/SP, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em
16/12/2022 (Repercussão Geral – Tema 1.097) (Info 1080).
Viola a CF/88 a lei municipal que prevê a perda do direito de férias do servidor
pelo fato de ele ter gozado mais de dois meses de licença médica no ano
Lei municipal não pode limitar o direito fundamental de férias do servidor público que gozar,
em seu período aquisitivo, de mais de dois meses de licença médica.
O exercício da autonomia municipal para legislar sobre o regime jurídico aplicável a seus
servidores não infere permissão para editar norma que torne irrealizável direito garantido
constitucionalmente (art. 7º, XVII c/c art. 39, § 3º, da CF/88).
STF. Plenário. RE 593448/MG, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 2/12/2022
(Repercussão Geral – Tema 221) (Info 1078).
Lei estadual pode passar a exigir nível superior para cargos que anteriormente
tinham o nível médio como requisito de escolaridade, por se tratar de
reestruturação da administração, e não de provimento derivado por ascensão
A exigência de diploma de nível superior, promovida por legislação estadual, para o cargo de
perito técnico de polícia - que anteriormente tinha o nível médio como requisito de
escolaridade - não viola o princípio do concurso público (art. 37, II, da CF/88) nem as normas
constitucionais sobre competência legislativa (art. 22, I e art. 24, XVI e § 4º, da CF/88). A
reestruturação de cargos não configura ascensão funcional, e portanto não viola o princípio
do concurso público, quando realizada de acordo com os requisitos da uniformidade das
atribuições, igualdade dos requisitos de escolaridade para ingresso no cargo, e identidade
remuneratória entre o cargo extinto e o cargo criado
STF. Plenário. ADI 7081/BA, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 21/9/2022
(Info 1074).
Lei estadual não pode instituir regime previdenciário específico para os agentes
públicos não titulares de cargos efetivos
Viola o art. 40, caput e § 13, da Constituição Federal, a instituição, por meio de lei estadual,
de um regime previdenciário específico para os agentes públicos não titulares de cargos
efetivos. É competência concorrente da União, dos Estados e do Distrito legislar sobre
previdência social, nos termos do art. 24, XII, CF. Aos Estados e ao Distrito Federal compete
legislar sobre previdência social dos seus respectivos servidores, no âmbito de suas
respectivas competências e especificamente para os servidores titulares de cargo efetivo,
sempre em observância às normas gerais editadas pela União. O regime próprio de
previdência social aplica-se aos servidores titulares de cargos efetivos (art. 40, caput, CF/88).
Aos agentes públicos não titulares de cargos efetivos, por sua vez, aplica-se o regime geral de
previdência social (art. 40, §13, CF/88).
STF. Plenário. ADI 7198/PA, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
28/10/2022 (Info 1074).
Lei estadual pode passar a exigir nível superior para cargos que anteriormente
tinham o nível médio como requisito de escolaridade, por se tratar de
reestruturação da administração, e não de provimento derivado por ascensão
A exigência de diploma de nível superior, promovida por legislação estadual, para o cargo de
perito técnico de polícia - que anteriormente tinha o nível médio como requisito de
escolaridade - não viola o princípio do concurso público (art. 37, II, da CF/88) nem as normas
constitucionais sobre competência legislativa (art. 22, I e art. 24, XVI e § 4º, da CF/88). A
reestruturação de cargos não configura ascensão funcional, e portanto não viola o princípio
do concurso público, quando realizada de acordo com os requisitos da uniformidade das
atribuições, igualdade dos requisitos de escolaridade para ingresso no cargo, e identidade
remuneratória entre o cargo extinto e o cargo criado.
STF. Plenário. ADI 7081/BA, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 21/9/2022
(Info 1074).
Valores recebidos por servidores públicos por força de decisão judicial precária,
posteriormente reformada, devem ser restituídos ao erário
Se o servidor recebeu os valores amparado por uma decisão judicial precária, não há como se
admitir a existência de boa-fé, pois a Administração em momento algum gerou-lhe uma falsa
expectativa de definitividade quanto ao direito pleiteado.
Se não fosse permitida a restituição, isso iria gerar o desvirtuamento do próprio instituto da
antecipação dos efeitos da tutela, haja vista que um dos requisitos legais para sua concessão
reside justamente na inexistência de perigo de irreversibilidade.
STJ. 2ª Turma. AREsp 1711065-RJ, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em
03/05/2022 (Info 735).
CONCURSO PÚBLICO
Se a suposta ilegalidade surgiu somente após a homologação do concurso e após
o encerramento do prazo de validade do certame, essas datas não poderão ser
consideradas como termo inicial do prazo decadencial do mandado de
segurança
A data do último ato administrativo reputado ilegal é o termo inicial do prazo decadencial
para impetração de Mandado de Segurança com objetivo de reclassificação em concurso
público em virtude de anulação de questões por decisão judicial após o encerramento do
prazo de validade do certame.
STJ. 2ª Turma. RMS 64025-BA, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em
04/10/2022 (Info 752).
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
Pessoa jurídica interessada continua com legitimidade para propor ação de
improbidade e para celebrar acordo; não existe obrigatoriedade de a assessoria
jurídica fazer a defesa do agente público acusado de improbidade
O acordo de não persecução cível pode ser celebrado mesmo que a ação de
improbidade administrativa já esteja em fase de recurso
É possível a homologação judicial de acordo de não persecução cível no âmbito da ação de
improbidade administrativa em fase recursal.
STJ. 1ª Seção. EAREsp 102585-RS, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em
09/03/2022 (Info 728).
BENS PÚBLICOS
A ratificação de registros de terras de fronteira, prevista na Lei 13.178/2015,
deve respeitar a política agrícola e o plano nacional de reforma agrária
É constitucional a ratificação de registros imobiliários prevista na Lei nº 13.178/2015, desde
que observados os requisitos e condições exigidos pela própria norma e os previstos pela
Constituição Federal de 1988 concernentes à política agrícola, ao plano nacional de reforma
agrária e à proteção dos bens imóveis que atendam a sua função social.
STF. Plenário. ADI 5623/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 25/11/2022
(Info 1077).