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1 - Resumo da Lei 13.

303/2016 (28 ao 90)


Lei 13.303/2016 e as LICITAÇÕES nas empresas estatais
A Lei 13.303/2016 regulamenta o inc. III do § 1º do art. 173 da CF/1988.

A norma abrange toda e qualquer empresa pública e sociedade de economia


mista da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios que
explore atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de
prestação de serviços, ainda que a atividade econômica esteja sujeita ao
regime de monopólio da União ou seja de prestação de serviços públicos.

Aplicação subsidiária da Lei 8.666/1993 à lei das estatais


Introdução
• A Lei 8.666/1993 pode ser (e não “deve ser”) aplicada
subsidiariamente à Lei 13.303/2016, no que couber;
• Quando houver uma lacuna na Lei 13.303/2016, nem sempre
a Lei 8.666/1993 será aplicada de forma supletiva;
• Há disposições expressas na lei das estatais que determinam a
aplicação direta da Lei 8.666/1993; e
• Distintamente da lei do RDC, a lei das estatais não afastou, de
forma expressa, a aplicação das normas contidas da Lei
8.666/1993.
A prestação de serviços, inclusive engenharia e publicidade, a aquisição e a
Campo de locação de bens, a alienação de bens e ativos, a execução de obras e a
aplicação implementação de ônus real serão precedidas de licitação, ressalvadas as
hipóteses previstas nos arts. 29 e 30.
Objetivos: assegurar a seleção da proposta mais vantajosa, inclusive no que
se refere ao ciclo de vida do objeto, e a evitar operações em que se
caracterize sobrepreço ou superfaturamento.

Princípios: impessoalidade, moralidade, igualdade, publicidade, eficiência,


Objetivos,
probidade administrativa, economicidade, desenvolvimento nacional
princípios e
sustentável, vinculação ao instrumento convocatório, obtenção de
diretrizes
competitividade e julgamento objetivo.

Diretrizes: padronização do objeto, busca da maior vantagem competitiva,


parcelamento do objeto, adoção preferencial da modalidade pregão e
observação da política de integridade nas transações com partes interessadas.
Os procedimentos licitatórios, a pré-qualificação e os contratos devem ser
divulgados em portal específico mantido pelas estatais na internet.
Publicidade
Os atos e procedimentos de licitação devem ser previamente publicados no
diário oficial da União, do Estado ou do Município. Não há previsão para a
publicação em jornais diários de grande circulação.
A diretriz é a habilitação ser posterior ao julgamento, ou seja, todas as
empresas passam pela etapa de julgamento, mas a análise dos requisitos de
habilitação recai exclusivamente sobre a empresa melhor classificada.

Sequência de fases:
I - preparação;
Inversão de fases
II - divulgação;
III - apresentação de lances ou propostas, conforme o modo de disputa
adotado;
IV - julgamento;
V - verificação de efetividade dos lances ou propostas;
VI - negociação;
VII - habilitação;
VIII - interposição de recursos;
IX - adjudicação do objeto;
X - homologação do resultado ou revogação do procedimento.

Excepcionalmente, a fase de habilitação poderá ser anterior ao julgamento e


ao recebimento das propostas ou lances. Essa inversão só será possível se o
instrumento convocatório for expresso.
A verificação da efetividade das propostas é uma das etapas do procedimento
de licitação.

Primeiro as propostas são escalonadas pela comissão de licitação ou


Verificação de pregoeiro durante o julgamento e, depois, passa-se à classificação
efetividade das propriamente dita.
propostas
Haverá o exame da aceitabilidade de duas ou mais propostas. No entanto,
antes do reconhecimento formal da inexequibilidade dos preços, e, portanto,
desclassificação das propostas, a estatal poderá promover diligências, com o
objetivo de oportunizar às licitantes a defesa das respectivas propostas.
A regra é uma única fase recursal, a não ser que o instrumento convocatório
admita expressamente a inversão de fases. Nesse caso, o interessado poderá
Fase recursal previamente recorrer contra a etapa de habilitação.

O prazo para que o interessado interponha o recurso é de 5 dias úteis.


Determina-se o uso preferencial da modalidade licitatória pregão. Ser
Modalidades de
preferencial que dizer que o pregão é prioritário em relação a outras
licitação
modalidades de licitação.
Faculta-se às empresas governamentais a dispensa de licitação em razão do
valor para obras e serviços de engenharia orçados em até R$ 100.000,00, e
Dispensa
para outros serviços e compras em até R$ 50.000,00.
baseada em
pequenos valores
No entanto, tais limites podem ser alterados por deliberação dos conselhos
de administração das estatais, de forma a refletir a variação dos custos.
Não há necessidade de, previamente, conferir-se aos licitantes o prazo de 8
dias úteis para a apresentação de nova documentação ou de propostas
Licitação
escoimadas das causas que levaram à desclassificação. A estatal poderá
fracassada
automaticamente efetuar a contratação direta, sem que antes promova o
chamamento das licitantes para a correção de suas propostas.
Permite-se que a estatal contrate diretamente concessionário, permissionário
Dispensa para
ou autorizado para fornecimento ou suprimento de energia elétrica ou gás
contratação de
natural e de outras prestadoras de serviço público, segundo as normas da
delegatários de
legislação específica, desde que o objeto do contrato tenha pertinência com o
serviços públicos
serviço público.
Na contratação de remanescente de obra, de serviço ou de fornecimento, em
consequência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de
classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições do contrato
encerrado por rescisão ou distrato, inclusive quanto ao preço, devidamente
Contratação de
corrigido.
remanescente
A regra é que a empresa convocada honre preços e condições da proposta
vencedora e, só por exceção, as licitantes remanescentes são autorizadas a
manter suas próprias ofertas.
As estatais podem contratar diretamente suas respectivas subsidiárias, para
aquisição ou alienação de bens e prestação ou obtenção de serviços, desde
Contratação de
que os preços sejam compatíveis com os praticados no mercado e que o
subsidiárias
objeto do contrato tenha relação com a atividade da contratada prevista em
seu estatuto social.
É dispensável a realização de licitação por empresas públicas e sociedades de
economia mista em situações de emergência, prazo máximo de 180 dias
consecutivos e ininterruptos, contado da ocorrência da emergência, vedada a
Contratação prorrogação dos respectivos contratos.
emergencial
No entanto, nesse caso, a contratação direta não dispensará a
responsabilização de quem, por ação ou omissão, tenha dado causa ao
motivo ali descrito.
A lei cita, expressamente, o termo licitação dispensável. Ocorre que,
seguindo as lições doutrinárias, há hipóteses encontradas no estatuto que são
verdadeiros casos de licitação dispensada (alienações – Administração
Hipóteses demandada):
tratadas como I - na transferência de bens a órgãos e entidades da administração pública,
licitação inclusive quando efetivada mediante permuta.
dispensada na II - na doação de bens móveis para fins e usos de interesse social, após
Lei 8.666/1993 avaliação de sua oportunidade e conveniência socioeconômica
relativamente à escolha de outra forma de alienação.
III - na compra e venda de ações, de títulos de crédito e de dívida e de bens
que produzam ou comercializem.
Hipóteses O art. 30 da LRE revela situações exemplificativas de inexigibilidade de
tratadas como licitação, listando as hipóteses de fornecedor exclusivo (monopólio) e de
inexigibilidade serviços técnicos especializados. Apesar de o rol não ser exaustivo, não
na Lei houve citação para a contratação no setor artístico.
8.666/1993
A Lei 13.303/2016 inovou ao prever expressamente situações de
inaplicabilidade de licitação, até então só reconhecidas pela doutrina e pela
jurisprudência dos Tribunais de Contas.

Sobre o tema, dispõe o § 3º do art. 28:


Hipóteses de §3º São as empresas públicas e as sociedades de economia mista
inaplicabilidade dispensadas da observância dos dispositivos deste Capítulo nas seguintes
do dever de situações:
licitar I - comercialização, prestação ou execução, de forma direta, pelas empresas
mencionadas no caput, de produtos, serviços ou obras especificamente
relacionados com seus respectivos objetos sociais;
II - nos casos em que a escolha do parceiro esteja associada a suas
características particulares, vinculada a oportunidades de negócio definidas
e específicas, justificada a inviabilidade de procedimento competitivo.
Na Lei 13.303/2016, são 8 os tipos de licitação (art. 54), como:
I - maior desconto;
II - melhor conteúdo artístico;
Critérios de III - maior retorno econômico;
julgamento IV - melhor destinação de bens alienados.

Fica o registro de que se admite a combinação dos critérios de julgamento,


quando houver o parcelamento do objeto da licitação.
Os modos de disputa são dos tipos aberto e fechado.

No sistema aberto, os licitantes interessados oferecem lances públicos


verbais e sucessivos, crescentes ou decrescentes, em conformidade com o
edital.
Modos de
disputa
Na disputa fechada, as propostas apresentadas pelos licitantes serão escritas e
sigilosas, até a data e a hora designadas para que sejam divulgadas.

Admite-se a combinação do modos de disputa, desde que o objeto da


licitação tenha sido parcelado.
O art. 34 da Lei 13.303/2016 prevê a regra de que o orçamento estimado da
licitação é sigiloso, devendo ser detalhados, em todo caso, os quantitativos e
as demais informações necessárias para que os licitantes elaborem suas
propostas de preços.
Orçamentação
Se o tipo de licitação for o maior desconto, é ilógico o sigilo do orçamento.

No critério de julgamento melhor técnica, não haverá, igualmente, sigilo do


orçamento. Isso porque os participantes precisam conhecer, previamente, a
que farão jus ao vencer a competição.
Em relação à outras normas de licitação, a Lei 13.303/2016 contém a
previsão expressa do conceito de matriz de riscos. Com a matriz de riscos,
objetiva-se a elaboração de um contrato com o mínimo de aditivos durante a
execução, prática tão comum às empresas estatais.
Matriz de Riscos
Inclusive, a LRE veda a celebração de aditivos decorrentes de eventos
supervenientes alocados, na matriz de riscos, como de responsabilidade da
contratada.
I - empreitada por preço unitário, nos casos em que os objetos, por sua
natureza, possuam imprecisão inerente de quantitativos em seus itens
orçamentários;
II - empreitada por preço global, quando for possível definir previamente no
projeto básico, com boa margem de precisão, as quantidades dos serviços a
serem posteriormente executados na fase contratual;
III - contratação por tarefa, em contratações de profissionais autônomos ou
de pequenas empresas para realização de serviços técnicos comuns e de curta
duração;
IV - empreitada integral, nos casos em que o contratante necessite receber o
empreendimento, normalmente de alta complexidade, em condição de
operação imediata;
V - contratação semi-integrada, quando for possível definir previamente no
projeto básico as quantidades dos serviços a serem posteriormente
executados na fase contratual, em obra ou serviço de engenharia que possa
ser executado com diferentes metodologias ou tecnologias;
Formas de VI - contratação integrada, quando a obra ou o serviço de engenharia for de
execução natureza predominantemente intelectual e de inovação tecnológica do objeto
licitado ou puder ser executado com diferentes metodologias ou tecnologias
de domínio restrito no mercado.

Distinções entre as formas de contratação semi-integrada e integrada:


• na contratação integrada, a contratação envolve a elaboração
dos projetos básico e executivo por parte da empresa
contratada, havendo apenas e obrigatoriamente um
anteprojeto de engenharia; na semi-integrada, o projeto básico
é documento prévio e obrigatório à licitação;
• a contratação integrada se destina a obras ou serviços de
engenharia de natureza predominantemente intelectual, de
inovação tecnológica e tecnologias de domínio restrito no
mercado.

A lei das estatais elegeu a contratação semi-integrada como preferencial, e


sua não utilização deve ser justificada pela estatal.
A prerrogativa para anular ou revogar a licitação não é atribuída a qualquer
autoridade da estatal. O desfazimento é de competência da autoridade que
Extinção da
homologará o certame. O ato de homologação é ato de controle e sempre
licitação
posterior; logo, justificável a previsão legal.
Não há previsão expressa para o instituto da convalidação. No entanto,
sempre que houver um vício sanável no curso das licitações, aplicar-se-á,
supletivamente, as disposições da Lei 9.784/1999 (lei de processo
administrativo federal).

Em relação ao momento de se exercer o contraditório e a ampla defesa, a sua


observância nos casos de revogação e anulação da licitação dar-se-á,
obrigatoriamente, depois de iniciada a fase de apresentação de lances ou
propostas.
Na licitação para a aquisição de bens, as empresas governamentais poderão
Normas (art. 47):
específicas para • indicar marca ou modelo;
aquisição de • exigir amostra;
bens • solicitar a certificação da qualidade do produto ou do
processo de fabricação.
A regra é que as alienações de bens móveis e imóveis, integrantes do
patrimônio das estatais, sejam precedidas de licitação. As normas específicas
para a alienação são encontradas nos arts. 49 e 50 da lei.
Normas
específicas para A alienação de bens imóveis dispensa autorização legislativa prévia.
alienação de
bens Não houve menção a qualquer modalidade própria de licitação.

Quanto aos tipos de licitação, poderão ser utilizados a maior oferta de preço
e a melhor destinação de bens alienados.
A lei das estatais possibilita que as entidades empresariais do Estado adotem
procedimento de manifestação de interesse privado (PMI) - Lei 8.987/1995
(lei de concessões de serviços públicos) e Lei 11.079/2004 (parceria público-
Procedimento de privada).
Manifestação de
Interesse (PMI) Com o PMI, a estatal dará oportunidade de a sociedade (pessoas físicas ou
jurídicas de direito privado), por sua conta e risco, apresentar projetos,
levantamentos, investigações ou estudos, para subsidiá-la na escolha da
melhor forma de conduzir seus empreendimentos.
Os estímulos às licitações para as micro e pequenas empresas não foram
LC 123/2006 e o
ignorados pela Lei 13.303/2016 (§ 1º art. 28). É uma demonstração
tratamento
inequívoca de que as licitações conduzidas pelas estatais devem objetivar
diferenciado nas
não só a busca da proposta mais vantajosa, mas, também, a função social das
licitações
licitações.
Lei 13.303/2016 e os CONTRATOS ADMINISTRATIVOS nas empresas estatais
Introdução: O que se pode concluir, por ora, é que o regime de contratação das empresas
cláusulas estatais é “híbrido”, com prevalência de disposições privadas e interferências
necessárias e de regras publicísticas.
formalização dos
contratos pelas
estatais
A lei das estatais afastou a possiblidade de alterações unilaterais. Assim, toda
e qualquer alteração dos contratos firmados demandará a concordância do
contratado.

Execução e A lei das estatais prevê, expressamente, o fato do Príncipe positivo e


alterações negativo. O fato do Príncipe é definido como sendo o ato geral proveniente
contratuais do Estado (ato de império), que atinge só reflexamente o contrato em
andamento. A repercussão poderá acarretar a revisão dos contratos para mais
(fato positivo) ou para menos (fato negativo).

Em relação à responsabilidade do contratado pelos encargos gerais, a


inadimplência do contratado não transfere à estatal a responsabilidade por
seu pagamento. Porém, quanto aos encargos trabalhistas, vigora o
entendimento do STF de que a Administração poderá ser responsabilizada
subsidiariamente, se houver a demonstração inequívoca de culpa no curso da
execução contratual.
A regra é que os contratos sejam escritos, e formalizados em termo de
contrato ou instrumentos congêneres.

Permite-se a dispensa do termo do contrato no caso de pequenas despesas de


pronta entrega e pagamento, sem que resultem obrigações futuras por parte
da empresa estatal.

Não há uma definição, na lei das estatais, para pequenas despesas de pronta
entrega e pagamento; logo, a matéria deverá ser esmiuçada pelos
regulamentos internos de licitação das estatais.

Formalizacão do No tocante à celebração do contrato, da lei das estatais não informa o prazo
contrato de convocação, podendo, portanto, o edital da licitação dispor sobre a
validade. Tal prazo para a assinar o termo de contrato poderá ser prorrogado
1 vez por igual período, sob pena de decadência do direito à contratação.

Não há previsão expressa para a aplicação de penalidade, no caso de a


empresa negar-se à assinatura do contrato. Nesse caso, a lei oferece duas
possibilidades (§ 2º do art. 75):
I - convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para
fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas pelo primeiro
classificado, inclusive quanto aos preços atualizados em conformidade com
o instrumento convocatório;
II - revogar a licitação.
A exigência de garantia é ato discricionário da estatal.

O contratado possui o direito de opção por uma das modalidades listadas


(incs. I a III do § 1º do art. 70):
Exigência de
I - caução em dinheiro;
garantia
II - seguro-garantia;
III - fiança bancária.

Não houve menção à caução em títulos públicos.


São vedados os contratos com vigência indeterminada.

Não vigora o princípio da regra anual, em que a duração dos contratos segue
a vigência dos créditos orçamentários. A regra é a duração dos acordos não
exceder o prazo de 5 anos, contados a partir da celebração.
Duração dos
contratos Situações em que o contrato poderá ultrapassar o prazo de 5 anos:
• Projetos contemplados no plano de negócios e investimentos
da empresa pública ou da sociedade de economia mista;
• Casos em que a pactuação por prazo superior a 5 (cinco) anos
seja prática rotineira de mercado e a imposição desse prazo
inviabilize ou onere excessivamente a realização do negócio.
A matriz de riscos deverá definir os riscos e responsabilidades entre as
partes, sendo caracterizadora do equilíbrio econômico-financeiro inicial do
Matriz de Riscos
contrato, em termos de ônus financeiro decorrente de eventos supervenientes
à contratação.
A remuneração variável é ato facultativo, aplicável, exclusivamente, para
Remuneração
obras e serviços (portanto, não alcança a aquisição de bens) e baseada em
variável
metas, padrões e critérios de sustentabilidade ambiental.
A contratação simultânea é o que, doutrinariamente, reconheceu-se como
Contratação multiadjudicação, em que um mesmo objeto é executado por múltiplos
simultânea sujeitos. Logo, não se confunde com o parcelamento do objeto, em que há
múltiplos sujeitos para a execução de objetos variados.
O contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das responsabilidades
contratuais e legais, poderá subcontratar partes da obra, serviço ou
fornecimento, até o limite admitido, em cada caso, pela empresa pública ou
pela sociedade de economia mista, conforme previsto no edital do certame.
Subcontratação
A subcontratação é sempre parcial. A relação da subcontratada é com a
subcontratante, e não com a empresa estatal, de maneira que não pode
demandar diretamente a estatal.
A lei permite que a estatal aplique sanções administrativas (art. 83), como
a suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de
contratar com a entidade sancionadora, por prazo não superior a 2 anos.
Sanções
administrativas
A lei das estatais não fez menção à declaração de inidoneidade.

O prazo de recurso é de 10 dias úteis.


Extinção do Os contratos podem ser extintos pelo advento do termo contratual, anulação
contrato e rescisão.
Sobre o tema, dispõe o art. 85 que os órgãos de controle externo e interno
das 3 esferas de governo fiscalizarão as empresas públicas e as sociedades de
Fiscalização pelo
economia mista a elas relacionadas, inclusive aquelas domiciliadas no
Estado e pela
exterior, quanto à legitimidade, à economicidade e à eficácia da aplicação de
sociedade
seus recursos, sob o ponto de vista contábil, financeiro, operacional e
patrimonial.
A pré-qualificação permanente destina-se à identificação prévia de
fornecedores (pré-qualificação subjetiva), com habilitação para os objetos
Pré-qualificação
licitáveis pelas estatais, e de bens (pré-qualificação objetiva), produtos que
(art. 64)
atendam às exigências técnicas e de qualidade da estatal. Não é uma fase da
licitação; ao contrário disso, é um procedimento que a antecede.
O cadastramento trata-se dos conhecidos registros cadastrais da Lei
8.666/1993. São mantidos para efeito de habilitação dos inscritos em
Cadastramento
procedimentos licitatórios e válidos pelo prazo máximo de 1 ano.
(art. 65)
A qualquer tempo o cadastro poderá ser alterado, suspenso ou cancelado.
Em síntese, são as seguintes as regras descritas na lei das estatais:
• Previsão para o sistema de “caronas”.
• Efetivação prévia de ampla pesquisa de mercado.
Sistema de
• A existência de preços registrados não obriga a administração
Registro de
pública a firmar os contratos que deles poderão advir.
Preços (art. 66)
• Quanto à validade do SRP, não houve previsão do prazo de
validade, donde se conclui que os regulamentos das empresas
governamentais poderão fixar prazos diversos.
O catálogo eletrônico é relacionado a compras, serviços e obras, consistindo
Catálogo
em um sistema informatizado, de gerenciamento centralizado, destinado a
eletrônico de
permitir a padronização dos itens a serem adquiridos pelas estatais que
padronização
estarão disponíveis para a realização de licitação.
Cadastro Com a alimentação constante do CEIS, as estatais terão um instrumento
Nacional de hábil de consulta, e, dessa forma, conferindo-se maior efetividade às
Empresas penalidades aplicadas pela Administração. Por exemplo, empresa declarada
Inidôneas inidônea, pela União, ficará impedida de ser contratada por qualquer
(CEIS) (§§ 1º e empresa pública ou sociedade de economia mista federal.
2º do art. 37)
Aplicação da Lei As punições da lei anticorrupção são aplicáveis de forma restrita às estatais e
12.846/2013 (lei suas subsidiárias. Sobre o tema, dispõe o art. 94:
anticorrupção) Art. 94. Aplicam-se à empresa pública, à sociedade de economia mista e às
suas subsidiárias as sanções previstas na Lei nº 12.846, de 1º de agosto de
2013, salvo as previstas nos incisos II, III e IV do caput do art. 19 da
referida Lei.
O art. 93 da lei das estatais demonstra a preocupação do legislador em
Despesas com limitar as despesas com publicidade e patrocínio, como prever que as
publicidade e despesas com publicidade e patrocínio da empresa pública e da sociedade de
patrocínio economia mista não ultrapassarão, em cada exercício, o limite de 0,5% da
receita operacional bruta do exercício anterior.

2 - Artigos 42 ao 49 da Lei complementar 123/2006

DO ACESSO AOS MERCADOS

Seção I

Das Aquisições Públicas

Art. 42. Nas licitações públicas, a comprovação de regularidade fiscal e trabalhista das microempresas e
das empresas de pequeno porte somente será exigida para efeito de assinatura do contrato.
(Redação dada pela Lei Complementar nº 155, de 2016) Produção de efeito (Vide Lei nº 14.133, de 2021)

Art. 43. As microempresas e as empresas de pequeno porte, por ocasião da participação


em certames licitatórios, deverão apresentar toda a documentação exigida para efeito de comprovação de
regularidade fiscal e trabalhista, mesmo que esta apresente alguma restrição. (Redação dada pela Lei
Complementar nº 155, de 2016) Produção de efeito (Vide Lei nº 14.133, de 2021

§ 1o Havendo alguma restrição na comprovação


da regularidade fiscal e trabalhista, será assegurado o prazo de cinco dias úteis,
cujo termo inicial corresponderá ao momento em que o proponente for declarado vencedor do certame, prorrogável
por igual período, a critério da administração pública, para regularização da
documentação, para pagamento ou parcelamento do débito e para emissão de eventuais certidões negativas
ou positivas com efeito de certidão negativa. (Redação dada pela Lei Complementar nº 155, de
2016) Produção de efeito

§ 2o A não-regularização da documentação, no prazo previsto no § 1o deste artigo, implicará decadência do


direito à contratação, sem prejuízo das sanções previstas no art. 81 da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, sendo
facultado à Administração convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para a assinatura do
contrato, ou revogar a licitação.

Art. 44. Nas licitações será assegurada, como critério de desempate, preferência de contratação para as
microempresas e empresas de pequeno porte. (Vide Lei nº 14.133, de 2021

§ 1o Entende-se por empate aquelas situações em que as propostas apresentadas pelas microempresas e
empresas de pequeno porte sejam iguais ou até 10% (dez por cento) superiores à proposta mais bem classificada.

§ 2o Na modalidade de pregão, o intervalo percentual estabelecido no § 1o deste artigo será de até 5% (cinco
por cento) superior ao melhor preço.

Art. 45. Para efeito do disposto no art. 44 desta Lei Complementar, ocorrendo o empate, proceder-se-á da
seguinte forma: (Vide Lei nº 14.133, de 2021

I - a microempresa ou empresa de pequeno porte mais bem classificada poderá apresentar proposta de preço
inferior àquela considerada vencedora do certame, situação em que será adjudicado em seu favor o objeto licitado;

II - não ocorrendo a contratação da microempresa ou empresa de pequeno porte, na forma do inciso I


do caput deste artigo, serão convocadas as remanescentes que porventura se enquadrem na hipótese dos §§ 1o e
2o do art. 44 desta Lei Complementar, na ordem classificatória, para o exercício do mesmo direito;
III - no caso de equivalência dos valores apresentados pelas microempresas e empresas de pequeno porte que
se encontrem nos intervalos estabelecidos nos §§ 1o e 2o do art. 44 desta Lei Complementar, será realizado sorteio
entre elas para que se identifique aquela que primeiro poderá apresentar melhor oferta.

§ 1o Na hipótese da não-contratação nos termos previstos no caput deste artigo, o objeto licitado será
adjudicado em favor da proposta originalmente vencedora do certame.

§ 2o O disposto neste artigo somente se aplicará quando a melhor oferta inicial não tiver sido apresentada por
microempresa ou empresa de pequeno porte.

§ 3o No caso de pregão, a microempresa ou empresa de pequeno porte mais bem classificada será convocada
para apresentar nova proposta no prazo máximo de 5 (cinco) minutos após o encerramento dos lances, sob pena de
preclusão.

Art. 46. A microempresa e a empresa de pequeno porte titular de direitos creditórios decorrentes de empenhos
liquidados por órgãos e entidades da União, Estados, Distrito Federal e Município não pagos em até 30 (trinta) dias
contados da data de liquidação poderão emitir cédula de crédito microempresarial. (Vide Lei nº 14.133, de 2021

Art. 47. Nas contratações públicas da administração direta e indireta, autárquica e fundacional, federal, estadual
e municipal, deverá ser concedido tratamento diferenciado e simplificado para as microempresas e empresas de
pequeno porte objetivando a promoção do desenvolvimento econômico e social no âmbito municipal e regional, a
ampliação da eficiência das políticas públicas e o incentivo à inovação tecnológica. (Redação dada pela Lei
Complementar nº 147, de 2014) (Vide Lei nº 14.133, de 2021

Parágrafo único. No que diz respeito às compras públicas, enquanto não sobrevier legislação estadual,
municipal ou regulamento específico de cada órgão mais favorável à microempresa e empresa de pequeno porte,
aplica-se a legislação federal. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014)

Art. 48. Para o cumprimento do disposto no art. 47 desta Lei Complementar, a administração
pública: (Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014) (Vide Lei nº 14.133, de 2021

I - deverá realizar processo licitatório destinado exclusivamente à participação de microempresas e empresas de


pequeno porte nos itens de contratação cujo valor seja de até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais); (Redação dada
pela Lei Complementar nº 147, de 2014)

II - poderá, em relação aos processos licitatórios destinados à aquisição de obras e serviços, exigir dos licitantes
a subcontratação de microempresa ou empresa de pequeno porte; (Redação dada pela Lei Complementar nº
147, de 2014)

III - deverá estabelecer, em certames para aquisição de bens de natureza divisível, cota de até 25% (vinte e
cinco por cento) do objeto para a contratação de microempresas e empresas de pequeno porte. (Redação
dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014)

§ 1o (Revogado). (Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014)

§ 2o Na hipótese do inciso II do caput deste artigo, os empenhos e pagamentos do órgão ou entidade da


administração pública poderão ser destinados diretamente às microempresas e empresas de pequeno porte
subcontratadas.

§ 3o Os benefícios referidos no caput deste artigo poderão, justificadamente, estabelecer a prioridade de


contratação para as microempresas e empresas de pequeno porte sediadas local ou regionalmente, até o limite de
10% (dez por cento) do melhor preço válido. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014)

Art. 49. Não se aplica o disposto nos arts. 47 e 48 desta Lei Complementar quando: (Vide Lei nº 14.133, de
2021

I - (Revogado); (Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014) (Produção de efeito)

II - não houver um mínimo de 3 (três) fornecedores competitivos enquadrados como microempresas ou


empresas de pequeno porte sediados local ou regionalmente e capazes de cumprir as exigências estabelecidas no
instrumento convocatório;

III - o tratamento diferenciado e simplificado para as microempresas e empresas de pequeno porte não for
vantajoso para a administração pública ou representar prejuízo ao conjunto ou complexo do objeto a ser contratado;

IV - a licitação for dispensável ou inexigível, nos termos dos arts. 24 e 25 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de
1993, excetuando-se as dispensas tratadas pelos incisos I e II do art. 24 da mesma Lei, nas quais a compra deverá ser
feita preferencialmente de microempresas e empresas de pequeno porte, aplicando-se o disposto no inciso I do art.
48. (Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014)

Seção II
(Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014)

Acesso ao Mercado Externo

Art. 49-A. A microempresa e a empresa de pequeno porte beneficiárias do SIMPLES usufruirão de regime de
exportação que contemplará procedimentos simplificados de habilitação, licenciamento, despacho aduaneiro e câmbio,
na forma do regulamento. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014)

Parágrafo único. As pessoas jurídicas prestadoras de serviço de


logística internacional, quando contratadas pelas empresas descritas nesta Lei Complementar,
estão autorizadas a realizar atividades relativas a licenciamento administrativo, despacho aduaneiro,
consolidação e desconsolidação de carga e a contratar seguro, câmbio, transporte e
armazenagem de mercadorias, objeto da prestação do serviço, de forma simplificada
e por meio eletrônico, na forma de regulamento.

FIM

Caderno TEC concursos com 130 questões:

https://www.tecconcursos.com.br/questoes/cadernos/45658930

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