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Serviços Públicos

Art. 175,CF  Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão,
sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.

Parágrafo único. A lei disporá sobre:


I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e
de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;
II - os direitos dos usuários;
III - política tarifária;
IV - a obrigação de manter serviço adequado.

Leis que regem: Lei 8987/95 e 11079/2004

CONCESSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO


Art. 2o, II - concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante
licitação, na modalidade [1] concorrência ou [2] diálogo competitivo, a [1] pessoa jurídica ou [2] consórcio de
empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado;

Art. 4o - será formalizada mediante contrato, que deverá observar os termos desta Lei, das normas pertinentes e do
edital de licitação.

III - concessão de serviço público precedida da execução de obra pública: a construção, total ou parcial,
conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de interesse público, delegados pelo poder
concedente, mediante licitação, na modalidade [1] concorrência ou [2] diálogo competitivo, a [1] pessoa jurídica ou
[2] consórcio de empresas que demonstre capacidade para a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o
investimento da concessionária seja remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço ou da obra por
prazo determinado; (Redação dada pela Lei nº 14.133, de 2021)

- O particular realiza obra pública de relevância para sociedade, indispensável à prestação do serviço delegado, e a
executa às suas expensas, e a remuneração será pela exploração do serviço ou da obra, por prazo determinado.

A concessionária não tem direito adquirido à renovação do contrato de concessão de usina hidrelétrica.
A União possui a faculdade de prorrogar ou não o contrato de concessão, tendo em vista o interesse público, não se
podendo invocar direito líquido e certo a tal prorrogação. Dessa forma, a prorrogação do contrato administrativo
insere-se no campo da discricionariedade. A Lei nº 12.783/2013 subordinou a prorrogação dos contratos de
concessão de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica à aceitação expressa de determinadas
condições. Se estas são recusadas pela concessionária, a Administração Pública não é obrigada a renovar a
concessão. A Lei nº 12.783/2013 pode ser aplicada para a renovação de contratos ocorrida após a sua vigência
mesmo que a assinatura do pacto original tenha ocorrido antes da sua edição.
STF. 2ª Turma. RMS 34203/DF e AC 3980/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgados em 21/11/2017 (Info 885).

Fiscalização: art. 3o - sujeitar-se-ão à fiscalização pelo poder concedente responsável pela delegação, com a
cooperação dos usuários.

Art. 4o - será formalizada mediante contrato, que deverá observar os termos desta Lei, das normas pertinentes e do
edital de licitação.

Art. 7º-A. As concessionárias de serviços públicos, de direito público e privado, nos Estados e no Distrito Federal, são
obrigadas a oferecer ao consumidor e ao usuário, dentro do mês de vencimento, o mínimo de seis datas opcionais
para escolherem os dias de vencimento de seus débitos.

Art. 23-A. O contrato de concessão poderá prever o emprego de mecanismos privados para resolução de disputas
decorrentes ou relacionadas ao contrato, inclusive a arbitragem, a ser realizada no Brasil e em língua portuguesa,
nos termos da Lei no 9.307, de 23 de setembro de 1996.

Art. 25. Incumbe à concessionária a execução do serviço concedido, cabendo-lhe responder por todos os prejuízos
causados ao poder concedente, aos usuários ou a terceiros, sem que a fiscalização exercida pelo órgão
competente exclua ou atenue essa responsabilidade.

§ 1o Sem prejuízo da responsabilidade a que se refere este artigo, a concessionária poderá contratar com terceiros
o desenvolvimento de atividades inerentes, acessórias ou complementares ao serviço concedido, bem como a
implementação de projetos associados.

§ 2o Os contratos celebrados entre a concessionária e os terceiros a que se refere o parágrafo anterior reger-se-ão
pelo direito privado, não se estabelecendo qualquer relação jurídica entre os terceiros e o poder concedente.

§ 3o A execução das atividades contratadas com terceiros pressupõe o cumprimento das normas
regulamentares da modalidade do serviço concedido.

SUBCONCESSÃO
Art. 26. É admitida a subconcessão, nos termos previstos no contrato de concessão, desde que expressamente
autorizada pelo poder concedente.
§ 1o A outorga de subconcessão será sempre precedida de concorrência.
§ 2o O subconcessionário se sub-rogará todos os direitos e obrigações da subconcedente dentro dos limites da
subconcessão.

TRANSFERÊNCIA CONCESSÃO / CONTROLE SOCIETÁRIO


Art. 27. A transferência de concessão ou do controle societário da concessionária sem prévia anuência do poder
concedente implicará a caducidade da concessão.
§ 1o Para fins de obtenção da anuência de que trata o caput deste artigo, o pretendente deverá:

I - atender às exigências de capacidade técnica, idoneidade financeira e regularidade jurídica e fiscal necessárias à
assunção do serviço; e
II - comprometer-se a cumprir todas as cláusulas do contrato em vigor.

O parágrafo único do art. 27 prevê que (é constitucional), mesmo com essa transferência, a base objetiva do
contrato continuará intacta. Permanecem o mesmo objeto contratual, as mesmas obrigações contratuais e a mesma
equação econômico-financeira. O que ocorre é apenas a sua modificação subjetiva, seja pela substituição do
contratado, seja em razão da sua reorganização empresarial.
Em nosso sistema jurídico, o que interessa à Administração é, sobretudo, a seleção da proposta mais vantajosa,
independentemente da identidade do particular contratado, ou dos atributos psicológicos ou subjetivos de que
disponha.
STF. Plenário. ADI 2946/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 8/3/2022 (Info 1046).

PERMISSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO

IV - Permissão de serviço público: a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços
públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho,
por sua conta e risco.

Fiscalização: art. 3o - sujeitar-se-ão à fiscalização pelo poder concedente responsável pela delegação, com a
cooperação dos usuários.

Salvo situações excepcionais, devidamente comprovadas, o implemento de transporte público coletivo pressupõe
prévia licitação. STF. Plenário. RE 1001104, Rel. Marco Aurélio, julgado em 15/05/2020 (Repercussão Geral – Tema
854) (Info 982 – clipping).

Art. 40. A permissão de serviço público será formalizada MEDIANTE CONTRATO DE ADESÃO, que observará os
termos desta Lei, das demais normas pertinentes e do edital de licitação, inclusive quanto à precariedade e à
revogabilidade unilateral do contrato pelo poder concedente.
Parágrafo único. Aplica-se às permissões o disposto nesta Lei.
Autorização de Serviço Público:
Ato administrativo, unilateral, discricionário e precário.
Autorização de uso de bem público: sempre que o particular tiver interesse em utilizar um determinado bem
público de forma especial (exemplo, casar na praia)
Autorização de polícia: para permitir os particulares o exercício de atividades materiais que dependam de
fiscalização estatal - como exemplo, autorização para porte de arma de fogo.

Art. 6o - Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos
usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato.

O que é atualidade?? R: § 2o A atualidade compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e das


instalações e a sua conservação, bem como a melhoria e expansão do serviço.
Continuidade dos serviços públicos: Via de regra, o serviço deve ser contínuo.

§ 3o Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após
prévio aviso, quando:

I - motivada por razões de [1] ordem técnica ou de [2] segurança das instalações; e,

II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.

§ 4º A interrupção do serviço nessa hipótese não poderá iniciar-se na sexta-feira, no sábado ou no domingo, nem
em feriado ou no dia anterior a feriado.

Na hipótese de débito estrito de recuperação de consumo efetivo por fraude no aparelho medidor atribuída ao
consumidor, desde que apurado em observância aos princípios do contraditório e da ampla defesa, é possível o
corte administrativo do fornecimento do serviço de energia elétrica, mediante prévio aviso ao consumidor, pelo
inadimplemento do consumo recuperado correspondente ao período de 90 (noventa) dias anterior à constatação da
fraude, contanto que executado o corte em até 90 (noventa) dias após o vencimento do débito, sem prejuízo do
direito de a concessionária utilizar os meios judiciais ordinários de cobrança da dívida, inclusive antecedente aos
mencionados 90 (noventa) dias de retroação.
STJ. 1ª Seção. REsp 1412433-RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 25/04/2018 (recurso repetitivo) (Info 634).

Exceptio non adimpleti contractus


- É a regra da exceção do contrato não cumprido, que define que qualquer das partes pode suspender a execução
do contrato em face do direito de outra. No serviço público, vigora a continuidade (regra).
- Se o ente estatal suspender a execução do contrato por mais de 3 meses, ou repetidas suspensões que totalizem
90 dias úteis, independente de pgto de indenização, e nos casos de atraso superior a 2 meses, contado da emissão
da NF, dos pagamentos ou parcelas, o particular PODE SUSPENDER A EXECUÇÃO DO CONTRATO - exceção do
contrato não cumprido (extinguir o contrato, fala a lei, art, 137, § 2o Lei 14133) - trata-se da aplicação da exceção do
contrato não cumprido de forma diferida.
- Mas vale destacar que a rescisão dos contratos pelo particular por inadimplência do poder público depende de
decisão judicial, por isso a aplicação da teoria da excepctio non adimplenti contractus somente enseja paralisação
das atividades do particular

TARIFAS:

Art. 9o § 2o Os contratos poderão prever mecanismos de revisão das tarifas, a fim de manter-se o equilíbrio
econômico-financeiro.

§ 3o Ressalvados os impostos sobre a renda, a criação, alteração ou extinção de quaisquer tributos ou encargos
legais, após a apresentação da proposta, quando comprovado seu impacto, implicará a revisão da tarifa, para mais
ou para menos, conforme o caso.

§ 4o Em havendo alteração unilateral do contrato que afete o seu inicial equilíbrio econômico-financeiro, o poder
concedente deverá restabelecê-lo, concomitantemente à alteração.

§ 5º A concessionária deverá divulgar em seu sítio eletrônico, de forma clara e de fácil compreensão pelos
usuários, tabela com o valor das tarifas praticadas e a evolução das revisões ou reajustes realizados nos últimos
cinco anos.
Art. 11. No atendimento às peculiaridades de cada serviço público, poderá o poder concedente prever, em favor da
concessionária, no edital de licitação, a possibilidade de outras fontes provenientes de receitas alternativas,
complementares, acessórias ou de projetos associados, com ou sem exclusividade, com vistas a favorecer a
modicidade das tarifas, observado o disposto no art. 17 desta Lei.

REAJUSTE: ocorre em situações típicas, aplicações matemática de índices e cláusulas contratuais. Nesse caso, o
poder concedente apenas homologa.
REVISÃO: ocorrem em situações extraordinárias, busca o equilíbrio econômico-financeiro - o poder concedente
procede à revisão da tarifa -

Afronta o princípio da separação dos Poderes a anulação judicial de cláusula de contrato de concessão firmado por
Agência Reguladora e prestadora de serviço de telefonia que, em observância aos marcos regulatórios estabelecidos
pelo Legislador, autoriza a incidência de reajuste de alguns itens tarifários em percentual superior ao do índice
inflacionário fixado, quando este não é superado pela média ponderada de todos os itens.

STF. Plenário. RE 1059819/PE, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em
18/2/2022 (Repercussão Geral – Tema 991) (Info 1044)

A interferência judicial para invalidar a estipulação das tarifas de transporte público urbano viola a ordem pública,
mormente nos casos em que houver, por parte da Fazenda estadual, esclarecimento de que a metodologia adotada
para fixação dos preços era técnica. Segundo a “doutrina Chenery”, o Poder Judiciário não pode anular um ato
político adotado pela Administração Pública sob o argumento de que ele não se valeu de metodologia técnica.
Isso porque, em temas envolvendo questões técnicas e complexas, os Tribunais não gozam de expertise para
concluir se os critérios adotados pela Administração são corretos ou não. Assim, as escolhas políticas dos órgãos
governamentais, desde que não sejam revestidas de reconhecida ilegalidade, não podem ser invalidadas pelo Poder
Judiciário. STJ. Corte Especial. AgInt no AgInt na SLS 2240-SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 7/6/2017 (Info 605).

Empresas consorciadas:

Art. 19. Quando permitida, na licitação, a participação de empresas em consórcio, observar-se-ão as seguintes
normas:
I - Comprovação de compromisso, público ou particular, de constituição de consórcio, subscrito pelas
consorciadas;
II - Indicação da empresa responsável pelo consórcio;
III - apresentação dos documentos exigidos nos incisos V e XIII do artigo anterior, por parte de cada consorciada;
IV - Impedimento de participação de empresas consorciadas na mesma licitação, por intermédio de mais de um
consórcio ou isoladamente.

§ 1o O licitante vencedor fica obrigado a promover, antes da celebração do contrato, a constituição e registro do
consórcio, nos termos do compromisso referido no inciso I deste artigo.

§ 2o A empresa líder do consórcio é a responsável perante o poder concedente pelo cumprimento do contrato de
concessão, sem prejuízo da responsabilidade solidária das demais consorciadas.

Art. 20. É facultado ao poder concedente, desde que previsto no edital, no interesse do serviço a ser concedido,
determinar que o licitante vencedor, no caso de consórcio, se constitua em empresa antes da celebração do
contrato.

INCUMBE AO PODER CONCENDETE

Art. 29. Incumbe ao poder concedente:


I - regulamentar o serviço concedido e fiscalizar permanentemente a sua prestação;
II - aplicar as penalidades regulamentares e contratuais;
III - intervir na prestação do serviço, nos casos e condições previstos em lei;
IV - extinguir a concessão, nos casos previstos nesta Lei e na forma prevista no contrato;
V - homologar reajustes e proceder à revisão das tarifas na forma desta Lei, das normas pertinentes e do contrato;
VI - cumprir e fazer cumprir as disposições regulamentares do serviço e as cláusulas contratuais da concessão;
VII - zelar pela boa qualidade do serviço, receber, apurar e solucionar queixas e reclamações dos usuários, que serão
cientificados, em até trinta dias, das providências tomadas;
VIII - declarar de utilidade pública os bens necessários à execução do serviço ou obra pública, promovendo as
desapropriações, diretamente ou mediante outorga de poderes à concessionária, caso em que será desta a
responsabilidade pelas indenizações cabíveis;
IX - declarar de necessidade ou utilidade pública, para fins de instituição de servidão administrativa, os bens
necessários à execução de serviço ou obra pública, promovendo-a diretamente ou mediante outorga de poderes à
concessionária, caso em que será desta a responsabilidade pelas indenizações cabíveis;
X - estimular o aumento da qualidade, produtividade, preservação do meio-ambiente e conservação;
XI - incentivar a competitividade; e
XII - estimular a formação de associações de usuários para defesa de interesses relativos ao serviço.

Art. 30. No exercício da fiscalização, o poder concedente terá acesso aos dados relativos à administração,
contabilidade, recursos técnicos, econômicos e financeiros da concessionária.
Parágrafo único. A fiscalização do serviço será feita por intermédio de órgão técnico do poder concedente ou por
entidade com ele conveniada, e, periodicamente, conforme previsto em norma regulamentar, por comissão
composta de representantes do poder concedente, da concessionária e dos usuários.

ENCARGOS CONCESSIONÁRIA

Art. 31. Incumbe à concessionária:


I - prestar serviço adequado, na forma prevista nesta Lei, nas normas técnicas aplicáveis e no contrato;
II - manter em dia o inventário e o registro dos bens vinculados à concessão;
III - prestar contas da gestão do serviço ao poder concedente e aos usuários, nos termos definidos no contrato;
IV - cumprir e fazer cumprir as normas do serviço e as cláusulas contratuais da concessão;
V - permitir aos encarregados da fiscalização livre acesso, em qualquer época, às obras, aos equipamentos e às
instalações integrantes do serviço, bem como a seus registros contábeis;
VI - promover as desapropriações e constituir servidões autorizadas pelo poder concedente, conforme previsto no
edital e no contrato;
VII - zelar pela integridade dos bens vinculados à prestação do serviço, bem como segurá-los adequadamente; e
VIII - captar, aplicar e gerir os recursos financeiros necessários à prestação do serviço.

Parágrafo único. As contratações, inclusive de mão-de-obra, feitas pela concessionária serão regidas pelas
disposições de direito privado e pela legislação trabalhista, não se estabelecendo qualquer relação entre os
terceiros contratados pela concessionária e o poder concedente.
INTERVENÇÃO

Art. 32. O poder concedente poderá intervir na concessão, com o fim de assegurar a adequação na prestação do
serviço, bem como o fiel cumprimento das normas contratuais, regulamentares e legais pertinentes.

Como ocorre? Por DECRETO do poder concedente, que conterá a designação do interventor, o prazo da
intervenção e os objetivos e limites da medida.

PRAZOS: (Art. 33) Declarada a intervenção, o poder concedente deverá, no prazo de 30 dias, instaurar
procedimento administrativo para comprovar as causas determinantes da medida e apurar responsabilidades,
assegurado o direito de ampla defesa.
Se não observar pressupostos legais e regulamentares? Será declarada sua nulidade, devendo o serviço ser
imediatamente devolvido à concessionária, sem prejuízo de seu direito à indenização.
Prazo para concluir o PA: deverá ser concluído no prazo de até 180 dias, sob pena de considerar-se inválida a
intervenção.

Art. 34. Cessada a intervenção, se não for extinta a concessão, a administração do serviço será devolvida à
concessionária, precedida de prestação de contas pelo interventor, que responderá pelos atos praticados durante a
sua gestão.
Extinção Concessão:

Art. 35. Extingue-se a concessão por:

I - advento do termo contratual; [natural]


II - encampação;
Art. 37. Considera-se encampação a retomada do serviço pelo poder concedente durante o prazo da concessão, por
motivo de interesse público, mediante lei autorizativa específica e após prévio pagamento da indenização.

III - caducidade;
Art. 38 - ocorre por inexecução total ou parcial do contrato [por parte do contratado] acarretará, a critério do
poder concedente, a declaração de caducidade da concessão [ou a aplicação das sanções contratuais],
Poderá ser declarada pelo poder concedente quando:
I - o serviço estiver sendo prestado de forma inadequada ou deficiente, tendo por base as normas, critérios,
indicadores e parâmetros definidores da qualidade do serviço;
II - a concessionária descumprir cláusulas contratuais ou disposições legais ou regulamentares
III - a concessionária paralisar o serviço ou concorrer para tanto, ressalvado caso fortuito ou força maior;
IV - a concessionária perder as condições econômicas, técnicas ou operacionais para manter a adequada prestação
do serviço concedido;
V - a concessionária não cumprir as penalidades impostas por infrações, nos devidos prazos;
VI - a concessionária não atender a intimação no sentido de regularizar a prestação do serviço; e
VII - a concessionária não atender a intimação do poder concedente para, em 180 dias, apresentar a
documentação relativa a regularidade fiscal, no curso da concessão
§ 2o A declaração da caducidade da concessão deverá ser precedida da verificação da inadimplência da
concessionária em processo administrativo, assegurado o direito de ampla defesa.
- Só se instaura proceso adm após comunicar à concessionária detalhes do descumprimento, dando prazo para
correção
- Instaurado o processo administrativo e comprovada a inadimplência, a caducidade será declarada por DECRETO do
poder concedente, independentemente de indenização prévia, calculada no decurso do processo.
- A indenização desconta o valor das multas contratuais e dos danos causados pela concessionária.
- Declarada a caducidade, não resultará para o poder concedente qualquer espécie de responsabilidade em
relação aos encargos, ônus, obrigações ou compromissos com terceiros ou com empregados da concessionária.

IV - rescisão;
[Aqui o descumprimento é pelo PODER CONCEDENTE, sempre será judicial - a concessionária só poderá paralisar o
serviço após trânsito em julgado da ação] - pode ocorrer bilateral, por acordo.
Art. 39. O contrato de concessão poderá ser rescindido por iniciativa da concessionária, no caso de
descumprimento das normas contratuais pelo poder concedente, mediante ação judicial especialmente intentada
para esse fim. Os serviços prestados pela concessionária não poderão ser interrompidos ou paralisados, até a
decisão judicial transitada em julgado.

V - anulação;
[Ilegalidade do contrato , pela adm ou judiciário]

VI - falência ou extinção da empresa concessionária e falecimento ou incapacidade do titular, no caso de empresa


individual.

§ 1o Extinta a concessão: retornam ao poder concedente todos os bens reversíveis, direitos e privilégios
transferidos ao concessionário conforme previsto no edital e estabelecido no contrato.
- Haverá a imediata assunção do serviço pelo poder concedente, procedendo-se aos levantamentos, avaliações e
liquidações necessários. A assunção autoriza a ocupação das instalações e a utilização, pelo poder concedente, de
todos os bens reversíveis.

Nos casos de advento do termo e encampação, o poder concedente, antecipando-se à extinção da concessão,
procederá aos levantamentos e avaliações necessários à determinação dos montantes da indenização que será
devida à concessionária

Art. 36. A reversão no advento do termo contratual far-se-á com a indenização das parcelas dos investimentos
vinculados a bens reversíveis, ainda não amortizados ou depreciados, que tenham sido realizados com o objetivo
de garantir a continuidade e atualidade do serviço concedido.

Art. 43. Ficam extintas todas as concessões de serviços públicos outorgadas sem licitação na vigência da CF/88
Ficam também extintas todas as concessões outorgadas sem licitação anteriormente à CF/88, cujas obras ou
serviços não tenham sido iniciados ou que se encontrem paralisados quando da entrada em vigor desta Lei.

É indevida a cobrança promovida por concessionária de rodovia, em face de autarquia prestadora de serviços de
saneamento básico, pelo uso da faixa de domínio da via pública concedida.
Embora cedido ao particular, o bem público de uso comum do povo não se desnatura, permanecendo, portanto,
afetado à destinação pública. Por esse motivo, mostra-se ilegítimo exigir remuneração pela sua utilização, quando
voltada a viabilizar a execução de serviço público de saneamento básico prestado por entidade estatal, cuja
configuração jurídica seja adversa à lucratividade, ou seja, esteja fora do regime concorrencial.
STJ. 1ª Seção.REsp 1817302-SP, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 08/06/2022 (Tema IAC 8) (Info 740).

É constitucional dispositivo de lei federal que altera o regime de outorga da prestação regular de serviços de
transporte terrestre coletivo de passageiros desvinculados da exploração de obras de infraestrutura, permitindo sua
realização mediante mera autorização estatal, sem a necessidade de licitação prévia, desde que cumpridos requisitos
específicos.
A regra geral é a realização de licitação. No entanto, especificamente em relação ao transporte rodoviário
interestadual e internacional, uma interpretação sistêmica da Constituição admite a autorização do serviço sem o
processo licitatório, mediante o respeito aos princípios da administração pública (legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência).
STF. Plenário. ADI 5549/DF e ADI 6270/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgados em 29/3/2023 (Info 1089).

A competência para outorgar e renovar concessão, permissão e autorização de rádios e TVs é do Poder Executivo, com
posterior referendo do Poder Legislativo, nos termos do caput e § 1º do art. 223 da CF/88.
Não há espaço, portanto, para o Poder Judiciário interferir em tal questão, sob pena de ofensa ao princípio da
separação dos Poderes.
STJ. 1ª Seção. EDv nos EREsp 1797663-CE, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 10/08/2022 (Info 748).

O Decreto Presidencial 7.777/2012 prevê a realização de convênios com os Estados, DF e Municípios para o
compartilhamento da execução de serviços públicos federais em caso de greves e paralisações. Esse Decreto é
constitucional, mas deve ficar restrito aos serviços e atividades essenciais.
São constitucionais o compartilhamento, mediante convênio, com estados, Distrito Federal ou municípios, da execução
de atividades e serviços públicos federais essenciais, e a adoção de procedimentos simplificados para a garantia de sua
continuidade em situações de greve, paralisação ou operação de retardamento promovidas por servidores públicos
federais.
STF. Plenário. ADI 4857/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 11/3/2022 (Info 1046).

A Lei nº 13.116/2015 estabelece normas gerais para implantação e compartilhamento da infraestrutura de


telecomunicações. Esse diploma normativo ficou conhecido como Lei Geral das Antenas.
O art. 12 dessa Lei proíbe que os Estados, o Distrito Federal e os Municípios cobrem contraprestação das
concessionárias pelo direito de passagem em vias públicas, faixas de domínio e outros bens públicos de uso comum na
instalação de infraestrutura e redes de telecomunicações.
O regramento do direito de passagem previsto no art. 12, caput, da Lei Geral das Antenas (Lei nº 13.116/2015) se
insere no âmbito da competência privativa da União para legislar sobre telecomunicações (art. 22, IV, da CF/88) e
sobre normas gerais de licitação e contratação administrativa (art. 22, XXVII, da CF/88).
O art. 12 da Lei Geral das Antenas respeita os princípios constitucionais da eficiência e da moralidade administrativa.
O ônus real advindo da gratuidade do direito de passagem estabelecido no art. 12 da Lei nº 13.116/2015 é adequado,
necessário e proporcional em sentido estrito, considerando o direito de propriedade restringido.
Do ponto de vista material, não é compatível com a ordem constitucional vigente o entendimento de que o direito de
propriedade — mesmo que titularizado por ente político — revista-se de garantia absoluta.
Logo, não se pode dizer que essa restrição imposta pelo art. 12 tenha violado o direito constitucional de propriedade.
STF. Plenário. ADI 6482/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18/2/2021 (Info 1006).

Salvo situações excepcionais, devidamente comprovadas, o implemento de transporte público coletivo pressupõe
prévia licitação.
STF. Plenário. RE 1001104, Rel. Marco Aurélio, julgado em 15/05/2020 (Repercussão Geral – Tema 854) (Info 982 –
clipping).

Na hipótese de débito estrito de recuperação de consumo efetivo por fraude no aparelho medidor atribuída ao
consumidor, desde que apurado em observância aos princípios do contraditório e da ampla defesa, é possível o corte
administrativo do fornecimento do serviço de energia elétrica, mediante prévio aviso ao consumidor, pelo
inadimplemento do consumo recuperado correspondente ao período de 90 (noventa) dias anterior à constatação da
fraude, contanto que executado o corte em até 90 (noventa) dias após o vencimento do débito, sem prejuízo do direito
de a concessionária utilizar os meios judiciais ordinários de cobrança da dívida, inclusive antecedente aos
mencionados 90 (noventa) dias de retroação.
STJ. 1ª Seção. REsp 1412433-RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 25/04/2018 (recurso repetitivo) (Info 634).

NOVIDADE LEGISLATIVA - Lei nº 14.015/2020


Alterou a Lei nº 8.987/95 e a Lei nº 13.460/2017 para deixar mais explícito que é possível a interrupção do serviço
público em caso de inadimplemento do usuário, desde que ele seja previamente avisado.

A concessionária de água e esgoto pode cobrar “tarifa de esgotamento sanitário” mesmo na hipótese em que realiza
apenas a coleta e o transporte dos dejetos sanitários, sem fazer o tratamento final dos efluentes.
Assim, é legal a cobrança de tarifa de esgoto na hipótese em que a concessionária realize apenas uma — e não todas
— das quatro etapas em que se desdobra o serviço de esgotamento sanitário (a coleta, o transporte, o tratamento e a
disposição final de dejetos).
STJ. 2ª Turma. REsp 1330195-RJ, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 6/12/2012 (Info 514).
STJ. 1ª Seção. REsp 1339313-RJ, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 12/6/2013 (recurso repetitivo) (Info 530).

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